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Meios de reacção
contra actos tributários
RECLAMAÇÃ RECURSO 2
+ O GRACIOSA HIERÁRQUICO
Meio administrativo para atacar Meio administrativo para atacar
actos de liquidação decisões dos órgãos da AT

ü Não pode interpor-se recursos hierárquicos de um acto de liquidação, mas apenas de


actos administrativos respeitantes a questões tributárias ou de decisões administrativas
que versem sobre a apreciação dos actos de liquidação (ex: decisões de reclamação
graciosas de actos de liquidação)

ü O recurso hierárquico apenas pode ser utilizado no procedimento tributário quando a lei o
expressamente o determinar

ü Art. 67.º/1 CPPT – tem natureza meramente facultativa e efeito devolutivo, salvo
disposição em contrário da lei tributária

ü Art. 66.º/ 2 CPPT - Os recursos hierárquicos são dirigidos ao mais elevado superior
hierárquico do autor do acto

ü Interpostos no prazo de 30 dias a contar da notificação do acto respectivo perante o autor


do acto recorrido, OU, NO CASO DE INDEFERIMENTO TÁCITO, a partir da data em que
se formou o acto de indeferimento tácito – n.º 5, do art. 66.º do CPPT.
3
+Tramitação
ü O autor do acto dispõe de 15 dias para proceder à revogação
total ou parcial do acto
ü Se o acto for totalmente revogado, o recurso fica sem efeito por inutilidade
superveniente
ü Se houver mera revogação parcial ou se o autor do acto entender que o
mesmo deve ser mantido, deve fazer subir o recurso acompanhado do
processo a que respeite o acto ou, quando o recurso tiver efeito meramente
devolutivo, com um extracto do mesmo.

ü Os recursos são decididos no prazo de 60 dias, findo o qual se


consideram tacitamente indeferidos.

ü Art. 76.º/2 CPPT – a decisão do recurso hierárquico é passível


de recurso contencioso (acção administrativa), salvo se de tal
decisão já tiver sido deduzida impugnação judicial com o
mesmo objecto = se o acto em questão comportar a apreciação
da legalidade do acto de liquidação
+
ü Art. 97.º/1, d) e p) – o meio processual adequado para 4
impugnação de actos da AT que comportem a apreciação da
legalidade do acto de liquidação é a impugnação judicial –
arts. 99.º e ss CPPT - reservando-se a Acção Administra. – art.
37.º e ss CPTA – para a impugnação dos actos administrativos
relativos a questões tributárias que não comportem a
apreciação da legalidade do acto de liquidação – art. 97.º/2
CPPT (ex: ausência de fundamentação; ausência de
notificação, ...).

ü Logo, do acto de indeferimento de recurso hierárquico


interposto de indeferimento de reclamação graciosa, que
comporta a apreciação da legalidade de acto de liquidação,
cabe impugnação judicial (que se rege pelo CPPT) e não
recurso contencioso (que se rege pelo CPTA)

ü Art. 98.º/4 CPPT


5
+Ø Perante o indeferimento expresso da reclamação
graciosa o sujeito pode optar entre:
² Interpor recurso hierárquico no prazo de 30 dias (arts. 76.º e
66.º/2 do CPPT)
² Impugnar judicialmente no prazo de 3 meses (revogado o
102.º/2 do CPPT)

Ø No caso de optar por interpor o recurso hierárquico e


guardar pela decisão:
² Se houver indeferimento expresso do recurso, pode impugnar
a liquidação no prazo de três meses (art. 102.º/1/b) CPPT)
² Se houver indeferimento tácito (que se forma 60 dias depois
do pedido – art. 66.º/5 do CPPT) pode impugnar no prazo de
três meses (art.102.º/1/d CPPT)
6
+
1. O sujeito pode recorrer hierarquicamente e impugnar, se
deduzir impugnação ainda no prazo de três meses, caso em
que o recurso sobe e é decidido pelo tribunal – art. 111.º/3 e 5
do CPPT

