Manual
UFCD 9821 - Produtos Financeiros Básicos
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
1 - Depósitos à ordem vs. Depósito a prazo
Remuneração e liquidez
Características dos depósitos a prazo: remuneração (conceitos de TANB, TANL, TANB
média), reforços e mobilização
O fundo de garantia de depósito
2 - Cartões bancários: cartões de débito, cartões de crédito, cartões de débito diferido, cartões
mistos
3 - Tipos de crédito bancário: crédito à habitação, crédito pessoal, crédito automóvel (clássico
vs leasing), cartões de crédito, descobertos bancários
Principais características: regime de prestações, regime de taxa, crédito revolving
Conceitos: montante do crédito, prestação, taxa de juro (TAN), TAE e TAEG
Custos do crédito: juros, comissões, despesas, seguros e impostos
4 - Tipos de seguros: automóvel (responsabilidade civil vs. danos próprios), acidentes de
trabalho, incêndio, vida, saúde
Principais características: seguros obrigatórios vs seguros facultativos, coberturas,
prémio, declaração do risco, participação do sinistro, regularização do sinistro (seguro
automóvel), cessação do contrato
Conceitos: apólice, prémio, capital seguro, multirriscos, tomador do seguro vs
segurado, franquia, período de carência, princípio indemnizatório, resgate, estorno; e
no âmbito do seguro automóvel: carta verde, declaração amigável, certificado de
tarifação, indemnização directa ao segurado
5 - Tipos de produtos de investimento: acções, obrigações, fundos de investimento e fundos de
pensões
Recepção e execução de ordens
Registo e depósito de Valores Mobiliários
Consultoria para investimento
6 - Contratação de serviços financeiros à distância: internet, telefone
7 - Direitos e deveres do consumidor financeiro
Entidades reguladoras das instituições financeiras
Legislação de protecção dos consumidores de produtos e serviços financeiros
Direito a reclamar e formas de o fazer
Direito à informação pré-contratual, contratual e durante a vigência do contrato (e.g.
Preçários, Fichas de Informação Normalizadas, minutas de contractos, cópias do
contrato e extractos)
Dever de prestação de informação verdadeira e completa
8 - A aquisição de produtos financeiros como um contrato entre a instituição financeira e o
consumidor
9 - Precaução contra a fraude
Instituições autorizadas a exercer a actividade
Fraudes mais comuns com produtos financeiros (e.g. phishing, notas falsas,
Utilização indevida de cheques e cartões) e sinais a que deve estar atento
Protecção de dados pessoais e códigos
Entidades a que deve recorrer em caso de fraude ou de suspeita de fraude
Introdução
A Educação Financeira, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico (OCDE) (2006),” é o processo pelo qual os consumidores financeiros melhoram a
sua compreensão dos produtos e conceitos financeiros e desenvolvem capacidades e
confiança para se tornarem mais atentos aos riscos e oportunidades financeiras, tomarem
decisões reflectidas, saberem onde se dirigir para obter ajuda e adoptarem comportamentos
que melhorem o seu bem-estar financeiro”.
Nós, enquanto consumidores, somos regularmente confrontados com a tomada de decisões
sobre finanças pessoais. Nos últimos anos, estas decisões tornaram-se progressivamente mais
difíceis devido ao aumento da complexidade e diversidade dos produtos e serviços financeiros,
ao mesmo tempo que o acesso a estes produtos é cada vez mais generalizado.
Face a esta realidade, é importante obter conhecer e desenvolver capacidades de natureza
económica e financeira que nos permitam fazer as opções mais corretas.
Segundo Orton (2007), “a literacia financeira consiste nos conhecimentos específicos
relacionados com assuntos monetários, económicos ou financeiros, e nas decisões que o
indivíduo é capaz de tomar sobre estes assuntos”.
A literacia financeira está, assim, ligada à capacidade de ler, analisar, gerir e comunicar sobre a
condição financeira pessoal e à forma como esta afecta o seu nosso bem-estar material. Inclui
também a capacidade de decidir entre escolhas financeiras, discutir assuntos financeiros e
monetários sem desconforto, planear o futuro e responder de forma competente às situações
Com esta acção, pretende-se que possam compreender a importância do sistema financeiro, e
conhecer os produtos e serviços financeiros básicos tendo por base os seguintes objectivos:
Distinção entre depósitos à ordem e depósitos a prazo;
Caracterização da diferença entre cartões de débito e de crédito;
Caracterização dos principais tipos de empréstimos comercializados pelas
instituições de crédito para clientes particulares;
Caracterização dos principais tipos de seguros;
Identificação dos direitos e deveres dos consumidores financeiros;
Caracterização dos diversos tipos de fraudes.
A garantia de capital abrange todo o tipo de depósitos, incluindo os depósitos a prazo simples,
os indexados e os duais.
Deposito à ordem
As contas de depósito à ordem são contas de pagamento e permitem a movimentação dos
fundos depositados em qualquer altura.
Dado que as contas podem ser movimentadas a débito e a crédito em qualquer altura, os
depósitos à ordem geralmente não vencem juros ou vencem juros a uma taxa muito reduzida.
A conta de serviços mínimos bancários e a conta base são contas de depósito à ordem.
Conta serviços mínimos
Os serviços mínimos bancários são um conjunto de serviços bancários considerados essenciais,
aos quais os cidadãos podem aceder a custo reduzido.
Incluem a abertura de uma conta de depósito à ordem - a conta de serviços mínimos bancários
- e a disponibilização do respectivo cartão de débito. Os serviços mínimos bancários devem ser
prestados por todas as instituições de crédito autorizadas a receber depósitos do público, ou
seja, bancos, caixas económicas, caixa central e caixas de crédito agrícola mútuo e que
disponibilizem ao público os serviços incluídos nos serviços mínimos bancários. A conta de
serviços mínimos bancários pode ter vários titulares, desde que todos cumpram os requisitos.
