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08/03/2023, 09:12 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.

DA FIANÇA

I – Conceito:

É uma espécie do gênero garantia. A garantia pode ser real, quando o devedor
fornece um bem móvel ou imóvel para responder pela dívida (penhor, hipoteca), ou
pessoal (fidejussória), quando uma terceira pessoa se propõe para pagar a dívida.

A garantia pessoal chama-se fiança e sua definição vem trazida no art. 818 do CC.

II – Espécies:

Convencional: resultante de contrato

Judicial: determinada pelo juiz

Legal: imposta pela lei (ex: tutor)

III – Natureza Jurídica:

Contrato acessório e, portanto, tem o destino atrelado ao contrato principal.

Princípio da Gravitação jurídica: o acessório segue o principal.

Art. 824. As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de
incapacidade pessoal do devedor

.
- não pode ser de valor superior ao principal. Se for maior, reduz-se o seu montante
até o valor da obrigação afiançada (art. 823 do CC);

unilateral;

- admite-se, mesmo contra a vontade do devedor (art. 820 do CC)


- não é obrigado o credor aceitar se não for pessoa idônea (art. 825 do CC)
- se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, pode o credor exigir que seja substituído
(art. 826 do CC)

solene –
- depende de forma escrita, prevista em lei (art. 819 do CC)

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gratuito (de regra)


- inspirado no propósito de ajudar;
- nada impede que o fiador exija remuneração (ex: fiança bancária)

IV – Exceção da lei de bem de família.:

Lei 8.009/90 – art. 3o.

Neste caso é possível haver penhora.

V – Dos Efeitos da Fiança:

a) benefício de ordem: consiste na prerrogativa, conferida ao fiador, de exigir que os


bens do devedor principal sejam excutidos antes dos seus. Tal ideia funda-se no
postulado de que a fiança é obrigação subsidiária (salvo disposição em contrário –
art. 828, II do CC) .

Observe-se que admite a lei a renúncia a esse direito. (art. 828, I, do CC)

Para ser exercido, exige-se os requisitos do art. 827, caput e parágrafo único do CC.

b) solidariedade dos cofiadores: Se a fiança for prestada por dois ou mais fiadores,
sem se especificar a parte da dívida que cada qual garante, determina a lei a sua
solidariedade. (art. 829 do CC)

VI – Obrigações Impostas e direitos deferidos ao fiador:

A obrigação básica do fiador é pagar a dívida, a qual é transferida a seus herdeiros.


(não pode ultrapassar as forças da herança) – art. 836 do CC.

- sendo compelido a pagar a dívida, fica o fiador com direito de regresso contra o
afiançado (art. 831 do CC), para dele reclamar não apenas a importância que
desembolsou, como também todas as perdas e danos que houver pago e ainda os
prejuízos que sofrer em razão da garantia prestada. (arts. 832 e 833 do CC)

- vencida a dívida, pode o fiador exigir que o devedor satisfaça a obrigação para com
o credor, ou de qualquer modo o exonere de sua responsabilidade.

- confere a lei possibilidade ao fiador de promover o andamento da ação executiva


iniciada contra o devedor, quando o credor, sem justa causa, suster tal andamento ou
demorar em sua promoção (art. 834 do CC)

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- tem direito o fiador de exonerar-se da fiança assinada sem limitação de tempo.


Observar que o art. 835 aduz a responsabilidade por mais 60 dias após notificação.

VII – Da extinção da fiança:

- extingue-se com o término do contrato principal;

- moratória concedida ao devedor, sem o consentimento do fiador; (observar que


moratória é a concessão expressa de prazo ao devedor e não a mera tolerância) – art.
838, I, do CC

- ato do credor que torne impossível a sub-rogação do fiador em seus direitos e


preferências; (ex: crédito garantido por penhor e fiança e o credor abre mão do
penhor); - art. 838, II, do CC.

- dação em pagamento, consentida pelo credor; (aceita a dação pelo credor, extingue
a obrigação da fiança, ainda que haja evicção). – art. 838, III, do CC.

- retardamento do credor na execução. (ex: fiador mostra bens do devedor que, com
a demora da

Outros Contratos:

Contrato Estimatório

Art. 534 a 537

Também conhecido como Venda em Consignação.

1. Conceito

Estimar = avaliar; calcular.

É o contrato por meio do qual o consignante entrega bens móveis estipulando o


preço previamente, autorizando o consignatário a vendê-los ou restituí-los em
um determinado prazo.

2. Partes

Consignante = quem entrega os bens móveis a outra pessoa

Consignatário = Quem recebe os bens móveis com autorização para venda.

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3. Prazo

Deve ser estipulado pelas partes. Se isso não ocorrer, o consignante deve
interpelar o consignatário para que devolva a coisa ou pague o preço estipulado.

4. Valor

O valor é o previamente ajustado pelas partes, não podendo, durante o prazo


estipulado, alterá-lo.

Somente é possível alterar o preço após o prazo assinalado ou após a


interpelação em razão da mora do consignatário.

5. Poder de Disposição da coisa

O consignante (proprietário) não tem poder de disposição da coisa enquanto


estiver consignada. Somente o consignatário pode vendê-la.

Caso ele venda a coisa a terceiros, o negócio será nulo (Rosa Nery).

Enunciado 32 I Jornada D. Civil

No contrato estimatório (art. 534), o consignante transfere ao consignatário,


temporariamente, o poder de alienação da coisa consignada com opção de
pagamento do preço de estima ou sua restituição ao final do prazo ajustado.

