Você está na página 1de 24

INVALIDADE DO ATO PROCESSUAL

 Ocorrem quando o ato processualmente


defeituoso é realizado e não possa ser
aproveitado para a continuidade e
prática do processo.
 Embora defeituoso o ato continuará a
produzir seus efeitos na esfera do
processo até ser decretada a sua
invalidade.
ESPÉCIES DE VÍCIOS PROCESSUAIS
 1 – IRREGULARIDADES – são considerados
como erros materiais que podem ser
corrigidos de ofício pelo juiz. Pode ser
alegada por mera petição. É o mais brando
dos vícios processuais.
 Ex. Alguém escrever no processo com tinta
vermelha ou sublinhar documentos e
petições; numeração equivocada dos autos.
2 - INEXISTÊNCIA DO ATO
 Pode ser material ou jurídica.
 A material ocorre quando não há
nenhum dos requisitos essenciais, do
artigo 166, do CCB;
 Se presentes alguns dos requisitos
acima, estaremos diante da inexistência
jurídica.
3 – SISTEMA DE INVALIDADES DO
ATO PROCESSUAL
 Meras irregularidades;
 Nulidades:
 Absolutas;
 Relativas;
 Ineficácia.
VÍCIOS
 SANÁVEIS
a) nulidade relativa
b) irregularidades

 INSANÁVEIS
a) inexistência
b) nulidade absoluta
ATOS MERAMENTE IRREGULARES
 A irregularidade é caracterizada como o
defeito processual incapaz de gerar
prejuízo às partes ou terceiros ou à
jurisdição.
 Desnecessário reconhecimento.
 Exemplos: erro em numeração de
paginas no processo físico; riscos ou
destaques em petições.
3.1 - NULIDADE ABSOLUTA
 É a inobservância de forma estabelecida em razão do
interesse público.
 Pode ser conhecida e decretável de ofício ou por
alegação da parte em qualquer grau de jurisdição.
 Independe de prejuízo; este será ao processo.
 Pode ser suprida pelo comparecimento espontâneo
da parte (réu citado irregularmente e que se
defende, mesmo assim).
 São nulos os atos do juiz e de seus auxiliares,
enquanto o das partes não produzirão o efeito
almejado (contestação em desacordo com a lei não é
nula, será apenas não apresentada (ineficaz).
3.2 - NULIDADE RELATIVA
 Trata-se de inobservância de forma estabelecida em
benefício de uma das partes;
 Exige prejuízo para o litigante que a arguir;
 Trata-se de vício sanável;
 Deve ser arguída pela parte na primeira
oportunidade que lhe couber falar nos autos (sob
pena de preclusão);
 Ex. Ação proposta envolvendo direito real, sem o
consentimento do outro e sem suprimento judicial.
3.3 - ANULABILIDADE
 Ocorre com a violação de uma norma
relativa ao poder de disposição da parte;
 A alegação fica a critério da parte
prejudicada, devendo fazê-la na primeira
oportunidade em que manifestar nos autos;
 O juiz não pode decretá-la de ofício.
 Ex.: Exceção de Incompetência Relativa de
Foro.
3.4 - INEFICÁCIA
 Dá-se quando o ato não tem aptidão para
produzir os efeitos almejados:
 Atinge os atos válidos por dois motivos:
 Quando a lei lhe atribui a ineficácia
 (sentença proferida com ausência de um litisconsorte
necessário não produz efeito em relação aos outros
litisconsortes – é válida mas ineficaz);
 Devido a propria natureza do ato que apesar de
válido não tem como produzir efeito.
 Ex. Sentença condenatória ilíquida – válida, mas ainda
não produz efeitos.
4 – RECONHECIMENTO DE
INVALIDADE
 Enquanto não há decisão judicial decretando
a nulidade, há apenas invalidade;
 Se a nulidade não for decretada até o transito
em julgado, ocorrerá convalidação do ato e a
invalidade será sanada com o advento da
coisa julgada.
 O momento e a forma de alegação dessa
invalidade, variarão de acordo com sua
natureza (nulidade absoluta ou relativa).
5 - VICIOS RESCISÓRIOS
 Há casos de vício tão grave que a lei
possibilita sua alegação posterior à formação
da coisa julgada, nesse caso, deixa de ser
invalidade e passa a ser denominando de
vício de rescindibilidade.
 Significa que aquele vício de outrora é
hipótese de ação rescisória, passando a ser
chamado de causa de rescindibilidade
6- VÍCIOS TRANSRESCISÓRIOS
 Hipótese de invalidade de tamanha gravidade
que não alegada no curso da demanda e
nem sendo objeto de ação rescisória no prazo
decadencial poderá ser alegada em ação
(declaratória) de nulidade da relação jurídica
(querella nulitatis) (E.C.S.)
 Nesse caso a invalidade será chamada de
vício transrescisório.
DA EXISTENCIA DO ATO

