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SUMÁRIO

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2ª FASE – DIREITO DO TRABALHO ............................................................................................... 2

1. RECURSO ORDINÁRIO ................................................................................................................. 2

1.1 Fundamentação legal: artigo 895 da CLT ............................................................................ 2

1.2 Hipóteses de cabimento do Recurso Ordinário................................................................ 7

2. Ação rescisória ................................................................................................................................. 8

3. Mandado de segurança ............................................................................................................... 9

3.1 Juízo “a quo” e “ad quem” – Recurso Ordinário: ........................................................... 10

3.2 Recurso Ordinário no Procedimento Sumaríssimo - sem restrições. .................... 10

3.3 Error in Procedendo / Error in Judicando.......................................................................... 10

4. ESTRUTURA DO RECURSO ORDINÁRIO ............................................................................. 11


2ª FASE – DIREITO DO TRABALHO

1. RECURSO ORDINÁRIO
O Recurso Ordinário objetiva a reforma de uma decisão, podendo tratar-se de

uma sentença ou acórdão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), este em uma ação de
sua competência originária. Ou seja, o TRT irá funcionar como o 1º grau, 1ª instância.

Observe que a ação poderá iniciar no TRT, quando tratar-se, especialmente, de

mandado de segurança, ação rescisória e dissídio coletivo, hipóteses em que desta


decisão cabível será o recurso ordinário.

1.1 Fundamentação legal: artigo 895 da CLT


O recurso ordinário é cabível frente a decisões das Varas e Juízos, ou ainda, diante
de decisões dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária. Veja
as duas hipóteses específicas de cabimento:

Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância


I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e
II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua
competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos
dissídios coletivos.

╟ Prazo: 8 dias.

╟ Preparo: custas + depósito recursal, a depender do caso concreto.

Neste momento, observe que o empregado somente recolherá custas processuais,


nas seguintes hipóteses:

√ Empregado não for beneficiário da justiça gratuita;

√ Sentença do processo for de total improcedência;


√ Extinção do processo sem resolução do mérito.

Tal situação deverá ser mencionada de forma expressa na petição de interposição


(folha de rosto) do recurso ordinário, assim como, a ausência de depósito recursal, já 3

que se trata de reclamante recorrente.

Quando se tratar de empregador recorrente, deverá se mencionar na petição de


interposição o recolhimento de custas e do depósito recursal, conforme comprovantes

em anexo.

As custas processuais serão pagas pela parte vencida na fase de conhecimento.

O vencido recolhe quanto de custas? Recolhe 2% sobre o valor da condenação


ou do acordo e, se não houver, 2% sobre o valor da causa, observado o mínimo de R$

10,64 e o máximo de 4 vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de


Previdência Social (art. 789 da CLT).

Quando as custas serão recolhidas? Se a parte vencida recorrer, deverá recolher

as custas no prazo do recurso. Caso não recorra, as custas serão recolhidas ao final (art.
789, § 1º, da CLT).

São isentos de custas, com base no art. 790-A da CLT, os beneficiários da justiça

gratuita, o Ministério Público do Trabalho, a União, os Estados, o Distrito Federal, os


Municípios e suas respectivas autarquias e fundações públicas, que não explorem

atividade econômica. Por sua vez, segundo a Súmula 86 do TST, a massa falida também
é isenta do recolhimento de custas.
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A isenção ao pagamento de custas não alcança as entidades fiscalizadoras do

exercício profissional, nem exime as pessoas jurídicas de direito público da obrigação de


reembolsar as despesas judiciais realizadas pela parte vencedora.

Assim como ocorre com o depósito recursal, na hipótese de recolhimento

insuficiente das custas processuais, somente haverá deserção do recurso se, concedido
o prazo de 5 dias previsto no § 2º do art. 1.007 do CPC, o recorrente não complementar

e comprovar o valor devido (OJ nº 140 da SDI-1 do TST).

O depósito recursal tem natureza de garantia do juízo, logo é realizado apenas


pelo reclamado, empregador ou tomador dos serviços. O reclamante jamais fará

depósito recursal.

