Você está na página 1de 20

RESUMO - CONTRATOS EM ESPÉCIE

Isabella Maia
REFERÊNCIA= anotações de aula

CONTRATO DE LOCAÇÃO
*Locação de coisas= código civil; bem imóvel tem a Lei de Inquilinato (aplicação
subsidiária com o CC)
Definição: uma das partes se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e
gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição.

Natureza jurídica: bilateral, oneroso, consensual, comutativo, não solene, trato sucessivo

Elemento: objeto, preço e consentimento


1. Objeto: coisas móveis e imóveis (apenas os imóveis não abrangidos pela Lei de
Inquilinato, ex: apart-hotéis, vagas autônomas de garagem). Bem infungível,
corpóreos ou incorpóreos, total ou parcial e abrange os acessórios, salvo expressão
contratual contrária
2. Preço determinado ou determinável, em regra pecúnia (mas admite-se formas mistas),
periodicidade pode ser acordada, em regra obrigação quesível (casa do
locatário=devedor)
3. Consentimento:expresso ou tácito. Para o locador, basta que tenha poderes de
administração. No caso de coisa indivisa em condomínio, exige-se mútuo acordo ou
decisão por maioria, tendo o condômino preferência sobre terceiros.

Sujeitos: locador, senhorio ou arrendador; e locatário, inquilino ou arrendatário


Não é um contrato personalíssimo, admite cessão e sublocação (salvo previsão expressa)

Obrigação do locador: artigo 566


1. entregar a coisa ao locatário – entrega da posse, não da propriedade E a manutenção
da coisa (grandes reparos sem a culpa do locatário)
2. garantir o uso pacífico da coisa (ex: evitar que o objeto seja objeto de penhora, de
busca e apreensão. Alugo um carro e sofro uma busca e apreensão no meio da viagem)

Obrigação do locatário: artigo 569


1. utilizar a coisa como se fosse sua, com o mesmo cuidado (inclusive pequenas
reparações)
2. pagamento do aluguel (ou dos aluguéis)
3. avisar e proteger o bem de qualquer turbação de terceiros
4. restituição da coisa

Artigo 571. Possibilidade de reaver ou devolver a coisa antes do prazo (se for o locador
reavendo, cabe perdas e danos ao locatário; se for o locatário, paga multa). O Locatário possui
direito de retenção das perdas e danos, bem como benfeitorias (como funciona essa retenção?)
Artigo 573. Locação por tempo determinado, findo este, cessa de pleno direito. Caso não haja
oposição do locador, presume-se pela prorrogação. Agora entende-se que não há prazo e
cobra-se o mesmo aluguel.

Artigo 575. Locação com prazo indeterminado depende de notificação do locatário para
término

Artigo 576. Em caso de alienação, o adquirente não ficará obrigado a respeitar o contrato, se
nele não for consignada a cláusula da sua vigência no caso de alienação, e não constar
de registro.

Artigo 577. Em caso de morte de uma das partes, transfere-se aos seus herdeiros a locação por
tempo determinado.
CONTRATO DE LOCAÇÃO DE PRÉDIOS
Lei 8245/91.Não trata de imóveis públicos, vagas autônomas de garagem ou de espaços de
estacionamento de veículos, espaços destinados à publicidade, apart-hotel e hotéis

Possibilidade de haver mais de um locatário: devedores solidários (direito de regresso


sobrevive)

Prazo: livre (convencionado entre os contratantes)


Outorga uxória (autorização do cônjuge) para prazos estabelecidos por 10 anos ou mais pelo
locador, para não prejudicar o bem comum do casal.

O locador não pode reaver o imóvel se o cedeu por prazo determinado, em hipótese alguma.
O locatário pode devolver, desde que pague multa

Extinção da locação: artigo 9º da lei 8245/91


Artigos 10 e 11: casos de morte

Do aluguel: convencionada, tanto o aluguel quanto o reajuste (se não for convencionado, tem
o reajuste judicial, se provocado, após 3 anos)

Obrigações: locador (art.22) e locatário (art.23)

Direito de preferência: arts. 27 ao 34. Aqui a preferência não é convencional, é legal. Primeiro
oferecimento tem que ser para o locatário (notificação extrajudicial, judicial…). O locador diz
suas exigências para venda. Prazo de 30 dias para o aceite- caduca se não manifestar o
interesse). Se ele manifesta o interesse e não concretiza, locador pode pedir perdas e danos

Benfeitorias: locatário terá direito à indenização das benfeitorias necessárias, ainda que estas
não forem autorizadas. Se forem benfeitorias úteis, só têm direito a essa indenização se forem
autorizadas. Voluptuárias não são indenizadas.
ESPÉCIES DE LOCAÇÃO DE PRÉDIOS
1. Locação residencial (arts. 46 e 47)

Hipóteses de denúncia cheia: artigo 9º, extinção do contrato de trabalho, uso próprio,
demolição ou realização de obras, vigência de mais de 5 anos

