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processuais penais
2 Definição
Discussão
- De acordo com a primeira corrente, a nulidade só
existirá após a sua declaração e sempre gerará a
ineficácia do ato.
- Nem todos os atos nulos serão ineficazes. Ex: Sentença
condenatória nula impede a reformatio in pejus.
- Os atos nulos admitem saneamento e convalidação pela
coisa julgada, portanto nem sempre serão ineficazes.
3. TIPICIDADE - A lei prevê o tipo do ato processual, estabelecendo
suas formas e requisitos. Se o sujeito processual penal
pratica o ato de acordo com a lei, o ato será típico e
DO ATO produzira os efeitos previstos.
Problemas:
- Impossibilidade da previsão legal de todos os defeitos dos atos processuais.
- Necessidade de declarar todas as nulidades, mesmo quando o ato defeituoso
cumpriu sua finalidade.
- Engessamento da atuação do sistema de justiça.
- Válvula de escape
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
IV – por omissão de formalidade que constitua elemento essencial ao ato.
5. PRINCÍPIOS QUE REGEM AS NULIDADES
Do prejuízo ou da instrumentalidade das formas (pas des nullité sans grief) –
art. 563, CPP
O CPP estabeleceu que nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não
resultar prejuízo para a acusação e para a defesa.
Estabelece que não será declarada a nulidade de ato que não houver
influenciado na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.
5. PRINCÍPIOS QUE REGEM AS NULIDADES
Da causalidade – art. 573, CPP
A própria parte que deu causa a nulidade, não poderá pleitear a sua
declaração.
Esse princípio é relativizado no processo penal, uma vez que o Ministério
Público também atua como custus legis e deve buscar a declaração de
nulidades mesmo a favor do acusado.
Súmula 160 STF – É nula a decisão que acolhe, contra o réu, nulidade não
arguida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício.
6. ANÁLISE DO ART. 564, DO CPP
Sistemática do CPP
Nulidade absoluta – sem previsão de saneamento
Nulidade relativa – previsão de saneamento
Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, III, d e e, segunda parte, g e h, e IV, considerar-se-
ão sanada:
I – se não forem arguidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo anterior.
II – se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido seu fim;
III – Se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos.
6. ANÁLISE DO ART. 564, DO CPP
Incompetência
- Nulidade absoluta
Violação de regra prevista na Constituição (competência material) – violação do juiz natural –
serão anulados todos os atos processuais praticados pelo juiz materialmente incompetente.
Em princípio, não se convalida com a coisa julgada, salvo se houver sentença absolutória.
Ex: Um promotor é processado pela vara criminal? Nulidade absoluta.
- Nulidade relativa
Violação de regra de competência territorial, material em sentido estrito (salvo a do júri) e
funcional. Ocorre a prorrogação da competência, caso não seja arguida pela parte, ou serão
anulados apenas os atos decisórios, salvo o recebimento da denúncia.
6. ANÁLISE DO ART. 564, DO CPP
Art. 567, CP
– A incompetência do juízo anula apenas os atos decisórios, devendo o processo, quando for
declarada a nulidade ser remetido o juízo competente.
- Ex: Caso da lava-jato. Decisão do Min. Fachin
Súmula 706 STF. É relativa a nulidade decorrente da inobservância de competência penal por
prevenção.
b) o exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no art. 167;
- A ausência de exame de corpo de delito não é causa de nulidade, mas de rejeição da denúncia por
falta de justa causa ou de absolvição por falta de materialidade do delito.
c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menos
de 21 anos;
- Em razão da garantia constitucional da ampla defesa (art. 5º, LV, CF), é obrigatória a nomeação de
defensor a todos os réus que não indicarem um de sua preferência. O defensor é necessário desde o
momento da prisão ou da citação para oferecimento da resposta escrita até o término da execução
penal. A ausência de defensor é causa de nulidade absoluta.
6. ANÁLISE DO ART. 564, DO CPP
- Súmula 708 STF. É nulo o julgamento da apelação se, após manifestação nos autos da renúncia do
único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro.
- Art. 497, V, CPP – O presidente do Tribunal do Júri poderá nomear outro defensor ao réu, quando
considerá-lo indefeso, podendo dissolver o Conselho de Sentença e designar nova data para o
julgamento.
- Porém, a nomeação de defensor não é suficiente para assegurar a ampla defesa, pois ele deve
intervir no processo e realizar a defesa de forma fundamentada (art. 261, CPP).
- Súmula 523 STF. No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua
deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
6. ANÁLISE DO ART. 564, DO CPP
d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da
intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação penal pública.