O depósito é exigido para interposição dos seguintes recursos: recurso ordinário,


recurso de revista, embargos ao TST, recurso extraordinário, recurso ordinário em ação

rescisória e também para o agravo de instrumento.

Com exceção do agravo de instrumento, o depósito deve ser realizado no valor


da condenação até o limite do teto estabelecido anualmente pelo TST.

O Tribunal Superior do Trabalho atualiza os valores do teto no dia 1º de agosto

de todos os anos.
A partir de 1º de agosto de 2020, o teto para o recurso ordinário será de
R$10.059,15 e para o recurso de revista, embargos ao TST, recurso extraordinário e

recurso ordinário em ação rescisória é o dobro, isto é, R$20.118,30.


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Para o agravo de instrumento, o limite máximo do depósito é diferente dos


recursos acima referidos. O reclamado deverá depositar o valor da condenação até o

limite de 50% do valor do depósito do recurso que se quer destrancar (art. 899, § 7º, da
CLT).

Não havendo condenação em pecúnia, não há depósito recursal (Súmula 161 do

TST).

O depósito será reduzido pela metade para as entidades sem fins lucrativos,
empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas e

empresas de pequeno porte (art. 899, § 9º, da CLT)

Por sua vez, nos termos do art. 899, § 10º, da CLT são isentos de depósito recursal
os beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em

recuperação judicial. Além desses, também são isentos: a massa falida (Súmula 86 do
TST) e a Fazenda Pública (União, Estados, Distrito Federal, Municípios e respectivas
autarquias e fundações públicas – art. 1°, IV, do DL no 779/69).

As empresas públicas e as sociedades de economia mista não têm a mesma


isenção da Fazenda Pública (Súmula 170 do TST).
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√ Reclamante: não faz depósito recursal em razão da natureza do depósito de

garantia do juízo;

√ Reclamado: não condenado em pecúnia não faz depósito recursal (Súmula nº


161, TST);

√ Entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores

individuais, microempresas e empresas de pequeno porte: depósito recursal


reduzido a metade (art. 899, §9º, CLT);

√ Beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em r

ecuperação judicial: isentos de depósito recursal (art. 899, §10, da CLT);

√ Reclamado massa falida: não faz depósito recursal (Súmula nº 86, TST);

√ Fazenda pública: não faz depósito recursal (art, 1º, IV, do DL nº 779/69);

√ Empresas públicas e sociedades de economia mista: faz depósito recursal

(Súmula nº 170, TST).

O depósito deve ser feito em conta vinculada ao juízo (art. 899, § 4º, da CLT).

Em se tratando de depósito recursal, poderá ser substituído por fiança bancária


ou seguro garantia judicial (art. 899, § 11, da CLT).
O depósito poderá ser realizado e comprovado no prazo do recurso, ou seja, em
8 dias, mesmo que este tenha sido interposto antes, no quinto dia do prazo, por

exemplo, nos seguintes casos: recurso ordinário, recurso de revista, embargos ao TST e
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recurso ordinário em ação rescisória (Súmula nº 245 do TST).

Para o agravo de instrumento é diferente, o depósito deve ser feito no ato da

interposição do recurso (art. 899, § 7º, da CLT).

Em caso de recolhimento insuficiente do depósito recursal, somente haverá


deserção do recurso se, concedido o prazo de 5 dias previsto no § 2º do art. 1.007 do

CPC de 2015, o recorrente não complementar e comprovar o valor devido (OJ nº 140,
SDI-1, do TST).

1.2 Hipóteses de cabimento do Recurso Ordinário


√ Em face de decisões definitivas ou terminativas proferidas pelas Varas do Trabalho
ou pelos Juízes de direito invertido em matéria trabalhista;

As decisões interlocutórias terminativas do feito implicam em recurso ordinário, e que a


título de exemplo, citamos a Súmula 214, “c”, TST, esta prevê que:

Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias
não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão:
(...) c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para
Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o
disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
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√ Contra decisões definitivas ou terminativas proferidas pelos TRTs, em processos
de sua competência originária (mandado de segurança, ação rescisória, ação e

dissídio coletivo). Logo, nas hipóteses de competência originária, perante o


acordão proferido pelo TRT caberá Recurso Ordinário, sendo que a propositura

de Recurso de Revista considera-se erro grosseiro, conforme OJ n. 152 da SDI-II,


TST.