2. Locação para temporada (arts. 48 a 50)


Prazo menor do que 90 dias. Se o locatário passar de 90 dias (automaticamente no 91º dia),
esse contrato se tornou um contrato por prazo indeterminado (hipótese que se encaixa na 1ª
imagem acima)
3. Locação não residencial (arts. 51 a 57)
Direito à renovação do contrato de aluguel de forma compulsória pelo mesmo período
convencionado, desde que três requisitos sejam comprovados:
- existência de contrato escrito e determinado
- prazo mínimo do exercício da atividade é de 5 anos (?)
- estar no mesmo ramo por no mínimo 3 anos
Não renovação contratual (art.52): duas hipóteses: I. obras e II. uso próprio de OUTRO ramo
Demais casos (art. 56): o contrato cessa findo o prazo, independente de notificação
Artigo 5º: ação de despejo
CONTRATO DE EMPRÉSTIMO
Cessão do poder inerente de propriedade para que a pessoa possa utilizar a coisa e que haja a
devolução da coisa conforme recebeu
Não tem o intermédio da retribuição financeira

COMODATO
Empréstimo gratuito de coisas não fungíveis (insubstituíveis)- móveis e imóveis. Contrato
REAL, gratuito, unilateral, não solene, personalíssimo
ELEMENTO SUBJETIVO
Comodante: sujeito ativo
Comodatário: sujeito passivo- posse direta- não há usucapião
ELEMENTO OBJETIVO
Prestação (elemento objetivo de qualquer obrigação): dar, restituir, fazer e não fazer.

VIOLAÇÃO POSITIVA DO CONTRATO


Possibilidade de resolução contratual por “falar mal” (difamação , calúnia…) do comodante-
desrespeito aos deveres contratuais anexos.
Gera perdas e danos

TERCEIRO QUE ATRAPALHA O ANDAMENTO DE CONTRATO


Hipótese:. Esposa do comodatário não quer a casa
Artigo 1647: só é necessário de outorga uxória se for gravar de ônus o bem. — Um contrato
que é gratuito e unilateral não dá ônus para as partes, não necessita dessa outorga. Terceiro
não pode atrapalhar o andamento do contrato (contrato deve ser respeitado por todos).

VÍCIO REDIBITÓRIO EM COMODATO


Art. 441: contrato comutativo: pressupõe obrigação bilateral, onerosa: prestações contrapostas
Logo, não cabe vício redibitório.

É NECESSÁRIO SER PROPRIETÁRIA PARA ENTREGAR A COISA DE


COMODATO?
Como regra, eu não preciso ser proprietária do bem para dispô-lo em comodato.

COMODATÁRIO MORREU, EXTINGUE O CONTRATO?


Sim. É um contrato personalíssimo.
Doutrina (Gustavo Tepedino) : o que interessa é o fim do contrato (ex: empresto minha casa
pro meu amigo e a família dele morar. Ele morre, a família tem que sair? Pro Tepedino, não)

POR QUE CURADORES E TUTORES NÃO PODEM DAR OS BENS DE SEUS


TUTELADOS EM COMODATO?
Não. Consequência patrimonial e existencial que afeta o tutelado. Salvo AUTORIZAÇÃO
ESPECIAL: dada pelo magistrado.

Encargo modal: escada ponteana na eficácia. Vide artigo 584


- Sobre o prazo: ele pode ser determinado/indeterminado. Determinado: prazo
convencionado/ tempo necessário para o uso concedido (ex: o tempo que você levar
para ir e voltar de Nova Iguaçu).
- Se o prazo é indeterminado, a qualquer tempo o comodante pode solicitar a devolução
da coisa
- Se o prazo é determinado, o comodante não pode pedir a coisa antes do final do prazo,
SALVO necessidade imprevista e urgente reconhecida pelo juiz

● Obrigações do comodatário: art. 582: conservar a coisa como se fosse sua (também
arcar com o uso decorrente da coisa, ex: colocar gasolina) e usá-la de acordo com o
contrato e a natureza dela
● Casos fortuitos/ força maior, art. 583: responsabilidade do comodatário. Exceção da
regra “a coisa perece com o dono”, tamanho o benefício do comodatário
● Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas feitas
com o uso e gozo da coisa emprestada. Evitar enriquecimento sem causa
● Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma coisa,
ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante. Solidariedade legal (não
presumível em lei)

MÚTUO
Empréstimo gratuito de coisas fungíveis (substituíveis-art. 85), no qual o mutuário é obrigado
a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
Bens móveis. Contrato CONSENSUAL (profa Maria Celina Bodin), gratuito (regra),
unilateral, não solene, personalíssimo (pode ser oneroso= mútuo feneratício)

ELEMENTO SUBJETIVO
Mutuante: sujeito ativo
Mutuário: sujeito passivo- posse direta- não há usucapião

ELEMENTO OBJETIVO
Prestação (elemento objetivo de qualquer obrigação): dar, restituir (238), fazer e não fazer.