 Primeiramente deve se averiguar se o


ato existe ou não;
 Se não existir não vai obedecer à forma
legal nem produzirá quaisquer efeitos;
 Se existir poderá ser:
Válido Inválido

Eficaz ineficaz Eficaz Ineficaz


DA VALIDADE DO ATO
 O ato é válido quando obedece a forma
prescrita em lei para sua realização. Do
contrário, será inválido;
 Sendo inválido, deverá ser analisado no
plano da sua eficácia.
PRINCÍPIOS REGEDORES DAS
INVALIDADES DOS ATOS
 1 – Da Instrumentalidade das Formas
 Previsto no Art. 277, do CPC
 O ato praticado em desconformidade com
o modelo legal pode ser considerado válido
se alcançar os objetivos almejados.
PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO
 Previsto no art. 278, do CPC
 Determina que as partes podem alegar
as nulidades porventura identificadas
devendo fazê-lo na primeira
oportunidade que tiverem de falar nos
autos, sob pena de preclusão.
 Alcança as nulidades relativas e se
aplica apenas às partes.
PRINCÍPIO DO PREJUÍZO
(pas de nullitè sans grief)
 Encontra-se no art. 283, p.u. do CPC;
 Também chamado de Princípio da
Transcendência;
 Se não houver prejuízo para as partes, o ato
praticado em desconformidade com o modelo
legal não será repetido nem retificado,
possibilitando o prosseguimento do processo
para que os efeitos se produzam
regularmente.
PRINCÍPIO DO LEGÍTIMO
INTERESSE
 A legitimidade para decretar a nulidade
será de quem tiver interesse, não
aproveitando aquele que tiver dado
causa a nulidade ( Art. 276, do CPC do
CPC).
PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE E
CONSEQUENCIALIDADE
 Previsto no art. 282, do CPC;
 Em regra, somente o ato considerado
invalido terá sua nulidade decretada;
 Os atos praticados em decorrencia do
anterior inválido cuja nulidade esteja
sendo postulada, podem ser
alcançados;
PRINCÍPIO DO CONFINAMENTO
 Art. 281, caput, do CPC.
 O juiz tem a obrigatoriedade de tentar
restringir a nulidade o máximo possível
àquele ato inquinado de defeituoso,
extravasando para outros atos;
 Está intimamente ligado ao princípio da
conservação dos atos.
PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DOS
ATOS PROCESSUAIS
 Previsto no art. 283, do CPC.
 Sendo possível a conservação dos atos
processuais através da retificação,
ratificação ou repetição do ato, devem
ser mantidos;
 Não sendo possível, a decretação de
nulidade deverá se limitar, em regra, ao
ato inválido.
APROVEITAMENTO DO ATO POR
CONVALIDAÇÃO OU SANAÇÃO
 OBJETIVA:
 Realizada pelo próprio juiz tendo por base
a aplicação dos princípios da
instrumentalidade e do prejuízo, sanando
ou não o ato.
 SUBJETIVA:
 Realizada pelas partes com observância do
disposto no CPC.
Sistemas de nulidades
 Do absolutismo – qualquer violação da lei
anulava o ato;
 Da equidade – o juiz utilizava-se da

equidade para saber o que redundaria em


nulidade.
 2 sistemas:

- francês - só admite nulidade se houver


prejuízo para a parte que o denunciar;
- alemão - dá ao juiz a faculdade de declarar a
nulidade e suas condições.

Você também pode gostar