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DA FIANÇA
I – Conceito:
É uma espécie do gênero garantia. A garantia pode ser real, quando o devedor
fornece um bem móvel ou imóvel para responder pela dívida (penhor, hipoteca), ou
pessoal (fidejussória), quando uma terceira pessoa se propõe para pagar a dívida.
A garantia pessoal chama-se fiança e sua definição vem trazida no art. 818 do CC.
II – Espécies:
Art. 824. As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de
incapacidade pessoal do devedor
.
- não pode ser de valor superior ao principal. Se for maior, reduz-se o seu montante
até o valor da obrigação afiançada (art. 823 do CC);
unilateral;
solene –
- depende de forma escrita, prevista em lei (art. 819 do CC)
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Observe-se que admite a lei a renúncia a esse direito. (art. 828, I, do CC)
Para ser exercido, exige-se os requisitos do art. 827, caput e parágrafo único do CC.
b) solidariedade dos cofiadores: Se a fiança for prestada por dois ou mais fiadores,
sem se especificar a parte da dívida que cada qual garante, determina a lei a sua
solidariedade. (art. 829 do CC)
- sendo compelido a pagar a dívida, fica o fiador com direito de regresso contra o
afiançado (art. 831 do CC), para dele reclamar não apenas a importância que
desembolsou, como também todas as perdas e danos que houver pago e ainda os
prejuízos que sofrer em razão da garantia prestada. (arts. 832 e 833 do CC)
- vencida a dívida, pode o fiador exigir que o devedor satisfaça a obrigação para com
o credor, ou de qualquer modo o exonere de sua responsabilidade.
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- dação em pagamento, consentida pelo credor; (aceita a dação pelo credor, extingue
a obrigação da fiança, ainda que haja evicção). – art. 838, III, do CC.
- retardamento do credor na execução. (ex: fiador mostra bens do devedor que, com
a demora da
Outros Contratos:
Contrato Estimatório
1. Conceito
2. Partes
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3. Prazo
Deve ser estipulado pelas partes. Se isso não ocorrer, o consignante deve
interpelar o consignatário para que devolva a coisa ou pague o preço estipulado.
4. Valor
Caso ele venda a coisa a terceiros, o negócio será nulo (Rosa Nery).
Contrato de Doação
1. Conceito
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2. Partes
2.1 Doador
2.2 Donatário
3. Características
3.1 Unilateral
Obs.: bilateral na origem, pois depende da aceitação. Mas para surtir efeitos é
unilateral.
3.2 Formal
4. Aceitação da doação
Paulo Lôbo utiliza como argumento o art. 539 do CC que permite aceitação
tácita. Para esse autor a aceitação do donatário está no plano da eficácia do
contrato, e não no plano da validade.
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não
a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a
declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
Silêncio?
Aceitação tácita
Capacidade civil
Capacidade do doador
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Capacidade do donatário
Ainda que seja absolutamente incapaz ou até mesmo nascituro pode ser
beneficiado pela doação, desde que seja uma doação pura e simples (art. 542 +
543)
6. Doação inoficiosa
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que
lhes cabe por herança.
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade,
poderia dispor em testamento.
Nulo ou anulável?
Antes do CC/02 o STJ entendia que esta doação era anulável e o prazo para
invalidar era de 20 anos.
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Perceba que no artigo 549 ele fala que é nulo e no artigo 550 fala anulável.
7. Doação universal
É aquela que abarca todo o patrimônio do doador, sem deixar reserva mínima
para sua subsistência.
8. Promessa de doação
Há divergência na doutrina.
9. Espécies de doação
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Ex. (Pablo Stolze): te dou uma casa se pagar uma pensão de ½ salário a minha
tia idosa.
Neste caso a doação deve ser para casamento com pessoa certa e
determinada.
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Ex.: dou meu carro para o médico que sempre atendeu meus pais sem cobrar
um centavo.
Caso o doador não faça a distribuição, se presume que são em partes iguais.
Não se confunde com a troca por ser ato de liberalidade. A troca é ato negocial.
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Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada
por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada,
ou lhe diminuam o valor.
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Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante
legal.
Nascituro é aquele que foi concebido, mas ainda não nasceu, essa doação só
será válida, sendo aceita pelo representante legal do nascituro.
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Ingrato é aquele que não reconhece os benefícios que lhe foram prestados.
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Enunciado 33
Perdão do doador
Carlos Roberto Gonçalves entende que o perdão pode ser tácito, caso o doador
não exerça o direito à revogação dentro do prazo legal.
Condenação Criminal
O Código Civil não exige que haja condenação criminal, basta o fato para
caracterizar a ingratidão.
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O Código menciona apenas injúria grave e calúnia, mas a doutrina entende que
ele disse menos do que deveria. Então, tanto a calúnia, injúria e a difamação
estão abrangidos.
Requisitos:
Prazo 1 ano
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Efeito ex nunc
Ex.: doação feita a médico da família que nunca cobrou pelos serviços.
Tecnicamente é pagamento. Não pode ser desfeita por ser título de honra.
Prejudicaria a família.
Não é proibida por lei, mas deve especificar o doador, o bem a ser doado e o
donatário beneficiado pela doação.
Prestação de Serviços
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1. Introdução
A expressão atual é considerada mais adequada, pois o trabalho realizado pelo ser humano não pode
ser considerado objeto, pois o ser humano não pode ser considerado objeto.
2. Conceito
É o negócio jurídico por meio do qual o prestador se obriga a realizar uma atividade em benefício do
tomador mediante uma remuneração.
Art. 594. Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada mediante
retribuição.
Qualquer atividade lícita manual ou intelectual que não seja regulamentado por lei trabalhista ou
especial.
Na prestação de serviço não há subordinação, ou seja, relação hierárquica entre tomador e prestador,
como ocorre na relação trabalhista. A relação civilista é autônoma.
3. Características
3.1 Típico
3.2 Nominado
3.4 Comutativo
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Art. 605. Nem aquele a quem os serviços são prestados, poderá transferir a outrem o direito aos serviços
ajustados, nem o prestador de serviços, sem aprazimento da outra parte, dar substituto que os preste.
É possível que o prestador de serviço seja substituído por outra pessoa desde que haja anuência do
tomador.
4. Objeto
O objeto deve ser, em regra, determinado. Excepcionalmente, poderá ser indeterminado, mas não de
forma ampla e irrestrita. Deve estar de acordo com as características relativas a sua condição.
Ex.: contratar escritório de advocacia para cuidar de questões jurídicas da empresa. Vai fazer todo tipo
de atividade ligada à advocacia, como fazer petição, pareceres, audiência. Claro que não vai fazer
serviço contábil, por exemplo.
5. Forma
Por ser contrato não solene, pode ser celebrado por qualquer forma, inclusive verbal.
Se uma das partes não for alfabetizada, pode ser assinada por outra pessoa em seu lugar e subscrito
por duas testemunhas.
Art. 595. No contrato de prestação de serviço, quando qualquer das partes não souber ler, nem escrever, o
instrumento poderá ser assinado a rogo e subscrito por duas testemunhas.
6. Retribuição
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Obs.: apesar da expressão “salário” normalmente ser utilizado na relação de emprego o artigo 599 do
CC/02 também faz uso dela. A doutrina critica dizendo houve atecnia.
Obs.: Gratuidade
O Código Civil não admite a prestação de serviços gratuitos, então o prestador sempre fará jus à
remuneração. No silêncio das partes caberá ao Juiz fixar o valor de acordo com os costumes locais,
levando em conta o tempo para realização do serviço e sua qualidade.
Mesmo que o prestador não esteja habilitado para prestar o serviço deve receber alguma
compensação, exceto se estivesse de má-fé.
7. Tempo de duração
Art. 598. A prestação de serviço não se poderá convencionar por mais de quatro anos, embora o contrato tenha
por causa o pagamento de dívida de quem o presta, ou se destine à execução de certa e determinada obra.
Neste caso, decorridos quatro anos, dar-se-á por findo o contrato, ainda que não concluída a obra.
A conclusão de obra o legislador quis se referir à atividade, pois obra se refere ao contrato de
empreitada.
Caso o contrato tenha cláusula com duração superior, somente esta deve ser considerada nula e não
o instrumento inteiro.
A intenção é evitar que as partes fiquem amarradas por tanto tempo o que traria enorme dificuldade
financeira. Então, nada impede que, vencido o prazo, as partes renovem o contrato.
Caso o contrato não tenha termo final, as partes estão vinculadas por prazo indeterminado.
Havendo intenção de uma das partes resilir unilateralmente o contrato, deverá comunicar previamente
a outra.
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Art. 599. Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou do costume do
lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver o contrato.
I - com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês, ou mais;
II - com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou quinzena;
Não pode ser computado o tempo do contrato o período que, por culpa do prestador, não houve
atividade. A contrário senso, o tempo que ele deixou de servir, sem culpa, deve ser computado.
Isso não quer dizer que o prestador tem direito à retribuição do serviço. Se a retribuição não é global,
mas por dia disponibilizado, a remuneração não é devida.
Ex.: contrato “A” para ser consultor durante 6 meses pelo preço de R$10.000,00.
Se ele vai para os EUA passear, esse tempo não pode ser computado. Entretanto, se ele ficou doente,
o período deve ser computado. A remuneração somente será devida se o serviço foi efetivamente
prestado.
Obs.: é diferente da relação de emprego, pois o empregador assume os riscos da atividade e deve
remunerar.
a) Termo final
b) Realização da atividade
c) Aviso Prévio
d) Inadimplemento
f) Morte
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No contrato por prazo indeterminado é possível resilição unilateral desde que haja aviso prévio. Já nos
contratos por prazo determinado a expectativa é que o termo seja respeitado, entretanto, deverá a
parte inocente ser indenizado pelas perdas e danos.
Art. 608. Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar serviço a outrem pagará a este a
importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante dois anos.
Comissão
1. Conceito
É o negócio jurídico por meio do qual o comissário assume em seu próprio nome e à conta do
comitente a obrigação de adquirir ou vender bens móveis.
Obs.:Não é possível este tipo de contrato para bens imóveis, pois precisa de instrumento público e
respeitar a cadeia registral.
Obs.: apesar de semelhante não é possível confundir com a corretagem, pois o objetivo não é
aproximar pessoas que desejam contratar, mas celebrar o contrato no interesse de outrem, embora
não em seu nome.
1.1 Partes
1.1.1 Comitente:
1.1.2 Comissário
Comissão
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Art. 693. O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio
nome, à conta do comitente.
Obs.: perceba que comissão é tanto a designação do contrato quanto da remuneração a ser recebida.
A principal obrigação neste contrato é do comissário que assume o dever de adquirir e vender bens
em seu próprio nome e no interesse do comitente.
Art. 695. O comissário é obrigado a agir de conformidade com as ordens e instruções do comitente, devendo, na
falta destas, não podendo pedi-las a tempo, proceder segundo os usos em casos semelhantes.
Parágrafo único. Ter-se-ão por justificados os atos do comissário, se deles houver resultado vantagem para o
comitente, e ainda no caso em que, não admitindo demora a realização do negócio, o comissário agiu de
acordo com os usos.
O parágrafo único traz essas duas situações que justificam a atuação do comissário mesmo que não
tenha instruções do comitente.
Obs.: perceba que,nesta segunda justificativa, caso o comissário não possa esperar e tenha agido
de acordo com os costumes, ainda que não haja vantagem ao comitente, não haverá
responsabilidade. Só será responsabilizado por ter feito um mau negócio se o comissário agiu com
dolo.
Art. 696. No desempenho das suas incumbências o comissário é obrigado a agir com cuidado e diligência, não
só para evitar qualquer prejuízo ao comitente, mas ainda para lhe proporcionar o lucro que razoavelmente se
podia esperar do negócio.
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Parágrafo único. Responderá o comissário, salvo motivo de força maior, por qualquer prejuízo que, por ação ou
omissão, ocasionar ao comitente.
Caso fortuito e força maior rompem o nexo de causalidade, por isso não há responsabilidade.
Art. 700. Se houver instruções do comitente proibindo prorrogação de prazos para pagamento, ou se esta não
for conforme os usos locais, poderá o comitente exigir que o comissário pague incontinenti ou responda pelas
conseqüências da dilação concedida, procedendo-se de igual modo se o comissário não der ciência ao
comitente dos prazos concedidos e de quem é seu beneficiário.
O comissário pode, de acordo com os usos, conceder dilação de prazo para pagamento, exceto se
houver proibição expressa do comitente (art. 699).
Normalmente é baseada em percentual sobre o valor do contrato. No silêncio, a comissão deve ser
arbitrado segundo os usos locais (costume praeter legem).
Obs.: a remuneração é tão relevante que o Código Civil deixou claro que é crédito preferencial na
falência ou insolvência (art. 707).
