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TÉCNICO/A ADMINISTRATIVO/A II

UFCD 0673-CONTROLO DE TESOURARIA


20/21
Formador:
Luís Silveira
O controlo de gestão apresenta um papel fundam ental ao funcionar como um
instrumento com plem entar do planeam ento estratégico, verificando-se uma

reciprocidade.

Por um lado, sem planeamento o controlo não seria mais do que meras constatações,
uma vez que não haveria um rumo consistente a acompanhar; por outro lado, se não

Controlo de houvesse controlo, o planeamento perderia grande parte da sua aplicabilidade e


tesouraria flexibilidade, devido à inexistência de meios de assegurar a coerência entre os
objetivos e os planos operacionais e de mecanismos de diagnóstico e correção,
respetivamente.

Para além disso, é importante estabelecer dois momentos no controlo: o controlo a


priori que condiciona as decisões orientando-as no sentido dos objetivos
empresariais e o controlo a posteriori, mais vocacionado para a tomada de decisões
corretivas. É claro que no próprio momento da execução também pode haver
controlo por via da fiscalização direta.
Objetivos
• Podemos definir controlo como:
1. Os objetivos da empresa poderão ser de diversa espécie, verificando-se, assim,
que os instrumentos de controlo dizem respeitos a aspectos para além dos
financeiros;

2. A descentralização das decisões e a delegação são condições imprescindíveis para


o exercício do controlo; orientado para a melhoria;

3. O controlo de gestão organiza a convergência de interesses entre cada divisão e a


empresa no seu todo;

4. Os instrumentos de controlo de gestão são concebidos com vista à ação e não


apenas à documentação e muito menos à burocracia;
5. O horizonte do controlo de gestão é o futuro e não o passado;

6. O controlo de gestão atua muito mais sobre as pessoas e sobre a gestão


do que sobre a avaliação dos resultados;

7. O sistema de sanções e recompensas é parte integrante do controlo de


gestão;
8. Os atores de primeira linha do controlo de gestão são muito mais os
responsáveis operacionais do que os controladores.
• O sistema de controlo interno é o plano de organização e todos os
métodos e procedimentos adotados pela administração de uma
entidade para auxiliar a atingir o objetivo de gestão de assegurar, tanto
quanto for praticável, a metódica e eficiente conduta dos seus negócios.
Constituem objetivos do controlo interno:

• Confiança e integridade da informação – deve ser adequada, segura e


oportuna;
• Conformidade com as políticas, planos, leis e regulamentos;
• Salvaguarda do ativo;
• Utilização económica e eficiente dos recursos;
• Realização dos objetivos estabelecidos para as operações ou
programas.
Elementos fundamentais a ter em atenção quando
se estabelece um sistema de controlo interno:
• A definição de autoridade e delegação de responsabilidades; A
segregação, separação ou divisão de funções;

• O controlo das operações;

• A numeração dos documentos

• A adoção de provas e conferências independentes


Natureza do controlo
• Dimensão;
• Relação de propriedade;
• Cultura;
• Estilo dos gestores e relações interpessoais; Grau de descentralização;
• Formalização da atividade.

Assim sendo, a dimensão e a formalização são fundamentais para explicar


o tipo de controlo de uma organização. Quanto maior for a empresa, mais
formalizado deverá ser o sistema de controlo para garantir que a delegação
de autoridade possa ser adequadamente avaliada.
De acordo com essas características os tipos de controlo organizacional podem ser classificados
como: Controlo familiar, Controlo burocrático, Controlo por resultados e Controlo adhoc.

Contexto Social
Local Internacional
Pequena Centralizada Descentralizada
D im ensão Controlo fam iliar Controlo adhoc
Controlo Controlo por
Grande
burocrático resultados
• Controlo interno administrativo ou operacional

• Inclui o plano da organização e os procedimentos e

Processos de registos que se relacionam com os processos de decisão e


autorização das transações. Esta autorização é uma função
controlo da administração associada aos objetivos definidos.