2. O sujeito passivo pode impugnar e depois recorrer, desde


que o recurso tenha um objecto diferente, sendo o mesmo
neste caso também apenso ao processo de impugnação judicial
(art. 111.º/4 e 5 CPPT)

3. O sujeito não pode propor AAdministrativa (pedido de


impugnação do acto administrativo) relativamente à decisão
do recurso se já tiver deduzido impugnação judicial com o
mesmo objecto (art. 76.º/2 CPPT) (entende-se que o objecto é o
mesmo quando a decisão do recurso hierárquico comportar a
apreciação da legalidade do acto de liquidação).
+ Suponha que Sheldon Cooper deduziu uma reclamação
graciosa contra uma liquidação adicional de IVA relativo ao
ano de 2017, que lhe fora notificada em 30 de setembro de
2018.
A reclamação graciosa deu entrada no dia 15 de janeiro de
2019 no serviço de finanças de Aveiro, mas até à data o
reclamante não foi notificado de qualquer decisão da
administração fiscal.

Inconformado com o silêncio da administração, Sheldon


Cooper pretende reagir. Explique as possibilidades que lhe
assistem.

n Referência aos meios administrativos e judiciais. Formação


de indeferimento tácito, explicitação do seu sentido,
relacionar com o princípio da decisão e explicitar quando
ocorre. Explicitação das possíveis vias de reação: Recurso
hierárquico (Prazo) seguido de impugnação ou ação
administrativa especial, ou impugnação judicial (Prazos).
O eventual recurso à intimação para um comportamento e
o dever de decisão expressa.
+ Indeferimento tácito vs princípio da decisão
n Art. 13.º CPA – encerra dois princípios: o da pronúncia
(contido no seu nº1) e o da decisão (regulado no seu nº2).
n Se o não fizerem, presume-se indeferido (no caso da
consequência da falta de decisão não ser o deferimento tácito)
esse pedido.
n O indeferimento tácito formado nesses moldes é
contenciosamente impugnável.

n Art. 147.º CPPT – intimação para um comportamento

n A presunção de indeferimento tácito constitui uma ficção


jurídica destinada a facultar ao lesado o acesso à via
judicial perante a omissão do dever de decisão, que nem
preclude a possibilidade de este vir a recorrer a
intimação judicial para um comportamento, nem
transfere para o campo da “discricionariedade
administrativa” o dever legal de decidir a reclamação,
que apenas se tem por excluído nos casos previstos no n.º
2 do artigo 56.º da LGT (acórdão do STA de 31/3/2016,
proc. 0411/15).
+ Artigo 13.ºCPA
Princípio da decisão

1 - Os órgãos da Administração Pública têm o dever de se


pronunciar sobre todos os assuntos da sua competência
que lhes sejam apresentados e, nomeadamente, sobre os
assuntos que aos interessados digam diretamente
respeito, bem como sobre quaisquer petições,
representações, reclamações ou queixas formuladas em
defesa da Constituição, das leis ou do interesse público.
2 - Não existe o dever de decisão quando, há menos de
dois anos, contados da data da apresentação do
requerimento, o órgão competente tenha praticado um
ato administrativo sobre o mesmo pedido, formulado pelo
mesmo particular com os mesmos fundamentos.
3 - Os órgãos da Administração Pública podem decidir
sobre coisa diferente ou mais ampla do que a pedida,
quando o interesse público assim o exija.
+ Revisão do acto tributário (art. 78.º LGT)

n Fundamento – princípio da legalidade da administração

n Modalidades:

1. Revisão por iniciativa da AT, no prazo de quatro anos após a


liquidação, ou a todo tempo caso o tributo ainda não tenha
sido pago, com fundamento em erro imputável aos serviços
(art. 78.º/1, in fine LGT);

2. Por iniciativa do sujeito passivo, no prazo de reclamação


administrativa (no prazo de 15 dias fixado no art. 191.º, n.º 3
do CPA, ainda que alguma doutrina entenda que vale aqui o
prazo de 120 dias da reclamação graciosa)