Direito de retenção
Art. 708. Para reembolso das despesas feitas, bem como para recebimento das comissões devidas, tem o
comissário direito de retenção sobre os bens e valores em seu poder em virtude da comissão.
Recebimento de juros
Art. 706. O comitente e o comissário são obrigados a pagar juros um ao outro; o primeiro pelo que o comissário
houver adiantado para cumprimento de suas ordens; e o segundo pela mora na entrega dos fundos que
pertencerem ao comitente.
Juros compensatório
Juros moratórios
4. Espécies de Comissão
a) Comissão imperativa
É aquela que caracteriza um contrato de adesão, pois a execução é ditada unilateralmente pelo
comitente.
b) Comissão Facultativa
a) Comissão simples
b) Comissão complexa
Quando há mais de uma comissão reunida, sendo que a execução de uma não depende da outra.
c) Comissão Conexa
d) Comissão alternativa
Quando existe mais de uma comissão, facultando ao comissário escolher uma delas.
É a cláusula que estipula responsabilidade solidária entre o comissário e a pessoa que ele contratou.
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Art. 698. Se do contrato de comissão constar a cláusula del credere , responderá o comissário solidariamente
com as pessoas com que houver tratado em nome do comitente, caso em que, salvo estipulação em contrário, o
comissário tem direito a remuneração mais elevada, para compensar o ônus assumido.
O comissário não responde pela insolvência das pessoas com quem contratar, exceto se agir com
culpa ou se for estabelecida cláusula del credere.
Essa cláusula tem o objetivo de dar maior garantia ao comitente no recebimento do crédito.
Obs.: não é se confunde com o seguro, pois a intenção não é garantia contra risco.Além disso, o
comissário não preenche requisitos para ser segurador e atuar no mercado de seguro.
Obs.: também não se confunde com fiança, pois a responsabilidade do comissário é solidária e não
subsidiária.
Por outro lado, o comissário terá direito a uma remuneração maior, exceto se o contrato dispuser o
contrário.
Art. 698. Se do contrato de comissão constar a cláusula del credere , responderá o comissário solidariamente
com as pessoas com que houver tratado em nome do comitente, caso em que, salvo estipulação em
contrário, o comissário tem direito a remuneração mais elevada, para compensar o ônus assumido.
Obs.: caso a modalidade seja de adesão a cláusula del credere é considerada por parte da doutrina
inválida em razão da abusividade.
6. Extinção do contrato
Obs.: extinção promovida pelo comitente o comissário terá direito à remuneração independente do
motivo
Art. 703. Ainda que tenha dado motivo à dispensa, terá o comissário direito a ser remunerado pelos serviços
úteis prestados ao comitente, ressalvado a este o direito de exigir daquele os prejuízos sofridos.
Art. 705. Se o comissário for despedido sem justa causa, terá direito a ser remunerado pelos trabalhos
prestados, bem como a ser ressarcido pelas perdas e danos resultantes de sua dispensa.
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Agência e Distribuição
1. Conceito
Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de
dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios,
em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a
ser negociada.
É o negócio jurídico por meio do qual o agente, sem subordinação, em caráter não eventual, e sem
deter a coisa que comercializa, realiza negócios em área determinada, fazendo jus a uma
remuneração fixa ou percentual.
É o negócio jurídico por meio do qual o distribuidor, sem subordinação, já possuindo a coisa que
comercializa, realiza negócios em determinada área, fazendo jus a uma remuneração fixa ou
percentual.
Há uma primeira etapa que é a venda do produto pelo distribuído ao distribuidor que, posteriormente,
revende ao destinatário final. O distribuidor vende o produto que está em seu poder.
Art. 711. Salvo ajuste, o proponente não pode constituir, ao mesmo tempo, mais de um agente, na mesma zona,
com idêntica incumbência; nem pode o agente assumir o encargo de nela tratar de negócios do mesmo gênero,
à conta de outros proponentes.
2.2 O agente deve agir com diligência de acordo com as instruções recebidas.
Art. 712. O agente, no desempenho que lhe foi cometido, deve agir com toda diligência, atendo-se às instruções
recebidas do proponente.
2.3 Cabe ao agente arcar com as despesas decorrentes do contrato, exceto se houver previsão expressa em
contrário
Art. 713. Salvo estipulação diversa, todas as despesas com a agência ou distribuição correm a cargo do agente
ou distribuidor.