Para abrir uma conta de serviços mínimos bancários, o cliente não pode ter outras contas de
depósito à ordem.
Conta Base
A conta base é uma conta de depósito à ordem padronizada. Independentemente da
instituição que a comercializa, a conta base inclui sempre o mesmo conjunto de serviços,
sendo mais fácil para o cliente bancário comparar as comissões praticadas pelas diferentes
instituições de crédito que disponibilizam este tipo de conta.
A conta base pode ter vários titulares e o cliente bancário pode ser titular de várias contas de
depósito à ordem (incluindo contas base). A comissão de manutenção da conta base e o
montante mínimo de abertura são livremente fixados pela instituição de crédito. Antes da
abertura da conta base, as instituições de crédito devem disponibilizar ao cliente bancário a
Ficha de Informação Normalizada (FIN) com as características desta conta.
O montante da comissão de manutenção da conta base é livremente fixado pelas instituições
de crédito e não pode depender do saldo médio da conta de depósito à ordem.
A conta base tem associado o seguinte conjunto de serviços:
Depósitos a prazo
Os depósitos a prazo pressupõem a imobilização do capital – ou seja, a não movimentação de
fundos – pelo período previamente acordado (o prazo do depósito), sendo em geral
reembolsáveis na sua totalidade apenas no final desse período.
As instituições permitem muitas vezes a mobilização antecipada – ou seja, o levantamento de
fundos – antes do final do prazo do depósito. Por norma, esta mobilização antecipada envolve
a aplicação de uma penalização sobre o valor dos juros relativos a esse período.
Os depósitos a prazo oferecem normalmente remunerações mais elevadas do que os
depósitos à ordem, que permitem movimentar os fundos a qualquer momento sem
penalização.
Os juros do depósito a prazo podem ser pagos periodicamente ou apenas na data de
vencimento do depósito.
Remuneração e liquidez
Os depósitos a prazo simples são remunerados a uma taxa de juro fixa ou a uma taxa de juro
variável.
Nos depósitos a taxa fixa, o juro é definido aquando da constituição do depósito. Não existe
incerteza quanto à remuneração que o depositante irá receber.
A comparação entre a remuneração de diferentes depósitos a prazo, a taxa de juro fixa e com
o mesmo prazo e idênticas condições de mobilização antecipada, deve ser feita com base na
Taxa Anual Nominal Bruta ou TANB. Se ao longo do prazo do depósito forem aplicadas
diferentes taxas de juro deve considerar-se a TANB média.
No caso de depósitos a prazo com taxa de juro variável deve ter-se em consideração o prazo
do indexante, por exemplo, a Euribor a 3 meses ou a Euribor a 6 meses, e o spread que seja
aplicado. Ao longo do prazo do depósito podem ser aplicados diferentes spreads sobre o
indexante definido.
Os depósitos a prazo pressupõem que os fundos depositados não são levantados antes do final
do prazo que tenha sido definido para o depósito. Contudo, muitos depósitos a prazo
permitem a mobilização antecipada, ou seja, o levantamento parcial ou total dos fundos
aplicados antes do vencimento do depósito.
Nos depósitos em que a mobilização antecipada não é permitida, os fundos não podem ser
levantados antes do final do prazo do depósito que consta do respectivo contrato e depósito.
Neste caso, o depositante assume risco de liquidez ou risco de não poder dispor destes fundos
antes do vencimento.
Nos depósitos que prevêem a mobilização antecipada dos fundos, a instituição de crédito pode
aplicar uma penalização, mas esta não pode reduzir o capital depositado. Para levantar
antecipadamente os fundos aplicados, o depositante perde geralmente uma parte ou a
totalidade dos juros corridos e não pagos.
2 - Cartões Bancários
Os cartões de pagamento são dispositivos que permitem ao seu titular efectuar levantamentos
de notas nos caixas automáticos e pagamentos de bens e serviços nos terminais de pagamento
automático existentes nos pontos de venda e à distância, por exemplo através da internet.
Os cartões de pagamento podem ser:
Crédito à habitação
O Credito à habitação, abrange os contractos de crédito destinados à aquisição ou construção
de habitação própria permanente, secundária ou para arrendamento. Inclui também os
contractos de crédito destinados à aquisição ou manutenção de direitos de propriedade sobre
terrenos ou edifícios já existentes ou projectados e o crédito para pagamento do sinal devido
no âmbito da futura aquisição de imóvel para habitação própria permanente, secundária ou
para arrendamento.
Trata-se, tipicamente, de um crédito com um prazo longo, no qual, em geral, a hipoteca da
casa é dada como garantia de reembolso.
Além do crédito à habitação, existem outros créditos hipotecários, celebrados com
consumidores e que estão sujeitos às regras do crédito à habitação. Assim, estão abrangidos
por estas regras:
sobre imóveis, como são o caso do crédito consolidado ou do crédito em que não
esteja definido o fim a que se destina a quantia mutuada;
A locação financeira de bens imóveis para habitação própria permanente, secundária
ou para arrendamento.
Credito ao consumo
O crédito aos consumidores destina-se à compra de outro tipo de bens e serviços, como
automóveis, electrodomésticos ou serviços de educação e saúde, por exemplo.
O Crédito aos consumidores inclui:
Regime de Prestações
As prestações como podem ser, Constantes, Progressivas ou Mistas.:
Prestações constantes
No caso de prestações constantes com taxa de juro variável, o montante da prestação não se
altera durante o período de vigência dessa taxa, assumindo novo valor apenas aquando da
revisão do valor do indexante.
