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15/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.

DO EMPRÉSTIMO

I – Conceito:

Empréstimo é o contrato pelo qual uma pessoa entrega a outra, gratuitamente, uma
coisa, para que dela se sirva, com a obrigação de a restituir.

II – Espécies:

Duas são as espécies de empréstimo: o Comodato e o Mútuo.

III – Do Comodato:

Comodato é o contrato unilateral, a título gratuito, pelo qual alguém entrega a


outrem coisa infungível, para ser usada temporariamente e depois restituída. (art.
579 do CC).

IV - Características:

- unilateral: coloca só uma das partes na posição de devedor, ou seja, o comodatário.


- gratuito: é um contrato gratuito, observando-se, porém, que o comodatário poderá
assumir a obrigação de pagar impostos ou taxas que recaiam sobre o bem, sem que
com isso se descaracterize o contrato.
- real: é um contrato que só se complementa com a tradição da coisa. Recorde-se
que a posse indireta ficará com o proprietário.
- intuito personae: o objeto do contrato de comodato não poderá ser cedido pelo
comodatário a terceiro. O contrato é feito tendo em vista características do próprio
contratante, daí o seu caráter personalíssimo.
- infungibilidade e não consumibilidade do bem: o bem objeto do contrato de
comodato deve ser infungível e não poderá ser consumido, tendo em vista que, ao
final do contrato, deverá haver a restituição do mesmo ao proprietário.
- temporariedade: Diz o art. 581 do CC que “se o comodato não tiver prazo
convencional, presumir-se-lhe á o necessário para o uso concedido; não podendo o
comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz,
suspender o uso e gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional,
ou o que se determine pelo uso outorgado”.
- obrigação de restituir a coisa emprestada: caso não haja a devolução pacífica do
bem objeto , poderemos dizer que está havendo esbulho, sendo cabível reintegração
de posse.

V - Requisitos:
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1) Subjetivo: Exige-se dos contratantes a capacidade genérica para praticar os atos


da vida civil. Observar que o art. 580 do CC traz restrições a algumas figuras de
representação no ato de praticar o comodato.
2) Objetivo: só podem ser dados em comodato bens infungíveis e inconsumíveis,
móveis ou imóveis.
3) Formal: a forma do contrato de comodato é livre, não exigindo qualquer
solenidade. Admite-se que seja feito, também, sob a forma oral, observando-se que
a jurisprudência tem decidido que, na dúvida, entre este e a locação, presume-se a
última.

VI - Obrigações do Comodatário:

São obrigações do comodatário:


1o.) guardar e conservar a coisa emprestada como se fosse sua (art. 582 do CC);
2o.) limitar o uso da coisa ao estipulado no contrato;
3o.) restituir a coisa empregada in natura;
4o.) responder pela mora derivada da não devolução do bem no prazo estipulado;
5o.) responder pelos riscos da coisa no caso do art. 583 do CC;
6o.) responsabilizar-se, solidariamente, se houver mais comodatários.

VII - Obrigações do Comodante:

1o) não pedir a restituição do bem dada em comodato antes do prazo ajustado, salvo
as hipóteses previstas no art. 581 do CC. Se o prazo for indeterminado, o bem
poderá ser retomado a qualquer tempo sem qualquer justificativa.
2o.) pagar as despesas extraordinárias e necessárias feitas pelo comodatária na
conservação da coisa.
3o.) responsabilizar-se pela posse útil e pacífica da coisa por parte do comodatário.
Não terá, porém, o comodante, responsabilidade pela evicção ou pelos vícios
redibitórios, que se presumem comutativos (art. 441 do CC) e onerosos (art. 447 do
CC).

VIII – Extinção do comodato:

1o.) advento do prazo.


2o.) resolução por inexecução contratual: O comodante poderá requerer a resolução
antes do final do contrato, pleiteando perdas e danos, se o comodatário utilizar o
bem de maneira diversa da estipulada.
3o.) resilição unilateral:
a) O comodante, devido a gratuidade do contrato, poderá resolve-lo, se provar a
superveniência de necessidade urgente e imprevista à época do negócio;
b) o comodatário poderá, a qualquer tempo, resilir tal negócio porque, se foi
contratado em seu interesse, não está obrigado a conservar objeto de cujo uso se
desinteressou.
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4o.) distrato.
5o.) morte do comodatário se fora convencionado que o uso da coisa era
estritamente pessoal.
6o.) a alienação da coisa emprestada (exceto quando o adquirente assumir a
obrigação de manter o comodato).

Mútuo:

I – Conceito:

Mútuo é o contrato pelo qual um dos contratantes transfere a propriedade de bem


fungível ao outro, que se obriga a lhe restituir coisa do mesmo gênero, qualidade e
quantidade (art. 586 do CC).