• É um processo e um conjunto ordenado de medidas que


visam a salvaguarda dos ativos da empresa ou entidade,
bem como a fidelidade da informação. Neste sentido,
constitui-se como ponto de partida para o controlo
contabilístico.
Controlo interno contabilístico
• Compreende o plano de organização e os registos e procedimentos
relacionados com a salvaguarda dos ativos da empresa e com a confiança
que inspiram os registos contabilísticos, de modo a que propiciem uma
razoável certeza de que:

• As operações são executadas de acordo e com a aprovação da


administração; As operações são registadas de modo a que as
demonstrações financeiras elaboradas estejam em conformidade com os
PCGA’s;
Sistema de controlo
• O controlo e o planeamento são duas faces da mesma moeda, justificando-se
mutuamente. Ao nível estratégico, o principal objetivo do controlo consiste em
assegurar que os objetivos e os planos estabelecidos são efetivamente alcançados.
• Existem dois grupos de instrumentos de controlo:
• Instrumentos de controlo a priori - atuando antes da tomada de decisão,
influenciando e condicionando os gestores a decidirem de acordo com os padrões
pré-estabelecidos, sob a forma de orçamentos e dos próprios planos de ação.
• Instrumentos de controlo a posteriori - é o controlo na sua forma mais clássica e
mais usual. Reveste-se, basicamente, de uma forma analítica da forma como foram
conduzidas as ações. Os instrumentos fundamentais são o controlo orçamental, o
quadro de comando e o quadro de comando integral.
Características
• O orçamento, do ponto de vista de planeamento, consiste na
tradução financeira dos planos e dos programas.

• O orçamento, antes de tudo, é um instrumento de decisão e ação,


sendo, por isso, muito mais do que fazer previsões e apurar desvios,
representando uma forma de controlo a priori, que condiciona a
tomada de decisões futuras.
• Planeamento
• Uma vez que exige que se estabeleça objetivos quantificados, acabando
por ser uma forma de resumir um conjunto de dados em ações
concretas;

• Motivação
• Ao envolver a participação das pessoas, aumenta a sua responsabilidade
e motivação. Esta é talvez a mais importante função, pois procura
influenciar os gestores a alcançar melhores resultados.
• Coordenação
• Devido ao facto da orçamentação ser um processo ascendente e descendente ao
longo da organização, funciona como um elemento agregador dos diversos
orçamentos parciais, coordenando as atividades e facilitando o seu
acompanhamento por parte da gestão;

• Descentralização
• Porque vai consolidar diversos planos de ação;

• Comunicação
• Permitindo a circulação de informação, tanto a nível vertical como horizontal.
Avaliação e controlo
• No sentido restrito de controlo, o apuramento dos desvios possibilita efectuar
ações corretivas.
O desenvolvimento de
um orçamento passa por
três fases distintas:
Fases

• Na elaboração de um orçamento geral de uma empresa são definidos,


de uma forma sintética, as principais componentes das receitas e dos
custos, possibilitando uma perspetiva global e integrada com o plano
estratégico definido.
• No processo de orçamentação é necessário ter em conta, não só a
previsão dos acontecimentos futuros, mas também os objetivos
pretendidos e a forma como estes irão ser realizados (planos e
programas).
• Vejamos cada um destes aspectos em particular.
Instrumento de controlo
• Planeamento estratégico
• Tendo como panorama um meio envolvente conturbado e imprevisível,
coloca-se ao empresário o desafio de estabelecer um rumo para a sua
empresa. Para tal, há que procurar atentamente oportunidades e responder
a novos desafios que possam surgir.

