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• Este terceiro, pode ou não aceitar essa vantagem, ela não lhe deve ser imposta. Não é que esta
aceitação seja condição da existência na esfera jurídica do terceiro este já é titular de um direito à
vantagem, no entanto, a aceitação não deixa de ser importante.
• Enquanto o terceiro não aceitar, pode haver revogação da vantagem patrimonial, por parte do
promissário, que pode já não querer que o promitente atribua a tal vantagem.
• Ou seja, é importante que o terceiro comunique que aceita a vantagem ao promitente, que é quem
lhe vai atribuir a vantagem.
• Depois da aceitação da vantagem ao promitente, este fica vinculado a realizar uma série de
deveres acessórios de conduta a que não estava adstrito antes da aceitação.
Enquadramento Histórico
Direito Romano:
O terceiro não dispunha de uma actio para poder exigir o seu direito - já que o promitente não se
obrigava perante ele;
O promissário também não a detinha - pois não era ele o destinatário da prestação.
Código de Seabra:
Inicialmente não fazia qualquer referência aos contratos a favor de terceiro.
Um Decreto posterior viria a introduzir referência aos mesmos, ainda que tenha enquadrado
sistematicamente o preceito numa estranha localização: no artigo relativo aos contratos em nome
de outrem - o que não é o caso, já que se trata de um contrato celebrado em nome próprio a
favor de outrem.
Código Atual
Veio não só reconhecer a validade das estipulações a favor de terceiro como traçou com grande
amplitude o quadro das espécies que elas abrangem.
Requisito fundamental:
A existência de um interesse digno de proteção legal por parte do promissário em atribuir o direito
ao terceiro
Direitos do terceiro:
Direito à prestação surge como efeito imediato do contrato
Se o contrato revestir alguma das modalidades do art. 443.º/2, os efeitos operam-se
independentemente da aceitação.
Contrato a favor de terceiro ≠ Contrato autorizativo da
prestação a terceiro
Contrato a favor de terceiro – contrato pelo qual um dos contraentes atribui, por conta e à ordem
do outro contraente, uma vantagem a um terceiro, estranho à relação contratual. Atribuição de um
direito à vantagem a um terceiro (não é só um destinatário da vantagem).
Ex: O beneficiário de um contrato de seguro adquire o direito de exigir a prestação devida.
Contrato com efeitos reflexos sobre terceiros – o terceiro é beneficiário de uma relação contratual
da qual não faz parte, mas, embora não tenha direito a exigir os deveres de prestar, tem direito a
exigir o cumprimento de certos deveres acessórios de conduta.
Nos contratos a favor de terceiro, o terceiro não é mero destinatário, é sim titular de um direito
subjetivo ao próprio dever de prestar, não beneficia apenas de deveres acessórios de conduta, como
acontece nos contratos com efeitos reflexos sobre terceiros.