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Direito Contratos

Civil IIII
Aula 05
Roteiro
Formação dos Contratos:
Fases
Formação dos Contratos entre Ausentes
Lugar de Formação
Estipulação em Favor de Terceiros
Promessa de Fato de Terceiro
Contrato com Pessoa a Declarar
Formação dos Contratos
Negociações Preliminares
Anterior a Formação dos Contratos
“É neste momento prévio que as partes discutem, ponderam, refletem,
fazem cálculos, estudos, redigem a minuta do contrato, enfim,
contemporizam interesses antagônicos, para que possam chegar a uma
proposta final e definitiva” (STOLZE, 2021)
Não há vinculação das Partes
Não se confunde com Contrato Preliminar
Responsabilidade Extracontratual
Formação dos Contratos
Negociações Preliminares
RESPONSABILIDADE CIVIL. COMPRA E VENDA DE PONTO
COMERCIAL. INOVSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ NA FASE
PRÉ-CONTRATUAL. DANOS MATERIAL E MORAIS
CONFIGURADOS. LUCROS CESSANTES NÃO CONFIGURADOS. I –
Os contratantes devem agir com transparência, lealdade e probidade, inclusive
na fase pré-contratual, respeitando a boa-fé objetiva que rege as relações
contratuais. Hipótese na qual houve omissões a fatos essenciais à celebração do
contrato, atitude que não se coaduna com a conduta esperada nas relações
jurídicas, dando causa ao rompimento do pacto e o dever de indenizar, forte no
art. 187 e 927, ambos do Código Civil. II – Omissão quanto ao real faturamento
do negócio, bem como sobre a possibilidade de o imóvel ser posto a venda
justificam a indenização da autora ao danos moral experimentado. [...]
(TJ-RS – AC: 70048335574 RS, Relator: Túlio de Oliveira Martins, Data de
Julgamento: 19/07/2012, Décima Câmara Cível, Data de Publicação: 14/08/2012)
Formação dos Contratos
Proposta de Contratar
“Trata-se de uma declaração receptícia de vontade que, para
valer e ter força vinculante, deverá ser séria e concreta, ainda que
verbal. Mera conjecturas ou declarações jocosas não traduzem
proposta juridicamente válida e exigível” (STOLZE, 2021)
Proponente/ Ofertante/ Policitante X Aceitante ou Oblato
Força obrigatória para o Proponente, salvo as exceções legais.
Formação dos Contratos
Proposta de Contratar
“Trata-se de uma declaração receptícia de vontade que, para valer e ter
força vinculante, deverá ser séria e concreta, ainda que verbal. Mera
conjecturas ou declarações jocosas não traduzem proposta
juridicamente válida e exigível” (STOLZE, 2021)
Proponente/ Ofertante/ Policitante X Aceitante ou Oblato
Força obrigatória para o Proponente, salvo as exceções legais.
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não
resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Formação dos Contratos
Proposta de Contratar
Prazo de Validade da Proposta
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita.
Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio
de comunicação semelhante;
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para
chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do
prazo dado;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte
a retratação do proponente.
Formação dos Contratos
Proposta de Contratar
Oferta ao Público
Proposta de contratar feita a uma coletividade
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os
requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das
circunstâncias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua
divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.
Formação dos Contratos
Proposta de Contratar
Oferta ao Público à luz CDC
Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada
por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços
oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se
utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar
informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre
suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia,
prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que
apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos produtos
refrigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de forma indelével.
Formação dos Contratos
Proposta de Contratar
Oferta ao Público à luz CDC
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos
atos de seus prepostos ou representantes autônomos.
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta,
apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua
livre escolha:
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta,
apresentação ou publicidade;
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente
antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
Formação dos Contratos
Aceitação
“A aceitação é a aquiescência a uma proposta formulada. Trata-se da manifestação de
vontade concordante do aceitante ou oblato que adere à proposta que lhe fora
apresentada” (STOLZE, 2021)
Dever de informar - Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao
conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de
responder por perdas e danos.
Contraproposta - Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações,
importará nova proposta.
Expressa ou Tácita - Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação
expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a
tempo a recusa.
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a
retratação do aceitante.