No caso de o crédito ter uma taxa de juro fixa, o montante da prestação, além de constante, é
sempre igual (prestação a taxa fixa).
Prestação progressiva
Caso se contrate uma prestação progressiva o montante da prestação aumenta com o tempo,
em conformidade com um plano previamente definido e em função do prazo acordado. O
consumidor não conhece, todavia, o valor total de juros a pagar.
Prestação mista
Na prestação mista então o montante da prestação vai crescendo durante os primeiros anos
do empréstimo, após os quais a prestação mensal passa a ser constante, variando em função
das alterações da taxa de juro. O consumidor desconhece no momento da contratação o
montante total de juros a pagar
Regime de Taxa
Uma das decisões importantes a tomar na contratação de um crédito à habitação é a escolha
da taxa de juro. A taxa de juro pode ser fixa ou variável.
Em Portugal a grande maioria dos empréstimos tem taxa de juro variável. Quando os
empréstimos têm taxa de juro fixa, esta aplica-se normalmente apenas durante alguns anos.
Nos créditos à habitação com taxa de juro variável, a taxa de juro do empréstimo resulta da
soma de duas componentes: o indexante ou taxa de referência, que é a Euribor, e o spread.
O cliente pode escolher o prazo da Euribor, sendo as Euribor a três e seis meses as mais
frequentemente usadas em contractos de crédito à habitação.
O valor da Euribor é revisto após o prazo a que se refere. Por exemplo, a Euribor a três meses é
revista trimestralmente e a Euribor a seis meses semestralmente.
No final destes três ou seis meses, o valor da Euribor utilizado para a prestação que irá vigorar
nos três ou seis meses seguintes é calculado com base na média aritmética simples do mês
anterior, sendo esta taxa obrigatoriamente arredonda à milésima.
Quando o valor da Euribor é revisto, a taxa de juro do empréstimo pode subir ou descer
reflectindo a eventual alteração do valor da Euribor. O montante da prestação pode, assim,
aumentar ou diminuir. Só raramente o valor da Euribor não se altera.
O spread é livremente definido pela instituição de crédito para cada contrato de crédito à
habitação. Na determinação do spread a instituição pondera não só o risco de crédito do
cliente, mas também as garantias do empréstimo, incluindo a relação entre o montante do
empréstimo e o valor do imóvel sobre o qual é constituída uma hipoteca (rácio LTV ou loan-to-
value).
Nos empréstimos contraídos a taxa fixa, a taxa de juro do empréstimo mantém-se inalterada
durante o prazo que tiver sido acordado com a instituição de crédito.
Durante esse período a prestação mensal mantém-se sempre igual. Isto significa que se as
taxas de juro de mercado, por exemplo a taxa de juro Euribor, entretanto subirem ou
descerem a prestação do empréstimo com taxa fixa não se altera.
Quando a instituição de crédito define o valor para a taxa de juro fixa toma como referência a
taxa fixa que se pratica no mercado interbancário para o mesmo prazo: a designada taxa de
swap.
Por exemplo, na determinação da taxa fixa a cobrar ao cliente pelo prazo de cinco anos, a
instituição de crédito tem em atenção a taxa de juro fixa que durante esses cinco anos ela
própria irá pagar para obter os fundos que vai emprestar.
CONCEITOS
MTIC Montante Total Imputado ao Consumidor
O MTIC corresponde ao montante total que o cliente terá de pagar à instituição durante todo
o período do empréstimo. Resulta da soma do montante total do empréstimo com os custos
do crédito (juros, comissões, impostos e outros encargos).
O MTIC é especialmente relevante no momento que contrata o crédito. Ao longo da vigência
do empréstimo a taxa de juro ou outros encargos podem ser alterados.
Por exemplo, nos empréstimos contratados a taxa de juro variável ou mista, o MTIC é apenas
indicativo. Como, nestes empréstimos, a taxa de juro pode variar ao longo do tempo, o MTIC
pode não corresponder ao montante total que o cliente irá pagar durante a vigência do
empréstimo. Se as demais características do crédito forem semelhantes:
Um crédito com a taxa de juro mais elevada terá um MTIC mais elevado, uma vez que
os juros pagos serão superiores;
Um crédito a prazo mais longo terá um MTIC mais elevado, porque terá pago mais
juros por esse crédito do que num crédito semelhante com prazo mais curto.
O MTIC do crédito é indicado na informação pré-contratual que é fornecida ao cliente, na
“FINE, no caso do crédito à habitação e de outros créditos garantidos por hipoteca, na Seção
“Principais características do empréstimo”, no campo “Montante total a reembolsar (MTIC)”.
Esta informação é também referida em todas as campanhas publicitárias que indiquem uma
taxa de juro ou outros valores relativos ao custo do crédito.
Prestação
Taxa de juro
Custo do dinheiro que se pediu emprestado ou rendimento de uma aplicação financeira
efectuada, expresso em percentagem do capital.
TAE - Taxa anual efectiva
Medida do custo total anual associado a um determinado empréstimo, incluindo os juros e
outros encargos que lhes estejam associados, nomeadamente comissões e seguros exigidos.
TAEG - Taxa anual de encargos efectiva global
Mede o custo total do crédito para o consumidor, expresso em percentagem anual do
montante do crédito concedido. Distingue-se da TAE (taxa anual efectiva) por incluir os
impostos associados ao empréstimo. A TAEG é a medida de custo utilizada no crédito à
habitação, noutros créditos relativos a imóveis e no crédito aos consumidores.
TAN - Taxa de juro anual nominal
Corresponde à taxa a que são cobrados os juros dos empréstimos. No caso dos empréstimos a
taxa variável, a TAN corresponde ao valor do indexante acrescido do spread.