Contrato de Doação

1. Conceito

É um negócio jurídico por meio do qual o doador, por liberalidade e sem


remuneração, transfere bens do seu patrimônio ao patrimônio do donatário.

Por ser um contrato benéfico ou benévolo. Que não admite interpretação


extensiva., regra do art 114 do CC

Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se


estritamente.

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2. Partes

2.1 Doador

Aquele que transfere o bem

2.2 Donatário

Aquele que recebe o bem.

3. Características

3.1 Unilateral

Obrigação apenas para uma parte.

Mesmo a doação onerosa não chega a desvirtuar a natureza do contrato, pois


não tem o mesmo peso de uma contraprestação (há divergência na doutrina
neste caso).

Obs.: bilateral na origem, pois depende da aceitação. Mas para surtir efeitos é
unilateral.

3.2 Formal

Deve ser feita por instrumento público ou particular (art. 541).

Obs.1: bem de pequeno valor (conceito indeterminado)

Pode ser verbal.

Obs.2: Bem imóvel acima de 30 salários mínimos

Deve ser por escritura pública (art. 108).

3.3 Animus donandi

É a intenção de beneficiar patrimonialmente o destinatário (donatário).

Obs.: renúncia abdicativa

Não é doação, pois não há intenção de beneficiar alguém, mas sim de


abandonar o bem.

Ex.: abandono de imóvel, perdão de débito, renúncia à prescrição.

Obs.: animus solvendi


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É intenção de pagar. Não é doação.

Ex.: dação em pagamento.

4. Aceitação da doação

O donatário deve se manifestar sobre a doação, aceitando-a ou não.

A manifestação pode se dar de qualquer forma (verbal, escrita ou gesto).

Na origem é contrato bilateral. Precisa de 2 vontades para se formar.

Entretanto, há quem entenda que aceitação do donatário não é mais requisito


essencial do contrato, pois o artigo 538 do CC de 2002, não utiliza mais o termo
‘que os aceitem’ .

Paulo Lôbo utiliza como argumento o art. 539 do CC que permite aceitação
tácita. Para esse autor a aceitação do donatário está no plano da eficácia do
contrato, e não no plano da validade.

Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não
a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a
declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.

Silêncio?

Somente é considerado aceitação se houver prazo previsto no contrato e a


doação for pura e simples.

Aceitação tácita

É possível. Se a pessoa pratica atos compatíveis com a ideia de aceitação, esta


é presumida.

Ex.: realizar limpeza do bem

Ex.: pagar tributos incidentes sobre o bem.

Ex.: fazer orçamentos para melhorias do bem.

Capacidade civil

Capacidade do doador
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O doador, obviamente, deve ser pessoa capaz e legitimada.

Ex.: casado não pode doar.

Capacidade do donatário

Ainda que seja absolutamente incapaz ou até mesmo nascituro pode ser
beneficiado pela doação, desde que seja uma doação pura e simples (art. 542 +
543)

Neste caso a aceitação é presumida.

Se o nascituro não nascer com vida, a doação perde o efeito.

5. Doação mortis causa

Quando uma pessoa prevê transferência do bem do seu patrimônio, a título


gratuito, depois da sua morte.

Esse tipo de doação não é admitida, pois o ordenamento prevê o testamento


para esse caso (art. 1.862).

6. Doação inoficiosa

É aquela que violação a legítima dos herdeiros necessários.

Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que
lhes cabe por herança.

Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade,
poderia dispor em testamento.

Não pode doar mais de 50%.

Nulo ou anulável?

Antes do CC/02 o STJ entendia que esta doação era anulável e o prazo para
invalidar era de 20 anos.
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Hoje esse prazo seria de 2 anos (art.179 do CC).

Parte considerável da doutrina vem entendendo que trata-se de nulidade


absoluta, pois a garantia da legítima é norma de interesse público.

O CC/02 foi técnico ao tratar das nulidades diferenciando as expressões nulo e


anulável.

Perceba que no artigo 549 ele fala que é nulo e no artigo 550 fala anulável.

7. Doação universal

É aquela que abarca todo o patrimônio do doador, sem deixar reserva mínima
para sua subsistência.

Fere o princípio da dignidade da pessoa humana.

Trata-se de ato nulo.

Obs.: princípio da conservação dos negócios jurídicos.

O juiz pode evitar a invalidade total do negócio, declarando parcialmente nulo.

8. Promessa de doação

É possível contrato preliminar ou pré-contrato?

Há divergência na doutrina.

Na doação com encargo é possível. Já na doação simples, por ser mera


liberalidade, alguns entendem não ser possível.

Neste caso caberia apenas perdas e danos e não execução específica.

9. Espécies de doação

Algumas já foram vistas anteriormente

9.1 Doação pura

É aquela proveniente de um ato de mera liberalidade sem fixação de qualquer


fator eficacial (condição, termo ou encargo).

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9. 2 Doação condicional (art. 121)

É aquela submetida a uma condição, ou seja, a um evento futuro e incerto.

Ex.: doarei uma casa a minha filha quando ela casar.

9.3 Doação a termo

É aquela submetida a um termo, ou seja, a um evento futuro e certo.

Ex.: darei um carro a minha filha quando completar 18 anos.

9.4 Doação modal/ onerosa/ encargo

É aquela doação gravada com um ônus, ou seja, há uma incumbência ao


donatário.