2.4 Direito à remuneração dos negócios promovidos dentro do seu território, ainda que seja fruto da sua
interferência. Caso o negócio não seja realizado por culpa (lato sensu) do proponente, a remuneração também
será devida.
Art. 714. Salvo ajuste, o agente ou distribuidor terá direito à remuneração correspondente aos negócios
concluídos dentro de sua zona, ainda que sem a sua interferência.
Art. 716. A remuneração será devida ao agente também quando o negócio deixar de ser realizado por fato
imputável ao proponente.
Art. 717. Ainda que dispensado por justa causa, terá o agente direito a ser remunerado pelos serviços úteis
prestados ao proponente, sem embargo de haver este perdas e danos pelos prejuízos sofridos.
Art. 718. Se a dispensa se der sem culpa do agente, terá ele direito à remuneração até então devida, inclusive
sobre os negócios pendentes, além das indenizações previstas em lei especial.
Art. 719. Se o agente não puder continuar o trabalho por motivo de força maior, terá direito à remuneração
correspondente aos serviços realizados, cabendo esse direito aos herdeiros no caso de morte.
Corretagem
1. Conceito
Art. 722. Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de
serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios,
conforme as instruções recebidas.
O corretor tem a tarefa de aproximar as duas partes para que realizem determinado contrato.
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Partes
Corretor
Comitente
Corretagem e Mandato
O corretor não deixa de prestar serviço para o comitente, entretanto, o contrato de corretagem tem
peculiaridades em relação ao de prestação de serviços.
O corretor precisa ser profissional, além do corretor intermediar as partes e na prestação de serviços o
prestador age em seu nome.
Obrigação do corretor
Art. 723. O corretor é obrigado a executar a mediação com diligência e prudência, e a prestar ao cliente,
espontaneamente, todas as informações sobre o andamento do negócio.
Parágrafo único. Sob pena de responder por perdas e danos, o corretor prestará ao cliente todos os
esclarecimentos acerca da segurança ou do risco do negócio, das alterações de valores e de outros fatores que
possam influir nos resultados da incumbência.
Obrigação do Comitente
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Remuneração
Art. 724. A remuneração do corretor, se não estiver fixada em lei, nem ajustada entre as partes, será arbitrada
segundo a natureza do negócio e os usos locais.
Art. 725. A remuneração é devida ao corretor uma vez que tenha conseguido o resultado previsto no contrato de
mediação, ou ainda que este não se efetive em virtude de arrependimento das partes.
Não é possível se confundir arrependimento com desistência, pois esta ocorre numa fase pré-
contratual e aquele na fase contratual.
Cláusula de exclusividade
Se houver cláusula de exclusividade, será devida a remuneração, ainda que não haja intermediação
do negócio, exceto se houver desídia do corretor.
Art. 726. Iniciado e concluído o negócio diretamente entre as partes, nenhuma remuneração será devida ao
corretor; mas se, por escrito, for ajustada a corretagem com exclusividade, terá o corretor direito à
remuneração integral, ainda que realizado o negócio sem a sua mediação, salvo se comprovada sua
inércia ou ociosidade.
Divisão da remuneração
Art. 728. Se o negócio se concluir com a intermediação de mais de um corretor, a remuneração será paga a
todos em partes iguais, salvo ajuste em contrário.
Deve ser interpretado amplamente a expressão “salvo ajuste em contrário” para não dar margem a
injustiça. O pagamento igualitário somente pode ser feito se não houver possibilidade de comprovar a
divisão desigual de tarefas.
Transporte
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Constituição de renda
É o contrato pelo qual uma pessoa se obriga a pagar outra, a título gratuito, uma
prestação periódica (art. 803). Em sua modalidade onerosa, uma pessoa recebe de
outra, certo capital, consistente em bens móveis ou imóveis, obrigando-se a pagar a
esta ou a um terceiro, eleito beneficiário, uma prestação por determinado prazo (art.
804).
Contrato de Seguro
Contrato de seguro é aquele pelo qual uma das partes (segurador) se obriga para
com a outra (segurado), mediante o pagamento de um prêmio, a indenizá-lo de
prejuízo decorrente de riscos futuros, previstos no contrato (CC, art. 757).
Transação
Compromisso
Leasing
Factoring
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