Desde o início de 2018 que este documento passou a reger-se por normas europeias, o que
significa que, não obstante algumas diferenças no seu conteúdo que se possam assinalar de
banco para banco, a estrutura do mesmo segue as mesmas regras em toda a União Europeia.
Juro
Representa o preço do dinheiro, correspondendo à remuneração pelo capital emprestado
durante determinado período de tempo. Quem deposita o seu dinheiro numa instituição de
crédito, espera receber um juro (uma remuneração), pois está a disponibilizar recursos que
são seus para serem utilizados por outras pessoas ou empresas. Quem recorre ao crédito tem
de pagar um juro (um custo) para ter acesso a esses fundos. O juro pode ser recebido ou pago
de acordo com diversas periodicidades, conforme combinado entre as partes (por exemplo,
mensalmente, semestralmente ou anualmente).
Juro antecipado
Juro pago no início do respectivo período de contagem.
Juro composto
Regime de juros em que o juro vencido em cada período é adicionado ao capital inicial,
processo que se designa de capitalização de juros. A incorporação do juro no capital inicial faz
aumentar o montante do capital sobre o qual são calculados juros no período subsequente,
resultando num montante crescente de capital e juros. Ver Capitalização.
Juro corrido
Juro correspondente a um determinado período de tempo, que ainda não foi recebido (no
caso de um depósito a prazo) ou pago (no caso de um empréstimo).
Juro de mora
É o juro cobrado pelo não pagamento atempado (mora) de capital em dívida ou de juros
vencidos.
Juro postecipado
Juro pago no final do respectivo período de contagem.
Juro simples
Juro calculado sobre o capital inicial, ou seja, sem capitalização de juros.
Comissões
Prestações pecuniárias exigíveis aos clientes pelas instituições de crédito como retribuição por
serviços por elas prestados, ou subcontratados a terceiros, no âmbito da sua actividade.
Despesas
Encargos suportados pelas instituições de crédito, que lhes são exigíveis por terceiros e
repercutíeis nos clientes, nomeadamente os pagamentos a conservatórias, cartórios notariais,
ou que tenham natureza fiscal.
TAE e TAEL – Taxa Anual Efectiva e Taxa Anual Efectiva Liquida
Nos depósitos a prazo com capitalização de juros ao longo da aplicação, utiliza-se a taxa anual
efectiva (TAE). A taxa anual efectiva líquida (TAEL) é igual à TAE menos os impostos que
incidem sobre os juros.
Custos do crédito
A TAEG, taxa anual de encargos efectiva global, mede o custo do empréstimo para o cliente,
por ano, em percentagem do montante emprestado.
A TAEG pode ser usada para comparar propostas de crédito. Para propostas de crédito com o
mesmo montante, prazo e modalidade de reembolso, a proposta com TAEG mais baixa é a
mais barata para o cliente.
A TAEG e o MTIC são duas medidas do custo do crédito e devem ser utilizadas para comparar
diferentes propostas de crédito.
A Taxa anual de encargos efectiva global (TAEG): custo total do crédito expresso em
percentagem anual do montante do crédito - Inclui juros + comissões + despesas + impostos +
seguros.
O Montante total imputado ao consumidor (MTIC) valor total dos pagamentos a efectuar pelo
cliente no âmbito do contrato de crédito, Inclui montante do empréstimo + total de custos
(juros + comissões + despesas + impostos + seguros).
Impostos
No processo de aquisição de crédito (Casa, Automóvel Cartão, etc) para além da compra do
bem, terá também de contar com os impostos que terá de que pagar ao Estado. Esses
impostos variam de acordo com o produto financeiro adquirido.
4 - Tipos de seguros
Um seguro é um contrato através do qual uma pessoa paga um prémio para receber uma
indemnização caso sofra um acidente ou um roubo, por exemplo.
Os seguros de vida;
Os seguros financeiros;
Os seguros de nupcialidade e natalidade.
Seguros de vida
O seguro de vida cobre o risco de morte ou o risco de sobrevivência da (s) pessoa (s) segura (s),
podendo ainda ter coberturas complementares, como o risco de invalidez, acidente ou
desemprego.
Então, nos seguros em caso de morte, o segurador paga ao beneficiário o capital acordado se a
pessoa segura morrer antes do prazo fixado no contrato; nos seguros em caso de vida, aquele
capital acordado será pago se a pessoa se encontrar viva ao tempo do final do contrato,
modalidade que usualmente é utilizado como meio para constituir uma poupança, pelo que
aqui o beneficiário pode ser a pessoa segura; nas modalidades mistas, o segurador paga, por
norma, valores distintos, em caso de vida e em caso de morte da pessoa segura, nos termos
acordados.
Além disso, para um seguro de capital variável, deve pedir informações ainda quanto aos
valores de referência para o cálculo do capital, quanto ao número de unidades de participação
e quanto à natureza dos activos representativos (isto é, se são acções, títulos de dívida, etc).
Seguros Financeiros
Os Seguros Financeiros são seguros de capital variável, cujo valor a receber pelo beneficiário
irá ficar dependente, pelo menos em parte, de um valor de referência, constituído por uma ou
mais unidades de participação.
Aqueles seguros que tenham que ver com fundos de investimento são qualificados como
instrumentos de captação de aforro estruturado.
Os seguros financeiros consubstanciam uma forma atípica dos contratos de vida, podendo
mesmo nem dar origem a um qualquer rendimento ou até implicar a perda de capital
investido.