Ex. (Pablo Stolze): te dou uma casa se pagar uma pensão de ½ salário a minha
tia idosa.

Ex.: te dou um carro se você se comprometer a levar meu cachorro para


passear todo dia.

O encargo não é tão pesado quanto uma contraprestação. Se isso ocorrer a


doação está descaracterizada.

9.5 Doação contemplativa

É aquela que o doador expõe os motivos que o levaram a realizar a doação.

É a doação feita em razão do mérito de alguém.

Ex.: te dou todos os meus livros pq é um excelente aluno.

Obs.: doação em contemplação de casamento futuro (art. 540).

Neste caso a doação deve ser para casamento com pessoa certa e
determinada.

Caso o casamento não se realize a doação é ineficaz (não é nulidade).

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9.6 Doação remuneratória

É aquela feita em remuneração aos serviços prestados pelo donatário.

Ex.: dou meu carro para o médico que sempre atendeu meus pais sem cobrar
um centavo.

9.7 Doação conjuntiva

É aquela feita a mais de uma pessoa simultaneamente.

Caso o doador não faça a distribuição, se presume que são em partes iguais.

Se os donatários forem casados e um deles falecer, o cônjuge sobrevivente


receberá a totalidade do bens, independente do regime.

Obs.: há quem sustente aplicar aos companheiros.

9.8 Doação com cláusula de reversão

É aquela em que o doador estipula o retorno do bem caso o donatário venha a


falecer antes dele.

Neste caso a propriedade é resolúvel.

Obs.: Sílvio Venosa entende que é possível a cláusula de reversão submetida a


termo.

É possível a renúncia à reversão.

Não é possível a reversão de um bem doado a um terceiro.

9.9 Doação mista

É um negócio com prestação híbrida, com características de negócio oneroso e


também de ato de liberalidade.

Ex.: pagar R$200,00 em algo que vale apenas R$100,00.

9.10 Doações mútuas

Quando as partes fazem atos de liberalidade reciprocamente.

Não se confunde com a troca por ser ato de liberalidade. A troca é ato negocial.

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9.11 Doação Remuneratória

Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não


perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a
gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo
imposto.

Não é ato de liberalidade, havendo apenas doação na parte que exceder o


serviço prestado.

Exemplo: doação de um carro ao médico que salvou a vida do meu filho.

Essa é importante por três aspectos:

1) cabe alegação de vício redibitório, art 441 parágrafo único CC

Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada
por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada,
ou lhe diminuam o valor.

Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.

2) não cabe revogação dessa doação por ingratidão. 564 CC

Art. 564. Não se revogam por ingratidão:

I - as doações puramente remuneratórias;

II - as oneradas com encargo já cumprido;

III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural;

IV - as feitas para determinado casamento.

3) Há dispensa de colação no caso de serviço prestado ao ascendente. 2011


CC

Art. 2.011. As doações remuneratórias de serviços feitos ao ascendente também


não estão sujeitas a colação.

9.12) doação contemplativa ou meritória

Art 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não


perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a
gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo
imposto.

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È aquela realizada em contemplação de um merecimento do donatário,


constituindo ato de liberalidade.

Não há qq relevância jurídica.

9.13 doação a nascituro art 542 CC

Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante
legal.

Nascituro é aquele que foi concebido, mas ainda não nasceu, essa doação só
será válida, sendo aceita pelo representante legal do nascituro.

Além disso, no plano da eficácia a doação depende do nascimento com vida,


(condição).

Doutrina e jurisprudência admitem doação a prole eventual (MHD).

9.13 Doação sob forma de subvenção periódica

Art. 545. A doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado extingue-se


morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas não poderá
ultrapassar a vida do donatário.

Trata-se da doação de rendas (contrato de trato sucessivo), esse contrato é


personalíssimo, pois em regra extingue-se com a morte do doador. Entretanto o
doador pode estipular que os herdeiros continuem a doação, até os limites da
herança, em casos tais o contrato não pode ultrapassar a vida do donatário.
(contrato personalíssimo)

Não confundir com o contrato de constituição de renda, que é gênero, e que


pode ser gratuito ou oneroso. Art 803 a 813 CC.

9.14 Doação propriter nuptias

Art. 546. A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e


determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles,
a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser
impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se
realizar.

È aquela realizada em contemplação de um casamento futuro do donatário


(doação condicional). Essa doação pode ser feita por terceiro aos cônjuges ou

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entre os próprios cônjuges, inclusive em caso de nascimento de filho. Não


ocorrendo a condição opera uma cláusula resolutiva tácita.

Essa doação é anterior a declaração de casamento, não se confundindo com os


presentes posteriores.

9.20 Doação indireta

É um ato de vantagem patrimonial conferido a alguém, entretanto, não é uma


doação.

Ex.: Remissão de dívida.

9.21 Doação disfarçada

É um negócio jurídico simulado ou uma fraude à lei.

10. Extinção do contrato de doação

10. 1 Extinção pelo meio natural

Ocorre com o cumprimento da prestação a que se obrigara o doador.

10.2 Revogação da Doação

É uma forma especial de extinção do contrato de doação.

A revogação opera efeito ex nunc.

10.2.1 Inexecução do encargo

Nada impede do próprio beneficiário do encargo exigir o seu cumprimento.


Entretanto, a revogação do encargo somente o doador pode fazer.

O prazo para revogar a doação por inexecução do encargo é de 10 anos.

