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COMODATO
O Código Civil Brasileiro, em seus artigos 579 a 585 reza que comodato é
o contrato unilateral, gratuito, pelo qual alguém (comodante) entrega a outrem
(comodatário) coisa infungível, para ser usada temporariamente e depois restituída.
Uma vez que a coisa é infungível, gera para o comodatário a obrigação de restituir um
corpo certo e perfaz-se com a tradição do objeto.
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Pela análise dos textos acima, é possível extrair três elementos desse
contrato: a gratuidade, a infungibilidade do objeto e a necessidade de sua tradição para o
aperfeiçoamento do negócio.
d) Não solene – a lei não prescreve qualquer forma. Vale notar que no
comodato, embora haja transferência do bem, o domínio não é transferido
ao comodatário;
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bem, contudo, as despesas ordinárias como os tributos pagos em razão do objeto, bem
como despesas provindas da natureza do objeto (taxa de condomínio, por exemplo), são
de obrigação do comodatário, conforme a doutrina majoritária. Todavia, ao
Comodatário é garantida a restituição das despesas que não sejam da natureza do objeto
do contrato, como o exemplo a seguir:
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Na seara trabalhista, o assunto é bastante discutido, visto que, atualmente,
alguns empregadores estão usando do contrato de comodato para mascarar a relação de
emprego. Destarte, são de suma importância os ensinamentos que podem ser extraídos
do julgado, abaixo transcrito:
“TRT 2ª Região. Relação de emprego. Contrato de trabalho. Comodato. Obrigações de prestar serviços
de zeladoria e limpeza. Vínculo de emprego caracterizado. CLT, art. 3º. «Sendo o empréstimo de uso um
contrato unilateral, gratuito e real, não se pode considerá-lo válido se a própria testemunha trazida pela
demandada contraditoriamente afirma que a reclamante não recebia ordens, mas deveria cumprir com as
obrigações pactuadas no contrato de comodato. A subordinação empregatícia surge com clareza, já que a
obrigação de contraprestar serviços de zeladoria e limpeza é incompatível com a característica essencial
da gratuidade inerente ao comodato.”
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fosse de sua propriedade, até pela necessidade de restituição do objeto em comodato, da
mesma forma como fora emprestada (princípio da infungibilidade). O comodatário em
mora, além de responsabilizar-se pela coisa, deverá pagar o aluguel ajustado pelo
comodante, até a restituição da coisa.
Exemplo quanto à mora: Eustáquio empresta um jumento de raça a Aroldo, que não o
restituiu no prazo contratado (ultrapassando-o em 05 dias), continuando com o animal
em sua fazenda. Certo dia, a barragem ao lado de sua fazenda estoura, alagando toda a
propriedade e matando o pobre burro. Uma vez que Aroldo estava em mora, ele
responderá pela perca do animal e ainda pelos juros, fixado por Eustáquio, em razão do
prazo atrasado até então verificado de 05 dias.
Exemplo quanto a caso fortuito ou força maior: Belizário empresta livros a Catatau, que
os guarda em sua prateleira juntamente com outros de sua propriedade. Numa tarde de
verão, por circunstâncias de um curto circuito, a casa de Catatau pega fogo. Catatau,
achando-se esperto, mas desconhecedor da legislação prioriza a retirada de seus livros,
em detrimento dos livros de Belizário. Desta forma, Catatau responderá pelas perdas
sofridas por Belizário, ainda que o fato tenha ocorrido sem sua culpa, por caso fortuito
ou força maior.
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Se duas pessoas forem ao mesmo tempo comodatárias de uma coisa, ficarão
solidariamente responsáveis para com o comodante. Preceitua o art. 265, CC: A
solidariedade não se presume, resulta da lei, ou da vontade das partes. Aqui, a
responsabilidade solidária está expressa pela norma.
Exemplo: quando morre um cadeirante a quem foi emprestada uma cadeira de rodas,
esta deverá ser devolvida brevemente. Entretanto, se o empréstimo do trator ao vizinho
foi feito para uso na colheita, a sua morte prematura não obriga os herdeiros a efetuarem
a devolução antes do termino da referida tarefa.
CONTRATO DE COMODATO
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públicos afim de que no término do contrato seja devolvido nas mesmas condições que
ora recebe, sob pena de responder por perdas e danos.
