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ANULAÇÃO REVOGAÇÃO
Ato administrativo de 2.º grau, tendo por alvo os efeitos de Ato administrativo de 2.º grau, tendo por alvo os efeitos
um ato administrativo anterior, determinando a cessação de um ato administrativo anterior, determinando a
desses efeitos por razões de invalidade (165.º, n.º 2 CPA). cessação desses efeitos por razões de mérito,
conveniência ou oportunidade (165.º, n.º 1 CPA).
São insuscetíveis tanto de anulação como de revogação (1) os atos nulos; (2) os atos anulados contenciosamente; (3)
os atos revogados com eficácia retroativa (Cfr. 166.º, n.º 1 CPA). Todos esses atos ou nunca produziram efeitos ou já
não os produzem, pelo que não faz sentido lançar mão de figuras que têm precisamente como objetivo a cessação dos
efeitos.
No entanto, nos termos do 166.º, n.º 2 CPA, é possível anular ou revogar-se, com eficácia retroativa, atos que já não
produzam efeitos, seja por terem caducado seja por se terem esgotado – nestes casos, o objetivo é a destruição dos
efeitos já produzidos.
Iniciativa para a anulação: por iniciativa dos órgãos Iniciativa para a revogação: por iniciativa dos órgãos
competentes (retratação), ou a pedido dos interessados, competentes (retratação), ou a pedido dos interessados,
mediante reclamação ou recurso administrativo mediante reclamação ou recurso administrativo
(provocada) - 169.º, n.º 1 CPA. (provocada) - 169.º, n.º 1 CPA.
No entanto, se o ato se tornou inimpugnável judicialmente,
apenas pode ser anulado por iniciativa da administração
(168.º, n.º 5 CPA).
Competência para a anulação: os atos administrativos Competência para a revogação: os atos administrativos
podem ser objeto de anulação administrativa (1) pelo órgão podem ser objeto de revogação (1) pelo órgão que os
que os praticou (autor) e (2) pelo respetivo superior praticou (autor) e (2) pelo respetivo superior
hierárquico – Cfr. 169.º, n.º 3 CPA; (3) pelo delegante e hierárquico mas, neste caso, desde que não se trate de
subdelegante, em situações de delegação e subdelegação um ato da competência exclusiva do subalterno – Cfr.
de poderes (n.º4); (4) pelo órgão com poderes de 169.º, n.º 2 CPA); (3) pelo delegante e subdelegante, em
superintendência ou tutela, nos casos expressamente situações de delegação e subdelegação de poderes (n.º4);
permitidos pela lei (n.º5); (5) nos casos de usurpação de (4) pelo órgão com poderes de superintendência ou
competências, pelo órgão competente para a prática do tutela, nos casos expressamente permitidos pela lei
ato (n.º6). (n.º5); (5) nos casos de usurpação de competências, pelo
órgão competente para a prática do ato (n.º6).
Forma: o ato de revogação ou anulação administrativa deve revestir a forma legalmente prescrita para o ato revogado
ou anulado (170.º, n.º 1) ou, na ausência de forma legal prescrita, a mesma forma utilizada na prática do ato revogado
ou anulado (n.º 2) – princípio do paralelismo das formas.
Formalidades: em regra, as mesmas formalidades exigidas para a prática do ato revogado ou anulado que se mostrem
indispensáveis à garantia do interesse público ou dos direitos e interesses legalmente protegidos dos interessados (n.º3).
Não são, portanto, todas e quaisquer formalidades, existindo formalidades que se exigem para o ato primário, mas que,
por não serem indispensáveis, não devem ser exigidas para o ato secundário.
Efeitos: Efeitos:
1. a anulação produz efeitos retroativos (regra), nos 1. a revogação apenas produz efeitos para o futuro
termos do 171.º, n.º 3, 1.ª parte. No entanto, o autor da (regra) – 171.º, n.º 1, 1.ª parte. No entanto, pode ser-lhe
anulação pode, na própria decisão, atribuir-lhe eficácia atribuída eficácia retroativa (ex tunc), quando seja
para o futuro (ex nunc), quando o ato se tenha tornado favorável aos interessados ou quando estes concordem
inimpugnável jurisdicionalmente - exceção: 2.ª parte). expressamente com a retroatividade e desde que em
2. Anulação de um ato revogatório: só não determina a causa não estejam direitos ou interesses indisponíveis –
repristinação do ato revogado se a lei ou o ato de anulação exceção: 2.ª parte.
assim expressamente dispuserem (171.º, n.º 4, 2.ª parte). 2. Revogação de um ato revogatório: só produz efeitos
3. Daí decorre que, em regra, a anulação produz efeitos repristinatórios se a lei ou ato de revogação assim
repristinatórios (171.º, n.º 4, 1.ª parte). expressamente o determinarem (171.º, n.º 2).
3. Daí decorre que a revogação pode produzir efeitos
repristinatórios (mas em regra não os produz).
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