2. Ação rescisória
Caso a decisão a ser desconstituída for uma sentença proferida pelo juiz do

trabalho, a ação rescisória deverá ser dirigida ao Tribunal Regional do Trabalho. No


entanto, se a decisão a ser rescindida for proferida pelo TRT, a competência será do

próprio Tribunal de onde se originou o acórdão. Por fim, se o acórdão a ser


desconstituído foi proferido pelo TST, a competência para processar e julgar a ação
rescisória é do próprio Tribunal Superior do Trabalho.

Lembre-se: cada Tribunal tem competência para desconstituir suas próprias


decisões.

Das decisões dos TRTs em ação rescisória cabe recurso ordinário para o TST.

Nesse sentido, acompanhe a Súmula 158 do TST:

Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho, em ação rescisória, cabível é o recurso ordinário para
o Tribunal Superior do Trabalho, em face da organização judiciária trabalhista.
3. Mandado de segurança
A depender de quem seja a autoridade coatora, a lei estabelece o juízo

competente para processar e julgar o mandado de segurança, conforme exposto no 9

quadro a seguir:

Em face das decisões dos TRTs em mandados de segurança cabe recurso ordinário

para o TST.

Nesse sentido, atente-se para a Súmula 201 do TST:

Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe recurso ordinário,


no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, correspondendo igual dilação para o
recorrido e interessados apresentarem razões de contrariedade.
3.1 Juízo “a quo” e “ad quem” – Recurso Ordinário:

10

3.2 Recurso Ordinário no Procedimento Sumaríssimo - sem

restrições.
√ Artigo 895, §1º e §2º da CLT

3.3 Error in Procedendo / Error in Judicando.


O error in judicando é o que normalmente arguimos para objetivar a reforma da
sentença trabalhista, por exemplo. Nesta situação se observa que os atos processuais

não estão viciados, mas o julgamento foi realizado de forma errôneo, por vezes, contrário
as provas, a legislação, súmula, orientação jurisprudencial vigente.

Já o error in procedendo é verificado pela ocorrência de um vício processual em

decorrência da inobservância das regras procedimentais do próprio processo em si.


Nesta hipótese, a decisão proferida pelo juízo “a quo” torna-se nula, como se observa
em situações de cerceamento de defesa, por exemplo, quando o juiz não ouve as

testemunhas apresentadas pela parte e julga em seu desfavor


4. ESTRUTURA DO RECURSO ORDINÁRIO
O recurso ordinário é composto por duas folhas: folha de rosto, dirigida ao juízo

que proferiu a decisão, e pela folha de razões, endereçada ao tribunal competente para 11

julgar o recurso.

√ Folha de rosto

A folha de rosto é dirigida ao juízo a quo, isto é, aquele que proferiu a decisão.

Este juízo verifica se estão presentes os pressupostos de admissibilidade, os


subjetivos e intrínsecos e os objetivos ou extrínsecos (legitimidade, capacidade, interesse
processual, tempestividade, depósito, custas e regularidade de representação, entre

outros).

Preenchidos os pressupostos, o juízo a quo recebe o recurso, abre vista à outra


parte para apresentar as contrarrazões no prazo de 8 (oito) dias, segundo institui o art.

900 da CLT, e, em seguida, remete os autos para o Tribunal ad quem, que analisará o
mérito e julgará o recurso.

AO DOUTO JUÍZO DA ____ VARA DO TRABALHO DE ____.

NOME DO RECORRENTE, já qualificado nos autos em epígrafe, em que contende

com NOME DO RECORRIDO, também qualificado, vem, respeitosamente, perante Vossa


Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado, com fulcro no art. 895, I,

da CLT, INTERPOR:
RECURSO ORDINÁRIO

para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da ____ Região.