- De acordo com o CPP, é causa de nulidade relativa a falta de intervenção do Ministério Público nos
processos decorrentes de ação penal privada subsidiária da pública.
- Nesses casos, o MP funciona como interveniente adesivo necessário e pode retomar o seu lugar a
qualquer tempo, uma vez que é o titular da ação penal. Se analisarmos a partir das lentes
constitucionais, a falta de intervenção do MP em qualquer processo penal é causa de nulidade
absoluta, pois ele funciona como custus legis (art. 129, CF).
6. ANÁLISE DO ART. 564, DO CPP
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos
concedidos à acusação e à defesa;
- A ausência de citação é causa de nulidade absoluta. Porém, se o acusado, por meio de seu
defensor, oferece a resposta à acusação, ocorre o saneamento da nulidade, pois o ato cumpriu sua
finalidade (art. 570, CPP)
- É preciso lembrar que se o réu não for encontrado para ser citado, será citado por edital, e se não
comparecer e nem constituir advogado, o processo será suspenso. (art. 366, CPP). Ressalvado os
casos de lavagem de dinheiro, que admitem a continuidade do processo, com a nomeação de
defensor (art. 2º, §2º, Lei 9.613/98).
- Acusado que se oculta – citação por hora certa – nulidade absoluta.
6. ANÁLISE DO ART. 564, DO CPP
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos
concedidos à acusação e à defesa;
g) A intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não
permitir o julgamento à revelia;
- Antes da reforma de 2008, nos casos de crimes inafiançáveis, o júri não poderia ocorrer sem a
presença do réu.
- Atualmente, é possível realizar o julgamento sem a presença do réu, desde que ele tenha sido
citado e tenha ocorrido a tentativa de intimação da sessão.
- Entretanto, quando se trata de réu preso, deverá ser conduzido, nos termos do art. 457, §2º, CPP.
Caso ele não queira comparecer, deverá se manifestar por escrito ao juiz.
- Ao contrário do que estabelece o art. 572, do CPP, a não tentativa de intimação do réu é causa de
nulidade absoluta.
6. ANÁLISE DO ART. 564, DO CPP
- Adaptando esse dispositivo para o novo procedimento do júri, seria possível falar em nulidade nos
casos da não intimação das testemunhas arroladas nos requerimentos da acusação e da defesa
- Nesse caso, por violar a garantia constitucional do contraditório, não se trata de nulidade relativa
como estabelece o art. 572, do CPP, mas de nulidade absoluta.
- Inclusive, a ausência de intimação de testemunhas impede a realização do julgamento (art. 461,
CPP).
6. ANÁLISE DO ART. 564, DO CPP
- Súmula 156. É absoluta a nulidade do julgamento, pelo júri, por falta de quesito obrigatório.
- Súmula 162 STF. É absoluta a nulidade do julgamento pelo júri, quando os quesitos da defesa não
precedem aos das circunstâncias agravantes.
m) a sentença;
- V – em decorrência de decisão carente de fundamentação
- É impossível imaginar um processo sem sentença. Entretanto, pode-se verificar uma sentença
defeituosa, incapaz de produzir os efeitos estabelecidos pela lei.
6. ANÁLISE DO ART. 564, DO CPP
o) intimação nas condições estabelecidas pelas lei, para ciência das de sentenças e despachos de
que caiba recurso;
- É causa de nulidade absoluta.
- Entretanto, o art. 570, do CPP, estabelece que tal nulidade será considerada sanada se a parte
recorrer da decisão.
A discussão sobre a existência de um defeito ou não deve ter por base duas
premissas:
- na dúvida deve-se decidir em favor do réu, acolhendo a irresignação da defesa;
- caso o juiz discorde da alegação da defesa, deve fundamentar porque a atipicidade
do ato não impediu a eficácia da garantia constitucional tutelada.
No segundo caso, tem-se um defeito insanável, não havendo nada que pode ser feito
para restabelecer a regularidade processual. Assim, o único caminho possível é a
decretação da nulidade, com a respectiva ineficácia do ato, e desentranhamento das
peças processuais. (privação de efeitos e proibição de valoração probatória).
8. PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA E VALIDADE DO
PROCESSO PENAL
8.1 Pressupostos de existência
Teoria da Relação Jurídica (art. 363, CPP – citação do réu)
Juiz com jurisdição
(juiz não impedido)
Acusação Acusado
Acusação regular Citação válida
8. PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA E VALIDADE DO
PROCESSO PENAL