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DIREITO CIVIL-P2

 Estipulação em favor de 3 º
 Promessa de fato de 3
 Contrato com pessoa a declarar
 Contratos aleatórios
 Extinção dos contratos
 Contrato de compra e venda

SEÇÃO III – Da Estipulação em Favor de Terceiro


Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido
exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o
estipulante não o inovar nos termos do art. 438.

Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar- -
lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.

Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no


77Código Civil contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última
vontade.

Estipulação em favor de terceiro: Trata-se de uma figura jurídica pela qual um terceiro que não
é parte em um contrato pode ser beneficiado por esse contrato. Um exemplo é a contratação
de um seguro de vida em que o beneficiário é uma pessoa que não é o próprio segurado. No
Brasil, a estipulação em favor de terceiro é regulada pelo artigo 436 do Código Civil

Imagine que duas pessoas, João e Pedro, celebrem um contrato de compra e venda de um
imóvel, mas que João queira que sua mãe, Maria, seja beneficiada com a posse do imóvel após
a aquisição. Nesse caso, João e Pedro podem estipular, no contrato, que a posse do imóvel
será transferida diretamente para Maria, mesmo que ela não seja parte no contrato. Isso é um
exemplo de estipulação em favor de terceiro, prevista no artigo 436 do Código Civil.

SEÇÃO IV – Da Promessa de Fato de Terceiro


Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando
este o não executar.

Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente,
dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a
indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.

Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois
de se ter obrigado, faltar à prestação

Imagine que uma empresa contrata um prestador de serviços para realizar a instalação de um
equipamento, mas que esse prestador de serviços subcontrata outra pessoa para realizar parte
da instalação. Nesse caso, a empresa contratante pode exigir que o prestador de serviços se
comprometa a garantir que a pessoa subcontratada cumpra com as obrigações assumidas. Isso
é um exemplo de promessa de fato de terceiro, prevista no artigo 439 do Código Civil.

É uma figura jurídica em que uma pessoa assume a obrigação de fazer com que um terceiro
realize determinado ato em benefício de outra parte. Um exemplo é o caso de uma empresa
que contrata um prestador de serviços e exige que ele se comprometa a garantir que a pessoa
subcontratada cumpra com as obrigações assumidas. A promessa de fato de terceiro é prevista
pelo artigo 439 do Código Civil.

SEÇÃO IX – Do Contrato com Pessoa a Declarar


Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade
de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes.

Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da
conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado. Parágrafo único. A aceitação da
pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma forma que as partes usaram para
o contrato.

Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire os


direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento em que este foi
celebrado.

Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários:

I – se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la;

II – se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da


indicação.

Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o


contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários.

Explicação : É um tipo de contrato em que uma das partes se compromete a escolher uma
pessoa ou coisa dentro de um prazo determinado. Um exemplo é um contrato de compra e
venda em que o comprador se compromete a escolher um fornecedor dentro de um prazo
pré-determinado.

SEÇÃO VII – Dos Contratos Aleatórios


Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de
não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente
o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que
nada do avençado venha a existir.

Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o
risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o
preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em
quantidade inferior à esperada. Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação
não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco,
assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a
coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.

Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como
dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do
risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa

ARTIGOS COMENTADOS

Artigo 458: Esse artigo trata de contratos aleatórios que envolvem coisas ou fatos futuros que
possuem risco de não virem a existir, assumido por uma das partes. Se o risco for assumido por
um dos contratantes, o outro tem direito a receber integralmente o que foi prometido, desde
que não tenha havido dolo ou culpa de sua parte, mesmo que o objeto do contrato não venha
a existir.

Exemplo: Um contrato de seguro em que a seguradora assume o risco de indenizar o segurado


em caso de um determinado evento futuro e incerto, como um acidente. Se o evento não
ocorrer, o segurado não terá que pagar nada além do prêmio do seguro, e a seguradora não
terá que indenizá-lo.

Artigo 459: Esse artigo se refere a contratos aleatórios que envolvem coisas futuras, em que o
adquirente assume o risco de que elas venham a existir em qualquer quantidade. Nesse caso, o
alienante tem direito a todo o preço acordado, desde que não tenha havido culpa de sua
parte, mesmo que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.

Exemplo: Um contrato de compra de safra agrícola, em que o comprador assume o risco de


que a produção seja afetada por condições climáticas adversas. Se a safra for menor do que o
esperado, o vendedor ainda terá direito ao preço acordado, desde que não tenha agido com
culpa.

Artigo 460: Esse artigo se refere a contratos aleatórios que envolvem coisas existentes, mas
expostas a risco assumido pelo adquirente. Nesse caso, o alienante tem direito a todo o preço,
mesmo que a coisa não exista mais no momento da celebração do contrato, desde que não
tenha havido culpa de sua parte.

Exemplo: Um contrato de compra e venda de um carro antigo que precisa de restauração, em


que o comprador assume o risco de que o carro não possa ser restaurado devido à falta de
peças ou por outros motivos. Se o carro não puder ser restaurado, o vendedor ainda terá
direito ao preço acordado, desde que não tenha agido com culpa.

Artigo 461: Esse artigo trata da possibilidade de anulação de uma alienação aleatória por parte
do prejudicado, caso prove que o outro contratante não ignorava o risco envolvido no contrato
e agiu com dolo. Isso significa que se o outro contratante tiver agido de má-fé, ocultando
informações importantes sobre o risco, a alienação aleatória poderá ser anulada.