Art. 587. Este empréstimo transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário, por cuja conta correm
todos os riscos dela desde a tradição. Quem transfere domínio é porque tem a propriedade, é
dono (diferença do comodato) → na declaração do IR você declara esse dinheiro, isso entra
no seu patrimônio. Art. 238= direito real → houve a transferência de domínio → res perit
domino (a coisa perece com o dono)

Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não
pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores. EXCEÇÃO= 589; só ratifica quando
atinge maioridade
Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente: (evitar o enriquecimento sem causa)

I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o empréstimo, o ratificar


posteriormente; ex: autorização dos genitores posteriormente

II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o empréstimo para os seus
alimentos habituais; ex: menor pegou lanche na cantina porque esqueceu o dinheiro

III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução do credor não
lhes poderá ultrapassar as forças;

IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor;

V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente. (ex: fingiu ser maior de idade)

Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de
uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela
outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.

Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a
um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga.

Art. 590. O mutuante pode exigir garantia da restituição, se antes do vencimento o mutuário sofrer
notória mudança em sua situação econômica. Quais garantias? Reais (penhora, ex.) e Pessoal -
garantia fidejussória- (fiador, ex.). Possível pedir a resolução do contrato caso as garantias não
sejam apresentadas. Em uma tutela específica, não preciso pedir perdas e danos. – art. 477
(exceção do contrato não cumprido)

Posso pedir antes, se eu apresentar uma prova de que o mutuário sofreu notória mudança
em sua situação econômica

Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico
pode ser provado mediante:

I - confissão;

II - documento;

III - testemunha;

IV - presunção;

V - perícia.

Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos (mútuo feneratício), presumem-se devidos
juros, os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a
capitalização anual. Natureza jurídica desses juros? Juros remuneratórios (o dinheiro
desvaloriza quando o mutuante ‘perde’ e há acréscimo patrimonial para o mutuário)

Art. 406. Quando os juros moratórios (pelo inadimplemento relativo)


não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando
provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver
em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda
Nacional.

Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de


juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da
imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de
garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária.

§ 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são


calculados à taxa de um por cento ao mês.

● Taxa Selic (taxa básica de juros da economia) referenciada pelo STJ, mas tribunais
não acatam na prática, colocam mais de 1%. Instabilidade jurídica.
● Pergunta: Como compatibilizar o artigo 591 com o 395 do Código Civil? Não há
compatibilidade, pois a natureza jurídica do 395 é de mora e o do 591 é remuneratória

Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais
juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais
regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

**O banco não corresponde aos juros legais (300% ao mês) → decisão do STJ: (REsp
2.009.614)

Art. 592. Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo será:

I - até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, como para
semeadura;

II - de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;

III - do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível.

● Não é possível pedir ações possessórias, pois a coisa não está mais no seu patrimônio
● Lei de Usura: juros de 6% ao mês e 24% ao ano → ainda está em vigor
● Deságio: possibilidade do consumidor que pediu empréstimo e quer pagar
antecipadamente, juros proporcionalmente menor (teoria do diálogo das fontes =
diálogo sistemático de complementaridade
● Shark Tank é um contrato de mútuo: contrato de mútuo conversível em
participação: eu te empresto dinheiro, se você falhar, chegando ao prazo de devolver
o dinheiro, você devolve. Se você exitou, quero converter esse empréstimo em
participação na sua sociedade (viro sócio)

CONTRATOS DE PRESTAÇÃO

NJ no qual uma das partes (prestador) se obriga a realizar uma atividade em prol de outra
parte (tomador), mediante remuneração

Art. 593. A prestação de serviço, que não estiver sujeita às leis trabalhistas ou a lei especial, reger-se-á
pelas disposições deste Capítulo. Pode ser profissional liberal ou braçal
Art. 594. Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada
mediante retribuição.

CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS DE PRESTAÇÃO

- Contrato típico e nominado


- Bilateral ou sinalagmático (obrigações para ambos os contratantes) e comutativo
(equivalência entre tais prestações)
- Oneroso (normalmente sob a forma de retribuição pecuniária)- EM REGRA (En. 541
CJF)
- Contrato “não solene” (forma livre de pactuação) e consensual
- Individual e, em regra, personalíssimo, ou seja, celebrado intuitu personae (possível
uma subcontratação, pela autonomia da vontade das partes)
- De duração determinada ou indeterminada.
- Contrato principal e definitivo
- Contrato com uma prestação de obrigação de fazer mediante uma obrigação de dar
- Não pode ser considerado um contrato de trabalho lato sensu, pois possuem
características próprias: a eventualidade (ex: uma diarista, por mais que seja acordado
que ela vá duas vezes na semana, ela não pode ser obrigada a ir nos exatos dois dias)
(?)

