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Disciplina:

Direito Civil III


Prof. Juliano Pena - Curso de Direito
FUMESC (semestre 2023-1)
TEMA 4: Teoria Geral dos Contratos
(Da estipulação em favor de terceiros; Da promessa de fato
de terceiro; Do contrato com pessoa a declarar)
Da estipulação em favor de terceiros

Trata-se de um contrato estabelecido entre duas


pessoas, em que uma (estipulante) convenciona com
outra (promitente) certa vantagem patrimonial em
proveito de terceiro (beneficiário) alheio à formação do
vínculo contratual.

(DINIZ, 2004)
Da estipulação em favor de terceiros
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o
cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a
obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às
condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o
inovar nos termos do art. 438.

De se observar que tanto o estipulante quanto o terceiro podem exigir o


cumprimento da obrigação (neste caso o terceiro deverá sujeitar-se aos
termos contratuais, pois terá dado sua anuência).
Da estipulação em favor de terceiros

O estipulante pode exonerar o devedor de sua obrigação,


ficando então sem efeito o contrato.

CONTUDO, se houver expressa determinação em contrário


no contrato ficará resguardado o direito do beneficiário
(terceiro) contra a dependência da vontade do estipulante
em exigir ou não este vínculo contratual.
Da estipulação em favor de terceiros
ATENÇÃO:
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o
terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência
e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos
ou por disposição de última vontade.

Tal disposição depende de cláusula de substituição de beneficiário


presente no negócio, se o estipulante não se reservou tal direito
expressamente não poderá exercê-lo posteriormente.
Da promessa de fato de terceiro

Eu posso contratar com outra pessoa prometendo que um


terceiro (que não faz parte do contrato) irá executar
determinada tarefa?

Por incrível que pareça a resposta é SIM.


CONTUDO, nestes casos devem ser observadas as
disposições dos artigos 439 e 440 do CC2002, que
passamos a analisar.
Da promessa de fato de terceiro
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá
por perdas e danos, quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro
for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato
a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a
indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.

Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se


comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado,
faltar à prestação.
Do Contrato com Pessoa a Declarar
ORLANDO GOMES (apud) preleciona:

“Trata-se de contrato no qual se introduz a cláusula especial pro


amico eligendo ou pro amico electo, pela qual uma das partes se
reserva a faculdade de nomear quem assuma a posição de
contratante. A pessoa designada toma, na relação contratual, o
lugar da parte que a nomeou, tal como se ela própria houvesse
celebrado o contrato. O designante sai da relação sem deixar
vestígios. Em suma, o contraente in proprio nomeia terceiro titular
do contrato” (GAGLIANO, 2021, p.259)
Do Contrato com Pessoa a Declarar
A figura do contrato com pessoa a declarar está presente no
código civil dos artigos 467 ao 471, tendo ainda como
peculiaridades:
- a nomeação é uma faculdade (pode não ocorrer);
- não havendo outro prazo estipulado, a nomeação deverá ser
feita pelo estipulante e comunicada ao promitente em 5 dias;
- a parte nomeada (electus) poderá aceitar através da mesma
formalidade utilizada na formação do contrato.
Do Contrato com Pessoa a Declarar

Atenção:
Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os
artigos antecedentes, adquire os direitos e assume as
obrigações decorrentes do contrato, a partir do
momento em que este foi celebrado.

Ou seja, efeitos ex-tunc (retroagem).


Do Contrato com Pessoa a Declarar
A nomeação tornar-se-á ineficaz e os efeitos contratuais serão
válidos exclusivamente em relação aos contratantes originários se:
● se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar
a aceitá-la;
● se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o
desconhecia no momento da indicação.
● se a pessoa nomeada era, ao tempo da nomeação, incapaz.
Encerramento

Prezados(as),

Encerramos nosso conteúdo por hoje, pois, era este o


conteúdo que nos cabia para este encontro.

Forte abraço, sigo à disposição.


Prof. Juliano Pena

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