3. Revisão excepcional da matéria tributável, quando autorizada


pelo dirigente máximo do serviço, no prazo de três anos após o
acto tributário, com fundamento em injustiça grave e notória,
desde que o erro não seja imputável a comportamento
negligente do contribuinte (art. 78.º/4 e 5 LGT);
+n A revisão dos actos tributários pode derivar da
iniciativa do sujeito passivo ou da AT

n Logo, é um meio que não opera exclusivamente em


sentido favorável ao contribuinte, podendo ser utilizado
para rever a matéria tributável apurada com
fundamento em injustiça grave ou notória de que tenha
resultado elevado prejuízo para a Fazenda Nacional
(art. 78.º/4 e 5 LGT).

n Pode ser também por iniciativa da AT – prazo de


quatro anos após a liquidação ou a todo o tempo se o
tributo ainda não tiver sido pago, com fundamento em
erro imputável aos serviços
+ n Relativa à revisão dos actos tributários por iniciativa da
AT – INTERPRETAÇÃO CONSTRUTIVA do STA:
n “erro imputável aos serviços” concretiza qualquer ilegalidade
não imputável ao contribuinte mas à Administração

n da decisão do pedido de revisão cabe também impugnação


no prazo de três meses (art. 95.º/1 e 2 d) da LGT e 102.º do
CPPT), porque a revisão do acto tributário, sempre que
exista erro imputável aos serviços, de que tenha resultado
imposto pago a mais ou de injustiça grave ou notória na
tributação, constitui um poder-dever de revisão oficiosa.
+
n A revisão é um meio de defesa complementar e não
alternativo. Significa que o contribuinte só pode lançar
mão quando já não tenha nenhum outro meio de defesa
à sua disposição (ou porque já os esgotou ou porque já
não tem prazo para lançar mão dos mesmos).

n Assim sendo, e com a interpretação do STA podemos


afirmar que o pedido de revisão oficiosa a pedido do
contribuinte pode ser feito no prazo de 4 anos
sempre que esteja em causa erro imputável aos
serviços.
+ Acórdão STA de 14/03/2012, proc. n.º
01007/11
I – A revisão do acto tributário por iniciativa da
administração tributária pode ser efectuada a pedido do
contribuinte, como resulta do artigo 78.º, n.º 7, da LGT e do
artigo 86.º, n.º 4, alínea a), do CPPT, no prazo de quatro
anos contados da liquidação (ou, no caso do tributo não
ter sido pago, a todo o tempo), ficando com isso
investido de um direito a uma decisão sobre o pedido
formulado.

II – E o “erro imputável aos serviços” a que alude o


artigo 78.º, nº 1, in fine, da LGT compreende não só o
lapso, o erro material ou o erro de facto, como, também,
o erro de direito, e essa imputabilidade aos serviços é
independente da demonstração da culpa dos
funcionários envolvidos na emissão da liquidação
afectada pelo erro.
+
n Esta possibilidade de a revisão «oficiosa», que deve ser
da iniciativa da administração tributária, ser suscitada
por um pedido do contribuinte veio a ser confirmada
pela alínea a) do nº 4 do art° 86° do CPPT, que refere a
apresentação de «pedido de revisão oficiosa da
liquidação do tributo, com fundamento em erro imputável
aos serviços». É assim, inequívoco que se admite, a par
da denominada revisão do acto tributário por
iniciativa do contribuinte (dentro do prazo de
reclamação), que se faça, também na sequência de
pedido seu, a «revisão oficiosa» (que a Administração
deve realizar por sua iniciativa).
+ Processo de impugnação judicial
n Art. 99.º e ss CPPT aplica-se apenas à impugnação de actos tributários, ou
seja, actos de liquidação de tributos.

1. Petição inicial – art. 108.º CPPT – PRAZO DE 3 MESES – art. 102.º CPPT,
excepto quando o fundamento da impugnação é a nulidade – n.º 3, art. 102.º.

A lista de fundamentos do art. 99.º é meramente indicativa.