RETRIBUIÇÃO

- Honorários, soldadas, preço. NÃO SE FALA EM SALÁRIO


- Não admite a prestação gratuita de serviços EM REGRA (o juiz arbitrá-la de
acordo com os costumes do lugar, o tempo de execução e a qualidade – fiz um
treino com um personal e ele cobra um valor no final que eu não concordo.
Esse valor pode ser decidido pelo juiz).- Art. 596. CC
- O pagamento é normalmente pós-retributivo (depois da obrigação de fazer
satisfeita) e global (por acordo pode ser pago antecipadamente e em parcelas) -
Art. 597, CC
- Serviço prestado por quem não possua título de habilitação, se realizado de boa
fé e resultar benefício para a outra parte, cabe compensação razoável. (art.606,
CC) (ex: ele possui habilitação para jardineiro, mas sabe fazer trabalhos como
eletricista. Se ele fez de boa-fé e entregou o serviço pronto, deve ser pago). A
exceção para essa regra é quando a proibição da prestação de serviço resultar
de lei de ordem pública. (ex: pagar consulta médica com uma falsa médica)

TEMPO DE DURAÇÃO

Contrato por prazo determinado: (máximo 4 anos)

Contrato indeterminado – cabe Resilição unilateral.- tem que ter aviso prévio para fugir de
perdas e danos

OBS: Um contrato de prestação de serviço pode ser habitual, sem que, com isso, se converta
em um contrato de emprego
AVISO PRÉVIO

- Contratos indeterminados

Art. 599. Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou do
costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver o contrato.

Parágrafo único. Dar-se-á o aviso:

I — com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês, ou mais;

II — com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou quinzena;

III — de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias”.

OBS: A ausência da comunicação, pela parte que resilir o contrato, faz nascer, para o outro
contratante, o direito de pleitear perdas e danos pelos prejuízos causados

EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

“Art. 607. O contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qualquer das partes.
Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão do
contrato mediante aviso prévio, por inadimplemento de qualquer das partes ou pela
impossibilidade da continuação do contrato, motivada por força maior”.

Art. 604. Findo o contrato, o prestador de serviço tem direito a exigir da outra parte a declaração de
que o contrato está findo. Igual direito lhe cabe, se for despedido sem justa causa, ou se tiver havido
motivo justo para deixar o serviço.

INDENIZAÇÕES PELA EXTINÇÃO ANTECIPADA

- Contratos determinados

Art. 602. O prestador de serviço contratado por tempo certo, ou por obra determinada, não se pode
ausentar, ou despedir, sem justa causa, antes de preenchido o tempo, ou concluída a obra.

Parágrafo único. Se se despedir sem justa causa, terá direito à retribuição vencida, mas responderá
por perdas e danos. O mesmo dar-se-á, se despedido por justa causa.

Art. 603. Se o prestador de serviço for despedido sem justa causa, a outra parte será obrigada a
pagar-lhe por inteiro a retribuição vencida, e por metade a que lhe tocaria de então ao termo legal do
contrato.

- Se ausentar antes de finalizar o serviço:


a. Sem justa causa: direito à retribuição vencida, MAS tem que pagar perdas e danos
b. Com justa causa: direito à retribuição vencida
- Se despedir antes de finalizar o serviço:
a. Sem justa causa: direito à retribuição vencida, MAS tem que pagar perdas e
danos
b. Com justa causa: direito à retribuição vencida

- Se for despedido antes de finalizar o serviço:


a. Sem justa causa: direito à retribuição vencida, MAS metade do restante até o
termo legal do contrato. (ex: contrato por 5 meses, valendo 2000 por mês. Se
for despedido no 3º mês, ganha 4000 mais a retribuição vencida)
b. Com justa causa: direito à retribuição vencida.

ALICIAMENTO DE MÃO DE OBRA

Art. 608. Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar serviço a outrem
pagará a este a importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de
caber durante dois anos.

Intuito: evitar a concorrência desleal

(Ex.: saída do Luís Castro do Botafogo para o Al Nassr). Se ele tinha um contrato que
ganhava 100 mil por mês, o Al Nassr terá que pagar 2.400.000 ao Botafogo. Mas já se começa
a falar de pagamento de perdas e danos pelo aliciado (Luís Castro), pela má-fé

CONTRATO DE EMPREITADA

Não se confunde com contrato de prestação. Ausência de subordinação e dependência

Conceito: NJ por meio do qual uma das partes, chamada “empreiteiro”, “empresário” ou
“locador”, se obriga a realizar pessoalmente ou por meio de terceiros, obra certa para o
outro contratante, denominado “dono da obra”, “comitente” ou “locatário”, com material
próprio ou por este fornecido, mediante remuneração.

Normalmente utilizado na atividade de construção civil, podendo ser usado também para o
desenvolvimento de um trabalho, seja manual ou intelectual, como uma criação técnica
(elaboração de um projeto científico), artística (redação de um livro) ou artesanal (feitura de
vasos decorativos de argila)

A elaboração do projeto também pode ser resultante de um contrato de empreitada, sem o


estabelecimento de qualquer obrigação de executar a obra. (ex.: Posso fazer o design do seu
quarto sem ter a obrigação de realizá-lo)

CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE EMPREITADA

- Contrato típico e nominado


- Bilateral ou sinalagmático e comutativo
- Oneroso (normalmente sob a forma de retribuição pecuniária)
- Contrato “não solene” (forma livre de pactuação) e consensual
- Individual e, em regra, impessoal (possível uma subcontratação- subempreitada, pela
autonomia da vontade das partes)
- Contrato de duração determinada, porém, trato sucessivo, execução continuada ou
débito permanente.
- Contrato principal e definitivo

MODALIDADES DO CONTRATO DE EMPREITADA

Art. 610. O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só com seu trabalho ou com ele e os
materiais.