Exemplo: Um contrato de compra e venda de um terreno em área de risco de deslizamento de


terra. Se o vendedor tiver conhecimento do risco e não informar o comprador, o contrato
poderá ser anulado se o comprador sofrer prejuízos decorrentes do risco não informado.
Extinção dos contratos
CAPÍTULO V – Da Invalidade do Negócio Jurídico
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III – o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV – não revestir a forma prescrita em lei;
V – for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI – tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for
na substância e na forma.
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I – Aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente
se conferem, ou transmitem;
II – Contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III – os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio
jurídico simulado.

PARTE COMENTADA
Artigo 166 enumera sete hipóteses em que um negócio jurídico é considerado nulo
I. Quando celebrado por pessoa absolutamente incapaz, ou seja, aquelas que não têm
capacidade jurídica, como os menores de idade, os interditados, os que estão sob a influência
de álcool ou drogas, entre outros
II. Quando o objeto do negócio for ilícito, impossível ou indeterminável. Isso significa que o
objeto do contrato não pode ser algo que fere a lei ou que não pode ser cumprido
III. Quando o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito, ou seja, quando as
partes têm um objetivo em comum que fere a lei
VI. Quando o objetivo do negócio for fraudar lei imperativa, ou seja, quando o contrato tem o
intuito de burlar a lei.
IV. Quando não for respeitada a forma prescrita em lei, ou seja, quando o contrato não segue
as regras legais para sua formalização
V. Quando for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a validade do
contrato, ou seja, quando não são respeitadas as formalidades necessárias para a celebração
do negócio

Já o Artigo 167 trata da simulação, que é quando um negócio jurídico aparenta uma situação
diferente da que realmente existe. Nesse caso, o contrato é considerado nulo, mas o que se
dissimulou (ou seja, o que estava por trás da simulação) pode ser válido se estiver dentro da
lei.
O parágrafo 1º do artigo 167 detalha as situações em que há simulação, como quando o
contrato aparenta transferir direitos a pessoas diferentes das que efetivamente os receberão
ou quando contém declarações falsas.
O parágrafo 2º ressalva os direitos de terceiros de boa-fé em relação ao negócio jurídico
simulado. Isso significa que terceiros que não sabiam da simulação e agiram de boa-fé podem
ter seus direitos preservados

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra
credores
O artigo 171 do Código Civil estabelece que, além dos casos expressamente declarados na lei,
o negócio jurídico pode ser anulável em razão de alguns vícios específicos. São eles:

 Incapacidade relativa do agente: refere-se à incapacidade de uma pessoa em praticar


certos atos jurídicos, em razão de idade, saúde mental ou outra causa. Um exemplo
seria um menor de idade que celebra um contrato sem a autorização dos pais ou
responsáveis, o que o torna anulável.
 Vício resultante de erro: ocorre quando uma das partes celebra o negócio jurídico com
base em informações incorretas ou incompletas. Por exemplo, se uma pessoa compra
um imóvel acreditando que ele tem uma área maior do que a realidade, esse negócio
pode ser anulado em razão do erro.
 Vício resultante de dolo: é a prática de um ato ilícito com o objetivo de enganar uma
das partes do negócio. Um exemplo seria se uma pessoa vende um produto sabendo
que ele está danificado e não informa o comprador.
 Vício resultante de coação: ocorre quando uma das partes é obrigada a celebrar o
negócio jurídico sob ameaça de algum mal grave. Um exemplo seria se uma pessoa
celebra um contrato de trabalho porque foi ameaçada de morte pelo empregador.
 Vício resultante de estado de perigo: acontece quando uma das partes, por
necessidade extrema, se vê obrigada a celebrar um negócio prejudicial a si mesma. Por
exemplo, se uma pessoa em situação de risco de vida é obrigada a assinar um contrato
de empréstimo com juros abusivos para salvar sua vida.
 Vício resultante de lesão: refere-se ao desequilíbrio econômico entre as partes, em
que uma delas é prejudicada por ter recebido valor muito inferior ao que deveria pelo
negócio. Um exemplo seria se uma pessoa vende um imóvel avaliado em R$
500.000,00 por R$ 50.000,00 a outra pessoa.
 Vício resultante de fraude contra credores: ocorre quando uma das partes celebra o
negócio com o objetivo de prejudicar seus credores, deixando de cumprir com suas
obrigações financeiras. Um exemplo seria se um empresário vende todos os seus bens
a um parente próximo para evitar que seus credores possam executá-lo.

Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não
preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e
danos.
Inexecução voluntaria – teoria de defesa do devedor
Inexecução involuntária – caso fortuito ou força maior- não pode requerer perdas e danos
SEÇÃO IV – Da Resolução por Onerosidade Excessiva
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes
se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do
contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação
Comentado
A situação prevista no artigo 478 é conhecida como "teoria da imprevisão" ou "onerosidade
excessiva", e tem como objetivo proteger a parte que está em desvantagem no contrato em
razão de um acontecimento que não poderia ter sido previsto ou evitado.

Um exemplo de aplicação do artigo 478 pode ser o de um contrato de locação de um imóvel


em que o locatário se compromete a pagar um valor fixo mensal de aluguel. Se ocorrer uma
crise econômica que afete drasticamente o mercado imobiliário e torne o valor do aluguel
excessivamente oneroso para o locatário, ele poderá pedir a resolução do contrato com base
na teoria da imprevisão.
SEÇÃO II – Da Cláusula Resolutiva
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de
interpelação judicial.
CAPÍTULO II – Da Extinção do Contrato
SEÇÃO I – Do Distrato
Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato

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