II - Características:

- unilateral: uma vez entregue o bem emprestado, apenas o mutuário contrairá


obrigações.
- gratuito: de regra o mutuante nada recebe do mutuário em troca do favor que lhe
faz. Pode, porém, vir a se tornar oneroso se houver a estipulação de juros.
- real: o contrato de mútuo só se perfaz com a tradição da coisa.
- translatividade do domínio do bem emprestado: por ser fungível, e em regra,
consumível, se possibilita a transferência de sua propriedade para terceiros. Assim, o
mutuário pode consumi-lo, abandoná-lo, aliená-lo, sem autorização do mutuante.
- Fungibilidade da coisa emprestada: o bem objeto do contrato de mútuo deve ser
fungível.
- temporariedade: O art. 592 do CC, traz hipóteses de prazos do contrato de mútuo:
I – até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas;
II – de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;
III – do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa
fungível.
- obrigação de restituição de outra coisa da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Não há que se falar em devolução in natura, ou seja a própria coisa emprestada. O
mutuário, conforme o art. 590 do CC, poderá exigir garantia dessa restituição, se,
antes do vencimento do prazo, o mutuário vier a sofrer notória mudanças na sua
situação econômica.

Requisitos:

1) Subjetivo: Necessária a capacidade dos contratantes.


Pelo art. 558 do CC, o mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele
sob cuja guarda estiver, não poderá ser reavido nem do mutuário, nem de seus
fiadores. Referida norma deixa de ser aplicada:
a) 589, I, do CC: se houver ratificação posterior da pessoa responsável pelo menor;
b) 589, II, do CC: se o empréstimo contraído for para alimentos (abrangendo
estudos, vestuário, etc.);
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c) 589, III, do CC: se o menor tenha adquirido bens com seu trabalho, situação em
que a execução não poderá ultrapassar o patrimônio do menor;
d) 588, IV do CC: se o empréstimo se reverteu em benefício do menor;
e) 180 do CC: se o menor obteve o empréstimo maliciosamente, por exemplo,
ocultando a sua idade. (ninguém pode invocar a sua própria malícia – art. 589, V, do
CC).
2) Objetivo: o objeto do contrato de mútuo deve ser fungível, por se tratar de
empréstimo de consumo.
3) Formal: o contrato de mútuo não requer forma especial, exceto se oneroso,
situação em que se exigirá seja convencionado expressamente.

Efeitos Jurídicos:

1o) gera obrigações ao mutuário: a) restituir o que recebeu em coisa da mesma


espécie, qualidade e quantidade, dentro do prazo estipulado e; b) pagar juros, se
oneroso.
2o.) confere direitos ao mutuante: a) exigir garantia da restituição nos termos do
art. 590 do CC; b) reclamar a restituição de coisa equivalente, uma vez vencido o
prazo ajustado. No silêncio, pode haver o reclamo em qualquer tempo; c) demandar
a resolução do contrato se o mutuário deixar de pagar os juros.
Extinção:
1o.) vencimento do prazo convencionado para a sua duração.
2o.) resolução por inadimplemento das obrigações contratuais: ex: não-pagamento
dos juros convencionados no tempo e forma devidos.
3o.) resilição unilateral por parte do devedor: presume-se que se o prazo foi
concedido em seu favor, poderá pôr fim ao negócio a qualquer momento.(art. 133 do
CC)
4o.) distrato.
5o.) ocorrência das hipóteses do art. 592 do CC (prazos).

Exercício resolvido:

O que é contrato de comodato? Quais são as suas características?


Comodato é o contrato unilateral, a título gratuito, pelo qual alguém entrega a
outrem coisa infungível, para ser usada temporariamente e depois restituída. As suas
características são: gratuidade é um contrato gratuito, observando-se, porém, que o
comodatário poderá assumir a obrigação de pagar impostos ou taxas que recaiam
sobre o bem, sem que com isso se descaracterize o contrato; rea, já que é um
contrato que só se complementa com a tradição da coisa; intuito personae, pois o
objeto do contrato de comodato não poderá ser cedido pelo comodatário a terceiro.
O contrato é feito tendo em vista características do próprio contratante, daí o seu
caráter personalíssimo; infungibilidade e não consumibilidade do bem, uma vez que
o bem objeto do contrato de comodato deve ser infungível e não poderá ser
consumido, tendo em vista que, ao final do contrato, deverá haver a restituição do
mesmo ao proprietário; temporariedade:

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Exercício 1:

Quanto as proposições abaixo:

I - Mútuo e Comodato são as espécies do contrato de empréstimo.

II - Comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis.

III - Descaracteriza o comodato de um imóvel o fato do comodatário se


responsabilizar pelo pagamento das despesas condominiais.

IV - Admite-se tanto o comodato de coisas móveis como imóveis.

A)
Todas são falsas

B)
Apenas as proposições I e II são verdadeiras

C)
Apenas as proposições I, II e III são verdadeiras

D)
Apenas as proposições I, II e IV são verdadeiras

E)
Todas são verdadeiras

Comentários:

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Exercício 2:

Assinale a alternativa correta quanto o contrato de comodato:

A)
O comodato sem prazo estipulado se extingue automaticamente em dois anos.

