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Não deve ser acolhida nulidade contra o réu, que não tenha sido arguida pela
acusação, conforme estabeleceu a Súmula 160 do STF, “É nula a decisão do
Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da
acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício.”.
Observa CAPEZ (2006, p. 692) que, “Há um único caso em que o tribunal,
excepcionando o disposto na Súmula 160, deverá reconhecer a nulidade
absoluta de ofício, haja ou não prejuízo à defesa: quando se tratar de
incompetência absoluta. Nesse caso, o vício é tão grave que não há como deixar
de reconhecê-lo, mesmo que prejudique o acusado e que a acusação nada tenha
falado em seu recurso..”.
Não arguida nulidade em recurso do réu, poderá o Tribunal conhecê-la, bem
como se o recurso for necessário.
5.0 PRINCÍPIOS
Princípio do prejuízo (art. 563). Não existe nulidade, desde que da preteric ̧ão
legal não haja resultado prejuízo para uma das partes.
5.1.1 Princípio “pas de nullité sans grief”: É o princípio pelo qual não se
declara nulidade desde que da preterição da forma legal não haja resultado
prejuízo para uma das partes. É o mesmo princípio do prejuízo, que é princípio
geral das nulidades. Não se pode olvidar quando se trate de atos estruturais ou
essenciais, eventual prejuízo ocasionado a uma das partes é irrelevante para
determinar a nulidade ou não (p. Ex: art. 564, I e II). A sua ocorrência é causa
inarredável de nulidade.
Pas de nullité sans grief (francês-inglês): No nullity without complaint.
Pas de nullité sans grief: (francês-português): literalmente, fica sem/não
nulidade sem reclamação/queixa.
O prejuízo deve ser provado nas nulidades relativas, mas é presumido nas
absolutas.* Não se declara nulidade, ainda que absoluta, diante da proibic ̧ão da
revisão pro societate, quando o réu foi absolvido por sentença transitada em
julgado. Se a decisão for condenatória, é permitida a declaração de nulidade,
mesmo que transitada em julgado (626, in fine).
Inexistência material: Se o ato não foi realizado, ele não existe. Ex: a
citação de um homônimo. (crime que deixa vestígio, sem exame de corpo de
delito direto ou indireto – haverá nulidade –564, III, b – anula-se o
procedimento ou o processo, e não o exame de corpo de delito que não existiu).
8.0 DISTINÇÃO
8.1 Nulidade absoluta: a norma violada tutela interesse público
Por outro lado, conforme soa o § 1o do art. 573, “a nulidade de um ato, uma vez
declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam
conseqüência” (p. Ex: nula a citação, os seus efeitos alcançam o interrogatório
e demais atos subseqüentes).
Nulidade por suborno do juiz (564, I): O suborno diz respeito à infidelidade do
juiz no processo, constituindo, conforme o caso, crime de concussão (316, CP),
corrupção passiva (317, CP), ou prevaricação (319, CP).
Dessa forma, os atos praticados pelo juiz que tem parentesco sanguíneo com
uma das partes em linha reta até o terceiro grau ou que tenha atuado como
membro do Ministério Público, serão absolutamente nulos e deverá ser
declarada de ofício a nulidade pelo Tribunal ou reconhecida pelo magistrado.
Porém, se o réu não for citado, mas vier a saber e comparecer em juízo, deverá
o Juiz proceder ao interrogatório, ou então marcar dia e hora para o mesmo.
Segundo JESUS (2002, p. 423), “Convalida a falta de citação, intimação ou
notificação, ainda que ele compareça somente para alegar a nulidade
decorrente da omissão.”.
Pode dar ensejo a vício os gestos feitos por um dos jurados, influenciando os
demais, como o censurar com a cabeça insistentemente a tese de uma das
partes.
Verificando o juiz que a imparcialidade do Conselho de Sentença foi
prejudicada, deverá determinar nova sessão do Júri, pois a decisão daquele
Conselho restará eivada e não será feita com base em fatos e provas, o que vai
de encontro ao ideal de justiça.
Deve-se observar que ao ser invertida a ordem de perguntas, apenas, será caso
de nulidade relativa, cujo reconhecimento depende de demonstração de
prejuízo pela parte.
"A falta de sentença, bem como a prolação de sentença que não contenha os
requisitos essenciais previstos em lei, é causa de nulidade absoluta. A
sentença deve conter o relatório, a fundamentação, o dispositivo, a data e a
assinatura do juiz prolator para que seja válida."
Por fim, vale mais uma vez lembrar que as nulidades devem ser decretadas por
meio de decisão judicial, além de ter que causar prejuízo à qualquer uma das
partes.