Local de apresentação da P.I. – n.ºs 1 e 2 do art. 103.º

Efeito suspensivo da impugnação mediante prestação de garantia – n.º4, art. 103.º e


199.º ou no caso previsto no art. 92.º/8 LGT

2. CONTESTAÇÃO - art. 110.º

3. Organização do processo administrativo – art. 111.º.

Se tiver sido apresentada reclamação graciosa ou recurso hierárquico e


antes da decisão dos mesmos for apresentada impugnação judicial, os
mesmos são apensos a esta. O mesmo acontece se forem apresentados
posteriormente à impugnação mas com um fundamento distinto – arts. 111.º,
n.ºs 3 e 5.
+ 4. Revogação do acto impugnado – art. 112.º (prazo de
30 dias)

5. Arts. 113.º ou Instrução -114.º a 119.º

6. Alegações – art. 120.º

7. Vista ao MP – art. 121.º

8. Sentença – arts. 122.º a 126.º


+ Legalidade do acto
tributário

Reclamação EM CERTAS
SITUAÇÕES
graciosa OBRIGATÓRIO: Revisão
da matéria colectável
(art. 91.º da LGT)
ou Impugnação
DECISÃO judicial
DESFAVORÁVEL

ou

RECURSO
HIERÁQUICO ou

Ilegalidade da
liquidação de
DECISÃO
DESFAVORÁVEL tributo

ou
Acção Pedido de
Administrativa impugnação do
acto
administrativo
+
ü Em caso de reversão do processo de execução
fiscal, se o revertido pretender questionar os
pressupostos da responsabilidade tributária e a
legalidade da dívida:

• deduz oposição à execução fiscal (art. 204.º, als. b) e


i) do CPPT) - pressupostos da responsabilidade
tributária

• e impugna o acto de liquidação (art. 22.º/4 da LGT) -


legalidade da dívida

ü Não é possível, nos termos do art. 104.º do CPPT,


cumular as duas pretensões na mesma acção.
+ Joaquim é gerente da empresa “Le Fduc, Lda.” desde
Fevereiro de 2013. Na sequência de um procedimento de
inspecção tributária, relativo ao exercício de 2012, a
Administração Tributária procedeu a uma correção da
matéria tributável por métodos indirectos, da qual
resultou uma liquidação adicional, a título de IRC, no
montante de €10.000. Suponha que, decorrido o prazo
legal (Outubro 2013), a “Le Fduc” não efectuou o
pagamento da dívida tributária.

Como a empresa não dispunha de bens suficientes para


pagar a dívida, esta foi revertida contra Joaquim. Por sua
vez Joaquim entende que a AT não provou a sua gerência
de facto e pretende ainda impugnar a liquidação
adicional por entender ter havido um erro na
quantificação da matéria colectável. De que meios é que
o Joaquim se pode socorrer?
+ n Reversão – art. 153.º, n.º 2 CPPT

n Para REAGIR CONTRA O ACTO DE REVERSÃO: Oposição à execução


– fundamento: Ausência de prova da Administração de facto da Oponente
na devedora originária (artigo 24.º da LGT);

n Para IMPUGNAÇAO DO ACTO DE LIQUIDAÇÃO – fundamento previsto


no artigo 86.º, n.º 5 da LGT – necessário proceder primeiramente ao
pedido de revisão da matéria colectável – art. 91.º da LGT;

n Como o artigo 22.º, n.º 4 da LGT garante ao responsável subsidiário o


direito à reclamação e à impugnação da matéria tributável, nos mesmos
termos do devedor principal, o STA tem vindo a defender que o
responsável subsidiário neste caso tem o direito de fazer o pedido do
artigo 91.º da LGT, no prazo de 30 dias após a sua citação para o
processo executivo (ver acórdão do STA de 17/03/2011, processo n.º
0876/09, disponibilizado na minha página).

n Contudo, mesmo que não faça aquele pedido tem direito a impugnar
com base nos fundamentos previstos no artigo 86.º, n.º 5 da LGT
+ Francisco e Humberto exerceram as funções de gerência da sociedade F. & H.
Teclados Furiosos, Lda, entre os anos de 2010 e 2015. Face ao modo negligente e
irresponsável como sempre exerceram as suas funções, foram substituídos, no dia
1 de Janeiro de 2016, por Idalina e João.