Esse prazo é decadencial (art. 205).

10.2.2 Extinção em razão da ingratidão do donatário

Ingrato é aquele que não reconhece os benefícios que lhe foram prestados.

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É violação da boa-fé objetiva pós contratual.

Enunciado 33

O rol do art. 557 deixou de ser taxativo, admitindo outras hipóteses


excepcionais.

Hipóteses de ingratidão (art. 557)

a. Homicídio doloso tentado ou consumado contra o doador;

O crime culposo está fora do rol.

No caso da tentativa de homicídio o doador pode exercer seu direito potestativo


à revogação.

Já no homicídio consumado os herdeiros poderão propor ação de revogação, a


não ser que o doador haja perdoado o donatário.

Perdão do doador

Carlos Roberto Gonçalves entende que o perdão pode ser tácito, caso o doador
não exerça o direito à revogação dentro do prazo legal.

Há quem critique dizendo que o perdão deveria sempre ser expresso e


inequívoco.

Condenação Criminal

O Código Civil não exige que haja condenação criminal, basta o fato para
caracterizar a ingratidão.

b. Ofensa física contra o doador

Qualquer ato que viole a integridade física ou corporal, especialmente a lesão


corporal praticada contra o doador.

Da mesma forma a lesão corporal culposa não é considerada ato de ingratidão.

Também não é preciso sentença condenatória.

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c. Crimes contra a honra do doador;

O Código menciona apenas injúria grave e calúnia, mas a doutrina entende que
ele disse menos do que deveria. Então, tanto a calúnia, injúria e a difamação
estão abrangidos.

d. Negar alimentos ao doador.

Princípio da Solidariedade no direito de família.

Requisitos:

d.1) possibilidade do donatário

d.2) legitimidade passiva do donatário

d.3) recusa injustificada do donatário

e. Praticar tais atos contra pessoas próximas ao doador (ascendente,


descendente, cônjuge e irmão).

Obs.: companheiro(a) é considerado pessoa próxima.

11. Ação Revocatória

É a ação proposta com o objetivo de revogar a doação.

Prazo 1 ano

A contar do conhecimento do fato.

Esse prazo é decadencial.

Não é possível a renúncia antecipada à ação revocatória.

Polo ativo: doador

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A ação é personalíssima. Somente ele pode propor ação, exceto no caso do


homicídio consumado.

Polo passivo: donatário

Obs.: falecendo o doador ou donatário após a propositura da ação revocatória


seus herdeiros poderão dar continuidade a ela.

Efeito ex nunc

Somente produz efeitos após a citação válida do donatário.

12. Doações não sujeitas a revogação

a) doações puramente remuneratórias

Ex.: doação feita a médico da família que nunca cobrou pelos serviços.

b) doações oneradas com encargo já cumprido

O donatário já teve gasto.

c) doações em cumprimento de obrigação natural

Tecnicamente é pagamento. Não pode ser desfeita por ser título de honra.

d) doações feitas a casamento

Prejudicaria a família.

13. Doação por procuração

Não é proibida por lei, mas deve especificar o doador, o bem a ser doado e o
donatário beneficiado pela doação.

Se for procuração com poderes gerais não é permitido.

Prestação de Serviços
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1. Introdução

Como mencionado anteriormente, antigamente era chamado Locação de Serviço.

A expressão atual é considerada mais adequada, pois o trabalho realizado pelo ser humano não pode
ser considerado objeto, pois o ser humano não pode ser considerado objeto.

2. Conceito

É o negócio jurídico por meio do qual o prestador se obriga a realizar uma atividade em benefício do
tomador mediante uma remuneração.

Art. 594. Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada mediante
retribuição.

Qualquer atividade lícita manual ou intelectual que não seja regulamentado por lei trabalhista ou
especial.

Prestação de serviço e relação de emprego

Na prestação de serviço não há subordinação, ou seja, relação hierárquica entre tomador e prestador,
como ocorre na relação trabalhista. A relação civilista é autônoma.

Prestação de serviço e contrato de empreitada

A empreitada há uma finalidade específica: realização de obra ou criação de algo novo.

Pode ser a construção civil, uma criação técnica, artística ou artesanal.

3. Características

3.1 Típico

3.2 Nominado

3.3 Bilateral (atividade x remuneração)

3.4 Comutativo

3.4 Não solene

3.5 Personalíssimo/ intuitu personae (em regra)

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Art. 605. Nem aquele a quem os serviços são prestados, poderá transferir a outrem o direito aos serviços
ajustados, nem o prestador de serviços, sem aprazimento da outra parte, dar substituto que os preste.

É possível que o prestador de serviço seja substituído por outra pessoa desde que haja anuência do
tomador.

Obs.: na relação de emprego não é admitida a substituição.

3.6 Instantâneo ou diferido

3.7 Prazo determinado ou indeterminado

Obs.: limite temporal

O contrato não pode ter prazo superior a 4 anos.

4. Objeto

É uma atividade humana lícita material (manual) ou imaterial (intelectual).

O objeto deve ser, em regra, determinado. Excepcionalmente, poderá ser indeterminado, mas não de
forma ampla e irrestrita. Deve estar de acordo com as características relativas a sua condição.

Ex.: contratar escritório de advocacia para cuidar de questões jurídicas da empresa. Vai fazer todo tipo
de atividade ligada à advocacia, como fazer petição, pareceres, audiência. Claro que não vai fazer
serviço contábil, por exemplo.