• Neste contexto altamente competitivo, é na atenção dedicada a estes


fatores que se baseia a sobrevivência e o sucesso de uma empresa. Daqui
resulta o entendimento de que a estratégia e a sua gestão devem considerar
esta flexibilidade numa perspetiva global e de participação dentro da
organização.
Estratégia
• Estratégia é a criação de um posicionamento único e sustentado,
envolvendo um conjunto de atividades diferentes para alcançar
objetivos de longo prazo, tendo em conta as capacidades e
condicionantes da empresa num determinado meio envolvente.
Planeamento operacional
• Para além do plano estratégico, há a considerar, ainda, o plano
operacional.
• Antes de se prosseguir, é importante estabelecer que este último difere
do anterior pelo facto de ser mais curto em termos temporais, mas, por
outro lado ser mais abrangente e detalhado, contribuindo assim para:
• Melhorar o funcionamento das atividades atuais através dos planos de
ação; Colocar em prática as linhas de orientação estratégica
estabelecidas no plano; Verificar se estas medidas são exequíveis,
quantificando os recursos necessários, os custos e os proveitos delas
resultantes
A este nível é fundamental estabelecer dois tipos de coerência:
• Vertical - procurando estabelecer uma ligação entre os objetivos de
cada área operacional;
• Horizontal - evitando a existência de contradições e de duplicação de
esforços entre as diversas atividades.
Análise dos desvios
• A análise do real e do inicialmente orçamentado pode em alguns
casos não se fazer corresponder. É desta diferença, entre o real e
orçamentado, que nasce um dos conceitos mais importantes do
controlo orçamental: o desvio.
• A análise de desvios não é um fim, mas sim um meio para apoiar os
gestores na tomada de decisão, uma vez que obriga o gestor a definir
objetivos exequíveis, a acompanhá-los de forma a tomar medidas
corretivas caso existam desvios.
Desvios de volume

• Medem a diferença entre as realizações e as previsões existentes na


quantidade total do orçamento.
• Este cálculo permite a identificação de variáveis externas que
influenciam a atividade da empresa, designadamente:
• Quota de mercado;
• Volume global da indústria.
• No primeiro caso, o desvio de quota de mercado é calculado através
da diferença entre o valor real das vendas e o decorrente da
multiplicação entre a quota padrão e o volume real da indústria.
Tarefas de tesouraria
• Na linguagem vulgar a palavra tesouraria evoca imediatamente a ideia
de liquidez, de disponibilidades líquidas, meios monetários ou quase
monetários. A palavra é também muitas vezes utilizada para designar
a soma dos valores realizáveis com os disponíveis, deduzida das
dívidas a curto prazo.
• No entanto a conceção que nos importa particularizar é a que associa
o termo à ideia de recursos e necessidades, podendo definir-se
tesourarias de uma empresa, num dado momento, como a diferença
entre os recursos disponíveis para financiar a sua atividade e as
necessidades resultantes dessa mesma atividade.
Equação fundamental de tesouraria

• Algumas das necessidades de tesouraria estão ligadas ao ciclo de


exploração. Designa- se por isso por necessidades cíclicas.

• Existem igualmente recursos que estão ligados ao ciclo de exploração


e que se designam por recursos cíclicos.

• As empresas não têm, assim, que financiar a totalidade das


necessidades ligadas ao ciclo de exploração, mas apenas a diferença
entre as necessidades cíclicas e os recursos cíclicos.
Recebimentos
• A utilização da conta caixa é em maior número em comparação com qualquer
outro tipo de transação. Encontrando-se desta forma mais sujeito a roubos e
fraudes. Desta forma é fundamental à existência de um sistema adequado de
controlo de caixa.
• A caixa é um meio de pagamento das dívidas correntes encontrando-se disponível
imediatamente.
• Um fundo de amortização formado para pagar promissórias, constituir deposito
para a comprar de equipamento de um fabricante para pagamento de dívidas
correntes não é caixa.
• Tendo em atenção as operações diárias com a caixa, existe a necessidade de
supervisionar periodicamente os saldos de caixa. O caixa e tesoureiro utiliza as
folhas de caixa.
Cobranças
• Atendendo à dimensão da empresa, sócio-gerente poderá exercer o
controlo através da supervisão ou através de uma avença realizado
por terceiros.

• No entanto poderá ser substituído por um sistema de controlo


interno de divisão de tarefas.