Por seu turno, o seguro de danos próprios (comummente designado por “seguro contra todos
os riscos”), para além de incluir todas as protecções que são obrigatórias por lei, também
engloba uma série de coberturas facultativas cuja oferta varia consoante a seguradora e
conforme o preço que o tomador do seguro está disposto a pagar, podendo ser:
Um veículo para o qual não foi contratado seguro de responsabilidade civil encontra-se numa
situação ilegal. Por lei, o veículo pode ser apreendido e o seu proprietário pode ter de pagar
uma coima. Em caso de acidente, o condutor ou proprietário do veículo podem ser
responsabilizados pelo pagamento das indemnizações devidas aos lesados.
Acidentes trabalho
Incêndio
O seguro de incêndio cobre os riscos de danos causados no imóvel e é obrigatório, apenas para
os edifícios em regime de propriedade horizontal, na modalidade de “Seguro de Incêndio e
Elementos da Natureza” ou incluída num seguro multirriscos.
Este seguro cobre os danos provocados directamente nas fracções autónomas e nas partes
comuns do edifício, bem como os danos directamente causados aos bens seguros por calor,
fumo, vapor ou explosão resultantes de incêndio; os meios usados no combate ao incêndio e
às remoções ou demolições ordenadas por autoridade competente ou com vista ao
salvamento, Salvo excepção expressa pelo contrato, estão ainda cobertos os danos causados
por queda de raio, explosão ou outro acidente semelhante, mesmo que não seja acompanho
de incêndio
Saúde
O seguro de saúde cobre riscos relacionados com a prestação de cuidados de saúde, conforme
as coberturas previstas nas condições do contrato, com os limites neles fixados.
Responsabilidade civil
O seguro de responsabilidade civil geral pode cobrir vários riscos, como, por exemplo:
Cobertura
A cobertura base é o risco principal no contrato de seguro de vida. É a cobertura de risco que
justifica o seguro.
A cobertura suplementar garantia que complementa a cobertura dos riscos principais (vida,
morte ou ambas). Para além de complementares de morte que prevêem situações específicas
(morte por acidente e morte por acidente de circulação) existem complementares de invalidez
total ou parcial, profissional ou de incapacidade definitiva ou temporária. As respectivas
definições encontram-se nas Condições Especiais dos contractos.
Declaração de risco
Cessação de contrato
Um contrato cessa por caducidade quando chega ao final do seu período de vigência, excepto
se for automaticamente prorrogado (ou seja, se o contrato continuar em vigor porque as
partes assim o decidiram).
CONCEITOS
Apólice
Existe também a Apólice flutuante, trata-se de um contrato de seguro que deve constar de um
registo especial e onde são garantidas as existências (quantidade de bens cujo valor está
parcial ou totalmente seguro) variáveis.
Prémio
Prémio significa valor pago pelo tomador de seguro à empresa de seguros pela contratação do
seguro.
Capital seguro
Como qualquer contrato, deverá estar devidamente informado da informação que consta no
documento.
Para determinar o capital seguro, devem ser considerados todos os elementos do imóvel (à
excepção dos terrenos), incluindo o valor proporcional das partes comuns.
Multirriscos
Um seguro multirriscos tem como principal função oferecer um conjunto de coberturas que
protegem os danos no seu imóvel e ainda o seu recheio.
Tomador do seguro
Este é a outra entidade, pessoa ou conjunto de pessoas que celebra o contrato de seguro. O
tomador de seguros é responsável pelo pagamento do prémio (valor acordado entre ambas as
partes) à empresa seguradora.
Segurado
Franquia
A responsabilidade pelo pagamento dos danos que possam ocorrer não fica a cargo apenas da
seguradora mas também do próprio consumidor, enquanto tomador de seguro.
Podem ser obrigatórias ou facultativas (ou seja, podem ser negociadas entre o tomador e a
companhia de seguros). Além disso, podem ainda ter um valor fixo em euros ou uma
percentagem do valor de capital seguro ou do dano
Período de carência
Princípio indemnizatório
O segurado deve ser ressarcido do prejuízo que efectivamente sofreu, não podendo o seguro
constituir fonte de rendimento para os lesados, tendo como principais implicações evitar o
sobresseguro, impedir a cumulação de seguros e opor-se a que o lesado seja também
indemnizado pelo lesante.
Resgate
Possibilidade de, em alguns contractos de seguro de vida, o Tomador do Seguro solicitar após
um período mínimo estabelecido o pagamento do montante do crédito que possui a título do
contrato.
Estorno
Carta verde
Declaração Amigável
Quando os dois condutores estão de acordo sobre a forma como se deu o acidente, devem
preencher e assinar a Declaração Amigável de Acidente Automóvel e entregá-la ao seu próprio
segurador.
O sistema IDS permite, com grande simplicidade, que cada Segurado, independentemente da
culpa no acidente, contacte directamente com o seu próprio Segurador para regularizar o
sinistro.
A Convenção IDS pode permitir resolver rapidamente cerca de 80% dos sinistros de
Responsabilidade Civil, desde que se verifiquem todas as seguintes condições:
Certificado de tarifação
As acções;
As obrigações;
Os Fundos de Investimento;
Os Fundos de Pensões
Acções
Caso essa empresa tenha um bom desempenho, será atraente para outros investidores
comprarem acções da mesma. Nesse caso, o preço das acções normalmente aumentará e
poderá vender a sua posição nessa empresa com lucro. Tal é conhecido como ganho de
capital. Por outro lado, uma perda de capital pode ocorrer se a empresa passar por maus
momentos e o preço das acções diminuir. A venda das suas acções pode resultar numa perda
do seu investimento.
Vender a um preço mais alto do que o adquirido não é a única maneira de aumentar o seu
portfólio. É uma prática comum para as empresas distribuírem uma parte dos seus lucros pelos
accionistas. Esse valor é denominado de dividendo. Dessa forma, pode gerar uma fonte de
receita a partir das suas acções sem necessitar de se desfazer da sua posição.