5. Forma

Por ser contrato não solene, pode ser celebrado por qualquer forma, inclusive verbal.

Obs.: não alfabetizado

Se uma das partes não for alfabetizada, pode ser assinada por outra pessoa em seu lugar e subscrito
por duas testemunhas.

Art. 595. No contrato de prestação de serviço, quando qualquer das partes não souber ler, nem escrever, o
instrumento poderá ser assinado a rogo e subscrito por duas testemunhas.

6. Retribuição

A prestação de serviço é contrato bilateral e comutativo.

A retribuição é também chamado de honorários, soldadas (CC/1916), preço ou salário.

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Obs.: apesar da expressão “salário” normalmente ser utilizado na relação de emprego o artigo 599 do
CC/02 também faz uso dela. A doutrina critica dizendo houve atecnia.

Obs.: Gratuidade

O Código Civil não admite a prestação de serviços gratuitos, então o prestador sempre fará jus à
remuneração. No silêncio das partes caberá ao Juiz fixar o valor de acordo com os costumes locais,
levando em conta o tempo para realização do serviço e sua qualidade.

6.1 Compensação na ausência de habilitação (art. 606)

Mesmo que o prestador não esteja habilitado para prestar o serviço deve receber alguma
compensação, exceto se estivesse de má-fé.

7. Tempo de duração

O contrato não pode ser fixado em prazo superior a 4 anos.

Art. 598. A prestação de serviço não se poderá convencionar por mais de quatro anos, embora o contrato tenha
por causa o pagamento de dívida de quem o presta, ou se destine à execução de certa e determinada obra.
Neste caso, decorridos quatro anos, dar-se-á por findo o contrato, ainda que não concluída a obra.

A conclusão de obra o legislador quis se referir à atividade, pois obra se refere ao contrato de
empreitada.

Caso o contrato tenha cláusula com duração superior, somente esta deve ser considerada nula e não
o instrumento inteiro.

A intenção é evitar que as partes fiquem amarradas por tanto tempo o que traria enorme dificuldade
financeira. Então, nada impede que, vencido o prazo, as partes renovem o contrato.

Na contratação por prazo indeterminado, obviamente, não há limite.

7.1 Aviso prévio

Caso o contrato não tenha termo final, as partes estão vinculadas por prazo indeterminado.

Havendo intenção de uma das partes resilir unilateralmente o contrato, deverá comunicar previamente
a outra.

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Art. 599. Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou do costume do
lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver o contrato.

Parágrafo único. Dar-se-á o aviso:

I - com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês, ou mais;

II - com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou quinzena;

III - de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias.

A falta de comunicação da parte acarreta no dever de pleitear as perdas e danos.

7.2 Contagem do tempo

Não pode ser computado o tempo do contrato o período que, por culpa do prestador, não houve
atividade. A contrário senso, o tempo que ele deixou de servir, sem culpa, deve ser computado.

Isso não quer dizer que o prestador tem direito à retribuição do serviço. Se a retribuição não é global,
mas por dia disponibilizado, a remuneração não é devida.

Ex.: contrato “A” para ser consultor durante 6 meses pelo preço de R$10.000,00.

Se ele vai para os EUA passear, esse tempo não pode ser computado. Entretanto, se ele ficou doente,
o período deve ser computado. A remuneração somente será devida se o serviço foi efetivamente
prestado.

Obs.: é diferente da relação de emprego, pois o empregador assume os riscos da atividade e deve
remunerar.

8. Extinção do contrato de trabalho

a) Termo final

b) Realização da atividade

c) Aviso Prévio

d) Inadimplemento

e) Impossibilidade de continuação por caso fortuito ou força maior

f) Morte

8.1 Direito à certificação

Os contratantes têm direito de exigir declaração de quitação após a conclusão do contrato.

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8.2 Indenização pela extinção antecipada

No contrato por prazo indeterminado é possível resilição unilateral desde que haja aviso prévio. Já nos
contratos por prazo determinado a expectativa é que o termo seja respeitado, entretanto, deverá a
parte inocente ser indenizado pelas perdas e danos.

9. Aliciamento de mão de obra

Art. 608. Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar serviço a outrem pagará a este a
importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante dois anos.

É quebra da boa-fé em razão de comportamento desleal.

Comissão

1. Conceito

É o negócio jurídico por meio do qual o comissário assume em seu próprio nome e à conta do
comitente a obrigação de adquirir ou vender bens móveis.

Obs.:Não é possível este tipo de contrato para bens imóveis, pois precisa de instrumento público e
respeitar a cadeia registral.

Obs.: apesar de semelhante não é possível confundir com a corretagem, pois o objetivo não é
aproximar pessoas que desejam contratar, mas celebrar o contrato no interesse de outrem, embora
não em seu nome.

1.1 Partes

1.1.1 Comitente:

Pessoa por cujo interesse os bens móveis são vendidos.

1.1.2 Comissário

Pessoa que em nome próprio realiza atos negociais com terceiros.

Comissão

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É a retribuição ajustada ou arbitrada.

Ex.: agência de viagem compra passagens aéreas em seu nome.

Art. 693. O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio
nome, à conta do comitente.

Obs.: perceba que comissão é tanto a designação do contrato quanto da remuneração a ser recebida.

3. Direitos e Obrigações das partes

3.1. Obrigações do comissário

3.1.1 adquirir e vender bens em seu nome e no interesse do comitente

A principal obrigação neste contrato é do comissário que assume o dever de adquirir e vender bens
em seu próprio nome e no interesse do comitente.