Com efeito, durante o período em que Francisco e Humberto geriram a sociedade


F. & H. Teclados Furiosos, Lda: (i) não foi feito qualquer registo contabilístico, (ii)
as importâncias que retiveram aos seus trabalhadores não foram entregues nos
cofres da Fazenda Pública e (iii) o património da sociedade sofreu sério desfalque.

n Pode a Administração Tributária proceder à fixação da matéria coletável sem


quaisquer registos contabilísticos?

n Quem pode ser, e em que termos, considerado responsável pelo pagamento


das importâncias retidas pela entidade patronal aos trabalhadores e não
entregues nos cofres da Fazenda Pública?

n No dia 20 de Maio de 2017 terminou o prazo de pagamento de uma dívida de


imposto da sociedade referente ao exercício de 2015. Não tendo a mesma sido
paga no prazo legal, a Administração Fiscal instaurou um processo de execução
fiscal contra a sociedade F. & H. Teclados Furiosos, Lda. Quem pode ser
responsabilizado, e em que termos, por aquela dívida de imposto?
+ n 1. Sim, pode. Está em causa a avaliação indireta da matéria coletável: à partida
(art. 81.º/1 LGT) a matéria coletável é determinada por mero cálculo (elementos
exclusivamente objetivos + operações matemáticas) ou por avaliação (métodos
que envolvem subjetividade, apesar do que se estabelece no n.º 1 do art. 84.º);
De acordo com o artigo 81.º/1 LGT distingue-se entre a avaliação direta (visa a
determinação do valor real dos rendimentos ou bens sujeitos a tributação) e a
avaliação indireta (determinação do valor dos rendimentos ou bens tributáveis
a partir de indícios, presunções ou outros elementos), tendo esta última sempre
carácter excecional (cf. art. 87.º) e sendo subsidiária da avaliação direta.
Apesar do seu carácter excecional, um dos casos permitidos é quando é
impossível comprovar e quantificar direta e exatamente os elementos
indispensáveis à correta determinação da matéria coletável do imposto (art. 87.º
b) da LGT); Referir a al. a) do artigo 88.º, que densifica a previsão anterior e o
art. 90.º LGT em relação à forma de quantificação.

n 2. Enquadramento da questão: está em causa o regime da substituição tributária


(explicação sumária; a relação triangular substituto – substituído –
Administração fiscal); regime nos artigos 20.º/1 e 2 e 34.º LGT; retenção na
fonte).

Em termos de responsabilidade os substituídos (entidade patronal; “entidade


obrigada à retenção”) são os responsáveis originários pelas “importâncias retidas
e não entregues nos cofres do Estado”, ficando os substitutos (trabalhadores)
desonerados de qualquer responsabilidade no seu pagamento – cfr. art. 28.º/1
LGT.
+ 3.responsabilidade
Identificação do Problema: Estamos perante uma situação de
tributária, a qual tem aqui (como acontece em regra)
natureza subsidiária. A responsabilidade é subsidiária em relação à
sociedade mas solidária entre os gerentes;
n artigos 22.º e 24.º LGT e 159.º e seg. CPPT
n o art. 24.º LGT refere expressamente a situação dos gerentes;
n nos termos do art. 159.º do CPPT, eles podem vir a ser chamados no
processo de execução fiscal, dando-se a reversão do processo de
execução fiscal.

n Aplicação no caso concreto: em primeiro lugar será responsabilizada a


sociedade; se, no processo de execução fiscal se deparar com a
insuficiência dos bens da mesma, terá lugar a reversão do processo de
execução fiscal contra os responsáveis (neste caso, F e H): cfr. art. 23.º/
LGT e 159.º CPPT.