Obrigações
Apenas as grandes empresas têm acesso ao mercado obrigacionista, podendo deste modo
financiar-se directamente junto dos investidores. Para ajudar os investidores a conhecerem o
nível de risco que estão a tomar quando adquirem as obrigações, a maioria das empresas
emitentes têm o seu nível de risco classificado pelas principais empresas do sector de rating.
Existem vários tipos de obrigações sendo as mais comuns as de taxa fixa, de taxa indexada ou
obrigações de cupão zero.
Fundos de investimento
Fundos de pensões
A afectação é exclusiva, dado que a única finalidade do património que constitui um fundo de
pensões é assegurar a exequibilidade do respectivo plano, não respondendo por quaisquer
outras obrigações, nomeadamente as de associados, participantes, contribuintes, entidades
gestoras e depositários.
Os fundos de pensões podem ser fechados ou abertos, podendo estes últimos permitir
adesões individuais ou adesões colectivas.
Um fundo de pensões será considerado aberto quando não for exigida a existência de
qualquer vínculo entre os diferentes aderentes ao fundo e as novas adesões dependerem
apenas da aceitação por parte da entidade gestora. Consoante as formas de adesão previstas
no regulamento de gestão de um fundo de pensões aberto, assim se podem distinguir:
Os fundos de pensões fechados têm a vantagem de permitir uma gestão "tailor made", isto é,
possibilitam o desenvolvimento de uma estratégia de gestão pensada para o caso concreto do
associado, atendendo às características do universo de participantes e ao perfil de risco que o
caracteriza. No entanto, é necessário que o Fundo disponha de uma dimensão mínima que
possibilite a implementação de uma estratégia de gestão eficiente. Este aspecto representa
um obstáculo difícil de transpor para instituições de pequena e média dimensão ou empresas
de dimensão considerável mas de estrutura etária jovem, que desejem financiar planos de
pensões para os seus colaboradores, ou ainda para pessoas individuais que pretendam
financiar um complemento à sua reforma. Assim, os fundos de pensões abertos permitem
preservar um plano de pensões próprio e, simultaneamente, através da confluência para um
mesmo fundo dos montantes investidos pelos vários subscritores, ultrapassar a questão da
massa crítica e viabilizar uma diversificação acrescida e uma gestão mais eficiente.
Qualquer pessoa pode comprar acções na bolsa de valores, mas nem todos podem fazê-lo
directamente. Tal tem de ser feito por Corretoras autorizadas pela CMVM (Comissão do
Mercado de Valores Mobiliários). No entanto, a forma mais fácil para o cidadão comum
comprar acções é fazê-lo através do seu próprio banco.
Se este julgar que a operação em causa não é adequada ao perfil do investidor, deve adverti-lo
por escrito para esse facto. Nesse caso, o investidor pode optar, ainda que tenha sido
advertido da não adequação, por concretizar o investimento pretendido.
Não obstante, sempre que uma empresa de investimento executa uma ordem por conta de
um cliente não profissional, o melhor resultado possível será determinado em termos de
As únicas entidades que, em Portugal autorizadas pela CMVM, têm acesso directo ao mercado
bolsista são os bancos e as corretoras.
Estas entidades, por Internet ou telefone abrem uma conta e indicam se a opção é por compra
ou venda, o nome da acção, a bolsa de cotação, o número de acções que o investidor pretende
adquirir ou vender, a validade da ordem (um dia, uma data específica, etc.), as condições de
preço, o valor máximo até o qual deseja adquirir (não obrigatório, mas serve de protecção
caso, por exemplo, o valor das acções suba repentinamente).
Se a opção for uma corretora para negociar em bolsa, abrir uma conta-títulos, na qual se
deposita o dinheiro que se pretende investir e que funciona como uma conta à ordem normal.
Utilizar uma sociedade corretora é mais rápido, mas verificar se a mesma detém licença para
realizar este tipo de operações financeiras.
Se a opção for abrir conta num banco, a conta-títulos onde são depositadas as acções fica
associada à sua conta à ordem, mas com um número diferente.
Possuindo uma conta-títulos, já pode dar ordens de compra ao seu intermediário, através da
plataforma on-line, por telefone ou presencial ao seu banco ou corretora.
Código LEI
A recomendação é feita tendo em vista, a decisão do cliente de, comprar, vender, subscrever,
trocar, resgatar, deter ou tomar firme um instrumento financeiro específico;
A DMIF II introduz uma distinção entre consultoria para investimento numa base
independente e base não independente. Esta distinção tem subjacente um regime mais
exigente no caso da consultoria para investimento numa base independente.
O intermediário financeiro deve explicar de forma clara e concisa se e por que razão a
consultoria para investimento se qualifica como independente ou não independente e o tipo e
natureza das restrições aplicáveis, incluindo, quando presta serviços de consultoria para
investimento numa base independente, a proibição de receber e manter incentivos.
Na consultoria para investimento há um elemento subjectivo, uma vez que está implícita a
existência de uma opinião do prestador do serviço, o que engloba a análise que faz do próprio
instrumento financeiro, bem como da sua adequação às circunstâncias especiais de um cliente
específico (suitability). Na comercialização de instrumentos financeiros, a informação prestada
não tem implícita a existência de um juízo de valor, são apenas prestadas informações quanto
às características.
O cliente bancário deve estar atento e adoptar os procedimentos de segurança que lhe são
disponibilizados pela sua instituição.
O cliente bancário deve estar atento aos procedimentos de segurança da instituição. Em caso
de dúvida, não deve executar a operação sem solicitar previamente à sua instituição os
esclarecimentos que entenda necessários.
O Banco de Portugal estabelece também, através de Cartas Circulares, boas práticas que as
entidades devem seguir na sua actuação junto dos seus clientes.
A CMVM desempenha as suas atribuições de modo independente, dispondo para o efeito de:
A ASF Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões tem por missão assegurar o
bom funcionamento do mercado segurador e fundos de pensões em Portugal, de forma a
contribuir para a garantia da protecção dos tomadores de seguro, pessoas seguras,
participantes e beneficiários.
O mercado de crédito tem sofrido alterações profundas e que a massificação do crédito trouxe
novos desafios ao direito bancário, vem alterar o regime jurídico do crédito ao consumo com
vista a salvaguardar condições essenciais de protecção dos consumidores.
O período que vivemos é marcado por uma crise financeira à escala global que se tornou uma
crise económica sentida por todos os cidadãos. Umas das principais causas desta crise, mas
também um dos seus principais efeitos, é o sobreendividamento das famílias.
Por isso, a educação financeira é cada vez mais necessária numa sociedade em que os
produtos financeiros ocupam um papel fundamental no quotidiano de todos nós.
Os direitos dos consumidores nacionais merecem uma especial protecção jurídica, a qual foi
consagrada pela Constituição da República Portuguesa de 1976, materializando-se depois na
Lei de Defesa do Consumidor que hoje vigora.
No campo específico da protecção dos direitos económicos, a legislação procura, por exemplo,
proteger o consumidor face a contractos pré-redigidos com cláusulas ambíguas ou abusivas.
Um dos direitos do cliente bancário, é o direito à reclamação. De entre alguns dos resultados
desta vertente da Lei de Defesa do Consumidor, podemos apontar o direito a apresentar
reclamações caso, por algum motivo, considerarmos que a instituição bancária não está a
actuar do modo mais correto.
A reclamação deverá ser exposta através do Livro de Reclamações, que toda e qualquer
instituição são obrigadas a disponibilizar, sendo também possível de outras como podemos ver
mais à frente.
A FINE deve ser disponibilizada ao cliente bancário em dois momentos distintos. O cliente
bancário tem direito a receber uma FINE aquando da simulação do empréstimo, tendo por
base a informação por si prestada à instituição, e, posteriormente, aquando da comunicação
da aprovação do contrato de crédito, reflectindo as características do empréstimo
efectivamente aprovado pela instituição.
DIREITOS
Direito à informação
Direito de revogação
DEVERES
Antes de contratar um crédito
Durante o contrato
Características do crédito:
Custo do crédito:
Utilizar a FINE para comparar diferentes opções de crédito e tomar decisões esclarecidas e
informadas.
“A decisão do investidor pode ser errada, mas tem de ser uma decisão esclarecida”.
O dever de informação persegue um objectivo de protecção dos investidores, por visar o seu
esclarecimento. Mas, o dever de informação consagrado na disciplina dos valores mobiliários
tem sobretudo a virtude de concorrer para um mercado mais transparente e eficiente. A
informação a prestar pelo intermediário financeiro deve ser “completa, verdadeira, actual,
clara, objectiva e lícita”, para que o investidor tome uma decisão de investimento esclarecida e
fundamentada.
A falta de informação completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita poderá levar o
investidor a celebrar negócios que lhe são desfavoráveis. A violação daquele dever de
informação é susceptível de criar dano, à protecção do investidor.
Informar-se;
Ponderar a sua decisão;
Fazer um plano de investimento;
Diversificar as suas opções e investir de forma progressiva;
Conhecer os custos;
Evitar contrair empréstimos.
É através dessa conta que o intermediário financeiro irá receber as ordens sobre instrumentos
financeiros (de compra, venda, subscrição, resgate) dos investidores. É na conta de títulos que
estarão registados os seus títulos/instrumentos financeiros (acções, obrigações, unidades de
participação em fundos de investimento, entre outros) escriturais, ou seja, os valores
mobiliário representados por registos informáticos em conta (e não por documentos em
papel).
Investidores profissionais
As instituições de crédito;
Empresas de investimento;
Empresas de seguros;
Instituições de Investimento colectivo e respectivas sociedades gestoras;
Fundos de pensões e respectivas sociedades gestoras.
Os investidores não profissionais são aqueles que não cumpram os requisitos para serem
classificados como Investidores profissionais, e são comumente denominados de investidores
Se, com base na informação recolhida, o intermediário financeiro considerar que a operação
não é adequada, deve advertir por escrito o investidor.
A sua idade
As habilitações literárias
A maior ou menor aversão ao risco
A disponibilidade para uma aplicação de curto, médio ou longo prazo
O conhecimento dos produtos financeiros
Risco de Capital, risco de o montante a receber pelo investidor vir a ser inferior ao
capital investido.
Risco de Mercado, risco de o valor dos activos, ou dos activos subjacentes no caso de
Produtos Financeiros Complexos variar e tal ter impacto na rentabilidade do
investimento;
Risco de Crédito, risco de falência ou insolvência do emitente;
Risco de Liquidez, risco de ter de esperar ou de incorrer em custos para transformar
um dado instrumento financeiro em moeda.
Para verificar se um intermediário financeiro está registado na CMVM, pode consultar no site
os intermediários financeiros registados e os que prestam serviços em regime de livre
prestação de serviços.
Pedir um crédito, fazer uma transferência internacional de dinheiro ou usar qualquer tipo de
serviço financeiro exige alguns cuidados.
Instituições de Crédito;
Sociedades Financeiras.