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Encontram-se presentes todos os pressupostos de admissibilidade do recurso,
dentre os quais destacam-se:

a) o depósito recursal: recolhido, no valor de R$ ____, conforme guia anexa;

b) as custas processuais: recolhidas no valor de R$ ____, correspondentes a 2%


do valor da condenação, consoante guia anexa.

Pelo exposto, requer o recebimento do presente recurso, a intimação da outra

parte para apresentar contrarrazões ao recurso ordinário no prazo de 8 dias, conforme


estabelece o art. 900 da CLT, e a posterior remessa ao Egrégio Tribunal Regional do
Trabalho da ____ Região.

Nestes termos,

pede deferimento.

Local e data.

Advogado

OAB n°

√ Folha de razões

I) Preliminares de Mérito;

II) Prejudiciais de Mérito;


III) Mérito;

IV) Requerimentos Finais.


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AO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ____ REGIÃO.

RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

I – PRELIMINAR DE MÉRITO

II – PREJUDICIAL DE MÉRITO

III – MÉRITO

O juiz julgou procedente (ou improcedente) o pedido ____.

A sentença não merece ser mantida, pois ____.

Pelo exposto, requer a reforma da sentença para ____.

IV – REQUERIMENTOS FINAIS

Pelo exposto, requer o conhecimento do presente recurso, bem como o


acolhimento da preliminar de mérito para... sucessivamente, o acolhimento da prejudicial

de mérito para... e, sucessivamente, ainda, no mérito, o seu provimento, para fins de


reforma da sentença para....

Nestes termos,

pede deferimento,

Local e data.
Advogado

OAB n°
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1ª Exercício – Recurso Ordinário

Você foi contratado(a) como advogado(a) pela sociedade empresária Voa Voa
Ltda., que lhe exibe cópia de sentença, publicada no dia anterior, prolatada pelo juízo

da 4ª a Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, em reclamação trabalhista movida por


Arenildo Maia.

Na sentença, o juiz reconheceu que, após o pagamento das verbas rescisórias,

houve acordo e outro pagamento de R$ 5.000,00 perante uma Comissão de


Conciliação Prévia (CCP) instituída no âmbito da empresa, sem qualquer tipo de

ressalva, mas rejeitou a preliminar suscitada pela Reclamada, compreendendo que a


realização do acordo na CCP geraria como efeito único a dedução do valor pago ao

trabalhador.

O juízo deferiu indenização por dano estético, porque o empregado caiu em um


buraco enorme existente na sua sala, e, com o violento impacto sofrido na queda, teve

uma grande lesão funcional de um dos pulmões, consoante Comunicação de Acidente


do Trabalho (CAT) emitida.

O juízo deferiu a reintegração do empregado por ser membro do Conselho

Fiscal do Sindicato e ter sido dispensado durante o período estabilitário, uma vez que
este possui garantia de emprego.
O juízo deferiu o pedido de adicional de periculosidade, visto que restou
comprovado pela prova pericial que o reclamante tinha contato eventual com

explosivos.
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Foi deferido o pagamento de duas cotas do salário-família para os filhos


capazes do recorrido, muito embora na data de admissão do obreiro, contassem com

15 e 17 anos, respectivamente.

Diante do exposto, elabore a medida judicial adequada para a defesa dos


interesses da sociedade empresária Voa Voa LTDA. As custas foram fixadas em R$

400,00 sobre o valor arbitrado à condenação de R$ 20.000,00.

AO DOUTO JUÍZO DA 4ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO.

Processo n°

Voa Voa LTDA., já qualificada nos autos em epígrafe, em que contende com
Arenildo Maia, também qualificado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por

intermédio de seu advogado adiante assinado, com fulcro no art. 895, I, da CLT,
INTERPOR:

RECURSO ORDINÁRIO

para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região.

Encontram-se presentes todos os pressupostos de admissibilidade do recurso,


dentre os quais se destacam:
a) o depósito recursal: recolhido no valor de R$ 10.059,15, de acordo com guia
anexa; e

b) as custas: no valor de R$ 400,00, correspondentes a 2% sobre o valor da 16

condenação, conforme guia anexa.