1. Empreitada de mão de obra

É a regra geral, se não for disposto algo diferente

Riscos da atividade: a priori, do dono (princípio res perit domino, salvo culpa do empreiteiro)

OBS: Se a coisa perecer antes de entregue, sem mora do dono nem culpa do empreiteiro, o
empreiteiro perderá a retribuição, se não provar que a perda resultou de defeito dos
materiais e que em tempo reclamou contra a sua quantidade ou qualidade (Art 613, CC)

2. Empreitada de materiais

É o empreiteiro que se obriga a realizar a obra e também fornecer os materiais necessários.


Exige previsão específica, seja de norma legal própria, seja da autonomia da vontade.

Art. 611. Quando o empreiteiro fornece os materiais, correm por sua conta os riscos até o momento da
entrega da obra, a contento de quem a encomendou, se este não estiver em mora de receber. Mas se
estiver, por sua conta correrão os riscos. Riscos da atividade é do empreiteiro até o momento da
entrega da obra, salvo se o dono da obra estiver em mora

RETRIBUIÇÃO DO CONTRATO DE EMPREITADA

- Remuneração total (de toda a atividade desenvolvida) ou proporcional ao trabalho


executado
- O pagamento pelo dono da obra, do preço da medida, faz presumir a verificação. (em
princípio, o ônus da prova de eventual vício é do dono da obra)
- Preço da empreitada é fixo, estabelecido no momento da celebração (podem ser
reajustados, em especial em empreitadas de duração mais longa)

“Art. 620. Se ocorrer diminuição no preço do material ou da mão de obra superior a um


décimo do preço global convencionado, poderá este ser revisto, a pedido do dono da obra,
para que se lhe assegure a diferença apurada”.
Dispositivo inovador do novo Código Civil - Positivação da teoria da onerosidade
excessiva (anteriormente aceita apenas pela doutrina e jurisprudência)

DIREITOS E DEVERES DO EMPREITEIRO E DO DONO DA OBRA

1. Remuneração

Obra executada- o empreiteiro se obriga a dar preço certo ou proporcional ao serviço, sem
atenção, a priori, ao tempo nela empregado.

Retribuição – pecúnia ou de outra espécie (inclusive uma quota-parte da própria obra)

Despendendo mais tempo do que o previsto, não terá direito a qualquer majoração

2. Aceitação

“Art. 615. Concluída a obra de acordo com o ajuste, ou o costume do lugar, o dono é obrigado
a recebê-la. Poderá, porém, rejeitá-la, se o empreiteiro se afastou das instruções
recebidas e dos planos dados, ou das regras técnicas em trabalhos de tal natureza”. (ex.:
pedi um quarto rosa e me foi entregue um azul)

OBS: Afastamento das regras - a obra pode ser recebida com abatimento no preço.

3. Pagamento de materiais recebidos e inutilizados

“Art. 617. O empreiteiro é obrigado a pagar os materiais que recebeu, se por imperícia ou
negligência os inutilizar”.

4. Inalterabilidade relativa do projeto

Garantia mínima de segurança jurídica e manutenção do projeto estabelecido, admitindo a sua


flexibilização para as pequenas alterações tópicas, que não importam em sensível modificação
de custos e do direito do autor do projeto em realizar o idealizado. (art 621, CC)

Art. 621. Sem anuência de seu autor, não pode o proprietário da obra introduzir modificações no
projeto por ele aprovado, ainda que a execução seja confiada a terceiros, a não ser que, por motivos
supervenientes ou razões de ordem técnica, fique comprovada a inconveniência ou a excessiva
onerosidade de execução do projeto em sua forma originária.

PRAZO DE GARANTIA

Garantia legal de 5 (cinco) anos - tempo razoável para atestar se a edificação é sólida e segura
o suficiente, subentendendo que respeita as especificações estabelecidas.

Prazo decadencial de 180 dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito para


exercício do direito de garantia - prazo para o ajuizamento da postulação decorrente de
uma ação redibitória ou a quanti minoris. (Art 618, CC)

Você tem 5 anos para achar vício ou defeito afeto ao direito de garantia. A partir do momento
que você achou, você tem 180 dias para postular ação redibitória ou quanti minoris.
Ação redibitória: Rejeitar a coisa defeituosa + devolução do preço

Ação quanti minoris ou estimatória: Ficar com a coisa + reclamando um abatimento no preço

OBS: Pode a obra ser projetada por uma pessoa e executada por outra. Se o vício de solidez e
segurança resulta de falha ou imprecisão do projeto, a responsabilidade é imputada a quem
o elaborou. Todavia, se decorre da execução, responsabiliza-se o empreiteiro que a
promoveu

SUSPENSÃO DO CONTRATO DE EMPREITADA

Art. 623. Mesmo após iniciada a construção, pode o dono da obra suspendê-la, desde que
pague ao empreiteiro as despesas e lucros relativos aos serviços já feitos, mais
indenização razoável, calculada em função do que ele teria ganho, se concluída a obra. Danos
emergentes

Art. 624. Suspensa a execução da empreitada sem justa causa, responde o empreiteiro por
perdas e danos. Lucros cessantes

DANO MATERIAL!

