1. O documento discute a promessa de fato de terceiro no Código Civil brasileiro. 2. A promessa de fato de terceiro é quando uma pessoa promete um ato de um terceiro e é responsável por danos se o ato não for realizado, a menos que o terceiro seja cônjuge. 3. O Código Civil de 2002 introduziu novas regras, incluindo uma exceção para quando o terceiro é cônjuge do promitente.
1. O documento discute a promessa de fato de terceiro no Código Civil brasileiro. 2. A promessa de fato de terceiro é quando uma pessoa promete um ato de um terceiro e é responsável por danos se o ato não for realizado, a menos que o terceiro seja cônjuge. 3. O Código Civil de 2002 introduziu novas regras, incluindo uma exceção para quando o terceiro é cônjuge do promitente.
1. O documento discute a promessa de fato de terceiro no Código Civil brasileiro. 2. A promessa de fato de terceiro é quando uma pessoa promete um ato de um terceiro e é responsável por danos se o ato não for realizado, a menos que o terceiro seja cônjuge. 3. O Código Civil de 2002 introduziu novas regras, incluindo uma exceção para quando o terceiro é cônjuge do promitente.
Sumário: 1. Introdução. 2. Promessa de fato de terceiro. 3.
Inovações introduzidas pelo Código Civil de 2002. 1. INTRODUÇÃO O tema abordado neste capítulo era tratado, no Código Civil de 1916, na “Parte Geral das Obrigações”, no título concernente aos “Efeitos das Obrigações”, capítulo atinente às “Disposições Gerais”, num único dispositivo (art. 929). O novo diploma reproduziu, com redação idêntica, o aludido dispositivo, agora como art. 439, porém inserindo-o no título “Dos Contratos em Geral”, Seção IV, introduzindo duas novas regras: o parágrafo único do citado art. 439 e o art. 440, que serão comentados a seguir. 2. PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO Prescreve o art. 439 do Código Civil: “Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar”. Trata-se do denominado contrato por outrem ou promessa de fato de terceiro. O único vinculado é o que promete, assumindo obrigação de fazer que, não sendo executada, resolve-se em perdas e danos. Isto porque ninguém pode vincular terceiro a uma obrigação. As obrigações têm como fonte somente a própria manifestação da vontade do devedor, a lei ou eventual ato ilícito por ele praticado. Aquele que promete fato de terceiro assemelha-se ao fiador, que assegura a prestação prometida. Se alguém, por exemplo, prometer levar um cantor de renome a uma determinada casa de espetáculos ou clube, sem ter obtido dele, previamente, a devida concordância, responderá por perdas e danos perante os promotores do evento, se não ocorrer a prometida apresentação na ocasião anunciada. Se o tivesse feito, nenhuma obrigação haveria para quem fez a promessa (CC, art. 440). Na hipótese, o agente não agiu como mandatário do cantor, que não se comprometeu de nenhuma forma. Desassiste razão aos que aproximam essa figura contratual do mandato, por faltar-lhe a representação. Malgrado a semelhança com a fiança, também com ela não se confunde, visto que a garantia fidejussória é contrato acessório, ao passo que a promessa de fato de terceiro é principal. Igualmente não se confunde esta com a gestão de negócios, pelo fato de o promitente não se colocar na defesa dos interesses do 183 terceiro . 3. INOVAÇÕES INTRODUZIDAS PELO CÓDIGO CIVIL DE 2002 O Código Civil de 2002, depois de reproduzir, com idêntica redação, o art. 929 do Código de 1916, editou duas regras novas para completar o capítulo sob a denominação promessa de fato de terceiro, como foi dito inicialmente. A primeira veio compor o parágrafo único do retrotranscrito art. 439, recebendo a seguinte redação: “Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens”. A nova regra evidentemente visa à proteção de um dos cônjuges contra desatinos do outro, negando eficácia à promessa de fato de terceiro quando este for cônjuge do promitente, o ato a ser por ele praticado depender da sua anuência e, em virtude do regime de casamento, os bens do casal venham a responder pelo descumprimento da promessa. S R exemplifica com a hipótese de o marido ter prometido obter a anuência da mulher na concessão de uma fiança, tendo esta se recusado a prestá-la. A recusa sujeitaria o promitente a responder por perdas e danos que iriam sair do patrimônio do casal, consorciado por regime de comunhão. Para evitar o litígio familiar, conclui, o legislador tira a eficácia da promessa184. Na sua Exposição de Motivos Complementar, A A informa que a regra em tela “visa a impedir que o cônjuge, geralmente a mulher, por ter usado do seu direito de veto, venha a sofrer as consequências da ação de indenização que mais tarde se mova contra o cônjuge promitente. O pressuposto é que, pelo regime do casamento, a ação indenizatória venha, de algum modo, a prejudicar o cônjuge que nada prometera”185. Deve-se registrar que a fiança dada pelo marido sem a anuência da mulher pode ser por esta anulada (CC, art. 1.649). Se a hipótese for de concessão de aval, pode esta opor embargos de terceiro para livrar da penhora a sua meação186. Ainda: no regime da comunhão parcial, que é o regime legal, excluem-se da comunhão “as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal” (CC, art. 1.659, IV)187. Dispõe, por fim, o art. 440 do atual Código Civil: “Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação”. Está repleto de razão S R quando declara que o dispositivo supratranscrito afirma um truísmo, pois cogita de uma promessa de fato de terceiro que, uma vez ultimada, foi por este ratificada, com sua concordância. Ora, “assumindo a obrigação, o terceiro passou a ser o principal devedor. A assunção da obrigação pelo terceiro libera o promitente”188.