Pelo exposto, requer o recebimento do presente recurso, a intimação da outra


parte para apresentar contrarrazões ao recurso ordinário, no prazo de 8 dias, segundo

estabelece o art. 900 da CLT, e a posterior remessa ao Egrégio Tribunal do Trabalho da


1ª Região.

Nestes termos,

pede deferimento.

Local e data.

Advogado

OAB n°

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

I – PRELIMINAR

1. Comissão de Conciliação Prévia


O Douto juízo a quo reconheceu que, após o pagamento das verbas rescisórias,
houve acordo e outro pagamento no valor de R$ 5.000,00 perante uma Comissão de

Conciliação Prévia (CCP) criada na empresa, sem ressalva, mas rejeitou a preliminar
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suscitada pela ré, compreendendo que a realização do acordo na CCP geraria como
efeito único a dedução do valor pago ao trabalhador.

A sentença não merece ser mantida, pois, à luz do art. 625-E, parágrafo único, da
CLT, o termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral,
exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas e, no caso em tela, como já

referido, não houve qualquer ressalva.

Pelo exposto, requer a reforma da sentença para que a presente reclamação


trabalhista seja extinta sem resolução do mérito.

II – MÉRITO

1. Dano estético

O juízo a quo deferiu indenização por dano estético, porque o trabalhador caiu
em um buraco enorme existente na sua sala, e, com o violento impacto sofrido na queda,

teve uma grande lesão funcional em um dos pulmões, consoante Comunicação de


Acidente do Trabalho (CAT) emitida.

A sentença não merece ser mantida, pois, para que houvesse o dever de indenizar

era imprescindível a caracterização do dano estético, e a lesão funcional de um órgão


não gera alteração na harmonia física ou na aparência do indivíduo. O dano estético

caracteriza-se pela deformidade física, atingindo o lado psicológico do indivíduo


diminuído na integridade corporal e estética de sua imagem externa. Nota-se, portanto,
que não houve dano estético no presente caso, e sem o dano não há qualquer dever
de reparação por parte do recorrente.

Pelo exposto, requer a reforma da sentença para julgar improcedente o pedido. 18

2. Reintegração

O juízo a quo deferiu a reintegração do empregado por ser membro do Conselho

Fiscal do Sindicato e ter sido dispensado durante o período estabilitário, sob o


argumento de que possui garantia de emprego.

A sentença não merece ser mantida, pois, nos moldes da OJ 365 da SDI-1 do TST,

o membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade do dirigente


sindical, prevista nos arts. 543, § 3º, da CLT e 8º, VIII, da CF/88, porquanto não representa

ou atua na defesa de direitos da categoria respectiva, tendo sua competência limitada à


fiscalização da gestão financeira do sindicato (art. 522, § 2º, da CLT).

Pelo exposto, requer a reforma da sentença para julgar improcedente o pedido.

3. Adicional de periculosidade

O juízo a quo deferiu o pedido de adicional de periculosidade, uma vez que restou
comprovado que o reclamante tinha contato eventual com inflamáveis.

A sentença não merece ser mantida, pois, com fulcro na Súmula 364, I, do TST, o

adicional de periculosidade é indevido quando o contato dá-se de forma eventual.

Pelo exposto, requer a reforma da sentença para julgar improcedente o pedido.

4. Salário-família
O juízo a quo julgou procedente o pedido de pagamento de duas cotas do salário-
família para os filhos capazes do recorrido, muito embora, na data de admissão do

obreiro, contassem com 15 e 17 anos, respectivamente.


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A sentença não merece ser mantida, pois, nos termos dos arts. 2º da Lei no
4.266/63, 66 da Lei no 8.213/91 e 83 do Decreto no 3.048/99, a idade máxima dos filhos

capazes, para fins de recebimento desse benefício previdenciário, é de 14 anos.

Pelo exposto, requer a improcedência do pedido.

III – REQUERIMENTOS FINAIS

Pelo exposto, requer o conhecimento do presente recurso, o acolhimento da


preliminar e o seu provimento para fins de reforma da sentença para julgar

improcedentes as postulações do recorrido.

Nestes termos,

pede deferimento.

Local e data.

Advogado

OAB nº

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