- Possibilidade — mais teórica do que fática — de retomada da obra pelas próprias


partes
- A situação se aproxima muito mais de uma modalidade de resilição unilateral.

EXTINÇÃO DO CONTRATO DE EMPREITADA

- Forma ordinária de extinção =mediante sua execução


- Falecimento do empreiteiro (embora normalmente celebrado de forma impessoal),
quando levadas em consideração as qualidades pessoais do empreiteiro.

“Art. 625. Poderá o empreiteiro suspender a obra (em geral, resultarão na extinção do
contrato)

I — por culpa do dono, ou por motivo de força maior;

II — quando... se manifestarem dificuldades imprevisíveis de execução...que torne a


empreitada

excessivamente onerosa, e o dono da obra se opuser ao reajuste do preço inerente ao


projeto...;

III — se as modificações exigidas pelo dono da obra, por seu vulto e natureza, forem
desproporcionais ao projeto aprovado, ainda que o dono se disponha a arcar com o acréscimo
de preço
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO EMPREITADA

Objeto: atividade do prestador, sendo a Objeto: não é a atividade, mas a obra em si,
remuneração proporcional ao tempo permanecendo inalterada a remuneração,
dedicado ao trabalho qualquer que seja o tempo de trabalho
despendido;

Execução do serviço é dirigida e fiscalizada A direção compete ao próprio empreiteiro;


por quem contratou o prestador, a quem este
fica diretamente subordinado

O patrão assume os riscos do negócio O empreiteiro assume os riscos do


empreendimento (não há subordinação)

CONTRATO DE DEPÓSITO

Dever de guarda. Entrega de coisa móvel ao depositário para guardar até que o depositante o
reclame.

Se o bem (objeto de depósito) for fungível, descaracteriza o depósito? Não, é um depósito


irregular (vale pelo contrato de mútuo, art. 645 → o que essa mudança traz? no depósito, a
coisa jamais se integra ao meu patrimônio, ao contrário de mútuo. Também afeta em questões
de prazo)

ELEMENTO SUBJETIVO
Depositante: sujeito ativo
Depositário: sujeito passivo (Fiduciária: entrega a quem se confia)

ELEMENTO OBJETIVO
Prestação (elemento objetivo de qualquer obrigação): dar, restituir, fazer e não fazer. (se for
dinheiro, é obrigação de dar)
● Analisar quem tem mais interesse no contrato. No depósito, é para o depositante.
Quem tem mais obrigações, tem mais interesses (geralmente)
● Eu não preciso ser proprietária para dar a coisa em depósito.
● Entrega da coisa pelo depositante para o depositário: contrato real
● Características: contrato real, fiduciário, personalíssimo, oneroso ou gratuito e não
solene.

Art. 630. Se o depósito se entregou fechado, colado, selado, ou lacrado, nesse mesmo estado
se manterá. Descumprimento: responsabilidade OBJETIVA (independente de culpa)

Art. 640. Sob pena de responder por perdas e danos, não poderá o depositário, sem licença expressa do
depositante, servir-se da coisa depositada, nem a dar em depósito a outrem. Ex: Estou com o carro
da minha amiga, caso eu precise entregar para outra pessoa, eu tenho que avisar minha amiga.
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Logo, no
340 não é só perdas e danos

Art. 629. O depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da coisa depositada o cuidado e
diligência que costuma com o que lhe pertence, bem como a restituí-la, com todos os frutos e
acrescidos, quando o exija o depositante. Quando se diz cuidado e diligência, significa que eu
tenho que cuidar melhor do que fosse minha.

● Restituição do prazo estabelecido pelas partes (art. 627 e 633. Ainda que o contrato
fixe prazo à restituição, o depositário entregará o depósito logo que se lhe exija, salvo
se tiver o direito de retenção a que se refere o art. 644, se o objeto for judicialmente
embargado, se sobre ele pender execução, notificada ao depositário, ou se houver
motivo razoável de suspeitar que a coisa foi dolosamente obtida)
● Art. 644. O depositário poderá reter o depósito até que se lhe pague a retribuição devida, o
líquido valor das despesas, ou dos prejuízos a que se refere o artigo anterior, provando
imediatamente esses prejuízos ou essas despesas. Ex: o cachorro do meu vizinho precisou
fazer uma cirurgia de emergência

Não há transferência de propriedade e a coisa não entra no patrimônio do depositário, por isso
o depositário tem que estar a postos para entregá-la assim que o depositante reclamá-la.

● Se a coisa se perde ou se deteriora sem a perda ou culpa do depositário, ele responde?