n Diferença entre o regime das alíneas a) e b) do 24.º, n.º 1,


principalmente quanto à questão da culpa e sua projeção no caso
concreto (a possível defesa dos gerentes da alínea b) (Idalina e João),
em sede de audição e/ou oposição à execução).
+
Execução fiscal

n Cobrança coerciva das dívidas tributárias (sem


prejuízo de este procedimento ser também utilizado
para cobrança de outras dívidas – art. 148.º/2 CPPT).

n CRÍTICA AO 103.º/1 LGT – o processo de execução


fiscal conjuga e articula actos da AT e fases processuais
aí enxertadas que são dirigidas pelos tribunais
tributários. Contudo, maior parte do procedimento
decorre na AT.
+ Fases principais do procedimento de
execução fiscal
1. Instauração da execução
2. Citação do devedor
3. Oposição à execução Fase que decorre nos
tribunais tributários

4. Penhora Fase que decorre nos


tribunais tributários
5. Embargos de terceiro

6. Convocação, verificação e graduação dos créditos


Fase que decorre nos
tribunais tributários
7. Reclamação judicial
8. Venda dos bens penhorados
9. Extinção ou reversão da execução
+ OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO FISCAL
n Fundamentos consagrados no art. 204.º CPPT

n (Sub)processo judicial enxertado no procedimento de


execução fiscal, no qual o executado contesta, perante o
tribunal tributário a legalidade do processo de
execução.

n Nesta fase já não é possível ao executado questionar a


legalidade do acto tributário - excepto al. h), n.º1, art.
204.º CPPT
Em caso de reversão do processo de execução fiscal, se o
revertido pretender questionar os pressupostos da
responsabilidade tributária e a legalidade da dívida:
• deduz oposição à execução fiscal (art. 204.º, als. b) e i) do
CPPT)
• e impugna o acto de liquidação (art. 22.º/4 da LGT)
Não é possível, nos termos do art. 104.º do CPPT, cumular as
duas pretensões na mesma acção.
+
n Exemplo de fundamentos da oposição em caso
de reversão do processo de execução fiscal:
n Violação formal do direito de audição da Oponente;
n Vício de forma por ausência de fundamentação, com
consequente nulidade da citação, que impede a Oponente de
fazer uma defesa ciente daquilo que lhe é imputado, dos
impostos em causa, das liquidações a que se reportam, como é
que as mesmas foram determinadas, fundamentos da AT para
provar a culpa da Oponente na falta de pagamento das dívidas
exequendas,
n Violação da subsidiariedade da responsabilidade da Oponente
e da ausência de prova de insuficiência fundada de património
da devedora originária para pagamento das dívidas
n Ausência de prova da Administração de facto da Oponente na
devedora originária
+
n Regra Geral: a oposição não suspende a execução

n Excepção: a oposição suspende a execução até ao trânsito em julgado


da mesma, desde que seja constituída GARANTIA (arts. 212.º, 169.º/9
e 199.º CPPT).

n Pode ser pedida a dispensa de prestação de garantia se se provar que


a mesma irá causar um prejuízo irreparável, ou se houver falta de
meios económicos – 170.º CPPT

n Porque a oposição à execução fiscal, embora com tramitação


processual autónoma, funciona como uma contestação à execução
fiscal, não pode aquele que foi citado em várias execuções fiscais
que não se encontram apensadas deduzir uma única oposição,
ainda que os fundamentos por que se opõe sejam os mesmos.

n Transitada em julgado a fase de oposição à execução fiscal, o


processo é devolvido ao órgão de execução fiscal que, consoante a
decisão, poderá dar continuidade ao procedimento de execução fiscal
(art. 213.º CPPT).
+
A analogia é proibida no âmbito
do direito fiscal?
n Falso. Análise da disposição do artigo 11.º, n.º 4, da
LGT; explicitação da “reserva de lei da Assembleia da
República – princípio da legalidade fiscal (elementos
essenciais do imposto) e a questão da tipicidade;
compatibilidade constitucional da analogia com os
princípios constitucionais: o artigo 11,º, n.º 4, LGT, como
opção meramente legislativa e não como injunção
constitucional; a analogia não é proibida, por lei, no
Direito Fiscal, fora do domínio dos elementos essenciais
do imposto.
+ Manuel é trabalhador da empresa XPTO, Lda., auferindo uma remuneração mensal
líquida no valor de € 1.500,00.