Formação dos Contratos
Entre ausentes
Teoria da Cognição ou Informação: O contrato torna-se perfeito e acabado
quando a resposta do aceitante chega ao conhecimento do proponente
Teoria da Agnição ou Declaração:
Subteoria da Declaração Propriamente Dita: O vínculo obrigacional é
estabelecido a partir do momento que o aceitante formula/redige a sua
resposta
Subteoria da Expedição: O contrato é formado quando a resposta do
aceitante é expedida
Subteoria da Recepção: O negócio estará formando quando o
proponente recebe a resposta do oblato
Art. 433 x Art. 434 – Qual a teoria adotada pelo Código Civil?
Formação dos Contratos
Entre ausentes
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela
chegar ao proponente a retratação do aceitante.
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a
aceitação é expedida, exceto:
I - no caso do artigo antecedente;
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III - se ela não chegar no prazo convencionado.
Formação dos Contratos
Entre ausentes
“O art. 434 do Código Civil acolheu expressamente a teoria da expedição
ao afirmar que os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a
aceitação é expedida. Entretanto, estabeleceu três exceções: a) no caso de
haver retratação do aceitante; b) se o proponente houver se comprometido
a esperar resposta; e c) se ela não chegar no prazo convencionado. Ora, se é
permitida a retratação antes de a respostas chegar às mãos do proponente,
e se, ainda não se reputar concluído o contrato na hipótese de a resposta
não chegar no prazo convencionado, na realidade o referido diploma filiou-
se à teoria da recepção, e não à da expedição” (GONÇALVES, 2019, p. 33)
Formação dos Contratos
Lugar
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
Quando não for possível identificar o local da proposta? Considera-
se o local de residência do proponente
Art. 9º, LINDB - Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a
lei do país em que se constituírem.
§ 2oA obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar
em que residir o proponente.
Estipulação em Favor de Terceiros
Estipulação em Favor de Terceiros
Regra: Princípio da Relatividade dos Efeitos do Contrato.
“Uma parte convenciona com o devedor que deverá realizar determinada
prestação em benefício de outrem, alheio à jurídica-base” (STOLZE, 2021)
Partes: Estipulante; Promitente ou Devedor e Terceiro ou Beneficiário.
Previsão Legal: Art. 436 a 438 do Código Civil
“O principal efeito peculiar desta modalidade especial de contratação é a
possibilidade de exigibilidade da obrigação tanto pelo estipulante quanto
pelo terceiro” (STOLZE, 2021)
Estipulação em Favor de Terceiros
Estipulação em Favor de Terceiros
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da
obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é
permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a
ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de
reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado
no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição
de última vontade.
Promessa de Fato de Terceiro
Promessa de Fato de Terceiro
“Negócio jurídico em que a prestação acertada não é exigida da estipulante,
mas sim de um terceiro estranho à relação jurídica obrigacional” (STOLZE,
2021).
O negócio jurídico obriga os contratantes, e não o terceiro (art. 439, CC),
exceto quando o terceiro, apontado originalmente pelo estipulante, se
comprometer diretamente à prestação (art. 440, CC)
Responsabilidade Solidária com estipulante originário – possível pela força
da autonomia de vontade, mediante manifestação expressa (art. 265, CC)
Exclusão de Responsabilidade Civil do Estipulante – Art. 439, §único.
Promessa de Fato de Terceiro
Promessa de Fato de Terceiro
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e
danos, quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge
do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde
que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a
recair sobre os seus bens.
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por
outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.
Contrato com Pessoa a Declarar
Contrato com Pessoa a Declarar
“Trata-se de contrato no qual se introduz a cláusula especial pro amico
eligendo ou pro amico electo, pela qual uma das partes se reserva a
faculdade de nomear quem assume a posição de contratante. A pessoa
designada toma, na relação contratual, o lugar da parte que a nomeou,
tal como se ela própria houvesse celebrado o contrato. O designante
sai da relação sem deixar vestígios” - Orlando Gomes.
Prazo p/ Comunicar o Terceiro: 5 dias (Art. 468, CC)
Partes: Promitente/ Estipulante/ Electus
Não se confunde com a Cessão de Posição Contratual
Contrato com Pessoa a Declarar
Contrato com Pessoa a Declarar
Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes
reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e
assumir as obrigações dele decorrentes.
Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de
cinco dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado.
Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se
revestir da mesma forma que as partes usaram para o contrato.
Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes,
adquire os direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir
do momento em que este foi celebrado.
Contrato com Pessoa a Declarar
Contrato com Pessoa a Declarar
Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários:
I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a
aceitá-la;
II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no
momento da indicação.
Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da
nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes
originários
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