B)
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O comodatário não deve conservar o bem dado em comodato.

C)
Poderá o comodante, mesmo antes do término do prazo contratual previsto para o comodato, requerer
judicialmente a rescisão do pacto justificando necessidade imprevista e urgente

D)
O comodatário em mora quanto à restituição do bem responde pela sua perda ou deterioração, salvo nas
hipóteses comprovadas de caso fortuito

E)
O comodatário poderá cobrar do comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada,
desde que estas sejam devidamemnte comprovadas

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Exercício 3:

Quanto às proposições abaixo:

I - O depósito distingue-se do comodato pois enquanto neste último o comodatário recebe a coisa para seu
uso, no depósito o depositário não poderá se servir da coisa depositada sem licença expressa do
depositante;

II - Há depósito e não contrato de transporte quando a coisa é entregue para ser transportada, com cuidado,
de um Estado para outro;

III - Se a coisa é entregue para ser administrada, há contrato de mandato e não contrato de depósito.

A)

Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.

B)

Todas as assertivas são verdadeiras.

C)

Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.

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D)

Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.

E)

Todas as afirmativas são falsas.

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Exercício 4:

São obrigações do comodatário:

I - guardar e conservar a coisa emprestada como se fosse sua (art. 582 do CC);

II - limitar o uso da coisa ao estipulado no contrato;

III - restituir a coisa empregada in natura;

IV - pagar as despesas extraordinárias e necessárias feitas pelo comodatária na conservação da coisa;

Estão corretas as assertivas:

A)

Estão corretas I e II apenas;

B)

Estão corretas II e III apenas;

C)

Estão corretas I e IV apenas;

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D)

Estão corretas I, II e III apenas;

E)

Todas as assertivas estão corretas.

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Exercício 5:

Leia as asser vas abaixo e responda:

I – O comodato não é necessariamente temporário.

II - Os tutores, curadores e em geral todos os administradores de bens alheios não poderão dar em comodato, sem
autorização especial, os bens confiados à sua guarda.

III – Não podem ser objeto de comodato os bens para ornamentação, pois são bens fungíveis.

A)

Somente a asser va I está correta;

B)

Somente a asser va II está correta;

C)

Somente a asser va III está correta;

D)

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As asser vas I e III estão corretas;

E)

As asser vas II e III estão corretas.

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Exercício 6:

Caio celebrou contrato de comodato com Tício de uma moto.

Ocorre que, inesperadamente, uma tempestade abalou a cidade onde morava, causando enorme enchente que
a ngira sua residência.

Ao perceber que não haveria tempo de salvar seu carro e a moto de Tício, Caio optou pelo primeiro.

A conduta de Caio está:

A)

Está correta, pois qualquer pessoa em seu lugar salvaria seu patrimônio em primeiro lugar e o Código Civil não
estabelece qualquer regra em sen do contrário.

B)

Está correta, não havendo nenhum prejuízo pela perda da moto, pois res perit domino. O prejuízo será de Tício e
Caio não é obrigado a indenizá-lo.

C)

Está incorreta, pois a moto se perdeu em razão do comportamento culposo de Caio.

D)

Está incorreta, pois Caio deveria salvar a moto antes de salvar seu patrimônio.

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E)

Nda

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Exercício 7:

Analise as afirmações abaixo e responda

I - O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas ordinárias feitas com o uso e gozo da coisa
emprestada.

II – O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas extraordinárias feitas com o uso e gozo
da coisa emprestada.

III - O comodatário só poderá reter o bem por benfeitorias necessárias. Não terá direito às indenizações por
benfeitorias úteis e voluptuárias.

A)

A asser va I e II estão corretas.

B)

A asser va II e III estão corretas.

C)

As asser vas I e III estão corretas

D)

As asser vas I, II e III estão corretas.

E)

Nenhuma asser va está correta.

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Exercício 8:

Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo será:

A)

imediato, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, como para semeadura;

B)

de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;

C)

sempre imediato.

D)

de quinze dias, pelo menos, se for de dinheiro;

E)

Nda

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Exercício 9:

Tício, com 17 anos de idade, celebrou contrato de mútuo de dinheiro com Caio, pois não nha condições sequer de
almoçar.
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Caio, sabendo da dificuldade financeira e que ninguém da família se encontrava na cidade naquele dia, decidiu
entregar a quan a.

Analisando a situação narrada, responda:

A)

Por se tratar de contrato celebrado por absolutamente incapaz, é inválido, não estando Tício obrigado a res tuir a
quan a;

B)

Tício somente poderá ser demandado por Caio após completar 18 anos;

C)

Caio por ter celebrado mútuo com Tício para comprar alimentos habituais em razão da ausência de seus
representantes legais, poderá exigir a res tuição da quan a;

D)

Caio somente poderia exigir a res tuição da quan a se o representante legal de Tício vesse ra ficado o mútuo;

E)

Caio não terá direito à res tuição da quan a, pois agiu com animus donandi.

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