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Existem duas categorias de nulidade: absoluta e relativa. Os atos ou negócios jurídicos são
considerados nulos ou anuláveis, dependendo das circunstâncias.
Se a manifestação da vontade vem de agente capaz, tiver objeto lícito e obedecer à forma prescrita
em lei, tem-se um ato perfeito que produz os efeitos desejados. Por outro lado, se a manifestação de
vontade vem de pessoa absolutamente incapaz, tiver objeto ilícito ou não obedecer à forma prescrita
em lei, o ato é nulo. Se a manifestação de vontade origina-se de pessoa incapaz ou o manifestante do
ato foi enganado por fraude, o ato é anulável.
NULIDADE ABSOLUTA
A nulidade absoluta é gerada pelo ato nulo, do latim "nullitas," de "nullus" (nenhum, nulo). O ato nulo
não tem valor algum, não produzindo efeitos jurídicos porque, na verdade, nunca existiu. Pode ser
alegada por qualquer interessado, e o juiz deve declará-la de ofício. O ato nulo não produz efeito em
tempo algum.
Ato anulável é praticado sem conformidade com os preceitos legais, podendo ser judicialmente
anulado. Enquanto não for declarado ineficaz, produz normalmente todos os efeitos, sendo válido até
a declaração judicial de nulidade.
A busca pela estabilidade jurídica e segurança no âmbito das relações sociais leva o Direito a
estabelecer prazos para o surgimento, exercício e extinção de diversos direitos. A prescrição e a
decadência são instrumentos que visam preservar a estabilidade social e jurídica, limitando no tempo
a exigibilidade e o exercício de certos direitos.
NOÇÕES GERAIS
Em prol da estabilidade social, o Direito impõe limites temporais para o exercício de direitos, pois
estes deixam de ser justificáveis se não forem exercidos por um longo período. A preservação da
estabilidade requer a observância de prazos para a aquisição, exercício e extinção de direitos.
EFEITO DO TEMPO NAS RELAÇÕES JURÍDICAS:
1) Aquisição de direitos:
- Prescrição aquisitiva (usucapião): Aquisição do direito real pelo decurso do tempo, com elementos
essenciais sendo o tempo e a posse.
PRESCRIÇÃO
É a perda da pretensão pelo titular de um direito, devido à sua inércia. Afeta a pretensão decorrente
do direito material violado, não o direito de ação. Aplica-se a direitos subjetivos patrimoniais e
disponíveis, não atingindo direitos sem conteúdo patrimonial, como os personalíssimos, de estado e
de família.
DIFERENÇAS:
RENÚNCIA À PRESCRIÇÃO:
Pode ser expressa ou tácita. A renúncia expressa é permitida pela lei, enquanto a tácita é presumida a
partir de fatos incompatíveis com a prescrição. Requisitos incluem ocorrer após a consumação da
prescrição e não causar prejuízo a terceiros.
Não é possível alteração convencional dos prazos prescricionais. A prescrição pode ser alegada em
qualquer fase do processo, sem preclusão temporal.
A prescrição, se alegada, beneficia tanto pessoas naturais quanto jurídicas. Iniciada contra uma
pessoa, continua contra seu sucessor. A prescrição do direito principal implica na prescrição dos
acessórios.
REQUISITOS DA PRESCRIÇÃO:
3.Interruptivas: Inutilizam a prescrição iniciada, fazendo com que o prazo recomece a correr por
inteiro a partir da data do ato que a interrompeu. Pode ocorrer apenas uma vez (art. 202).
DECADÊNCIA
É a perda do direito potestativo (direito material) devido ao seu não exercício em um prazo
predeterminado. Afeta direitos potestativos, insuscetíveis de violação, conferindo ao titular o poder
de influenciar ou determinar mudanças na esfera jurídica de outrem.
- O direito é irrenunciável.
FUNDAMENTO DA DECADÊNCIA
Decorre da não utilização de um poder de ação dentro dos limites temporais estabelecidos.
ESPÉCIES DE DECADÊNCIA
1. Legal: Quando o prazo está previsto em lei. Irrenunciável (art. 209) e deve ser conhecida de ofício
pelo juiz (art. 210).
2. Convencional: Decorre de cláusula pactuada pelas partes em um contrato (art. 211). Não pode ser
decretada de ofício pelo juiz e pode ser alegada em qualquer fase do processo, sem preclusão.
CARACTERÍSTICAS DA DECADÊNCIA
- Geralmente não se suspende nem se interrompe, sendo impedida apenas pelo efetivo exercício do
direito dentro do prazo prefixado.