5.º – O COMODATÁRIO não poderá alterar, no todo ou em parte, a área que ora lhe é
cedida.
7.º – O COMODATÁRIO não terá direito à retenção por quaisquer benfeitorias que vier
a realizar no imóvel emprestado.
10.º – Fica eleito o Foro desta cidade, com exclusão de qualquer outro, por mais
privilegiado que seja, para dirimir quaisquer dúvidas que possam surgir na execução do
presente contrato.
E por estarem as partes em pleno acordo em tudo que se encontra disposto neste
instrumento particular, assinam-no na presença das duas testemunhas abaixo,
em…………..vias de igual teor e forma.
………………………..,…….de……………….de …….........
Comodante
………………………………………………………………….
Comodatário
...........................................................................................
Testemunhas:
1ª – ………………......................................
2ª – ………………......................................
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MÚTUO
É aquele em que trata de bens fungíveis, móveis, que podem ser substituídos
por outros de mesma espécie, qualidade e quantidade. Ocorre no mútuo à transferência
do domínio (propriedade) da coisa emprestada, o que não acontece no comodato. No
mútuo é permitido ao mutuário alienar a coisa emprestada, sendo no comodato proibido
ao comodatário transferir o bem para terceiros. O Contrato de Mútuo tem algumas
características, a saber:
- Não solene – A lei não determina uma forma obrigatória para a celebração
do mútuo. Para provar a existência do mútuo, contudo, aplica-se a regra geral de que, no
caso de negócios jurídicos de valor superior a dez salários mínimos, não é admitida
apenas a prova testemunhal, sendo conveniente, portanto, celebrar esse tipo de contrato
por escrito.
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que o risco de destruição corra, única e exclusivamente, por parte do tomador do
empréstimo, desde o momento da tradição. Exemplo:
1. Obrigações do Mutuante:
2. Obrigações do Mutuário:
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OBJETO DO CONTRATO DE MÚTUO
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PRAZO DO MÚTUO
Em regra, o prazo para que seja realizada a restituição é aquele que foi
convencionado entre as partes. Entretanto, se não houver prazo estipulado, valem as
regras dispostas no art. 592, do Código Civil.
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recebê-lo em conta do realizável a longo prazo, independentemente de o contrato
especificar data de vencimento anterior ao término do exercício seguinte. Esta
classificação contábil é estabelecida pelo art. 179, inciso II da Lei nº 6.404/76 (Lei das
S/A). Os direitos do mutuante são de exigir garantia de restituição, reclamar a
restituição e demandar a resolução do contrato se o mutuário, no Mútuo Feneratício,
deixar de pagar os juros.
MÚTUO FENERATÍCIO
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Silenciando o contrato, aplica-se a regra do Art. 133 da parte geral, segundo
o qual, os prazos presumem-se estabelecidos em proveito do devedor. Desse modo,
pode o devedor restituir a coisa antes do termino do prazo. Para que tal direito possa ser
afastado, há necessidade de regra expressa no contrato instituindo um prazo em favor do
credor, exigindo, por exemplo, o pagamento de juros de todo o período contratual,
(Lopes; 1993 V4: 730). Não havendo previsão contratual, o Art. 592 especifica situação
de extinção do mútuo. O descumprimento de clausula contratual também pode dar azo à
extinção, como por exemplo, o não pagamento de juros ou apresentação oportuna de
garantias.
Partes
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O presente contrato tem como OBJETO o suprimento de numerário ao MUTUÁRIO, para
efeito de gastos de constituição, inscrição nos órgãos competentes, material de expediente,
pagamento de tributos, aluguéis, condomínio e outros gastos de atividade.
Cláusula 3ª - Do Prazo
Sobre a quantia emprestada, vencerão juros no valor de nº % valor dos juros em porcentagem ao
ano, pagáveis semestralmente.
Os herdeiros e sucessores dos contratantes se obrigam, desde já, ao inteiro teor deste.
Assinatura do Mutuante
Assinatura do Mutuário
Testemunhas:
1 - Especificar
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2 - Especificar
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
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TARTUCE, Flávio. Direito Civil III. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em
Espécie. 7ª ed. São Paulo. 2012.
NADER, Paulo. Curso de Direito Civil. Contratos. Volume 3. 6ª ed. Rio de Janeiro.
2012.
DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico Universitário. 1ª ed. Saraiva. São Paulo.
2010.
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