Não. Art. 642. O depositário não responde pelos casos de força maior; mas, para que lhe valha
a escusa, terá de prová-los.
● A recusa do depositário de devolver o bem pode gerar ações possessórias para o
depositante? Sim (a pessoa estaria em mora → perdas e danos)
● O local de restituição do bem: Art. 631. Salvo disposição em contrário, a restituição da
coisa deve dar-se no lugar em que tiver de ser guardada. As despesas de restituição correm por
conta do depositante. Ex: deixo meu carro na casa da minha mãe, em Nova Iguaçu. Caso
eu queira que ela traga o carro até a mim, preciso arcar com os custos da restituição
● Coisa depositada em favor de terceiro: Art. 632. Se a coisa houver sido depositada no
interesse de terceiro, e o depositário tiver sido cientificado deste fato pelo depositante, não
poderá ele exonerar-se restituindo a coisa a este, sem consentimento daquele. Ex: pessoa
viciada em jogo e pede que alguém deposite o bem em favor dos filhos, para que
assim ela não gaste em prol do vício

Art. 628. O contrato de depósito é gratuito, exceto se houver convenção em contrário, se resultante de
atividade negocial ou se o depositário o praticar por profissão. Dog care seria um contrato oneroso

Art. 646. O depósito voluntário provar-se-á por escrito. *Cuidado com o fato de ser não solene.
Precisaria entrar com uma ação de reconhecimento de depósito.

ESPÉCIE DE DEPÓSITO

- Depósito voluntário ou convencional


- Depósito necessário: 647. I - o que se faz em desempenho de obrigação legal (imposto
pela lei. Art. 1233 (depósito necessário; ex: achar uma mala de dinheiro e devolver)
- Depósito miserável (que é necessário): 647. II - o que se efetua por ocasião de alguma
calamidade, como o incêndio, a inundação, o naufrágio ou o saque. (ex: resgatar
animais resgatados achados em uma enchente)
- Depósito hoteleiro ou hospedeiro: 649. Aos depósitos previstos no artigo antecedente
é equiparado o das bagagens dos viajantes ou hóspedes nas hospedarias onde
estiverem.

Parágrafo único. Os hospedeiros responderão como depositários, assim como pelos furtos e
roubos que perpetrarem as pessoas empregadas ou admitidas nos seus estabelecimentos.

Artigo 643: obrigações do depositante (e os prejuízos que do depósito provierem. → evitar


enriquecimento sem causa)

● Depositário infiel: Súmula Vinculante 25= ilegal essa prisão. Pacto de São José da
Costa Rica (status constitucional), logo, o artigo 652 não está de acordo com o sistema
constitucional convencional no Brasil

CONTRATO DE MANDATO

Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome,
praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato.

Exceção para o peso do contrato de mandato: alterar contrato social


Exemplo do contrato de mandato: Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante
procuração, por instrumento público, com poderes especiais.- exemplo de solenidade
*Ler o PU

CARACTERÍSTICAS: não solene, fiduciário, personalíssimo.

ELEMENTO SUBJETIVO
Mandante: sujeito ativo
Mandatário: sujeito passivo (age como se o próprio mandante fosse)
ELEMENTO OBJETIVO
Prestação (elemento objetivo de qualquer obrigação): dar, restituir, fazer e não fazer.
Objeto: praticar ato/ administrar interesse

Mandato ad judicia x Mandato ad negotia


1. O único que pode ser mandatário nesse é o advogado
Art. 105 do CPC. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento
público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos
os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência
do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação,
receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de
hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica.
2. Mandato do dia a dia (não posso fazer alguma coisa, eu peço para que alguém faça no
meu lugar e me represente)

Contrato de mandato x representação x procuração


1. É um contrato típico
2. Pode existir representação sem mandato (ex: sócios de empresa)
3. Instrumento de mandato (não é um contrato típico): confere poderes de atuação e não
estabelece obrigações ao procurador

Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que
valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.

- Menor relativamente incapaz pode ser mandante? Pode, desde que com instrumento
público. É mandatário? Pode também.

Art. 666. O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser mandatário, mas o
mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis às
obrigações contraídas por menores. *Lembrar do arts 180 e 181

§ 1 o O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do
outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes
conferidos.

§ 2 o O terceiro com quem o mandatário tratar poderá exigir que a procuração traga a firma
reconhecida. STJ decidiu que o reconhecimento de firma é essencial no mandato judicial

Gustavo Tepedino: não há contrato bilateral no contrato de mandato: quem tem


responsabilidade é só o MANDATÁRIO- não há correspectividade

Para Tepedino, não cabe exceção do contrato não cumprido, pois o contrato é unilateral (faça
o que você tem que fazer e depois receba a devida remuneração) – dever de lealdade
prepondera - entendimento minoritário

CLASSIFICAÇÃO: unilateral (Tepedino-minoritário)/ bilateral


gratuito/oneroso

Art. 658. O mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipulada retribuição, exceto se o
seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário trata por ofício ou profissão lucrativa.
(exceção: despachante, advogados, contadores…)

Parágrafo único. Se o mandato for oneroso, caberá ao mandatário a retribuição prevista em lei ou no
contrato. Sendo estes omissos, será ela determinada pelos usos do lugar, ou, na falta destes, por
arbitramento.
Art. 689. São válidos, a respeito dos contratantes de boa-fé, os atos com estes ajustados em nome do
mandante pelo mandatário, enquanto este ignorar a morte daquele ou a extinção do mandato, por
qualquer outra causa.