• A pessoa nomeada para lidar com caixa não deverá efetuar


lançamentos contabilísticos para as suas próprias atividades.
Controlo Interno:

1. Depósito da totalidade das entradas;


2. Vendas a pronto deverão ser apoiadas por facturas – recibo;
3. A obrigação de prestar contas estabelecida nas transferências de
dinheiro.
Quem recebe dinheiro não deve:
Efetuar saídas de caixa.
Registo de Transações de caixa ou reconciliar extratos bancários.
Pagamentos
• Nesta tarefa é essencial assegurar que os pagamentos são efetuados
por pessoas autorizadas, que os pagamentos forem devidamente
recebidos, deverão ser acompanhados por documentos
comprovativos de cada pagamento.
Controlo Interno:
1. Todas as saídas à exceção do fundo maneio deverá ser efetuada por
cheque;
2. Quando os cheques são assinados, os recibos e os documentos
comprovativos deverão ser enviados para revisão;
3. Quem assina os cheques não deve ter acesso as entradas de caixa,
não tendo fundos a seu cargo, não devendo registar lançamentos de
caixa e não devem reconciliar contas bancárias.
• Uma despesa é registada na exploração no momento em que se
verifica o consumo, mas só virá a ser registada na tesouraria no
momento em que for paga.
Controlo
• Saldos de Caixa
• Controlo Interno:
1. As reconciliações bancárias deverão ser realizadas por pessoas que não
recebem nem assinam cheques;
2. Os extratos de conta e cheques pagos deverão ser recebidos sem serem
abertos pelo responsável da reconciliação bancária;
3. Quem assina os cheques não deve ter acesso às entradas de caixa, não
tendo fundos a seu cargo, registar lançamentos nem reconciliar contas
bancárias;
4. Os fundos de caixa deverão ser observados fixos, deverão ser efetuados
contagens surpresas ao longo do tempo.
Fundo de Maneio
• Os fundos de maneio são fundos gastos através do diário de saída de caixa que
se encontram sob a forma de vários cheques emitidos para pagamento de
dívidas.

• Existem na empresa despesas de pequenos montantes onde não se justifica a


emissão de cheques (ex: selos postais, despesas de entregas, fornecimentos e
outras despesas que são pagos em dinheiro através de uma pequena caixa
(fundo de maneio).

• O sistema de fundos fixos de caixa consiste no estabelecimento de um montante


fixo para o fundo de maneio, é periodicamente reforçado com a emissão de um
cheque no valor do montante dos valores despendidos.
Orçamento de tesouraria
• Um orçamento de tesouraria como uma situação previsional detalhada,
geralmente mensal, das receitas e das despesas da empresa, quer essas receitas
e despesas provenham ou não da exploração.
• Existem várias formas de elaborar um orçamento de tesouraria mensal,
trimestral ou anual.
• Muitas das grandes empresas desenvolveram “modelos empresariais”
complexos, outras utilizam programas de folhas de cálculo para planear as suas
necessidades de tesouraria.

• Os procedimentos adotados pelas pequenas empresas poderão ser menos


formais, mas existem procedimentos comuns que todas as empresas têm de
considerar na elaboração de previsões.
• O papel do orçamento de tesouraria é o de permitir ao empresário saber
se a empresa vai gerar meios financeiros suficientes para liquidar as
dívidas que se vão vencendo.
• Quando a empresa dispõe de um sistema completo de orçamentos, as
previsões das receitas e das despesas inscritas no orçamento de tesouraria
derivam das previsões inscritas nos orçamentos de exploração e no
orçamento de investimento e financiamento.

• Na hipótese contrária, se a empresa não possuir qualquer sistema


orçamental ou apenas tiver um sistema muito incompleto, o tesoureiro
terá de recolher pessoalmente as informações de que necessita e o
orçamento será necessariamente mais aproximativo.
Esquematicamente
podemos
apresentar a
sequência
orçamental da
seguinte forma:

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