a) Imagine que, no ano de 2016, a XPTO, Lda. pagou a Manuel um valor superior a
título de salários, por não ter realizado mensalmente a retenção na fonte dos
montantes que a lei impunha. Caso Manuel não venha a pagar voluntariamente o
valor de IRS correspondente à liquidação do ano de 2016, pode a empresa XPTO,
Lda ser chamada a fazê-lo? Com que fundamento legal?

b) E caso Manuel pague a totalidade do imposto devido relativamente ao ano de 2016,


haverá ainda fundamento legal para impor à empresa o pagamento de algum
montante? A que título?

c) Quando é que ocorre a reversão da execução fiscal e como se compagina com o


“benefício de excussão prévia”?

d) Poderá Manuel proceder ao pagamento do imposto em dívida através da entrega de


50 toneladas de batata? Explique

e) Imagine agora que a XPTO, Lda, tinha efectuado as competentes retenções na fonte,
mas entregara à Fazenda Pública um montante de imposto superior ao retido em
relação ao último trimestre de 2016. Como deve agir para regularizar a situação?
+a) Correção: identificação do problema –
responsabilidade tributária em caso de substituição
tributária (art. 28.º LGT); identificação do tipo de
substituição tributária em causa – substituição tributária
parcial ou retenção na fonte a título de pagamento por
conta do imposto devido a final; substituto (XPTO, Lda.)
não reteve as importâncias devidas a título de imposto
pelo substituído (Manuel), logo, nos termos do artigo
28.º/2 LGT, responde a título subsidiário pela dívida
tributária, respondendo o trabalhador a título principal

b) C o r r e ç ã o : A XPTO, Lda. (substituto) fica ainda


sujeita ao pagamento de juros compensatórios, nos
termos do art. 28.º/2 LGT; juros compensatórios são as
importâncias devidas em virtude de um atraso na
liquidação imputável ao sujeito passivo (artigo 35.º LGT)
+
c) Correção: responsabilidade subsidiária (art. 22.º/4
LGT); reversão da execução fiscal (art. 153.º/2 CPPT);
benefício da excussão prévia: revertido, enquanto
responsável subsidiário, tem o direito de recusar o
pagamento da dívida tributária enquanto não estiver
excutido (executado/vendido) o património do devedor
originário; conciliação ocorre através da suspensão
oficiosa do processo de execução fiscal, sem necessidade
de o revertido prestar garantia idónea, quando não seja
possível determinar com exatidão o valor dos bens
penhorados do devedor originário (art. 23.º/3 LGT); nos
restantes casos, não há suspensão da execução fiscal, a
menos que o revertido preste garantia idónea nos termos
gerais (arts. 169.º e 199.º CPPT);
d) Correção: formas de extinção da obrigação fiscal – dação
+ em pagamento (arts. 201.º e 202.º CPPT): pagamento da
dívida tributária, pelo executado ou por terceiro, através da
entrega de bens móveis ou imóveis que não dinheiro; exige-
se que os bens dados em pagamento não tenham valor
superior à dívida exequenda e acrescido, salvo nos casos
em que se demonstrar a possibilidade de imediata utilização
dos referidos bens para fins de interesse público ou social;

e) Correção: situação de reclamação graciosa obrigatória


(art. 132.º CPPT) em caso de substituição tributária (total/
parcial); se o substituto (empregador) entregar ao Estado
montante de imposto superior ao retido e já não for possível
efectuar acertos/descontos nas entregas posteriores, a
impugnação judicial da entrega está dependente de prévia
dedução de reclamação graciosa, no prazo de 2 anos
contados a partir da entrega excessiva (art. 132.º/3 CPPT);
impugnação judicial do acto de indeferimento da
reclamação graciosa no prazo de 3 meses (art. 102.º/1
CPPT); fundamento da reclamação graciosa obrigatória e
excepções (arts. 132.º/6 e 131.º/3 CPPT);

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