3.1.2 agir de acordo com as instruções recebidas

Art. 695. O comissário é obrigado a agir de conformidade com as ordens e instruções do comitente, devendo, na
falta destas, não podendo pedi-las a tempo, proceder segundo os usos em casos semelhantes.

É semelhante ao contrato de mandato. Entretanto, se não conseguir obter as instruções a tempo,


poderá agir de acordo com a sua vontade, desde que esteja de acordo com os usos e costumes do
lugar.

Parágrafo único. Ter-se-ão por justificados os atos do comissário, se deles houver resultado vantagem para o
comitente, e ainda no caso em que, não admitindo demora a realização do negócio, o comissário agiu de
acordo com os usos.

O parágrafo único traz essas duas situações que justificam a atuação do comissário mesmo que não
tenha instruções do comitente.

Obs.: perceba que,nesta segunda justificativa, caso o comissário não possa esperar e tenha agido
de acordo com os costumes, ainda que não haja vantagem ao comitente, não haverá
responsabilidade. Só será responsabilizado por ter feito um mau negócio se o comissário agiu com
dolo.

3.1.3 agir com cuidado e diligência

Art. 696. No desempenho das suas incumbências o comissário é obrigado a agir com cuidado e diligência, não
só para evitar qualquer prejuízo ao comitente, mas ainda para lhe proporcionar o lucro que razoavelmente se
podia esperar do negócio.

Está ligado a boa-fé objetiva.

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Parágrafo único. Responderá o comissário, salvo motivo de força maior, por qualquer prejuízo que, por ação ou
omissão, ocasionar ao comitente.

Caso fortuito e força maior rompem o nexo de causalidade, por isso não há responsabilidade.

Obs.: conceder dilação de prazo para pagamento.

Art. 700. Se houver instruções do comitente proibindo prorrogação de prazos para pagamento, ou se esta não
for conforme os usos locais, poderá o comitente exigir que o comissário pague incontinenti ou responda pelas
conseqüências da dilação concedida, procedendo-se de igual modo se o comissário não der ciência ao
comitente dos prazos concedidos e de quem é seu beneficiário.

O comissário pode, de acordo com os usos, conceder dilação de prazo para pagamento, exceto se
houver proibição expressa do comitente (art. 699).

3.2. Obrigação do comitente

3.2.1. Remunerar o comissário

Normalmente é baseada em percentual sobre o valor do contrato. No silêncio, a comissão deve ser
arbitrado segundo os usos locais (costume praeter legem).

Obs.: a remuneração é tão relevante que o Código Civil deixou claro que é crédito preferencial na
falência ou insolvência (art. 707).

Obs.: extinção do contrato por caso fortuito ou força maior

A remuneração será devida proporcionalmente ao tempo de contrato.

Ex.: morte do comissário.

Direito de retenção

O comissário tem direito potestativo de retenção do valores gastos e da comissão devida.

Art. 708. Para reembolso das despesas feitas, bem como para recebimento das comissões devidas, tem o
comissário direito de retenção sobre os bens e valores em seu poder em virtude da comissão.

Recebimento de juros

Art. 706. O comitente e o comissário são obrigados a pagar juros um ao outro; o primeiro pelo que o comissário
houver adiantado para cumprimento de suas ordens; e o segundo pela mora na entrega dos fundos que
pertencerem ao comitente.

Esse artigo estabelece o pagamento de duas espécies de juros:


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Juros compensatório

Devidos ao comissário pelo adiantamento das despesas

Juros moratórios

Devidos em razão do atraso na entrega dos valores devidos ao comitente.

4. Espécies de Comissão

4.1 Quanto à liberdade das partes

a) Comissão imperativa

É aquela que caracteriza um contrato de adesão, pois a execução é ditada unilateralmente pelo
comitente.

b) Comissão Facultativa

Quando há liberdade contratual ao comissário em relação ao ato a ser praticado.

4.2 Quanto à quantidade de comissão

a) Comissão simples

Quando há apenas uma comissão

b) Comissão complexa

Quando há mais de uma comissão reunida, sendo que a execução de uma não depende da outra.

c) Comissão Conexa

Aquele que reúne mais de uma comissão coligada e inseparáveis.

d) Comissão alternativa

Quando existe mais de uma comissão, facultando ao comissário escolher uma delas.

5. Cláusula Del Credere/ Cláusula de Confiança/ Cláusula de Garantia

É a cláusula que estipula responsabilidade solidária entre o comissário e a pessoa que ele contratou.

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Art. 698. Se do contrato de comissão constar a cláusula del credere , responderá o comissário solidariamente
com as pessoas com que houver tratado em nome do comitente, caso em que, salvo estipulação em contrário, o
comissário tem direito a remuneração mais elevada, para compensar o ônus assumido.

O comissário não responde pela insolvência das pessoas com quem contratar, exceto se agir com
culpa ou se for estabelecida cláusula del credere.

Essa cláusula tem o objetivo de dar maior garantia ao comitente no recebimento do crédito.

Obs.: não é se confunde com o seguro, pois a intenção não é garantia contra risco.Além disso, o
comissário não preenche requisitos para ser segurador e atuar no mercado de seguro.

Obs.: também não se confunde com fiança, pois a responsabilidade do comissário é solidária e não
subsidiária.

Por outro lado, o comissário terá direito a uma remuneração maior, exceto se o contrato dispuser o
contrário.

