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Teoria Geral do Direito Civil

Washington Luiz Junior


10 - Invalidade
• 10.1 - Classificação e discriminação
• 10.2 - Nulidade
• 10.3 - Anulabilidade
Invalidade do Negócio Jurídico
• Expressão empregada para designar o negócio
que não produz os efeitos desejados pelas
partes;
• Conceito que abrange a nulidade e
anulabilidade;
VALIDADE DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

• São elementos dos negócios jurídicos:


• Elementos essenciais;
• Elementos acidentais ou acessórios (Unid.
VIII);
Elementos essenciais
• Aqueles sem os quais o negócios sequer existe;
• Tal deve ser considerado em conjunto com os
pressupostos do art. 104 do CCB:

• Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:


• I - agente capaz;
• II - objeto lícito, possível, determinado ou
determinável;
• III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Invalidade do negócio jurídico
• Nulidade ou invalidade é a sanção imposta
pelo ordenamento jurídico aos atos e negócios
praticados em contrariedade a lei, privando-os
dos efeitos jurídicos a que se propunham.
(Cristiane Garcez)
Nulidade
• É a sanção imposta pela lei aos atos e
negócios jurídicos realizados sem a
observância dos requisitos essenciais,
impedindo-os de produzir os efeitos que lhes
são próprios. (Carlos Roberto)
Espécies de nulidade
• Absolutas: impede que o ato gere qualquer
efeito, é como se ele nunca tivesse existido;

• Relativas ou anulabilidade: permite que o ato


gere efeito, dependendo de sua ratificação ou
retificação;
• Nulidade vem a ser a sanção , imposta pela
norma jurídica, que determina a privação dos
efeitos jurídicos do negócio praticado em
desobediência ao que prescreve. (Maria Helena
Diniz)

• Obs. O negócio é nulo quando ofende preceito


de ordem pública, que interessam a sociedade.
Nulidade absoluta
• Existe um interesse social, além do individual,
para que se prive o ato ou negócio jurídico de
seus efeitos específicos visto que há ofensa a
preceito de ordem pública e, assim, afeta a
toda a sociedade.
• Por esta razão pode ser alegada por qualquer
interessado, devendo ser pronunciada de
ofício pelo Juiz (§ único do art. 168).
Nulidade ou invalidade
• Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:

• I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;

• II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;

• III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;

• IV - não revestir a forma prescrita em lei;

• V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;

• VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;

• VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
• Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes
podem ser alegadas por qualquer interessado, ou
pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.

• Parágrafo único. As nulidades devem ser


pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do
negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar
provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda
que a requerimento das partes.
• Art. 169. O negócio jurídico nulo não é
suscetível de confirmação, nem convalesce
pelo decurso do tempo.
• Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é
anulável o negócio jurídico:

• I - por incapacidade relativa do agente;

• II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo,


lesão ou fraude contra credores.

• Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes,


salvo direito de terceiro.
• Art. 173. O ato de confirmação deve conter a
substância do negócio celebrado e a vontade
expressa de mantê-lo.
Status quo ante
• Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-
se-ão as partes ao estado em que antes dele
se achavam, e, não sendo possível restituí-las,
serão indenizadas com o equivalente.
Nulidade relativa
• Também denominada anulabilidade; e
atingem negócios que contenham vício capaz
de lhe determinar invalidade, porém este
pode ser afastado ou sanado.
Anulabilidade
• Quando a ofensa atinge o interesse particular
da pessoa que o legislador pretendeu proteger,
sem estar em jogo interesses sociais. Faculta-
se a estas, se o desejarem promover a
anulação do ato;
• Trata-se de negócio anulável, que será
considerado válido se o interessado se
conformar com os seus efeitos e não o atacar,
nos prazos legais, ou o confirmar.
• Anulabilidade é a sanção imposta pela lei aos
atos e negócios jurídicos realizados por pessoa
relativamente incapaz ou eivados de algum
vício do consentimento ou vício social;

• Anulabilidade visa pois a proteção do


consentimento ou refere-se a incapacidade do
agente.
• Obs.: a anulabilidade por não concernir a
questões de interesse geral, de ordem pública,
como a nulidade, é prescritível e admite
confirmação, como forma de sanar o efeito
que a macula.
Causas de anulabilidade
• Art. 171. Além dos casos expressamente
declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:

• I - por incapacidade relativa do agente;

• II - por vício resultante de erro, dolo, coação,


estado de perigo, lesão ou fraude contra
credores.
• Embora não mencionado no artigo anterior,
também são causas de anulabilidade a falta de
assentimento de outrem que a lei estabeleça
como requisito de validade, como por
exemplo casos em que um cônjuge só pode
praticar com a anuência do outro.
Resumo das diferenças entre nulidade e
anulabilidade
Nulidade Anulabilidade

É de ordem pública É de interesse privado

Não pode ratificada ou suprida pelo Juiz Pode ser ratificada ou suprida pelo Juiz a requerimento das
partes

Pode ser decretada pelo Juiz sem provocação das partes Só pode ser declarada pelo Juiz mediante provocação da
parte interessada

A sentença que declara produz efeitos ex tunc (retroage a A sentença que a declara produz efeitos ex nunc (até a
data da celebração do negócio, para lhe negar declaração da anulabilidade).
efeitos).

Pode ser alegada por qualquer interessado, pelo Juiz ou pelo Só pode ser alegada pelas partes interessadas
Ministério Público

É imprescritível Sofre decadência

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