Instituições de Crédito
Sociedades Financeiras
O RGICSF classifica como Sociedades Financeiras (SF) as empresas que não sejam instituições
de crédito e cuja actividade principal consista em exercer uma ou mais das seguintes
actividades:
O Phishing ocorre quando uma entidade desconhecida (hacker) se faz passar por uma
instituição ou empresa e, através de mensagens de correio electrónico, de chamadas
telefónicas ou de mensagens de telemóvel, tenta persuadir um cliente bancário a divulgar
informações pessoais, tais como palavras-passe e números de contas bancárias.
Notas falsas
Uma nota contrafeita não pode ser trocada por uma nota genuína: quem aceitar uma nota
contrafeita como se de uma nota autêntica se tratasse não poderá recuperar o seu valor. Por
esta razão, é importante saber reconhecer a autenticidade das notas no momento em que são
recebidas.
Ao receber uma nota de euro, conferir os vários elementos de segurança (não se baseie
apenas num deles) e, em caso de dúvida, compare-a com uma nota que saiba ser verdadeira,
procurando diferenças e nunca semelhanças.
Se mesmo assim, ainda tiver dúvidas sobre a sua genuinidade, apresente a nota suspeita numa
das tesourarias do Banco de Portugal ou num balcão de uma instituição de crédito, onde lhe
serão prestados todos os esclarecimentos.
Cheques
A utilização indevida do cheque pode ter como consequência a restrição ao seu uso
(impedimento temporário do uso de cheques) e, em certos casos, pode mesmo ser
considerada crime, punível com multa ou pena de prisão e/ou interdição judicial do uso de
cheques.
Se o cheque for de montante não superior a 150 euros e não houver provisão suficiente na
conta, o banco está legalmente obrigado ao seu pagamento, mas apesar disso considera-se
que o emitente utilizou indevidamente o cheque. Um cheque que não tenha sido pago por um
qualquer motivo da responsabilidade do emitente considera-se, porém, regularizado se, no
prazo de30 dias:
Ao ser reapresentado ao banco, for pago por entretanto terem sido cumpridas as
condições necessárias;
O emitente fizer um depósito no valor do cheque à ordem do beneficiário pelo prazo
máximo de seis meses;
Cartões
Quando utiliza um caixa automático (CA, ou em inglês, ATM), por exemplo para efectuar um
levantamento de numerário ou uma consulta de saldo:
Quando utiliza um terminal de pagamento automático (TPA), por exemplo para efectuar uma
compra num estabelecimento comercial:
Há pagamentos que são feitos por aproximação do cartão. São os chamados “pagamentos
contactless” e só podem ser efectuados com cartões com esta tecnologia integrada, isto é,
cartões identificados com o seguinte símbolo:
Em caso de perda, roubo, furto, apropriação indevida do cartão ou se suspeitar que este foi
clonado ou falsificado, notifique de imediato o emitente do cartão (ou a entidade designada
por este último), através dos contactos indicados pelo emitente e também disponíveis no site
do Banco de Portugal
Depois de ter notificado o emitente do cartão, não poderá ser responsabilizado por valores
indevidamente movimentados, excepto se tiver atuado de forma fraudulenta.
Especificamente para cartões com tecnologia contacless, se a entidade que emitiu o seu cartão
(por exemplo, o seu banco) não lhe solicitou autenticação forte da transacção (isto é, efectuou
a operação contactless sem lhe solicitar a introdução de PIN), não deve suportar quaisquer
perdas relativas a essa operação de pagamento, excepto se tiver agido fraudulentamente.
As pessoas singulares disponibilizam cada vez mais as suas informações pessoais de uma forma
pública e global. As novas tecnologias transformaram a economia e a vida social e deverão
contribuir para facilitar a livre circulação de dados pessoais na União e a sua transferência para
países terceiros e organizações internacionais, assegurando simultaneamente um elevado
nível de protecção dos dados pessoais.
Foi neste contexto que surgiu Regulamento (UE) 2016/679 do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 27 de abril de 2016, relativo à protecção das pessoas singulares no que diz
respeito ao tratamento de dados pessoais e à livre circulação desses dados e que revoga a
Diretiva95/46/CE (Regulamento Geral sobre a Protecção de Dados) e a obrigação por parte das
empresas e instituições sem fins lucrativos de criar manuais de conduta, técnicas e regras
organizativas para este efeito
Se for vítima de algum crime ou tentativa de crime por parte destas entidades, denuncie ao
Banco de Portugal por telefone (213 130 000), e-mail (info@bportugal.pt) ou pelo
preenchimento do formulário online ou presencialmente. Apresente também queixa às
autoridades (por exemplo, à PSP, à GNR, à Polícia Judiciária ou ao Ministério Público).
e-mail (cmvm@cmvm.pt)
Telefone: 218 643 900 * Fax: 213 160 131.* E-mail: dciccef@pj.pt
Bibliografia
Policy Brief: The Importance of Financial Education. (2006). OCDE
Orton, L. (2007). Financial literacy: Lessons from international experience. Canadá:
Canadian Policy Research Networks Inc. Policy Brief: The Importance of Financial
Education. (2006).
Banco de Portugal, (2016). Plano Nacional de Formação Financeira (2016-2020)
Ministério da Educação e Ciência, (2013) Referencial de Educação Financeira
Endereços Electrónicos
Banco de Portugal (BP). Disponível em: https://www.bportugal.pt/
Banco de Portugal. Portal do Cliente Bancário. Disponível em:
https://clientebancario.bportugal.pt/
Comissão de mercados mobiliários (CMVM). Disponível em:
https://www.cmvm.pt/pt/Pages/home.aspx
Autoridade de supervisão de seguros e fundos de pensões (ASF). Disponível em:
https://www.asf.com.pt/NR/exeres/6CC151E7-B079-4262-B2BA-268650DBDDFA.htm
Anexos