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15/08/2020 Contrato Estimatório - Instituto Fórmula

TERÇA-FEIRA
Contrato Estimatório
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AGO Equipe Jornalismo / advocacia pública /

O contrato estimatório está presente entre os artigos 534 e 537 do Código Civil. De acordo com
Tartuce, “o contrato estimatório ou venda em consignação pode ser conceituado como o contrato
em que alguém, o consignante, transfere ao consignatário bens móveis, para que o último os
venda, pagando um preço de estima; ou devolva os bens findo o contrato, dentro do prazo
ajustado (art. 534 do CC)”. [1]
Enunciado 32 da Jornada de Direito Civil – Art. 534: no contrato estimatório (art. 534), o
consignante transfere ao consignatário, temporariamente, o poder de alienação da coisa
consignada com opção de pagamento do preço de estima ou sua restituição ao final do prazo
ajustado.
Segundo o entendimento majoritário da doutrina, trata-se de um contrato bilateral ou
sinalagmático, pois ambas as partes assumem deveres, tendo também direitos, presente o
sinalagma obrigacional. É contrato oneroso, diante do pagamento do preço de estima e por
envolver uma disposição patrimonial (prestação + contraprestação). O contrato é real, tendo
aperfeiçoamento com a entrega da coisa consignada. Também é comutativo pelo fato de as
partes já saberem quais são as suas prestações. [2]
Há um debate quanto à natureza jurídica da obrigação assumida pelo consignatário. Alguns
doutrinadores entendem que a obrigação assumida por ele é alternativa; outros sustentam que
se trata de uma obrigação facultativa. Vejamos:
Entendendo pela existência de uma obrigação facultativa: Maria Helena Diniz,23 José
Fernando Simão e Sílvio de Salvo Venosa.
Pela presença de uma obrigação alternativa: Caio Mário da Silva Pereira, Waldírio
Bulgarelli, Paulo Luiz Netto Lôbo.
O art. 535 traz a obrigação do consignatário. De acordo com os ensinamentos de Cristiano
Chaves, a responsabilidade do consignatário, além de objetiva, segue o risco integral, pois não
há escusa de qualquer natureza, mesmo que proveniente o dano de caso fortuito ou força
maior. [3]
De acordo com o art. 537, que trata da limitação da disposição, a relação de consignação é de
natureza fiduciária. Há plena confiança entre as partes, devendo cada uma delas respeitar o
período em que a coisa se encontrar em tentativa de transferência. Assim, criando um patrimônio
afetado (mas não transferido) em favor do consignatário, não pode o consignante, sob pena de
nulidade, alienar a coisa antes de sua restituição (ou comunicação). [4]
Vejamos os artigos referentes ao contrato intimatório.
Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica
autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo
estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada.
Art. 535. O consignatário não se exonera da obrigação de pagar o preço, se a restituição da
coisa, em sua integridade, se tornar impossível, ainda que por fato a ele não imputável.
Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou seqüestro pelos credores do
consignatário, enquanto não pago integralmente o preço.
Art. 537. O consignante não pode dispor da coisa antes de lhe ser restituída ou de lhe ser
comunicada a restituição.

[1] TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. Volume único. Editora JusPodivm. 2020.
[2] TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. Volume único. Editora JusPodivm. 2020.

https://www.institutoformula.com.br/contrato-estimatorio/ 1/2
15/08/2020 Contrato Estimatório - Instituto Fórmula

[3] FARIAS, Cristiano Chaves de. et. al. Código Civil para concursos – 9. ed. Salvador:
Juspodivm, 2020.
[4] FARIAS, Cristiano Chaves de. et. al. Código Civil para concursos – 9. ed. Salvador:
Juspodivm, 2020.

https://www.institutoformula.com.br/contrato-estimatorio/ 2/2

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