Art. 698. Se do contrato de comissão constar a cláusula del credere , responderá o comissário solidariamente
com as pessoas com que houver tratado em nome do comitente, caso em que, salvo estipulação em
contrário, o comissário tem direito a remuneração mais elevada, para compensar o ônus assumido.

Obs.: caso a modalidade seja de adesão a cláusula del credere é considerada por parte da doutrina
inválida em razão da abusividade.

6. Extinção do contrato

6.1 Com a consumação do objeto

6.2 Resilição bilateral (distrato)

6.3 Resilição unilateral

6.4 Inadimplemento (resolução)

Obs.: extinção promovida pelo comitente o comissário terá direito à remuneração independente do
motivo

Art. 703. Ainda que tenha dado motivo à dispensa, terá o comissário direito a ser remunerado pelos serviços
úteis prestados ao comitente, ressalvado a este o direito de exigir daquele os prejuízos sofridos.

Art. 705. Se o comissário for despedido sem justa causa, terá direito a ser remunerado pelos trabalhos
prestados, bem como a ser ressarcido pelas perdas e danos resultantes de sua dispensa.

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Obs.: não há vínculo trabalhista

Agência e Distribuição

São contratos mercantis.

1. Conceito

Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de
dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios,
em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a
ser negociada.

Agência e Distribuição são sinônimos?

1ª Corrente Humberto Theodoro Jr. não vê diferença entre os dois institutos.

2ª Corrente Pablo Stolze há diferença, como será explicado abaixo.

Obs.: a diferença entre os dois está na disposição ou não da coisa comercializada.

1.1 Contrato de agência

É o negócio jurídico por meio do qual o agente, sem subordinação, em caráter não eventual, e sem
deter a coisa que comercializa, realiza negócios em área determinada, fazendo jus a uma
remuneração fixa ou percentual.

O agente promove a celebração do negócio entre o agenciado e o adquirente (normalmente


consumidor).

1.2 Contrato de distribuição

É o negócio jurídico por meio do qual o distribuidor, sem subordinação, já possuindo a coisa que
comercializa, realiza negócios em determinada área, fazendo jus a uma remuneração fixa ou
percentual.

Há uma primeira etapa que é a venda do produto pelo distribuído ao distribuidor que, posteriormente,
revende ao destinatário final. O distribuidor vende o produto que está em seu poder.

2. Direitos e Obrigações das partes


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2.1 Exclusividade territorial do agente

Art. 711. Salvo ajuste, o proponente não pode constituir, ao mesmo tempo, mais de um agente, na mesma zona,
com idêntica incumbência; nem pode o agente assumir o encargo de nela tratar de negócios do mesmo gênero,
à conta de outros proponentes.

2.2 O agente deve agir com diligência de acordo com as instruções recebidas.

Art. 712. O agente, no desempenho que lhe foi cometido, deve agir com toda diligência, atendo-se às instruções
recebidas do proponente.

2.3 Cabe ao agente arcar com as despesas decorrentes do contrato, exceto se houver previsão expressa em
contrário

Art. 713. Salvo estipulação diversa, todas as despesas com a agência ou distribuição correm a cargo do agente
ou distribuidor.

2.4 Direito à remuneração dos negócios promovidos dentro do seu território, ainda que seja fruto da sua
interferência. Caso o negócio não seja realizado por culpa (lato sensu) do proponente, a remuneração também
será devida.

Art. 714. Salvo ajuste, o agente ou distribuidor terá direito à remuneração correspondente aos negócios
concluídos dentro de sua zona, ainda que sem a sua interferência.

Art. 716. A remuneração será devida ao agente também quando o negócio deixar de ser realizado por fato
imputável ao proponente.

Art. 717. Ainda que dispensado por justa causa, terá o agente direito a ser remunerado pelos serviços úteis
prestados ao proponente, sem embargo de haver este perdas e danos pelos prejuízos sofridos.

Art. 718. Se a dispensa se der sem culpa do agente, terá ele direito à remuneração até então devida, inclusive
sobre os negócios pendentes, além das indenizações previstas em lei especial.

Art. 719. Se o agente não puder continuar o trabalho por motivo de força maior, terá direito à remuneração
correspondente aos serviços realizados, cabendo esse direito aos herdeiros no caso de morte.

Corretagem

1. Conceito

Art. 722. Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de
serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios,
conforme as instruções recebidas.

O corretor tem a tarefa de aproximar as duas partes para que realizem determinado contrato.

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Partes

Corretor

Quem se obriga a obter um ou mais negócios para outra parte

Comitente

Quem contrata a intermediação do corretor

Obs.: não confundir com o comitente do contrato de comissão.

A atividade do corretor é obrigação de resultado, pois somente terá direito à remuneração se o


negócio se concretizar.

Corretagem e Mandato

No contrato de mandato o mandatário realiza atos pelo mandante. Na corretagem há apenas


aproximação das partes e não realização do ato.

Corretagem e prestação de serviço

O corretor não deixa de prestar serviço para o comitente, entretanto, o contrato de corretagem tem
peculiaridades em relação ao de prestação de serviços.

O corretor precisa ser profissional, além do corretor intermediar as partes e na prestação de serviços o
prestador age em seu nome.

Direitos e Deveres das partes

Obrigação do corretor

Art. 723. O corretor é obrigado a executar a mediação com diligência e prudência, e a prestar ao cliente,
espontaneamente, todas as informações sobre o andamento do negócio.

