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São tipos de invalidade a nulidade (que determina a improdutividade total do acto como acto
jurídico) e a anulabilidade (que confere ao acto uma produtividade provisória e condicionada).
A anulabilidade tem sido vista como a consequência normal da ilegalidade ou, pelo menos,
como o regime típico da invalidade do acto administrativo.
Tal como não se trata aqui de uma validação legal do acto, dado que a ilegalidade e a
invalidade se mantêm – não está excluída a possibilidade de indemnização, se tiver havido a
causação de danos que afectem direitos ou interesses legalmente protegidos de particulares,
seja por danos não patrimoniais (para quem os admita em casos de violação de preceitos
formais), seja por danos causados por diferenciação temporal (hipotética).
Casos de nulidade
O CPA prevê actualmente um único fundamento para a nulidade dos actos administrativos: a
determinação expressa da lei, seja nos casos previstos no artigo 161.º, n.º 2, seja nas situações
previstas em leis avulsas.
São nulos os actos praticados com usurpação de poder ou fora das atribuições (artigo 161.º,
n.º 2, alíneas a) e b) do CPA) – qualificação que valerá também para os actos praticados por
órgão territorialmente incompetente na administração descentralizada.
São nulos também os actos com faltas graves de legitimação (falta de convocatória do órgão
colegial ou falta de reunião, falta absoluta de investidura do titular) – devendo a
tumultuosidade ou a falta de quórum (artigo 161.º, n.º 2, alínea h) do CPA) ser interpretadas,
nos casos concretos, em função da sua gravidade (o tumulto terá de ser violento e, quanto ao
quórum, há-de ter-se em conta o disposto no artigo 29.º, n.ºs 2 e 3).
São ainda nulos os actos praticados sob coacção absoluta (física) ou coacção moral (artigo
161.º, n.º 2, alínea f) do CPA), mas justifica-se uma “redução teleológica” da coacção moral,
que deve ser grave e evidente para gerar a nulidade.
INCOMPETÊNCIA
c)
iii) Os vícios de fim têm relevo autónomo apenas no domínio vinculado, quando falte o
pressuposto abstracto (falta de base legal) ou o pressuposto de facto (a situação concreta
invocada não existe - «erro de facto» - ou não é subsumível na hipótese legal - «erro de
qualificação dos factos» ou «erro de direito quanto aos factos»). Normalmente, os vícios
relativos aos pressupostos conduzem à anulabilidade, mas podem provocar nulidades em
circunstâncias que tornem a ilegalidade especialmente grave – quando a falta de base legal se
equipara à falta de atribuições (por exemplo, quando o fim prosseguido pelo acto seja um
interesse privado ilícito, ou em caso de falta de lei habilitante em matéria de imposição
tributária – artigo 161.º, n.º 2, alíneas e) e k)).
A lei determina ainda (no artigo 168.º, n.º 5) que, quando o acto se tenha tornado
inimpugnável por via jurisdicional, ele só pode ser objecto de anulação administrativa oficiosa,
tornando claro que não há, nessas situações, direito do interessado a impugnação
administrativa.