Art. 690. Se falecer o mandatário, pendente o negócio a ele cometido, os herdeiros, tendo ciência do
mandato, avisarão o mandante, e providenciarão a bem dele, como as circunstâncias exigirem.

Art. 691. Os herdeiros, no caso do artigo antecedente, devem limitar-se às medidas conservatórias, ou
continuar os negócios pendentes que se não possam demorar sem perigo, regulando-se os seus serviços
dentro desse limite, pelas mesmas normas a que os do mandatário estão sujeitos.

Gustavo Tepedino: contrato de mandato é um contrato preparatório → ele não objetiva o


resultado final, ele é um facilitador do trato social

Art. 655. Ainda quando se outorgue mandato por instrumento público, pode substabelecer-se mediante
instrumento particular.

Enunciado do CCJ: desde que não seja exigida forma pública específica do ato (exigência
legal). Noção fortalecida também pelo 657: Art. 657. A outorga do mandato está sujeita à forma
exigida por lei para o ato a ser praticado. Não se admite mandato verbal quando o ato deva ser
celebrado por escrito.

Art. 656. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito.

Art. 672. Sendo dois ou mais os mandatários nomeados no mesmo instrumento, qualquer deles poderá
exercer os poderes outorgados, se não forem expressamente declarados conjuntos, nem
especificamente designados para atos diferentes, ou subordinados a atos sucessivos. Se os mandatários
forem declarados conjuntos, não terá eficácia o ato praticado sem interferência de todos, salvo
havendo ratificação, que retroagirá à data do ato. Mandato solitário (1ª parte deste art.) e Mandato
conjunto (2ª parte deste art.)

- DAS OBRIGAÇÕES DO MANDATÁRIO: O substabelecimento consiste no ato de


transferir a outra pessoa os poderes recebidos por meio de procuração.

Art. 667. O mandatário é obrigado a aplicar toda sua diligência habitual na


execução do mandato, e a indenizar qualquer prejuízo causado por culpa sua
ou daquele a quem substabelecer, sem autorização, poderes que devia
exercer pessoalmente.
Parágrafo 1º. Se, não obstante proibição do mandante, o mandatário se fizer
substituir na execução do mandato, responderá ao seu constituinte pelos
prejuízos ocorridos sob a gerência do substituto, embora provenientes de
caso fortuito, salvo provando que o caso teria sobrevindo, ainda que não
tivesse havido substabelecimento. Inadimplemento relativo
Parágrafo 2º: Havendo poderes de substabelecer, só serão imputáveis ao
mandatário os danos causados pelo substabelecido, se tiver agido com culpa
na escolha deste ou nas instruções dadas a ele. (Mandatário escolheu mal a
pessoa a quem substabelecer- mandatário responde)
Parágrafo 3º: Se a proibição de substabelecer constar da procuração, os atos
praticados pelo substabelecido não obrigam o mandante, salvo ratificação
expressa, que retroagirá à data do ato. Conservação do negócio jurídico

SUBSTABELECIMENTO COM RESERVA DE PODER E SUBSTABELECIMENTO


SEM RESERVA DE PODER

Com reserva de poderes: atuação em conjunto


Sem reserva de poderes: significa renúncia do mandatário

ABUSO DE PODER VS. EXCESSO DE PODER

Art. 679. Ainda que o mandatário contrarie as instruções do mandante, se não exceder os limites do
mandato, ficará o mandante obrigado para com aqueles com quem o seu procurador contratou; mas
terá contra este ação pelas perdas e danos resultantes da inobservância das instruções. ABUSO

Art. 662. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha sem poderes suficientes, são
ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvo se este os ratificar. EXCESSO

● Obs: no CPC

Art. 112. O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo,


provando, na forma prevista neste Código, que comunicou a renúncia ao
mandante, a fim de que este nomeie sucessor.

§ 1º Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a


representar o mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo

● Mandato em causa própria: art. 685 do CC- cláusula in rem suam- é permitido

Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula "em causa própria", a sua
revogação não terá eficácia, nem se extinguirá pela morte de qualquer das
partes, ficando o mandatário dispensado de prestar contas, e podendo
transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as
formalidades legais.

● Extinção: artigo 682 do CC

Art. 682. Cessa o mandato:

I - pela revogação (rescisão unilateral) ou pela renúncia;


II - pela morte ou interdição de uma das partes;

III - pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o


mandatário para os exercer;

IV - pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.

● Diferença entre firmar compromisso e o instituto de transação

Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de administração.

§ 1 o Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos que


exorbitem da administração ordinária, depende a procuração de poderes
especiais e expressos.

§ 2 o O poder de transigir não importa o de firmar compromisso.

Diferença entre firmar compromisso e o instituto de transação: transacionar é ter poder para
mudar o negócio

Você também pode gostar