Parágrafo único. Sob pena de responder por perdas e danos, o corretor prestará ao cliente todos os
esclarecimentos acerca da segurança ou do risco do negócio, das alterações de valores e de outros fatores que
possam influir nos resultados da incumbência.

Obrigação do Comitente

A obrigação do comitente surgirá após a celebração do negócio pretendido.

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Remuneração

A remuneração é denominada comissão, preço ou corretagem.

É devida após a conclusão do negócio.

É negócio oneroso, não sendo possível a estipulação de contrato gratuito.

Art. 724. A remuneração do corretor, se não estiver fixada em lei, nem ajustada entre as partes, será arbitrada
segundo a natureza do negócio e os usos locais.

Art. 725. A remuneração é devida ao corretor uma vez que tenha conseguido o resultado previsto no contrato de
mediação, ou ainda que este não se efetive em virtude de arrependimento das partes.

Caso o negócio tenha sido concretizado e, posteriormente, as partes se arrependerem a remuneração


será devida de qualquer forma.

Não é possível se confundir arrependimento com desistência, pois esta ocorre numa fase pré-
contratual e aquele na fase contratual.

Cláusula de exclusividade

Se houver cláusula de exclusividade, será devida a remuneração, ainda que não haja intermediação
do negócio, exceto se houver desídia do corretor.

Art. 726. Iniciado e concluído o negócio diretamente entre as partes, nenhuma remuneração será devida ao
corretor; mas se, por escrito, for ajustada a corretagem com exclusividade, terá o corretor direito à
remuneração integral, ainda que realizado o negócio sem a sua mediação, salvo se comprovada sua
inércia ou ociosidade.

Caberá, neste caso, ao comitente demonstrar a desídia do corretor.

Divisão da remuneração

Art. 728. Se o negócio se concluir com a intermediação de mais de um corretor, a remuneração será paga a
todos em partes iguais, salvo ajuste em contrário.

Deve ser interpretado amplamente a expressão “salvo ajuste em contrário” para não dar margem a
injustiça. O pagamento igualitário somente pode ser feito se não houver possibilidade de comprovar a
divisão desigual de tarefas.

Transporte

Contrato de transporte (CT) é aquele em que alguém se obriga, mediante retribuição,

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a transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas (CC730). A relação de


transporte pode apresentar-se como acessória de outro negócio jurídico, como a
compra e venda, em que o vendedor se obriga a entregar a coisa no domicílio do
comprador. Nesse caso, o primeiro não se qualifica como transportador, cuja
obrigação é exclusivamente a de efetuar o translado de uma coisa ou pessoa,
regendo-se a sua responsabilidade pelas normas que disciplinam a compra e venda.

Constituição de renda

É o contrato pelo qual uma pessoa se obriga a pagar outra, a título gratuito, uma
prestação periódica (art. 803). Em sua modalidade onerosa, uma pessoa recebe de
outra, certo capital, consistente em bens móveis ou imóveis, obrigando-se a pagar a
esta ou a um terceiro, eleito beneficiário, uma prestação por determinado prazo (art.
804).

Contrato de Seguro

Contrato de seguro é aquele pelo qual uma das partes (segurador) se obriga para
com a outra (segurado), mediante o pagamento de um prêmio, a indenizá-lo de
prejuízo decorrente de riscos futuros, previstos no contrato (CC, art. 757).

Transação

É um negocio jurídico bilateral, pelo qual as partes interessadas, fazendo-se


concessões mútuas, previnem ou extinguem obrigações litigiosas ou duvidosas.

Compromisso

Segundo Maria Helena Diniz


“Um acordo bilateral em que as partes interessadas submeterem suas controvérsias
jurídicas à decisão de árbitros, comprometendo-se a acatá-la, subtraindo a demanda
da jurisdição da justiça comum.” (Diniz: 2011)

Contrato de Alienação Fiduciária em Garantia

Alienação fiduciária é a transferência da propriedade de um bem móvel ou imóvel do


devedor ao credor para garantir o cumprimento de uma obrigação.

Leasing

O leasing é um contrato denominado na legislação brasileira como “arrendamento


mercantil”. As partes desse contrato são denominadas “arrendador” e “arrendatário”,
conforme sejam, de um lado, um banco ou sociedade de arrendamento mercantil e,
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de outro, o cliente. O objeto do contrato é a aquisição, por parte do arrendador, de


bem escolhido pelo arrendatário para sua utilização. O arrendador é, portanto, o
proprietário do bem, sendo que a posse e o usufruto, durante a vigência do contrato,
são do arrendatário. O contrato de arrendamento mercantil pode prever ou não a
opção de compra, pelo arrendatário, do bem de propriedade do arrendador.

Factoring

É a prestação continua e cumulativa de assessoria mercadológica e creditícia, de


seleção de riscos, de gestão de crédito, de acompanhamento de contas a receber e de
outros serviços, conjugada com a aquisição de créditos de empresas resultantes de
suas vendas mercantis ou de prestação de serviços, realizadas a prazo. Esta definição
foi aprovada na Convenção Diplomática de Ottawa-Maio/88 da qual o Brasil foi uma
da 53 nações signatárias, consta do Art. 28 da Lei 8981/95, ratificado pela Resolução
2144/95, do Conselho Monetário Nacional.
(https://www.pa.sebrae.com.br/sessoes/pse/tdn/tdn_fac_oque.asp)

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