Éverton

Brito
Professor
DIREITO CIVIL III
 Estipulações
Contratuais em Favor
de Terceiros
Estipulações Contratuais em Favor de
Terceiros
• PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS EFEITOS CONTRATUAIS:
Este princípio dispõe que as estipulações dos contratos só têm efeito entre as
partes contratantes, não atingindo terceiros estranhos ao negócio jurídico.
Exceções:
1. Herdeiros universais (Art. 1.792 CC) de um contratante que, embora não
tenham participado da celebração do contrato, sofrem seus efeitos, porém, a
obrigação assumida pelo de cujus não lhes será transmitida além da herança;
2. Da estipulação em favor de terceiros, do contrato por terceiro e do contrato
com pessoa a declarar, que podem estender seus efeitos a outras pessoas
alheias à celebração do contrato, constituindo a elas direitos ou deveres (Ex.
Seguro de vida).
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Terceiros
Contratos Envolvendo Terceiros:
Estipulação em Favor de 3º: A B
Art. 436 CC/02 Ex: José/floricultura/Maria
C
Promessa de Fato de 3º: A B
Art. 439 CC/02 Ex: Aniversariante/cinema/amigos
C
Contrato com Pessoa a Declarar: A B
Art. 467 CC/02 Ex: João/plano de saúde/futuros
? empregados
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Terceiros
• Ocorre quando alguém contrata com alguém em benefício de um terceiro,
vejamos:

A estipulante B promitente A para B = entregue o benefício para C

B concorda = entregarei o benefício para C
C 3º beneficiário

• Temos um contrato entre A e B onde A já nomina o beneficiário C e B já sabe

que o beneficiário é C.
• Ex: José no dia dos namorados.
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Terceiros
• Conceito: Dá-se estipulação em favor de terceiro quando, num contrato
entre duas pessoas, pactua-se que a vantagem resultante do ajuste
reverterá em benefício de terceiro, estranho à convenção e nela não
representado.
• É negócio peculiar, pois, em vez de resultarem do contrato obrigações
recíprocas entre os contraentes, apenas um deles assume o encargo de
realizar prestação em favor de terceiro.
• Nessa relação jurídica aparecem três figurantes: o estipulante, o
promitente e o beneficiário. Estipulante é o que obtém do promitente,
ou devedor, a promessa em favor do beneficiário.
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• Exemplo clássico:

Seguro de Vida - Uma pessoa (estipulante), mediante o pagamento de prêmios

anuais, consegue da seguradora (promitente) a promessa de pagar s terceiros por
aquela indicados (beneficiários), e por ocasião de sua morte, uma importância em
dinheiro. O terceiro beneficiário não é parte no negócio jurídico concluído entre
segurador e segurado; apenas se beneficia com a promessa daí resultante.
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Terceiros
• Natureza Jurídica:

De todas as concepções apresentadas pelos vários escritores, e são elas muitas, a que
me parece verdadeira é a que justifica a obrigatoriedade das estipulações em favor de
terceiro, na circunstância da vontade unilateral do promitente ser bastante para
vinculá-lo. De fato, se o agente é capaz e o objeto lícito, a promessa por ele feita
basta para sujeitá-lo ao cumprimento do prometido. Essa tese, defendida entre
outros por COLIN e CAPITANT, é válida para todos os negócios jurídicos, pois, seja de
que espécie for, o ato tira sua força obrigatória da manifestação volitiva.
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Terceiros
• Estipulações Contratuais em Favor de Terceiros no CC:

• Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da

obrigação.
• Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é
permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a
ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
OBS: Todavia, a despeito de tal anuência, pode o estipulante inovar o contrato, se se
reservou tal direito e independentemente de concordância do beneficiário, como
também pode exonerar o devedor, se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato,
não se deixar o direito de reclamar-lhe a execução.
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Terceiros
• Estipulações Contratuais em Favor de Terceiros no CC:

• Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de

reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.
OBS: Daí resulta que, se expressamente não figurar na avença a cláusula em questão,
o estipulante pode, a qualquer tempo, exonerar o devedor. Ora, a exoneração do
obrigado equivale à revogação do negócio jurídico. Consequentemente a revogação
só não é possível se a proibição ficar expressamente consignada.
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Terceiros
• Estipulações Contratuais em Favor de Terceiros no CC:

• Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado

no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.
• Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição
de última vontade.
OBS: Pela interpretação a contrario, desse texto se desume que, se o estipulante não
se reservou o direito de substituir o terceiro, não pode fazê-lo, ao depois. Portanto, se
tal ressalva inexistir na convenção, o terceiro beneficiado tem um direito irremovível
à prestação estipulada.
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Terceiros
• SIMPLIFICANDO A COISA!!!

ESTIPULANTE(Pode exigir e não pode exonerar o devedor)

Art. 436 e 437 3º BENEFICIÁRIO(Pode exigir se anuir + estipulante não coloca o art. 438)
PROMITENTE

ESTIPULANTE(Pode exigir e pode exonerar o devedor)

Art. 438 3º BENEFICIÁRIO(Não pode exigir)
PROMITENTE
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• PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO:

Promessa de Fato de 3º: A B

Art. 439 CC/02 Ex: Aniversariante/cinema/amigos
C
Conceito: Trata-se de um negócio jurídico em que a prestação acertada não é exigida
do estipulante, mas sim de um terceiro, estranho a relação jurídica obrigacional.
Natureza Jurídica: Negócio jurídico submetido a um fator eficacial (elemento
acidental limita a responsabilidade civil pelo descumprimento do contrato).
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• PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO:

Ex: João promete a Pedro que Prof. Plínio irá ministrar aula em um curso para
concursos públicos, caso o Prof. não realize a tarefa, não poderá ser compelido a fazê-
lo (já que não participou da avença).

O negócio jurídico existiu, é válido e eficaz, para vincular os contratantes, mas não o
terceiro (art. 439 CC/02).
Diferente situação haverá quando o terceiro, nominado pelo estipulante, se
comprometer diretamente com a prestação, pois a obrigação será própria (art. 440
CC/02)
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• PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO:

• Exclusão de Responsabilidade – Inovação do CC/02 (art. 439, § único):

Ex: João promete a Pedro que sua esposa (esposa de João), com quem é casado em
comunhão universal de bens, irá transferir um imóvel para si. Ora, a responsabilidade
civil de João, pelo descumprimento da prestação por sua esposa, acabará recaindo no
patrimônio desta, o que seria uma questão de responsabilização de terceiro que não
fez parte da avença.
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• CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR:

Contrato com Pessoa a Declarar: A B

Art. 467 CC/02 Ex: João/plano de saúde/futuros
? empregados
Explica o doutrinador Orlando Gomes:
Trata-se de contrato no qual se introduz a cláusula especial pro amico eligendo e pro
amico electo, pela qual uma das partes se reserva a faculdade de nomear quem
assuma a posição de contratante. A pessoa designada toma, na relação contratual, o
lugar da parte que a nomeou, tal como se ela própria houvesse celebrado o contrato.
Prazo para comunicar a indicação é de 05 dias (art. 468 CC/02).
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Terceiros
• CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR:

A aceitação do terceiro deve ser na mesma forma da contratação (art. 468, § único).

Hipóteses onde o contrato só vigora para os contratantes (arts. 470 e 471 CC/02):
1. Se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceita-la;
2. Se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento
da aceitação;
3. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação.