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BOLETIM OFICIAL
2 861000 000971
ÍNDICE
CONSELHO DE MINISTROS
Decreto-legislativo nº 1/2019:
Aprova o Código Comercial.....................................................................................................................1238
Decreto-legislativo nº 2/2019:
Procede a aprovação do Código das Sociedades Comerciais..................................................................1291
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quanto a alguns contratos bancários e cambiais, aos con- necessidade para o exercício da atividade empresarial,
tratos de locação financeira, cessão financeira (factoring) e sendo certo que alguns aspetos poderão carecer de discip-
seguros, dada a especificidade que apresentam e ao facto lina regulamentar ou de ser complementados com outras
do processo legislativo nesses casos impôr a auscultação alterações legislativas
das instituições bancárias, financeiras e seguradoras, 4 - LINHAS GERAIS DE ATUAÇÃO
facto que atrasaria a tramitação do processo legislativo
de aprovação do Código. I – As principais opções que presidem à aprovação do
presente Código são, em suma, as seguintes:
2. DIREITO CABO-VERDIANO, SISTEMA JURÍDICO
LUSÓFONO E ABERTURA MULTINACIONAL a) Reforço da identidade própria da empresa
I – No presente Código procurou-se preservar a iden- comercial, particularmente mediante a
tidade lusófona do direito cabo-verdiano, assente, antes manutenção dos conceitos de empresa
de mais, no direito comum, em particular na parte geral comercial e do empresário comercial e
dos Códigos Civis dedicadas ao direito das obrigações, a transformação do Código num verda-
onde se inclui o regime das obrigações comerciais (por
exemplo o Código Civil Italiano) e os textos tipo sobre as deiro código das empresas e, regular,
obrigações comerciais da UNCITRAL e do UNIDROIT. a partir da empresa comercial, toda a
O direito cabo-verdiano integra, sem dúvida, o sistema atividade do empresário comercial e de-
jurídico lusófono, cuja autonomia se defende. ixando de ter relevância e regulação o
II – Com base nesta premissa, importa evitar receções ato de comércio subjetivo ou objetivo;
precipitadas de dados advenientes de outros sistemas ju-
rídicos, que acarretam, desde logo, o risco de contradições b) Reforço da liberdade de forma, em particular
normativas ou difícil implementação face aos problemas através da possibilidade de utilização de
de articulação com o direito vigente. Por isso, não foi objeto suportes eletónicos ou de outro meio de
de tratamento o joint venture, o trust e outros contratos
fiduciários que poderiam ser tratados na reforma da lei comunicação e guarda de documentação
comercial). comercial, além da assinatura, desde
III – Salvaguardar a identidade do Direito cabo-verdiano que sejam assegurados os necessários
é ainda fundamental para garantir a sua harmonização níveis de inteligibilidade, durabilidade
com os sistemas jurídicos dos países europeus e, em e autenticidade, em prol da celeridade e
simultâneo, a sua abertura à globalização económica, simplificação do comércio e suprimindo
notando-se que o direito comercial lusófono tem absorvido os livros escritos à mão por processos
importantes contributos do mundo anglo-saxónico que
técnicos novos e fiáveis, nomeadamente
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da lei civil sobre a dívida dos cônjuges III – O Título I corresponde ao regime dos artigos 94.º
previstas na alinea d) do n.º 1 do artigo e 95.º do Código Comercial vigente, com meras alterações
de redação, essencialmente com o objetivo de modernizar
1647.º do Código Civil; a respetiva linguagem.
g) Revisão das obrigações do empresário co- IV – O Capítulo III, sob a epígrafe “Representação no
mercial, em particular da obrigação de exercício da empresa”, acolhe a matéria dos artigos 248.º
a 265.º do Código Comercial, atribuindo-lhes uma nova
manter a escrituração, de elaborar o localização sistemática, desinserida do mandato comercial,
balanço e de prestar contas, prevendo acompanhada da revisão do seu regime. Mantendo-se a
designadamente que as micro e peque- figura do gerente, que não se confunde com o órgão de
nas empresas possam ser dispensadas, administração das sociedades comerciais, uniformiza-se a
no todo ou em parte, destas e de outras figura do auxiliar e do caixeiro, porquanto este não deixa
de ser um auxiliar do empresário comercial, não havendo
obrigações; distinções a fazer quanto ao correspondente dispositivo.
h) Escrituração comercial adequada às no- V – Regula-se a matéria da comercialidade, a forma,
vas tecnologias, prosseguindo o objetivo a língua, a solidariedade, a firma, a escrituração das
operações comerciais, o registo comercial do facto e do
de tradução na realidade do funciona- ato a ele sujeito, sem prejuízo da sua remissão para lei
mento das empresas os novos tipos de especial e a prestação de contas. Revêm-se as disposições
suporte para documentos e registo da dos artigos 96.º, 100.º, 101.º e 102.º do Código Comercial
atividade da empresa e supressão dos em vigor, respeitantes respetivamente ao idioma dos
livros ultrapassados. Sem prejuízo do contratos comerciais, à solidariedade dos co-obrigados
comerciais, à solidariedade do fiador e devedor e aos ju-
referido, a escrituração comercial con- ros comerciais. A par das citadas disposições, incluem-se
tinua a ser rigorosa, fiável e segura de novos preceitos, confirmando a onerosidade da atividade
modo a transmitir confiança ao mercado, comercial, estabelecendo um dever reforçado de informação
às empresas e a quem resolva investir e de verdade do empresário comercial, na escrituração
ou entrar em relações com a empresa; comercial e na prestação de contas.
VI – O Livro III contém a disciplina dos diversos contra-
i) Tendo em vista a necessária simplificação da tos comerciais, alguns já regulados no Código Comercial
vida empresarial e considerando o facto de 1888 e outros que, pela sua especificidade ou crescente
de grande parte da informação constante importância na economia nacional, merecem tratamento
diferenciado do Direito Civil.
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Aprovado em Conselho de Ministros do dia 05 de junho 1.nA empresa comercial e os empresários comerciais
de 2019. estão sujeitos às normas do presente Código e qualquer
que seja a atividade económica exercida.
José Ulisses de Pina Correia e Silva, Olavo Avelino
Garcia Correia, Janine Tatiana Santos Lélis, Alexandre 2. São empresários comerciais:
Dias Monteiro a) As pessoas singulares e coletivas que exerçam
qualquer atividade económica;
Promulgado em 22 de julho de 2019.
b) As sociedades comerciais qualquer que seja o seu
Publique-se. objeto social.
O Presidente da República, JORGE CARLOS DE 3. Para os fins do presente Código consideram-se ainda
ALMEIDA FONSECA como empresários comerciais as entidades e sociedades
constituídas ao abrigo de lei estrangeira e que exerçam
ANEXO em Cabo Verde alguma atividade económica no e para
(A que se refere o artigo 1.º) o mercado.
CÓDIGO COMERCIAL Artigo 5.º
Âmbito objetivo
LIVRO I
1. São comerciais e sujeitos às normas do presente
DA LEI COMERCIAL EM GERAL
Código:
TÍTULO I
a) Os atos e contratos com intervenção de um em-
OBJETO, ÂMBITO E EMPRESA presário comercial;
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3. O princípio da livre concorrência entre empresas Os atos, obrigações e os contratos comerciais não reve-
assenta na proibição da concorrência desleal e do parasit- stem forma especial, salvo no casos em que a lei do setor
ismo económico e na proteção da propriedade industrial. de atividade exigir a forma de documento escrito ou nos
casos em que a natureza dos bens para o exercício da
4. O princípio da boa-fé assenta na exploração da em- atividade exigir, para a sua alienação ou transmissão, a
presa comercial com o cumprimento da lei e adotando forma de documento autêntico ou documento autenticado.
uma conduta séria, leal, conciliatória e de colaboração Artigo 11.º
no exercício da atividade.
Língua
Artigo 7.º
Os atos, as obrigações e os contratos comerciais são
Sociedades e remissão válidos qualquer que seja a língua em que forem comu-
nicados ou exarados.
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c) O domicílio profissional ou sede do empresário contudo, no que ao exercício daquela diz respeito, sujeita
comercial; às disposições do presente Código.
d) O número de matrícula do empresário comercial. 2. O disposto no número anterior aplica-se às pessoas
coletivas que tenham por objeto interesses imateriais.
Secção II
Secção IV
Empresário comercial e capacidade comercial
Exercício de empresa comercial por cônjuge
Artigo 16.º
Artigo 23.º
Empresário comercial
Livre exercício
O empresário comercial é toda a pessoa singular,
residente ou não residente, ou pessoa coletiva, com sede 1. O cônjuge, independentemente de autorização do
estatutária em Cabo Verde ou não, dotada de capacidade outro, pode exercer a empresa comercial.
jurídica e exerça empresa comercial, sem prejuízo do
disposto em disposições especiais. 2. O regime de bens do casamento do empresário co-
mercial não afeta os seus direitos, deveres e obrigações
Artigo 17.º no exercício da empresa comercial.
Administração Artigo 24.º
A organização, administração e gestão da empresa Poderes do cônjuge empresário comercial
comercial, salvo disposição legal em contrário, compete
ao seu proprietário. O empresário comercial, casado num regime de co-
munhão de bens, não carece do consentimento do seu
Artigo 18.º cônjuge para:
Proibição de exercício da empresa comercial a) No curso normal da sua atividade, alienar e onerar
O incapaz, por si, mesmo que exclusivamente com bens os bens que compõem a empresa comercial;
na sua livre disposição, não pode exercer uma empresa b) Praticar atos de oneração ou disposição relativamente
comercial. aos bens, independentemente da respetiva natureza,
Artigo 19.º que representam o resultado da atividade da empresa
comercial.
Empresário comercial incapaz
Secção V
O incapaz é considerado empresário comercial, quando,
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Pessoas coletivas públicas e de interesses imateriais 1. A firma é distinta e insuscetível de confusão ou erro
com qualquer outra já registada.
1. O Estado, a Região Administrativa e a Autarquia
Local, quando exercem uma empresa comercial, não 2. No juízo sobre a distinção e a insuscetibilidade de
adquirem a qualidade de empresário comercial, ficando, confusão ou erro, são considerados o tipo de empresário,
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adequada nas línguas oficiais ou de uso generalizado; e) Pela conjugação dos elementos referidos nas alíneas
anteriores.
c) Correspondam, total ou parcialmente, a nomes
ou firmas de sócios; 2. No caso de a firma do empresário comercial, pessoa
singular, ser exclusivamente composta pelo nome civil,
d) Constituam marca cujo uso seja legítimo, nos ter- completo ou abreviado ou alcunha, nos termos da alínea
mos das respetivas disposições legais; a) do número anterior, verificando-se homonímia entre
a firma a registar e outra já registada, o empresário,
e) Resultem da fusão de palavras ou partes de pa- que pretende registar a firma nova, deve, alternativa ou
lavras que pertençam a línguas admissíveis conjuntamente:
nos termos do presente artigo, diretamente
relacionadas com as atividades exercidas ou a) Usar o seu nome abreviado, se a firma corres-
a exercer ou, ainda, retiradas dos restantes ponde ao seu nome completo;
elementos da firma ou dos nomes dos sócios;
b) Acrescer-lhe ou retirar-lhe um dos seus nomes,
f) Visem uma maior facilidade de penetração no mer- próprio ou de família, se a firma corresponde
cado a que se dirijam as atividades exercidas ao seu nome abreviado;
ou a exercer.
c) Aditar-lhe uma designação de fantasia ou expres-
4. A adoção de firmas em qualquer outra língua só é são alusiva à atividade mercantil desenvolvida
admitida quando acompanhada da tradução oficial. ou a desenvolver.
Artigo 29.º Artigo 34.º
Outros requisitos Firma do empresário comercial, pessoa singular
7. A firma não pode ser ofensiva da moral pública ou A firma do empresário comercial, pessoa singular, pode
dos bons costumes. conter o aditamento «Empresário Individual» ou, quando
redigida em língua oficial, as iniciais «E.I.».
8. A firma não pode desrespeitar os símbolos nacionais,
Artigo 35.º
as personalidades, as épocas ou as instituições cujo nome
ou significado seja de salvaguardar por razões históricas, Firma dos agrupamentos complementares de empresa
científicas, institucionais, culturais ou outras atendíveis.
A firma dos agrupamentos complementares de em-
9. Na firma não se pode utilizar as expressões corre- presas contém a menção «Agrupamento Complementar
spondentes a qualidades ou excelências em detrimento de Empresas» ou, quando redigida em língua oficial, as
de outrem. iniciais «A.C.E.».
Artigo 30.º Artigo 36.º
Firmas registadas fora do território Firma de outros empresários comerciais, pessoas coletivas
A admissibilidade de firma registada fora do território A firma dos empresários comerciais, pessoas coletivas,
nacional está sujeita à prova desse registo no local de que não sejam sociedades nem agrupamento complemen-
origem e à insuscetibilidade de confusão com firmas já tar de empresas, tem a menção identificativa do tipo de
registadas em Cabo Verde. pessoa coletiva de que se trata.
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1. Os livros de escrituração são lavrados, qualquer 1. A escrituração comercial é sigilosa e secreta, excetu-
que seja o procedimento utilizado, com clareza, por or- ando os casos de acesso permitido por lei.
dem cronológica, sem espaços em branco, interpolações, 2. Nenhuma autoridade administrativa ou judicial, salvos
emendas ou rasuras. os casos autorizados por lei, sob qualquer pretexto, pode
2. Os erros ou omissões dos assentos contabilísticos fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário
são corrigidos logo que sejam detetados. comercial observa ou não na sua escrituração comercial
as formalidades prescritas na lei.
3. Se for necessário qualquer cancelamento, este é
efetuado por forma a que as palavras canceladas fiquem 3. As autoridades administrativas ou judiciárias, ao
legíveis, não podendo utilizar-se abreviaturas ou símbolos analisarem se o empresário comercial organiza ou não
cujo significado não seja preciso com referência à lei, a devidamente a sua escrituração comercial, respeitam as
regulamento ou a prática mercantil de aplicação geral. suas opções quanto aos suportes de guarda da escrituração
comercial na forma permitida por lei.
4. A escrituração mercantil pode ser efetuada numa
língua diversa das línguas oficiais de Cabo Verde, quando 4. A exibição judicial da escrituração e documentação
nisso haja um interesse sério, e os valores podem ser comercial de um empresário, por inteiro, só pode ser
indicados em qualquer moeda, desde que sejam também ordenada, a pedido dos interessados, em questões de
indicados em escudos. sucessão por morte do empresário, de cessação de comun-
hão ou de participação em sociedade, de insolvência ou
Artigo 49.º por permissão de exame direto do associado ou do sócio.
Atas e registo das atas
5. Fora dos casos previstos no número anterior, só
1. Os empresários comerciais que sejam pessoas cole- pode proceder-se a exame ou inquérito na escrituração
tivas são obrigados a ter registo das atas das reuniões, e documentação comercial do empresário quando este
das deliberações ou das decisões dos seus órgãos sociais tenha interesse ou responsabilidade na questão em que
e em suporte que livremente escolherem e comunicado tal apresentação for exigida.
no ato do registo da sociedade.
2. A ata contém a data em que foi lavrada, a data da 6. O exame da escrituração e documentação do em-
reunião, os nomes dos participantes ou referência à lista presário comercial, quando for ordenado nos termos do
de presenças, os votos emitidos, as deliberações toma- número anterior, far-se-á no local do seu domicílio ou
das e tudo o mais que possa servir para fazer conhecer sede, em sua presença e limitar-se-á a averiguar e extrair
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e fundamentar as deliberações ou decisões tomadas, e o concernente aos aspetos especificados e que tenham
assinada pelo presidente, secretário da reunião e ainda relação com a matéria em causa.
pelos sócios que desejarem assinar.
Artigo 53.º
Artigo 50.º
Força probatória da escrituração comercial
Microfilmagem e transferência para suporte eletrónico da
escrituração comercial 1. Os assentos lançados nos suportes de escrituração
1. Os empresários comerciais podem proceder à micro- comercial fazem prova entre os empresários comerciais
filmagem e à transferência para suporte eletrónico dos e por factos relativos às suas empresas.
documentos da sua escrituração comercial. 2. Nas questões entre empresários comerciais, relativas
2. Os microfilmes e os documentos conservados em a factos do seu comércio, a escrituração comercial tem o
suporte eletrónico substituem, para todos os efeitos, os valor probatório que lhe couber, de acordo com as regras
originais. seguintes:
a) Os lançamentos constantes da escrituração, ainda
3. As operações de microfilmagem e transferência para que não regularmente organizada, fazem prova contra o
suporte eletrónico são executadas com o rigor técnico empresário comercial a quem ela pertence, mas os liti-
necessário a garantir a fiel reprodução dos documentos gantes que quiserem prevalecer-se de tais lançamentos
sobre que recaiam. aceitam igualmente os que lhes forem prejudiciais;
Artigo 51.º
b) Os lançamentos constantes da escrituração, regu-
Arquivo e conservação da correspondência, da escrituração e larmente organizada, fazem prova a favor do empresário
dos documentos
comercial a quem ela pertence, a menos que o outro
1. O empresário comercial é obrigado a arquivar a cor- litigante apresente lançamentos opostos em escritura-
respondência de qualquer tipo que emitir e receber, a sua ção organizada, nos mesmos termos, ou faça prova em
escrituração e os documentos a ela relativos, bem como contrário;
a conservá-los pelo prazo máximo previsto na legislação c) Quando do confronto das escriturações comerciais,
fiscal, sem prejuízo do disposto em lei especial. regularmente organizadas, dos empresários em litígio,
2. O arquivo e a conservação a que se refere o número resultar prova contraditória, o tribunal decide a questão
anterior podem revestir a forma informática ou constar pelo merecimento do conjunto das provas do processo;
de registo magnético. d) Quando do confronto das escriturações comerciais
3. A cessação do exercício da atividade comercial pelo de empresários em litígio resultar prova contraditória,
empresário não o exonera do dever a que se refere o n.º 1 e, achando-se a de um regularmente organizada e a do outro
se tiver falecido, a obrigação recai sobre os seus herdeiros. não, os lançamentos daquele farão prova contra os deste,
salvo prova em contrário.
4. No caso de dissolução de empresário comercial, pes-
soa coletiva, incumbe aos liquidatários o cumprimento do 3. Se um empresário comercial não tiver escrituração comercial,
disposto no número anterior, e, concluída a liquidação, ou recusar-se a apresentá-la, faz fé contra ele a escrituração
cabe aos sócios ou membros da pessoa coletiva designar o do outro litigante, desde que esta se ache devidamente orga-
depositário da correspondência, escrituração e respetivos nizada, salvo prova em contrário ou se a falta de escrituração
documentos. do primeiro se ficar a dever a caso de força maior.
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2. As contas anuais são redigidas com clareza e mostram f) Os elementos do ativo imobilizado e do ativo circu-
a representação fidedigna do património, da situação fi- lante contabilizar-se-ão pelo preço de aquisição
nanceira e dos resultados da empresa, em conformidade ou pelo custo de produção.
com a lei. 3. O princípio referido na alínea c) do número anterior,
3. Se, pela aplicação da lei, os dados não forem sufi- que, em caso de conflito, prevalece sobre qualquer outro,
cientes para demonstrar a representação fidedigna do obriga a indicar no balanço apenas os lucros já realizados
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património, da situação financeira e dos resultados da na data do seu encerramento, a ter em conta os riscos
empresa, indicam-se as informações complementares previsíveis e as perdas eventuais com origem no exercício
necessárias para alcançar esse resultado. ou em exercício anterior, distinguindo-se as realizadas ou
irreversíveis das potenciais ou reversíveis, inclusive se
4. Em casos excepcionais, se a aplicação da lei em apenas se conhecerem entre a data do encerramento do
matéria de contabilidade e auditoria for incompatível balanço e a data em que este se formule, caso em que é
com o previsto no número anterior e que resultaria das dado informação suficiente no anexo, e a ter em conta as
contas anuais, assinala-se a impossibilidade da aplicação depreciações, tanto se o exercício termina com resultados
da lei, fundamentando-a devidamente, explicando-se a positivos como negativos.
sua influência sobre o património, a situação financeira
e os resultados da empresa. 4. Em casos excepcionais pode admitir-se que os
princípios referidos no número 1 não sejam aplicados,
Artigo 57.º sendo, em tais casos, assinalado, no anexo, essa falta de
aplicação, fundamentando-a devidamente e explicar-se a
Elementos do balanço, da conta de ganhos e perdas e do anexo
sua influência sobre o património, a situação financeira
1. Os elementos do balanço, da conta de ganhos e perdas e os resultados da empresa.
e do anexo têm o conteúdo imposto pelas normas legais Artigo 60.º
sobre o Código de Contas do Sistema de Normalização
Contabilística e Relato Financeiro e sua regulamentação, Regime contabilistico específico
e pelas normas das instituições internacionais em matéria
de contabilidade e de auditoria. Ficam excluídos da aplicação dos artigos anteriores os
empresários comerciais que optem ou estejam sujeitos a
2. A estrutura do balanço e da conta de ganhos e per- regimes contabilísticos específicos previstos por lei.
das não pode modificar-se de um exercício para o outro, Artigo 61.º
sem prejuízo, em casos excepcionais, de não aplicar-se o
disposto no presente artigo, constando do anexo tal facto Auditoria das contas anuais
e a devida justificação.
1. Sem prejuízo do estabelecido em outras leis que
Artigo 58.º obriguem a submeter as contas anuais à auditoria nacio-
Assinatura das contas anuais ou de exercício nal ou internacional, o empresário comercial é obrigado,
quando determinado pelo tribunal, a submeter a audito-
1. As contas anuais ou de exercício são assinadas pelo: ria as contas anuais da sua empresa, a pedido de quem
demonstre ter nisso um interesse sério.
a) Empresário comercial, se for pessoa singular;
2. O tribunal exige ao requerente caução adequada
b) Pelos titulares do órgão de administração, no caso para responder pelas custas processuais e pelos gastos
de empresários comerciais, pessoas coletivas. de auditoria, que ficam a seu cargo quando não se en-
contrem vícios ou irregularidades essenciais nas contas
2. Na situação a que se refere a alínea b) do número ante- anuais revistas.
rior, se faltar a assinatura de algum dos titulares do órgão de
administração, de tal facto se fará menção nos documentos 3. O auditor designado apresenta ao tribunal o relatório
em que falte, com expressa indicação da respetiva causa. de auditoria informação realizada.
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O registo comercial, os atos, as formas, as condições e 2. O gerente, nos documentos relativos aos atos prati-
os efeitos são objeto de lei especial. cados no exercício comercial em que é preposto, fica ob-
rigado a utilizar a firma ou nome do preponente e a apôr
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O preponente ou o preposto podem, a todo o tempo, pôr É considerado como armazém geral da empresa comercial
termo à preposição de gerência. o que for autorizado nas condições estabelecidas por lei
Artigo 74.º para receber, em depósito, bens destinados ao mercado.
Função de gerente, condição e intransmissibilidade Artigo 82.º
A função de gerente do preposto é de exercício pes- Armazém e loja
soal, não sendo admissível a substituição por terceiro no
exercício ou a transmissão do exercício, salvo expressa É considerado como armazém ou loja da empresa co-
autorização prévia ou consentimento do preponente. mercial de venda aberta ao público:
Artigo 75.º a) O estabelecido pelo empresário comercial registado;
Morte ou incapacidade legal do preponente
b) O estabelecido pelo empresário comercial não re-
Salvo convenção em contrário, a preposição da gerência gistado, quando se conserve aberto ao público
não se extingue por morte ou incapacidade legal super- por dez dias consecutivos, ou haja sido anun-
veniente do preponente. ciado por meio de anúncio ou aviso avulso, ou
Artigo 76.º em qualquer meio de comunicação social ou
eletrónico, ou tenham utilizados os letreiros
Procuradores
habituais para o exercício da atividade comercial.
As disposições dos artigos anteriores aplicam-se aos
Artigo 83.º
que, não se achando prepostos para exercer a empresa
comercial, tenham, com base numa relação estável, po- Empresa na internet e contrato eletrónico
deres para celebrar negócios respeitantes ao exercício da
empresa em nome do preponente. 1. A empresa comercial pode ter uma página na internet
Secção III
e que é objeto de registo, nos termos da lei.
Auxiliares do empresário 2. O exercício da atividade da empresa na internet é
Artigo 77.º
regulado por lei especial.
Poderes dos auxiliares CAPÍTULO V
1. Os auxiliares do empresário comercial, salvo as limi-
tações decorrentes dos usos, podem praticar todos os atos ESTABELECIMENTO COMERCIAL
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5. O senhorio tem direito de preferência no trespasse 3. Considera-se também produtor aquele que, no ex-
por venda ou dação em cumprimento, salvo convenção ercício da sua empresa, importe produtos para venda,
em contrário. aluguer, locação financeira ou outra forma de distribuição
em Cabo Verde.
6. O trespasse é comunicado ao senhorio no prazo de
trinta dias, sendo a falta de tal comunicação fundamento 4. O distribuidor de produtos, cujo produtor de Cabo
para resolução do contrato de arrendamento nos termos Verde ou importador não esteja identificado, é ainda con-
legalmente aplicáveis. siderado como produtor, salvo se, notificado por escrito,
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1. A responsabilidade civil, havendo vários empresários 1. O empresário pode exigir judicialmente de qualquer
comerciais responsáveis, é solidária. possuidor ou detentor da empresa o reconhecimento do
seu direito de propriedade e a sua consequente restituição.
2. Nas relações internas, atender-se-á às circunstân-
cias, em especial ao risco criado por cada responsável, à 2. À reivindicação de empresa aplicam-se, com as ne-
gravidade da culpa com que eventualmente tenha agido cessárias adaptações, a lei civil.
e à sua contribuição para o dano.
Artigo 103.º
3. A repartição de responsabilidades, em caso de dúvida,
Ação direta
é em partes iguais.
Artigo 95.º O empresário comercial pode defender, o seu direito
de propriedade sobre a empresa, por meio de ação direta
Concurso do lesado e de terceiro nos termos da lei civil.
1. Havendo concorrência de um facto culposo do lesado Artigo 104.º
para o dano, a indemnização, tendo em conta todas as
circunstâncias, pode ser reduzida ou excluída nos termos Aquisição da propriedade da empresa
da lei geral.
O direito de propriedade sobre a empresa adquire-se
2. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a re- por qualquer um dos modos previstos na lei civil e sejam
sponsabilidade do empresário comercial não é reduzida compatíveis com a sua natureza.
quando a intervenção de um terceiro tiver concorrido Artigo 105.º
para o dano.
Usucapião
Artigo 96.º
Inderrogabilidade Os prazos para a usucapião de empresa comercial são
os prescritos na lei civil para a usucapião de imóveis.
A responsabilidade perante o lesado não pode ser
excluída ou limitada, tendo-se por não escritas as estipu- Secção II
lações em contrário. Disposições comuns aos contratos
Artigo 97.º Artigo 106.º
Prescrição
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Forma e registo
O direito ao ressarcimento prescreve no prazo de três 1. Os contratos que tenham por objeto a transmissão da
anos a contar da data em que o lesado teve ou teria tido propriedade ou o gozo da empresa comercial, bem como
conhecimento do dano, do defeito e da identidade do a constituição de direitos reais de gozo ou de garantia
empresário. sobre ela, são válidos desde que sejam celebrados por
Artigo 98.º escrito, com reconhecimento das assinaturas das partes,
salvo se outra forma for exigida pela natureza dos bens
Caducidade
que a integram.
Decorrido o prazo de dez anos sobre a data em que
o empresário pôs em circulação o produto causador do 2. Os contratos de transmissão do gozo da empresa
dano, caduca o direito ao ressarcimento, salvo se estiver comercial e os de constituição de direitos reais de gozo
pendente ação instaurada pelo lesado. ou de garantia sobre ela estão sujeitos a registo.
Artigo 107.º
CAPÍTULO VIII
Alienação da empresa comercial
DIREITOS E NEGÓCIOS SOBRE A
A alienação da empresa comercial, em tudo quanto não
EMPRESA COMERCIAL esteja especialmente previsto neste Capítulo, é aplicável,
Secção I com as necessárias adaptações, as disposições da lei civil,
Disposições Gerais
que regulam o contrato de compra e venda, o contrato
de doação ou o testamento, consoante a alienação seja a
Artigo 99.º título oneroso ou a título gratuito.
Natureza do direito sobre a empresa comercial Artigo 108.º
O empresário comercial, para além dos direitos que Objeto da empresa comercial na alienação
lhe atribuem a disponibilidade sobre cada um dos bens
que integram a empresa comercial, tem um direito de 1. A alienação da empresa comercial engloba a de todos
propriedade sobre a própria empresa. os bens, corpóreos ou incorpóreos, que a integram e são
utilizados para os fins da empresa, salvo aqueles cuja
Artigo 100.º transmissão está sujeita, por força de lei, a declaração
Meios de defesa dos seus direitos expressa.
O empresário comercial, para além da específica tutela 2. As partes podem excluir da alienação os bens que
conferida por lei a cada um dos bens que compõem a sua entenderem, contanto que da exclusão não resulte preju-
empresa, goza ainda, quanto a esta, da tutela conferida dicada a existência da empresa, sem prejuízo do disposto
por lei ao direito de propriedade em geral. no número seguinte.
Artigo 101.º 3. O disposto no número anterior não impede as partes
Defesa da posse de excluírem da transmissão algum bem imprescindível à
existência da empresa, mas nesse caso o adquirente tem
O empresário comercial pode defender a sua posse sobre direito a manter a respetiva disponibilidade durante o prazo
a empresa na forma prevista na lei geral. necessário à consolidação da empresa na sua titularidade.
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1. O alienante está obrigado a praticar todos os atos 1. Salvo convenção em contrário e sem prejuízo do
que, de acordo com os usos e o tipo de empresa alienada, disposto em disposições especiais, o adquirente sucede
se imponham, segundo a boa fé, para a emissão do ad- nos direitos e obrigações resultantes dos contratos cel-
quirente na mesma. ebrados para a exploração da empresa que não tenham
caráter pessoal.
2. O alienante está nomeadamente obrigado:
2. A contraparte desses contratos pode resolver o con-
a) A entregar as listas nominativas de clientes; trato dentro de três meses a contar do conhecimento da
transmissão, se existir justa causa, e sem prejuízo da
b) A entregar as listas de fornecedores e financiadores; responsabilidade do alienante.
c) A entregar as listas de colaboradores; Artigo 113.º
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O prazo da locação de empresa é de 5 (cinco) anos, se 1. O locador fica sujeito à obrigação de não concorrência
outro não for convencionado pelas partes. durante todo o prazo da locação da empresa.
Artigo 118.º 2. O disposto no número anterior pode ser afastado por
cláusula expressa, desde que não inviabilize a locação da
Obrigação de explorar a empresa empresa comercial.
1. O locatário é obrigado a exercer a empresa, obser- Artigo 125.º
vando as regras de um gestor criterioso e ordenado, sem Exigibilidade imediata dos créditos
lhe modificar o destino e por forma a conservar a eficiência
da organização. 1. Os credores do locador, se a empresa for locada,
podem pedir o imediato vencimento dos créditos relacio-
2. O locatário não pode, salvo caso de força maior, inter- nados com a exploração da empresa, quando demonstrem
romper ou cessar a exploração da empresa. que a locação da empresa é suscetível de pôr em risco a
Artigo 119.º satisfação dos mesmos.
Poderes do locatário 2. A ação destinada a exigir o imediato vencimento dos
créditos é intentada no prazo de 3 (três) meses a contar
O locatário goza da discricionariedade técnica e económica da data do ato de registo do contrato de locação.
inerentes ao exercício do tipo de empresa em causa.
Artigo 126.º
Artigo 120.º
Responsabilidade solidária do locador
Atos de disposição e oneração de bens da empresa
1. O locador é solidariamente responsável com o locatário
1. O locatário só pode onerar, alienar e substituir os bens pelas dívidas contraídas na exploração da empresa desde
que integram a empresa quando esses atos se revelem a data da celebração do contrato de locação até ao registo.
necessários ou convenientes à conservação da eficiência
da organização e mediante consentimento do locador. 2. No caso de responder perante terceiros pelas dívidas
referidas no número anterior, o locador tem direito de
2. A falta de comunicação da recusa de consentimento, regresso contra o locatário.
no prazo de 8 (oito) dias, a contar do momento em que Artigo 127.º
o locatário comunicou ao locador a intenção de praticar
algum dos atos mencionados no número anterior, equivale Responsabilidade do administrador judicial
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O usufrutuário é obrigado a exercer a empresa comercial O disposto nas secções anteriores deste Capítulo e na
sob a firma do proprietário de raiz. lei civil sobre o usufruto, aplicam-se, com as necessárias
adaptações, ao usufruto da empresa.
Artigo 133.º
Poderes do usufrutuário CAPÍTULO IX
O usufrutuário goza de discricionariedade técnica e PENHOR SOBRE A EMPRESA
económica inerentes ao exercício do tipo de empresa COMERCIAL
comercial em causa.
Artigo 141.º
Artigo 134.º
Penhor sobre a empresa comercial
Atos de disposição e oneração de bens da empresa
1. A empresa pode constituir objeto do penhor comercial.
1. O usufrutuário pode onerar, alienar e substituir os bens
da empresa, quando esses atos se revelem necessários ou 2. O penhor sobre a empresa produz efeitos indepen-
convenientes à manutenção da eficiência da organização. dentemente de entrega ao credor.
2. O proprietário de raiz tem sempre a possibilidade 3. A empresa pode ser objeto de mais do que um penhor.
de impugnar judicialmente a prática dos atos a que se Artigo 142.º
refere o número anterior.
Eficácia do penhor comercial
3. Se os atos referidos no n.º 1 forem praticados em
desconformidade com os critérios aí enunciados, o pro- A constituição de penhor sobre a empresa só produz
prietário de raiz pode requerer a aplicação do disposto efeitos, mesmo entre as partes, depois de registada nos
no n.º 2 do artigo 130.º. termos da lei.
Artigo 135.º Artigo 143.º
Proibição de concorrência Conteúdo mínimo
1. Enquanto durar o usufruto, o usufrutuário não pode, O documento de constituição de penhor sobre a empresa
sem consentimento do proprietário de raiz, por si, através contém, sob pena de nulidade, os seguintes elementos:
ou por conta de terceiro, explorar empresa idêntica à que
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1. O senhorio, tendo-lhe sido comunicada a constituição 1. A convenção que limita a concorrência entre empresários
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do penhor sobre a empresa, que pretender pôr termo ao respeita, sob pena de nulidade, os limites indicados no
arrendamento comercial do prédio urbano, no qual está artigo anterior e ser reduzida a escrito.
instalada a empresa, comunica aos credores pignoratícios 2. Para a convenção ser válida, é necessário que seja
inscritos a intenção de cessação do contrato de arrenda- limitada a certa zona ou a uma determinada atividade.
mento comercial.
3. Se a duração da convenção não tiver sido fixada ou
2. O devedor ou o credor pignoratícios podem efetuar tiver sido fixada por prazo superior, só é válida pelo prazo
a comunicação prevista no número anterior. de 5 (cinco) anos.
3. O senhorio, em caso de inobservância do disposto Artigo 152.º
no n.º 1, fica obrigado a indemnizar os referidos credores
pelos danos causados. Obrigação de contratar
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2. A aplicação das regras sobre concorrência desleal é 2. A imitação dos produtos ou serviços de um terceiro
independente do facto de os sujeitos atuarem no mesmo reputa-se desleal quando seja idónea a criar a associação
ramo de atividade. por parte dos consumidores relativamente ao produto ou
Artigo 155.º serviço ou possibilite um aproveitamento indevido da
reputação ou esforço alheios.
Cláusula geral
3. A inevitabilidade dos riscos de associação ou de
Constitui concorrência desleal todo o ato de concor- aproveitamento da reputação alheia exclui a deslealdade
rência que objetivamente se revele contrário às normas da respetiva prática.
e aos usos honestos da atividade económica.
4. Não obstante o disposto no número anterior, con-
Artigo 156.º sidera-se desleal a imitação sistemática dos produtos,
Atos de confusão serviços e iniciativas empresariais de um concorrente
quando a dita estratégia seja destinada diretamente a
1. Considera-se desleal todo o ato que seja idóneo a impedir ou obstar à sua afirmação no mercado e exceda
criar confusão com a empresa, os bens, os serviços ou o o que, segundo as circunstâncias, possa considerar-se
crédito dos concorrentes. uma resposta natural do mercado.
2. O risco de associação por parte dos consumidores Artigo 162.º
relativo à origem do bem ou do serviço é suficiente para Exploração da reputação alheia
fundamentar a deslealdade de uma prática.
Considera-se desleal o aproveitamento indevido em
Artigo 157.º
benefício próprio ou alheio da reputação empresarial de
Atos enganosos outrem.
Considera-se desleal a utilização ou difusão de indi- Artigo 163.º
cações incorretas ou falsas, a omissão das verdadeiras Violação de segredos
e todo e qualquer ato que, pelas circunstâncias em que
tenha lugar, seja suscetível de induzir em erro as pessoas 1. Considera-se desleal a divulgação ou exploração,
às quais se dirige ou alcança, sobre a natureza, aptidões, sem autorização do titular, dos segredos industriais ou
qualidades e quantidades dos bens ou serviços e em geral, quaisquer outros segredos empresariais a que se tenha
sobre as vantagens realmente oferecidas no mercado. tido acesso legitimamente, mas com dever de sigilo, ou
ilegitimamente, nomeadamente em consequência de
Artigo 158.º alguma das condutas previstas no artigo seguinte.
Ofertas 2. Para os efeitos do presente artigo, considera-se como
1. A entrega de ofertas com fins publicitários e as práticas segredo empresarial toda e qualquer informação técnica
comerciais análogas consideram-se desleais quando, pelas ou comercial que tenha utilização prática e proporcione
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circunstâncias em que se realizem, coloquem o consumidor benefícios económicos ao titular, que não seja do conheci-
em situação de ter de contratar a prestação principal. mento público, e relativamente à qual o titular tomou as
medidas de segurança apropriadas a garantir a respetiva
2. A oferta de qualquer tipo de vantagem ou prémio para confidencialidade.
o caso de se adquirir a prestação principal considera-se Artigo 164.º
desleal quando induza ou possa induzir o consumidor
em erro acerca do nível de preços de outros produtos Promoção e aproveitamento de violações contratuais
ou serviços do mesmo empresário, ou quando dificulte 1. Considera-se desleal a indução de trabalhadores,
sobremaneira a apreciação do valor efetivo da oferta ou fornecedores, clientes e demais obrigados à violação das
a sua comparação com ofertas alternativas. obrigações contratuais que tenham assumido para com
Artigo 159.º os concorrentes.
Atos de denegrição 2. A promoção da cessação regular de um contrato ou
o aproveitamento de uma infração contratual alheia,
1. Considera-se desleal a realização ou difusão de desde que conhecida, em benefício próprio ou de terceiro,
afirmações sobre a empresa, os bens ou os serviços ou as reputam-se desleais quando tenham por objeto a difusão
relações comerciais dos concorrentes que sejam aptas a ou exploração de um segredo empresarial ou sejam
diminuir o seu crédito no mercado, salvo se forem exatas, acompanhadas de circunstâncias tais como o engano,
verdadeiras e pertinentes. a intenção de eliminar um concorrente do mercado ou
2. Não se consideram pertinentes as considerações que outras análogas.
tenham por objeto a nacionalidade, as convicções religiosas Artigo 165.º
ou ideológicas, a vida privada ou quaisquer outras cir- Exploração da dependência
cunstâncias exclusivamente pessoais da empresa visada.
Artigo 160.º
Considera-se desleal a exploração indevida por um
empresário da situação de dependência, que tenha
Atos de comparação repercussões económicas, em que se encontrem os em-
1. Considera-se desleal a comparação pública da presários que sejam seus clientes ou fornecedores, que
empresa comercial, dos produtos ou serviços próprios não disponham de alternativa equivalente para o exercício
ou alheios com os de um concorrente quando aquela se da sua atividade.
refira a realidades que não sejam análogas, relevantes Artigo 166.º
ou comprováveis. Vendas com prejuízo
2. Reputa-se também desleal a comparação, quando seja A venda realizada abaixo do preço de custo ou de
efetuada nos termos indicados para os atos enganosos ou aquisição considera-se desleal quando faça parte de uma
para os atos de denegrição. estratégia dirigida à eliminação de um concorrente ou
Artigo 161.º grupo de concorrentes do mercado.
Atos de imitação Artigo 167.º
Ação por concorrência desleal
1. A imitação dos produtos, serviços e iniciativas empre-
sariais alheios é livre, a não ser que os mesmos estejam A ação por concorrência desleal é intentada no prazo de
protegidos por um direito exclusivo reconhecido por lei. um ano a contar da data em que o lesado teve ou podia
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ter conhecimento da pessoa que praticou os factos que lhe Artigo 175.º
servem de fundamento, mas nunca depois de decorridos Enumeração dos contratos comerciais
três anos sobre a verificação dos mesmos.
1. Os contratos comerciais, regulados pelo Código, são
Artigo 168.º
os seguintes:
Sanções
a) Compra e venda;
A sentença que declarar a existência de prática de atos
de concorrência desleal determina a proibição da continu- b) Mandato;
ação da referida prática e indica os meios necessários c) Empréstimo;
para eliminar os respetivos efeitos.
d) Penhor;
Artigo 169.º
Ressarcimento do dano
e) Depósito;
1. Havendo atos de concorrência desleal praticados dolosa f) Escambo ou troca
ou culposamente, o autor é responsabilizado civilmente g) Locação;
e obrigado a indemnizar pelos danos causados.
h) Reporte;
2. No caso previsto no número anterior, pode ser orde-
nada a publicação da sentença. i) Conta Corrente;
3. A culpa é presumida quando for provada a existência j) Contratos de cooperação;
de atos de concorrência desleal. k) Contratos de distribuição;
Artigo 170.º l) Contrato Publicitário;
Legitimidade das entidades representativas dos interessados
m) Contrato de Hospedagem;
Havendo atos de concorrência desleal que prejudiquem
os interesses de uma categoria de interessados, a ação n) Transporte;
por concorrência desleal pode ser intentada também pelas o) Expedição;
entidades que representem a referida categoria.
p) Contrato Seguros;
Artigo 171.º
q) Contratos bancários;
Autoridade da concorrência
r) Contratos financeiros.
1. O respeito pelas regras da promoção e defesa da
concorrência é assegurada por um serviço público e com 2. São ainda contratos comerciais os negócios sobre a
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inserir novamente no circuito comercial o bem objeto 5. Caso o exame dos bens ou mercadorias não seja
do negócio ou quando se traduza, por si só, num ato da realizado, cessa a subordinação a condição das vendas
empresa comercial. previstas neste artigo se o comprador não reclamar da
qualidade ou conveniência dos bens ou mercadorias no
2. É, designadamente, considerada compra e venda prazo de oito dias após a sua entrega.
comercial, a que incide sobre:
Artigo 181.º
a) Bens móveis para revenda, em bruto ou trabalha-
dos, ou que se destinem a posterior aluguer, Vendas por conta, peso ou medida
cedência ou exploração onerosa do seu uso;
1. As vendas não realizadas em massa ou em bloco,
b) Fundos públicos ou de quaisquer títulos de crédito mas sujeitas a conta, a peso ou a medida, são, a risco do
negociáveis para revenda; vendedor, até que tal contagem, pesagem ou medição se
efetue, salvo se estas não se efetuaram por ato imputável
c) Bens móveis, em bruto ou trabalhadas; culposamente ao comprador.
d) Fundos públicos e de quaisquer títulos de crédito
negociáveis, quando a aquisição for realizada 2. Consideram-se como realizadas em bloco ou em
para as revender ou obter proveitos com a sua massa, as vendas realizadas com um preço determinado,
exploração ou utilização; sem ter em consideração a conta, o peso ou a medida dos
bens ou quando estes elementos apenas foram tidos em
e) Imóveis e os direitos a eles inerentes, quando se consideração para a determinação desse preço.
realizem com o intuito de revender, ceder ou
utilizar os bens por qualquer forma lucrativa; 3. Em venda realizada por conta, peso ou medida, a
contagem, pesagem ou medição dos bens considera-se
f) Participações no capital social de sociedades co- efetuada, ainda que não tenha ocorrido, com a entrega
merciais. dos bens ao comprador.
Artigo 178.º Artigo 182.º
Determinação posterior do preço Compra e venda a pronto em feira ou mercado
1. Para além do previsto na lei civil, pode convencionar-se 1. Os contratos de compra e venda celebrados, a contado,
que a determinação do preço do contrato fica dependente em feira ou mercado são cumpridos, salvo convenção em
do arbítrio de terceiro, indicado no contrato. contrário, no mesmo dia da sua celebração, ou, o mais
2. Ficando a determinação do preço, nos termos con- tardar, no dia seguinte.
vencionados, exclusivamente dependente do arbítrio de 2. Não tendo sido exigido o cumprimento do contrato
terceiro, o contrato fica sem efeito caso este não possa ou
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2. A revenda efetua-se em empresa de leilão, nos termos atendendo ao critério de um empresário razoavelmente
usuais, ficando o vendedor obrigado a avisar atempada- diligente, a praticar todas as diligências necessárias para
mente o comprador do dia, hora e local da realização do a conservação de quaisquer bens que lhe hajam sido re-
ato da revenda. metidas, até que o mandante possa zelar pelas mesmas.
3. Tratando-se de bens sujeitos a rápida deterioração, 2. Se o mandante nada fizer depois de recebido o aviso
o vendedor pode proceder à sua revenda por negociação ou não o fizer em prazo razoável, o mandatário pode
particular, avisando imediatamente o comprador. proceder ao depósito judicial dos bens ou, caso sejam
deterioráveis, à sua venda judicial, tendo sempre direito
4. Se o preço obtido na revenda não chegar para cobrir ao reembolso das despesas em que incorreu.
o preço estipulado e o valor dos danos resultantes do
incumprimento, o vendedor tem direito a exigir do com- 3. A falta de cumprimento de qualquer das obrigações
prador a diferença e se o preço obtido sobrepassar o preço constantes deste artigo sujeita o mandatário a indemni-
estipulado mais o valor dos danos sofridos, a diferença zar o mandante pelas perdas e danos, nos termos gerais
cabe ao comprador. de direito.
Artigo 187.º Artigo 192.º
Execução coativa por incumprimento do vendedor Receção e verificação de bens danificados
1. Sendo a venda celebrada entre empresários comerci- 1. Se os bens que o mandatário receber por conta do
ais, no exercício da sua atividade, tiver por objeto coisas mandante apresentarem sinais visíveis de danificações
fungível e o vendedor não cumprir a sua obrigação, o com- sofridas durante o transporte, aquele pratica os atos
prador pode fazer comprar a coisa, à custa do vendedor, necessários à salvaguarda dos direitos do mandante, sob
ficando obrigado a comunicar a compra imediatamente pena de ficar responsável pelos bens recebidos, na medida
ao vendedor. do que constar dos respetivos documentos.
2. O comprador tem direito a exigir do vendedor a dife- 2. Sendo os danos ou deteriorações de elevado valor ou
rença entre o preço estipulado e o valor das despesas em gravidade, pode o mandatário, com urgência, fazer vender
que incorreu na compra e o dos danos sofridos. as mercadorias, ainda que judicialmente.
TÍTULO III 3. Independentemente da causa dos danos, o mandatário
verifica qualquer dano ou deterioração que prejudique os
MANDATO COMERCIAL bens e avisa de imediato o mandante.
Artigo 188.º Artigo 193.º
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1. Mandato comercial é o contrato pelo qual uma pes- 1. Durante a guarda e conservação dos bens entregues
soa encarrega outra para praticar um ou mais atos de na execução do mandato, o mandatário é responsável
comércio por conta dela. pelos danos em que faça incorrer o mandante, excetuando
quando estes resultem do mero decurso do tempo, caso
2. Não são considerados comerciais os atos celebrados fortuito ou de força maior ou de vício inerente à natureza
ao abrigo dos poderes gerais conferidos pelo mandato dos bens.
comercial, mas que tenham caráter exclusivamente civil
ou de outra natureza. 2. O mandatário, enquanto guardar ou conservar os
bens, contratar um seguro com cobertura multirriscos
Artigo 189.º sobre as mesmas, ficando o mandante obrigado a suportar
Remuneração do mandatário o valor do prémio.
1. O mandato comercial presume-se oneroso, apenas 3. A obrigação de contratar o seguro previsto no número
podendo ser celebrado gratuitamente por convenção entre anterior cessa quando exista ordem expressa do mandante
as partes ou se tal resultar dos usos para a prática do nesse sentido ou este não suporte ou deixe de suportar o
ato em concreto. pagamento do prémio respetivo.
Artigo 194.º
2. A remuneração é regulada por acordo das partes,
ou, caso não exista, pelos usos comerciais aplicáveis no Responsabilidade e execução do mandato
local de execução do mandato.
1. O mandatário que não cumprir o mandato em con-
3. Se o empresário comercial não quiser aceitar o man- formidade com as instruções recebidas e, na falta ou
dato, mas tiver, apesar disso, praticado as diligências insuficiência delas, com os usos do comércio, responde
mencionadas no artigo 186.º tem ainda assim direito a perante o mandante por perdas e danos nos termos gerais.
uma remuneração proporcional ao trabalho que tiver tido.
2. O mandatário é obrigado a participar ao mandante
Artigo 190.º todos os fatos que possam levá-lo a modificar ou a revogar
Extensão do mandato o mandato.
O mandato comercial compreende não só os atos expres- 3. O mandatário, sem demora, avisa o mandante da
samente nele enumerados ou por ele visados, mas também execução do mandato, presumindo-se, quando este não
os que se revelem indispensáveis à completa execução do responder em tempo razoável, que ratifica o negócio,
encargo conferido ao mandatário ainda que não estejam ainda que o mandatário tenha excedido os poderes do
expressamente indicados ou previstos. mandato, salvo quando contrarie o fim da representação.
Artigo 191.º Artigo 195.º
1. Quando o mandatário quiser recusar o mandato que 1. O mandatário é obrigado a pagar juros legais cal-
lhe é conferido, comunica ao mandante pelo modo mais culados sobre as quantias pertencentes ao mandante
rápido que lhe for possível, sem prejuízo de ficar obrigado, ou recebidas por conta do mandante a contar do dia em
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2. Se, para a execução do mandato, for exigível ou Penhor comercial é o contrato pelo qual uma das partes
convencionada a provisão de fundos, o mandatário não confere à outra, em garantia de um crédito comercial de-
está obrigado a executá-lo enquanto as quantias não lhe sta e com preferência sobre os demais credores comuns,
forem disponibilizadas pelo mandante ou pode suspender o direito a ser paga pelo valor de determinada coisa ou
a sua execução enquanto novas quantias que solicitou direito na titularidade da parte.
como necessárias não lhe sejam entregues. Artigo 203.º
2. Cessa a obrigação de indemnizar prevista nos ter- afetado ao exercício de uma empresa.
mos do número anterior, quando, tratando-se de man-
dato conferido por tempo indeterminado, a revogação ou 3. A constituição de penhor comercial é sempre sem
renúncia foram efetuadas com aviso prévio adequado ou desapossamento quando incida sobre bem cuja utilização
convencionado. seja imprescindível ao exercício da empresa.
Artigo 205.º
3. As partes podem, por acordo, determinar o montante
a indemnizar, sem que, no entanto, possam excluir por Âmbito do penhor comercial
completo esta responsabilidade. 1. Pode ser constituído um único penhor comercial sobre
Artigo 198.º todos os equipamentos, móveis e utensílios instalados e
destinados ao exercício de uma empresa.
Compensação por cessação do mandato
2. Para os efeitos do número anterior, consideram-se
A cessação do mandato por morte, interdição ou extin- como equipamentos as caldeiras, os fornos que não sejam
ção de um dos contraentes, confere ao mandatário, seus parte integrante do imóvel, as instalações químicas e os
herdeiros ou representantes direito a uma compensação demais elementos materiais fixos afetados ao exercício
proporcional ao que teriam de receber no caso de execução duma empresa.
completa do mandato.
Artigo 206.º
TÍTULO IV Entrega a terceiro e entrega simbólica
EMPRÉSTIMO COMERCIAL A entrega do bem objeto de penhor pode ser efetuada
Artigo 199.º a terceiro ou de maneira simbólica por:
Noção a) Declarações ou averbamento nos registos das enti-
dades públicas onde se encontrem depositados
Empréstimo comercial é o contrato de empréstimo ou os bens objeto do penhor;
mútuo realizado entre empresários comerciais e em que
o bem fungível objeto do negócio seja destinado a um ato b) Tradição ou endosso ao credor pignoratício do tí-
da empresa comercial. tulo de crédito representativo do bem objeto
do penhor;
Artigo 200.º
c) Qualquer outro meio que seja idóneo a conferir ao
Forma credor pignoratício a disponibilidade exclusiva
1. A celebração do contrato de empréstimo não está sobre os bens objeto do penhor comercial.
sujeita a forma especial, pelo que admite, seja qual for o Artigo 207.º
seu valor, todo o meio de prova quanto à sua existência Forma do penhor sem desapossamento
e conteúdo.
1. A constituição de penhor comercial sem desapossa-
2. No entanto, caso seja convencionada pelas partes mento é efetuada por escrito, sob pena de nulidade, com
uma forma necessária para a celebração do contrato, reconhecimento presencial das assinaturas das partes.
a sua preterição determina a invalidade do mesmo nos
termos gerais de direito. 2. O contrato contém os seguintes elementos:
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a) Identificação do credor e do devedor e sendo o ou para operações recomendadas por aquele, cessam os
caso, do empenhador; direitos e obrigações próprias de depositante e depositário
e observa-se as regras aplicáveis do empréstimo comer-
b) Indicação do bem ou dos bens objeto de penhor e cial à comissão, ou do contrato que, em substituição do
os elementos indispensáveis à sua identificação; depósito, se houver celebrado.
c) Local onde se encontra o bem ou os bens e a indi- CAPÍTULO II
cação da empresa a que estão afetados;
d) Montante da dívida ou elementos que permitam DEPÓSITO EM ARMAZÉNS GERAIS
a sua determinação; Artigo 214.º
Noção
e) Lugar e a data de pagamento.
Depósito em regime de armazém geral é o contrato de
3. A constituição de penhor comercial sem desapossa- depósito que consiste na guarda e conservação de mer-
mento está sujeita a registo, nos termos da lei. cadorias destinadas a garantir títulos transmissíveis por
Artigo 208.º endosso, nos termos da lei.
Proprietário do bem e responsabilidade Artigo 215.º
1. O proprietário do bem, objeto de penhor, sem desapos- Responsabilidade do empresário que explora
um armazém geral
samento, é considerado, quanto ao direito pignoratício,
possuidor em nome alheio e incorre na responsabilidade 1. O empresário que explora um armazém geral é respon-
idêntica ao do fiel depositário judicial quando alienar, sável pela guarda e conservação das coisas depositadas,
modificar, destruir ou desviar o bem, sem consentimento nos mesmos termos que um comissário.
escrito do credor pignoratício. 2. O empresário que explora um armazém geral é
2. É igualmente responsável, nos termos do número obrigado a avisar imediatamente o depositante, quando
anterior, quando constituir novo penhor, sem que, no novo surjam alterações nas coisas depositadas suscetíveis de
contrato, se mencione, de modo expresso, a existência do diminuir o seu valor, sob pena de responder pelos danos
penhor ou penhores anteriores, que, em qualquer caso, causados.
preferem por prioridade de datas na constituição do penhor. Artigo 216.º
3. Tratando-se de bens pertencentes a uma pessoa Direito de misturar as coisas depositadas
coletiva, o disposto no número anterior aplica-se àqueles 1. O empresário comercial que explora um armazém
a quem incumbir a sua administração. geral obriga-se a não misturar as coisas fungíveis depos-
TÍTULO VI itadas com outras da mesma espécie e qualidade, salvo
2 861000 000971
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2. O conhecimento de depósito tem um número de or- antes do vencimento do crédito garantido pela cautela,
dem, é extraído de um livrete também numerado e com depositando, no respetivo armazém geral, o montante
talões e indica: do capital e os juros do crédito calculados até ao dia do
vencimento.
a) O nome ou firma e domicílio do depositante;
2. Tratando-se de bem fungível, o portador do respe-
b) O lugar do depósito; tivo conhecimento de depósito separado da cautela de
c) A natureza e a quantidade dos bens depositados penhor, sob responsabilidade do competente armazém
e os demais elementos necessários à sua iden- geral, pode retirar apenas parte dos bem depositado,
tificação e avaliação; mediante depósito da quantia proporcional ao crédito
total, assegurado pela cautela de penhor e à quantidade
d) A declaração de terem ou não sido pagos quaisquer do bem a retirar.
impostos devidos e de se ter ou não feito seguro
dos bens depositados. Artigo 226.º
2. O título referido no número anterior é extraído de 2. Os credores do portador da cautela de penhor podem
um livrete com talões, que fica arquivado no respetivo penhorar, arrestar ou por qualquer outra forma onerar
armazém geral. o referido título.
Artigo 221.º Artigo 227.º
Nome constante do conhecimento e a cautela Direito de protesto e de venda
O conhecimento de depósito e a cautela de penhor podem 1. O portador de uma cautela de penhor não paga na
ser passados em nome do depositante ou de um terceiro época do seu vencimento pode fazê-la protestar como o
por este indicado, mas nunca ao portador. título de crédito letra, e dez dias depois proceder à venda
Artigo 222.º do penhor, nos termos gerais de direito.
Circulação do conhecimento de depósito 2. O endossante que tiver pago voluntariamente a
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1. O portador do conhecimento de depósito e da cau- A venda por falta de pagamento não se suspende, sendo
tela de penhor tem direito a obter a entrega dos bens depositado o respetivo preço até decisão final.
depositados.
Artigo 229.º
2. O portador do conhecimento de depósito e da cautela
de penhor tem o direito de pedir, à sua custa, a divisão Direito do portador no caso de sinistro
da coisa depositada e que, por cada uma das respetivas No caso de sinistro, o portador da cautela de penhor
frações, lhe sejam entregues títulos parciais em substitu- tem direito a pagar-se pelo valor do seguro.
ição do título único e total, que fica sem efeito e validade.
Artigo 230.º
3. O portador da cautela de penhor sem o conhecimento
de depósito tem um direito de penhor sobre os bens de- Direitos e despesas preferenciais ao crédito pelo penhor
positados.
Os direitos alfandegários, impostos e quaisquer contri-
4. O portador do conhecimento de depósito sem a cau- buições sobre a venda, bem como as despesas de depósito,
tela de penhor apenas tem direito a obter a entrega dos da salvação, da conservação, do seguro e da guarda e
bens depositados se observar o disposto no artigo 219.º. custódia são preferências em relação ao crédito pelo penhor.
5. O portador pode sempre valer-se dos direitos confe- Artigo 231.º
ridos ao depositante no presente Capítulo. Direito do portador ao remanescente
Artigo 224.º
Satisfeitas as despesas indicadas no artigo anterior e
Indicações do primeiro endosso da cautela de penhor
pago o crédito pignoratício, o remanescente fica à disposição
1. O primeiro endosso da cautela de penhor indica a do portador do conhecimento de depósito.
importância do crédito em garantia, a taxa de juro e a Artigo 232.º
época do vencimento.
Ações contra os endossantes
2. A transcrição do endosso é efetuada no conhecimento
de depósito, sendo assinado pelo endossado. 1. O portador da cautela de penhor não pode executar
Artigo 225.º os bens do devedor ou dos endossantes, sem primeiro
proceder à venda do penhor.
Direitos do portador do conhecimento de depósito
1. A ação de regresso contra os endossantes segue os ter-
1. O portador de um conhecimento de depósito, separado mos da ação de regresso contra os endossantes do título de
da cautela de penhor, pode retirar o bem depositado, ainda crédito letra e começa a correr do dia da venda do penhor.
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São excluídos da conta corrente os créditos insuscetíveis 1. O extrato de conta enviado por uma partes ao outro
de compensação assim como, entre empresários comerciais, considera-se aprovado se não for contestado no prazo
os créditos estranhos às respetivas empresas. acordado, no prazo usual ou no termo do prazo que se
Artigo 250.º entenda ser resultante das circunstâncias.
Juros 2. A aprovação da conta não prejudica o direito de im-
pugnação por erro de escrituração ou de cálculo, ou por
Sobre as entregas vencem-se juros na medida estabe- omissão ou duplicação.
lecida pelo contrato ou, não havendo estipulação, pelos
usos ou, na falta de uma e outros, os juros legais. 3. A impugnação é instaurada, sob pena de caducidade,
dentro de 6 (seis) meses a contar da data de receção do
Artigo 251.º
extrato de conta relativo à liquidação de encerramento,
Despesas e direito à comissão que se expede por meio de carta registada com aviso de
receção.
1. A existência da conta corrente não exclui o direito à
comissão e ao reembolso das despesas com as operações Artigo 258.º
resultantes das entregas. Cessação do contrato
2. Salvo convenção em contrário, os direitos referidos 1. Se o contrato for celebrado por tempo indeterminado,
no número anterior são incluídos na conta. a denúncia pode ser da iniciativa de qualquer das partes
Artigo 252.º até ao encerramento da conta, mediante um pré-aviso
não inferior a dez dias.
Efeitos da inclusão na conta
2. Em caso de interdição, inabilitação, falência ou morte
1. A inclusão dum crédito na conta corrente, não exclui de uma das partes, qualquer delas ou os seus herdeiros
a oponibilidade de exceção ou o exercício do direito de têm o direito de revogar o contrato.
ação relativo ao ato do qual deriva o crédito.
2. Se o ato for declarado nulo, anulado ou resolvido, a 3. A extinção do contrato impede a inclusão de novas
respetiva parcela é retirada da conta. parcelas na conta, mas o pagamento apenas é exigível
até ao encerramento da conta corrente.
Artigo 253.º
Eficácia da garantia dos créditos inscritos
TÍTULO XI
CONTRATOS DE COOPERAÇÃO
2 861000 000971
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d) Por falta de pluralidade dos seus membros. 1. Os membros do consórcio podem conferir ao respetivo
chefe, os seguintes poderes de representação, entre outros:
2. Caso não se verificar nenhuma das hipóteses previstas
no número anterior, o consórcio extingue-se decorridos dez a) Negociação de quaisquer contratos a celebrar com
anos sobre a data da celebração do contrato, sem prejuízo terceiros no âmbito do contrato de consórcio;
de eventuais prorrogações expressas ou do contrato prever
b) Receção, durante a execução dos mesmos contratos,
prazo superior de duração. de terceiros quaisquer declarações;
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c) Emissão de declarações relativas a atos previstos material e por isso a remuneração estar englobada nos
nos respetivos contratos e destinadas a terceiros; valores recebidos do terceiro por outro ou outros membros
do consórcio.
d) Recebimento de terceiros quaisquer valores
devidos aos membros do consórcio, bem como Artigo 274.º
para reclamar dos mesmos o cumprimento das Repartição do produto da atividade do consórcio
suas obrigações para com algum dos membros
do consórcio; 1. No consórcio cujo objeto seja a pesquisa ou a exploração
e) Expedição de mercadorias; de recursos naturais ou a produção de bens para repartição
entre os membros do consórcio, cada um dos membros do
f) Contratação, em casos específicos, os serviços consórcio adquire diretamente parte dos produtos, sem
de consultores necessários ou adequados às prejuízo do disposto no n.º 3. .
adequados para as atividades do consórcio;
2. O contrato indica o momento em que a propriedade
g) Celebração, modificação ou resolução dos contratos dos produtos se considera adquirida por cada membro do
com terceiros no âmbito do contrato de consórcio; e consórcio e, na falta de convenção, atende-se aos usos,
ou, não os havendo e conforme os casos, ao momento em
h) Representação em juízo, incluindo o poder de que o produto dê entrada em armazém ou transponha as
receber a citação, e para transação destinada instalações onde a operação económica decorreu.
a prevenção ou término de litígios.
3. Pode estipular-se no contrato de consórcio que os
2. Os poderes de representação referidos no número produtos adquiridos por um membro do consórcio, nos
anterior, quando não possam ser especificamente termos do n.º 1 , sejam vendidos, por conta daquele, por
relacionados com algum ou alguns dos membros do outro membro, aplicando-se neste caso, adicionalmente,
consórcio, consideram-se exercidos no interesse e no as regras do mandato.
nome de todos.
Artigo 275.º
Artigo 271.º
Denominação do consórcio externo Participação nos lucros e nas perdas
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do consórcio, não faz presumir a solidariedade destes 3. Na falta da regulamentação prevista no número
quanto a outras obrigações ativas ou passivas. anterior, os direitos de informação e de fiscalização
podem ser exercidos individual e independentemente
3. A obrigação de indemnizar terceiros por facto constitutivo por cada associado, sendo, consentimentos exigidos por
de responsabilidade civil é restrita àquele dos membros lei, prestados pela maioria dos associados.
do consórcio a quem, por lei, essa responsabilidade for
imputável, sem prejuízo de estipulações internas quanto Artigo 281.º
à distribuição desse encargo. Forma do contrato
Secção IV
1. O contrato de associação em participação não está
Modificação e resolução do contrato
sujeito a forma especial, à exceção da que for exigida
Artigo 277.º pela natureza dos bens com que o associado contribuir
Modificação do contrato para a associação.
1. A modificação ao contrato do consórcio requer o acordo 2. A cláusula que exclua a participação do associado nas
de todos os contratantes, exceto se o próprio contrato perdas do negócio e aquela que, quanto a essas perdas,
prever a modificação por maioria, simples ou qualificada. estabeleça a responsabilidade ilimitada do associado, só
podem ser provadas por documento escrito.
2. A modificação reveste a forma utilizada para o contrato.
3. A inobservância da forma exigida pela natureza dos
3. Salvo convenção em contrário, o contrato não é bens com que o associado contribuir só produz nulidade
afetado pelas mudanças de administração ou de sócios do negócio se este não puder converter-se, conforme a lei
dos membros, quando estes sejam pessoas coletivas. civil, de modo que a contribuição consiste no simples uso
Artigo 278.º e fruição dos bens cuja transferência determina forma
Resolução do contrato especial.
1. O contrato de consórcio pode ser resolvido, quanto a Artigo 282.º
algum dos membros, ocorrendo justa causa, por declarações Deveres do associante
escritas emanadas de todos os outros, ou, de um membro,
se o consórcio tiver apenas dois membros. 1. São deveres do associante, além de outros resultantes
da lei ou do contrato, os seguintes:
2. Sem prejuízo de estipulação contratual, considera-
se justa causa: a) Proceder, no exercício , com a diligência de um
a) A declaração de insolvência; gestor criterioso e ordenado;
2 861000 000971
b) A falta grave, em si mesma ou pela sua repetição, b) Conservar as bases essenciais da associação, tal
culposa ou não, aos deveres de membro; e como o associado pudesse esperar que elas se
conservassem, atendendo às circunstâncias
c) A impossibilidade culposa de cumprimento da do contrato e ao funcionamento de empresas
obrigação de realização de certa atividade ou semelhantes;
de efetuar certa contribuição para o consórcio.
c) Fazer cessar ou suspender o funcionamento da
3. Nas hipóteses das alíneas b) e c) do número anterior, empresa, substituir o objeto desta ou alterar a forma
a resolução do contrato não afeta o direito à indemnização jurídica da sua exploração, sem consentimento
que for devida. expresso do associado;
CAPÍTULO II d) Escusar-se concorrer com a empresa na qual foi
CONTRATO DE ASSOCIAÇÃO EM contratada a associação, a não ser nos termos
em que essa concorrência lhe for expressamente
PARTICIPAÇÃO consentida;
Secção I
e) Prestar ao associado as informações justificadas
Disposições gerais
pela natureza e pelo objeto do contrato.
Artigo 279.º
2. O contrato pode estipular que determinados atos de
Contrato de associação em participação
gestão não devam ser praticados pelo associante, sem
1. A associação em participação é o contrato pelo qual prévia audiência ou consentimento do associado.
uma pessoa é associada a um empresário comercial no
exercícido de uma atividade económica, ficando a primeira 3. O associante responde para com o associado pelos
a participar nos lucros ou nos lucros e perdas que desse danos que este venha a sofrer por atos de gestão praticados
exercício resultarem para o segundo. sem observância das estipulações contratuais admitidas
pelo número anterior, sem prejuízo de outras sanções
2. É elemento essencial do contrato a participação nos previstas no contrato.
lucros, podendo ser dispensada a participação nas perdas.
4. As alterações dos sócios ou da administração da
3. A atividade económica pode consistir na propriedade sociedade associante são irrelevantes, salvo quando outra
e gestão de quota ou de certas ações numa sociedade coisa resultar da lei ou do contrato.
comercial.
Artigo 283.º
Artigo 280.º
Inexistência de relacionamento entre associados e terceiros
Pluralidade de associados
1. Sendo várias as pessoas que se ligam, numa só 1. Na associação em participação, não há relação jurídica
associação, ao mesmo associante, não se presume a entre os terceiros e o associado, sendo da responsabilidade
solidariedade passiva e ativa daquelas para com este. exclusiva do associante os atos e negócios celebrados para
a prossecução do interesse comum.
2. O exercício dos direitos de informação, de fiscalização
e de intervenção na gestão pelos vários associados é 2. Os credores do associante não podem fazer valer os
expressamente regulado no contrato. seus direitos sobre o património do associado.
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3. Não podendo a participação ser determinada 1. À extinção da pessoa coletiva associada, aplica-se o
conforme o disposto no número anterior, mas estando disposto no artigo anterior, considerando-se, para esse
contratualmente avaliadas as contribuições do associante efeito, sucessores a pessoa ou pessoas a quem, na liquidação,
e do associado, a participação do associado nos lucros e vier a caber a posição da pessoa coletiva na associação.
nas perdas é proporcional ao valor da sua contribuição.
2. A associação extingue-se pela dissolução da pessoa coletiva
4. Na falta da avaliação, a participação do associado associante, salvo se o contrato dispuser diferentemente ou
é de metade dos lucros ou de metade das perdas, mas o for deliberado pelos sócios ou membros da pessoa coletiva
interessado pode requerer judicialmente uma redução dissolvida que, durante a liquidação, esta continua a sua
que se considere equitativa, atendendo às circunstâncias atividade.
da empresa.
3. No caso referido no número anterior, a associação
5. A participação do associado nas perdas das operações termina quando a pessoa coletiva se extinguir.
é limitada à sua contribuição.
6. O associado participa nos lucros ou nas perdas das 4. Extinta a associação pela dissolução da pessoa
operações pendentes à data do início ou do termo do coletiva associante e revogado o contrato de associação,
contrato. por deliberação dos sócios ou membros, a associação
continua, sem interrupção, se o associado o quiser, por
7. A participação do associado reporta-se aos resultados declaração dirigida aos sócios ou membros da pessoa
de exercício, apurados segundo critérios estabelecidos coletiva dissolvida dentro dos noventa dias seguintes ao
por lei ou resultantes dos usos, tendo em atenção as conhecimento da revogação.
circunstâncias da empresa.
5. Os sucessores da pessoa coletiva extinta respondem
8. Dos lucros que, nos termos contratuais ou legais, pela indemnização devida ao associado.
couberem ao associado relativamente a um exercício serão
deduzidas as perdas sofridas em exercícios anteriores, até Artigo 289.º
ao limite da responsabilidade do associado. Resolução e denúncia do contrato
Secção III
1. Os contratos celebrados por tempo determinado ou
Cessação do contrato que tenham por objeto operações determinadas podem ser
Artigo 286.º resolvidos antecipadamente, por vontade de uma parte,
Extinção da associação
fundada em justa causa.
A associação em participação extingue-se pelos fatos 2. Consistindo essa causa em facto doloso ou culposo de
previstos no contrato e ainda pelos seguintes: uma parte, esta indemniza a outra pelos danos causados
pela resolução.
a) Completa realização do objeto da associação;
3. Os contratos cuja duração não seja determinada
b) Impossibilidade de realização do objeto da associação; e cujo objeto não consista em operações determinadas
c) Vontade dos sucessores ou pelo decurso de certo podem ser denunciados por vontade de uma das partes,
tempo sobre a morte de um contratante, nos em qualquer momento, com um pré-aviso de seis meses,
termos do artigo seguinte; depois de decorridos dez anos sobre a sua celebração.
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h) Proceder, salvo convenção em contrário, a qualquer 1. A responsabilidade dos titulares dos órgãos do
alteração do contrato de agrupamento que não agrupamento é regulada pela lei sobre a responsabilidade
seja uma alteração referida no presente número. dos titulares dos órgãos das sociedades comerciais perante
a sociedade, os sócios e os terceiros.
5. Em todos os casos em que a lei não preveja que as
deliberações devam ser tomadas por unanimidade, o 2. Qualquer membro tem legitimidade para intentar a
contrato de agrupamento pode determinar as condições de ação de responsabilidade a favor do agrupamento.
quorum e de maioria em que as deliberações, ou algumas Secção III
de entre elas, são tomadas.
Direitos e obrigações dos membros
6. A Administração, por iniciativa de um administrador
ou a pedido de um membro, pode organizar uma consulta Artigo 304.º
aos membros a fim de que estes tomem uma deliberação. Atos proibidos aos membros do agrupamento
Artigo 300.º 1. O membro do agrupamento, só com expresso
2 861000 000971
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2. Qualquer das partes tem o direito, irrenunciável, de exigir c) Esclarecer a outra parte sobre a situação do mercado
da outra um documento assinado que indique o conteúdo e perspetivas de evolução; e
do contrato e dos posteriores aditamentos ou modificações.
d) Prestar contas, nos termos acordados, ou sempre
Artigo 307.º que isso se justifique.
Agente com representação Artigo 313.º
1. O agente, só pode efetuar a cobrança de créditos, se 2. A forma do acordo é documento particular, sob pena
o principal a tanto o autorizar, por documento particular. de nulidade.
3. A obrigação de não concorrência só pode ser convencionada
2. Presume-se autorizado a cobrar os créditos resultantes por um período máximo de dois anos e restringe-se à zona,
dos contratos por si celebrados, o agente a quem tenham círculo ou grupo de clientes confiado ao agente.
sido conferidos poderes de representação.
Artigo 315.º
3. Se o agente cobrar créditos sem a necessária autorização,
aplica-se o disposto sobre a prestação feita a terceiro e a Convenção «del credere»
extinção da obrigação na lei civil, sem prejuízo do regime 1. O agente pode garantir, através de convenção reduzida
convencionado para a denúncia do contrato. a escrito, o cumprimento das obrigações respeitantes a
Artigo 309.º contrato por si negociado ou celebrado.
2. A convenção «del credere» só é válida quando se
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Agente exclusivo
especifique o contrato ou se individualizem as pessoas
A concessão do direito de exclusivo a favor do agente, garantidas.
nos termos do qual o principal fique impedido de utilizar,
dentro da mesma zona ou do mesmo círculo ou grupo de Artigo 316.º
clientes, outros agentes para o exercício de atividade Impossibilidade temporária
que esteja em concorrência com as do agente, depende
do acordo escrito das partes. O agente, com impossibilidade temporária do cumprimento
do contrato, no todo ou em parte, avisa, de forma imediata,
Artigo 310.º o principal.
Sub-agência Subsecção II
1. É permitido, salvo convenção em contrário, a sub- Direitos do agente
agência.
Artigo 317.º
2. À relação de sub-agência aplicam-se, com as necessárias Princípio geral
adaptações, as normas do presente Capítulo.
O agente tem direito de exigir do principal um comportamento
Secção II
segundo a boa fé, em ordem à realização plena do fim
Direitos e obrigações das partes contratual.
Subsecção I Artigo 318.º
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pelo principal com pessoas pertencentes à zona ou ao essencial do mesmo, não manifestar ao terceiro de boa fé,
círculo de clientes que lhe foi reservado. no prazo de cinco dias, a contar daquele conhecimento, a
3. O agente só tem direito à comissão pelos contratos sua oposição ao negócio.
celebrados após o termo da relação de agência provando Artigo 328.º
ter sido ele a negociá-los, ou, tendo-os preparado, ficar a Representação aparente
sua celebração a dever-se, principalmente, à atividade
por si desenvolvida, contanto que, em ambos os casos, 1. O negócio celebrado por um agente sem poderes de
sejam celebrados num prazo razoável subsequente ao representação é eficaz perante o principal se tiverem
termo da agência. existido razões ponderosas, objetivamente apreciadas,
tendo em conta as circunstâncias do caso, que justifiquem
Artigo 322.º a confiança do terceiro de boa fé na legitimidade do agente,
Sucessão de agentes no tempo desde que o principal tenha igualmente contribuído para
fundar a confiança do terceiro.
O agente não tem direito à comissão na vigência do
contrato se a mesma for devida, por força do n.º 3 do 2. À cobrança de créditos, por agente não autorizado,
artigo anterior, ao agente que o anteceder, sem prejuízo da aplica-se, com as necessárias adaptações, o disposto no
comissão poder ser repartida equitativamente entre ambos, número anterior.
quando se verifiquem circunstâncias que o justifiquem. Secção IV
Artigo 323.º Cessação do contrato
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e) Cinco meses, se o contrato durar até dez anos; e c) O agente deixe de receber qualquer retribuição
por contratos negociados ou celebrados, após a
f) Seis meses, se o contrato durar mais de dez anos. cessação do contrato, com os clientes referidos
na alínea a).
2. Qualquer dos prazos a que se refere o número anterior,
salvo convenção em contrário, termina no último dia do 2. A indemnização de clientela pode ser exigida, em
mês. caso de morte do agente, pelos seus herdeiros.
3. Se as partes estipularem prazos mais longos que os 3. A indemnização de clientela não é devida se o contrato
consagrados no n.º 1, o prazo a observar pelo principal tiver cessado por razões imputáveis ao agente ou se este,
não pode ser inferior ao do agente. por acordo com o principal, houver cedido a terceiro a sua
posição contratual.
Artigo 333 .º
4. Extingue-se o direito à indemnização de clientela, se o
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b) Seis meses, se o prazo for de cinco a dez anos; e Franquia é o contrato pelo qual uma das partes,
mediante uma retribuição direta ou indireta, concede
c) Doze meses, se o prazo for igual ou superior a à outra, em certa zona e de modo estável, o direito de,
dez anos. segundo os conhecimentos técnicos e tecnológicos e com a
2. A falta da comunicação referida no número anterior sua assistência técnica, produzir e ou vender determinados
implica a renovação do contrato por período igual ao bens ou serviços sob a sua imagem empresarial, sujeitando-
prazo inicial. se ao seu controlo.
Artigo 365.º
3. No caso de o contrato ter sido objeto de renovação,
tem-se em conta o prazo para determinação da antecedência Informações e esclarecimentos pré-contratuais
com que a comunicação de não renovação do contrato é
entregue à outra parte. 1. O franquiador é obrigado a prestar, por escrito e
com a antecedência adequada, informações completas e
4. O disposto no n.º 1 não obsta a que as partes consagrem verdadeiras ao interessado, por forma a que este possa fazer
prazos de pré-aviso mais longos, mas o prazo a observar uma ponderação criteriosa e esclarecida das vantagens e
pelo concedente não pode ser inferior ao do concessionário. inconvenientes da celebração do contrato, entre outras:
Artigo 360.º a) Identificação do franquiador;
Transmissão por morte ou extinção do concessionário
b) Contas anuais do franquiador relativas aos dois
O contrato de concessão comercial não caduca por morte últimos exercícios;
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Artigo 387.º
identidade, da imagem e da boa reputação da franquia
e desenvolver as atividades adequadas em ordem à Obrigação de segredo e de não concorrência
realização plena do fim contratual. É aplicável ao franquiado, com as necessárias adaptações,
Artigo 380.º o disposto sobre a obrigação de segredo e a obrigação de
Enumeração
não concorrência no contrato de concessão.
Secção III
O franquiado tem, entre outros, as seguintes obrigações:
Transmissão da posição contratual
a) Pagar a retribuição, nos termos acordados; Artigo 388.º
b) Utilizar os direitos de propriedade industrial e Transmissão da posição do franquiado
intelectual e demais elementos que identificam
a empresa do franquiador; 1. O franquiador pode opor-se à transmissão por ato
entre vivos da posição de franquiado inerente à alienação
c) Respeitar as instruções do franquiador quanto ao da respetiva empresa, se o franquiado:
equipamento e à apresentação uniforme das
instalações e ou meios de transporte previstos a) Não corresponder aos padrões exigidos para os
no contrato; seus novos franquiados;
d) Produzir, vender ou utilizar durante a prestação de b) Não oferecer as garantias bastantes quanto ao
serviços exclusivamente bens que satisfaçam as cumprimento das suas obrigações.
especificações de qualidade objetivas mínimas 2. O franquiador, ou o terceiro por ele indicado, tem
estabelecidas pelo franquiador; direito de preferência em caso de alienação da empresa
e) Não mudar a localização das instalações previstas do franquiado.
no contrato sem o consentimento do franquiador; 3. O disposto no n.º 1 aplica-se, com as necessárias
f) Observar, com as necessárias adaptações, o disposto adaptações, às transmissões temporárias do gozo da
sobre as obrigações de concedente no contrato empresa ou estabelecimento comercial do franquiado.
de concessão. Secção IV
Artigo 381.º Cessação do contrato
Limites à utilização dos conhecimentos Artigo 389.º
O franquiado não pode utilizar os conhecimentos técnicos Cessação do contrato
e tecnológicos para fins diversos dos da exploração da À cessação do contrato de franquia, em tudo quanto não
franquia, nem revelar o seu conteúdo a terceiros, sem esteja especialmente previsto neste Capítulo, aplicam-se,
consentimento por escrito do franquiador. com as necessárias adaptações, as disposições relativas
Artigo 382.º à cessação do contrato de concessão comercial.
Comunicação de experiências Artigo 390.º
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tem direito a receber, além da retribuição normal, a comissão identificam a procedência de cada mercadoria ou volume,
«del credere», a qual, não havendo convenção, é determinada e a anotar na escrituração, separadamente, o que a cada
pelos usos, e, na falta destes, por juízos de equidade. proprietário ou comitente respeitar.
Artigo 414.º Artigo 420.º
Negócios celebrados em condições mais vantajosas Créditos com origens diversas
O comissário que celebrar o negócio em condições 1. O comissário que tiver créditos contra uma mesma
mais vantajosas do que as que lhe foram fixadas pelo pessoa resultantes de negócios feitos por conta de comitentes
comitente, nomeadamente se comprar a preço inferior distintos, ou por conta própria e de terceiro, é obrigado a
ou vender a preço superior ao constante das instruções indicar em todas as entregas que o devedor fizer assim
do comitente, não tem direito à diferença e é obrigado a como no recibo de quitação que passar, o nome ou firma
entregá-la ao comitente. do interessado por conta de quem receber.
Artigo 415.º 2. Quando nos recibos e escrituração se omitir a indicação
Operações a crédito referida no número anterior, a aplicação efetuar-se
proporcionalmente ao que importar cada crédito.
1. Presume-se que o comissário está autorizado a
Artigo 421.º
vender a crédito em conformidade com os usos, salvo se
o comitente o tiver instruído em contrário. Exame dos bens pelo comitente
2. Se o comissário vender a crédito, contra a proibição São aplicáveis, quanto ao exame, denúncia dos vícios
do comitente ou em desconformidade com os usos, pode o ou falta de conformidade dos bens pelo comitente, as
comitente exigir-lhe o pagamento imediato, tendo, nesse disposições deste Código e da lei civil relativas ao contrato
caso, o comissário direito a fazer seus os juros ou outros de compra e venda.
benefícios resultantes do crédito concedido. Artigo 422.º
3. O comissário que efetuar vendas a crédito indica Mora do comitente
ao comitente o nome ou firma do comprador e o prazo Se o comitente não providenciar quanto ao destino
concedido, sob pena de se considerar que a venda foi dos bens, estando obrigado a fazê-lo tendo em conta as
feita a pronto pagamento, aplicando-se o disposto no circunstâncias, o comissário pode valer-se dos direitos
número anterior. conferidos ao vendedor no presente Código.
Artigo 416.º
Artigo 423.º
Endosso de títulos de crédito
Retribuição
Se a comissão tiver por objeto a aquisição de títulos 1. A retribuição é determinada, na falta de convenção,
de crédito, o comissário é obrigado, quando os endossa, a
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2. Considera-se transformado em contrato de fornecimento 1. A convenção pela qual o fornecido assume a obrigação
por tempo indeterminado, o contrato de formecimento por de dar preferência ao fornecedor na celebração de um novo
prazo determinado cujo conteúdo continue a ser executado contrato de fornecimento com o mesmo objeto não pode
pelas partes, não obstante o decurso do respetivo prazo. celebrar-se por mais de cinco anos, e, quando estipulada
por tempo superior, considera-se reduzida àquele limite.
Artigo 431.º
Quantidade do fornecimento 2. O fornecido é obrigado a comunicar ao fornecedor
as condições que lhe sejam propostas por terceiro, e o
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1. A quantidade do fornecimento é determinada por fornecedor é obrigado a declarar, sob pena de caducidade,
acordo das partes, caso não resulte do contrato. no prazo estabelecido ou, na sua falta, no que for conforme
às circunstâncias ou aos usos, se pretende exercer o direito
2. Quando não seja determinada a quantidade do de preferência.
fornecimento, entende-se que é aquela que corresponda
às necessidades do fornecido, tendo em conta o momento Artigo 438.º
da celebração do contrato. Exclusividade a favor do fornecedor
3. Se as partes tiverem estabelecido apenas os limites Se tiver sido acordada a exclusividade a favor do
máximo e mínimo para o fornecimento integral ou para fornecedor, o fornecido não pode receber de terceiros
cada operação individual, cabe ao fornecido determinar, prestações da mesma natureza, nem, salvo convenção em
dentro dos limites fixados, a quantidade devida. contrário, pode promover com meios próprios a produção
das coisas que constituem o objeto do contrato.
4. Se a quantidade do fornecimento tiver de determinar-
se relativamente às necessidades e tiver sido estipulado Artigo 439.º
um limite mínimo, o fornecido é obrigado pela quantidade Exclusividade a favor do fornecido
correspondente às suas necessidades que ultrapasse o
referido limite mínimo. 1. Se tiver sido acordada cláusula de exclusividade
Artigo 432.º
a favor do fornecido, o fornecedor não pode fornecer a
terceiros na zona para que a exclusividade foi acordada
Determinação do preço e pelo prazo do contrato, nem direta nem indiretamente,
prestações da mesma natureza das que constituem o
No fornecimento periódico, se o preço tiver que ser objeto do contrato.
determinado nos termos da lei civil, atende-se ao momento
em que ocorra cada uma das prestações periódicas. 2. O fornecido, se tiver assumido a obrigação de
promover na zona acordada a venda das coisas de que
Artigo 433.º
tem a exclusividade, responde pelos danos resultantes
Pagamento do preço do incumprimento dessas obrigações, mesmo que tenha
cumprido o contrato pelo que toca ao limite mínimo fixado.
1. O preço é pago, no fornecimento periódico, no momento
da efetivação de cada uma das prestações periódicas e Artigo 440.º
proporcionalmente a cada uma delas. Remissão
2. No fornecimento continuado, o preço é pago com a 1. Aplicam-se ao contrato de fornecimento, em tudo o
periodicidade estipulada ou, na falta de estipulação, com que for compatível com os artigos anteriores, as disposições
a que resulte dos usos. legais que regulam o contrato de compra e venda comercial
Artigo 434.º ou o contrato de agência.
Vencimento das prestações singulares 2. À cessação do contrato de fornecimento, aplicam-se,
em tudo quanto não esteja especialmente previsto neste
1. O prazo estabelecido, para as prestações singulares, capítulo, com as necessárias adaptações, as disposições
presume-se estabelecido a favor de ambas as partes. relativas à cessação do contrato de agência.
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Efeitos da extinção do contrato Criação publicitária é o contrato pelo qual uma das
partes se obriga a idealizar e elaborar um projeto de
Independentemente da respetiva causa, a extinção do campanha publicitária, de parte da mesma ou qualquer
contrato não afeta os direitos do empresário relativos à outro elemento publicitário para a outra, mediante
publicidade já realizada. retribuição.
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O criador concebe a obra em conformidade com o que 1. Quem explora uma pousada obriga-se a aceitar toda e
foi convencionado e sem vícios que afastem a sua aptidão qualquer proposta de alojamento que lhe seja apresentada
para os fins previstos no contrato. por terceiro, dentro das disponibilidades existentes no
Artigo 469.º momento, salvo a existência de justa causa; mas o hóspede
é obrigado a respeitar as indicações do hospedeiro, desde
Obrigação de segredo que conformes com a lei.
O criador não pode, mesmo após a cessação do contrato, 2. Considera-se, nomeadamente, justa causa para a
utilizar ou revelar a terceiros os elementos que a outra recusa de alojamento:
parte lhe tenha confiado para a realização da criação
publicitária nem divulgar a terceiros a criação publicitária a) Todo e qualquer comportamento do hóspede ou dos
concebida ou em concepção para a contraparte. seus acompanhantes contrário à ordem pública
Artigo 470.º e aos bons costumes ou que seja de molde a
perturbar a tranquilidade dos demais hóspedes
Desistência do contrato ou o normal funcionamento da pousada;
A contraparte pode desistir da criação publicitária a todo b) Não ter o hóspede meios para fazer face aos custos
o tempo, ainda que tenha sido iniciada a sua concepção, da hospedagem;
contanto que indemnize o criador dos seus gastos e trabalho
e do proveito que poderia tirar da criação publicitária. c) Estar o hóspede acompanhado de animais ou
Artigo 471.º ser portador de armas de fogo, bens tóxicos,
explosivos, insalubres ou mal-cheirosos.
Proteção das criações publicitárias
Artigo 477.º
1. As criações publicitárias gozam dos direitos conferidos
pelo direito de autor quando reunam os requisitos exigidos Perfeição do contrato de hospedagem
pelas respetivas disposições legais.
1. O contrato de hospedagem torna-se perfeito pela
2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, os direitos aceitação pelo hospedeiro da proposta de alojamento
patrimoniais sobre a criação publicitária presumem-se, apresentada pelo hóspede.
salvo convenção em contrário, cedidos em exclusivo à
parte, em virtude do contrato de criação publicitária e 2. Para os efeitos do número anterior, considera-se
para os fins previstos no mesmo. aceitação da proposta de alojamento o transporte do
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Patrocínio publicitário é o contrato pelo qual o patrocinado, 3. O hóspede é obrigado a cancelar a reserva logo que
como contrapartida de uma ajuda económica para a tenha conhecimento da impossibilidade de utilizar o
realização da sua atividade desportiva, de beneficência, alojamento, sob pena de responder pelos danos causados.
cultural, científica ou de outra ordem, se obriga a colaborar
na publicidade do patrocinador. 4. Não tendo sido prestada caução, a reserva caduca
se até à hora acordada o hóspede não se apresentar na
Artigo 474.º pousada, nem comunicar impedimento temporário.
Remissão
5. No caso de o hospedeiro não ter aposentos disponíveis
O contrato de patrocínio publicitário rege-se, com as conformes à reserva, fica obrigado a assegurar alojamento
necessárias adaptações, pelas disposições dos contratos em condições de qualidade e de localização equivalentes,
de publicidade e de difusão publicitária. sem prejuízo do direito do hóspede a ser indemnizado
nos termos gerais.
TÍTULO XIV
Artigo 479.º
HOSPEDAGEM Duração do contrato
CAPÍTULO I 1. O contrato de hospedagem, na falta de estipulação,
considera-se que é celebrado por períodos de vinte e quatro
DISPOSIÇÕES GERAIS horas, que terminam sempre às doze horas de cada dia,
Artigo 475.º à exceção do dia de entrada.
Noção
2. Se o hóspede não desocupar os aposentos até às doze
Hospedagem é o contrato pelo qual uma das partes se horas do dia da saída, ou até à hora convencionada, o
obriga a proporcionar à outra alojamento e demais serviços contrato considera-se renovado por mais um dia.
inerentes, com ou sem fornecimento de refeições, em
condições de comodidade e conforto adequadas, mediante 3. O hospedeiro pode, contudo, recusar a renovação do
retribuição. contrato com fundamento em reservas anteriores.
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a) A não fazer dos aposentos uma utilização contrária Responsabilidade por morte ou lesão corporal
aos bons costumes; 1. O hospedeiro é responsável pela morte ou lesão corporal
sofridas pelo hóspede ou pelos seus acompanhantes,
b) A não vender dentro da pousada e seus acessórios durante o período de permanência destes dentro da
quaisquer bens, se para tal não estiver autorizado; pousada e seus acessórios, salvo se resultarem de causa
c) A não consumir comidas ou bebidas que não sejam que não lhe seja imputável.
fornecidas na pousada, salvo se se tratar de 2. No caso de o hospedeiro assegurar o transporte
aposentos que disponham de local para cozinhar; entre a pousada e o local de chegada ou partida, a
responsabilidade prevista no número anterior abrange
d) A não introduzir móveis nos aposentos sem o período do transporte.
autorização, ou fazer quaisquer reparações
ou alterações nos aposentos; Artigo 487.º
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4. No caso de os aposentos do hóspede estarem equipados Transporte é o contrato pelo qual uma pessoa, o
com cofre-forte, não se consideram os bens, que aí sejam transportador, se obriga a transportar pessoas ou bens
depositados, como confiados à guarda do hospedeiro. de uma outra pessoa de um lugar para outro, mediante
uma retribuição.
Artigo 490.º
Artigo 497.º
Exclusão da responsabilidade Transporte gratuito
O hospedeiro não é responsável quando a deterioração, O transporte gratuito de pessoas ou bens não é regulado
destruição ou desaparecimento são devidos: pelas disposições do presente Título, salvo se for efetuado
a) Ao hóspede, às pessoas que o acompanham, que no exercício de uma atividade comercial de transporte.
estão ao seu serviço ou que lhe estão de visita; Artigo 498.º
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O transporte de bens abrange o período decorrido desde ou se estas não forem praticáveis, o transportador pode
o momento da sua confiança ao transportador e até ao proceder ao depósito judicial dos bens ou, caso estes sejam
momento da entrega no lugar convencionado. deterioráveis, proceder à sua venda judicial.
3. Salvo disposição legal em contrário, o duplicado da 2. O destinatário não exerce o direito resultante do
guia de transporte e o recibo de carga podem ser emitidos contrato, enquanto não reembolsar ao transportador
à ordem ou ao portador. da despesa por este efetuada resultante do transporte
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1. O transportador, se o destinatário não se encontrar 1. O transportador, quando os bens estão por natureza
no domicílio indicado na guia de transporte ou tiver sujeitos a diminuição do peso ou da medida durante o
recusado os bens ou demorar a reclamar a sua entrega, transporte, pode limitar a sua responsabilidade a uma
pede, imediatamente, instruções ao expedidor, aplicando- percentagem ou a uma quota parte por volume.
se o disposto sobre a impossibilidade ou demora.
2. A limitação fica sem efeito se o expedidor, ou o
2. O transportador, se mais que uma pessoa, com destinatário, provar que a diminuição do peso ou da
título bastante, pretender a entrega dos bens no lugar medida não foi causada pela natureza dos bens, ou que,
de destino, ou se o destinatário se demorar a recebê-los, na circunstância, não poderia ter sido aquela.
o transportador pode proceder ao seu depósito, ou, se Artigo 518.º
sujeitos a rápida deterioração, à sua venda judicial, por
conta de quem pertencer. Avaliação e cálculo do valor
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2. A obrigação de indemnizar, nas relações entre os em nome próprio e por conta do comitente, um contrato
diferentes transportadores, reparte-se proporcionalmente de transporte de um bem e respetiva operação acessória.
ao percurso de cada um, sem prejuízo de, se for possível Artigo 529.º
determinar o transportador em cujo percurso ocorreu o
dano, ser apenas este responsável. Revogação
3. Excetua-se do disposto no número anterior, o O comitente, enquanto o comissário expedidor não tiver
transportador que conseguir provar que o dano não celebrado o contrato de transporte com o transportador,
ocorreu durante o seu percurso. tem direito à revogação da ordem ou instrução para a
4. Em caso de insolvência de um dos transportadores, a sua celebração, reembolsando o comissário e expedidor
sua quota é repartida entre os demais, proporcionalmente das despesas suportadas e pagando-lhe uma retribuição
ao respetivo percurso. proporcional ao serviço prestado.
Artigo 522.º Artigo 530.º
O transportador subsequente tem direito a fazer uma 1. O comissário expedidor, na escolha da via, do meio
declaração, na guia de transporte ou em documento e das modalidades do transporte dos bens, obriga-se a
separado, sobre o estado em que se encontram os bens respeitar a ordem ou a instrução do comitente e, na falta
a transportar e com referência ao tempo da entrega, ou insuficiência destas, atuar por forma a proteger o
presumindo-se, na falta de qualquer declaração, que a melhor possível os interesses deste.
recepção foi em bom estado e em conformidade com as
indicações da guia. 2. O comissário expedidor não é obrigado ao seguro
dos bens expedidos, salvo se convenção em contrário ou
Artigo 523.º resultar dos usos.
Cobrança dos créditos
3. Os prémios, abonos e vantagens tarifárias obtidos
1. O último transportador representa os anteriores na pelo comissário-expedidor são creditados ao comitente,
cobrança ao destinatário do bem dos créditos derivados salvo estipulação em contrário.
do contrato de transporte, desde que seja comprovada a
falta de cobrança pelo credor. Artigo 531.º
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Conta bancária
TÍTULO XX Os cartões podem integrar a faculdade de reembolso,
CONTRATO ELETRÓNICO relativamente a uma ou várias contas bancárias, para
os atos especificados no contrato de emissão e aos quais
Artigo 540.º o titular tenha aderido.
Noção Artigo 548.º
O contrato eletrónico é o contrato pelo qual uma empresa Menções do cartão
comercial obriga-se, mediante pagamento e atendendo a
encomenda de outra pessoa recebida ou processada por O cartão contém, pelo menos, a identificação da entidade
transmissões de dados ou informações, através de meios emissora, o nome do titular, o número, a data limite de
eletrónicos, a fornecer bens e a prestar serviços. validade e um número para validação dos atos.
Artigo 541.º CAPÍTULO II
Lei especial
USO DOS CARTÕES
O contrato eletrónico é regulado por lei especial. Artigo 549.º
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A reforma que se propugna deve acompanhar as empresarial, com reflexos na jurisprudência, no tratamento
transformações jurídicas ocorridas nos outros ordenamentos doutrinário a nível internacional e na intervenção legal.
jurídicos vizinhos ou que integram espaços geopolíticos e
comunidades económicas em que Cabo Verde faça parte Procura-se contemplar os princípios da eficiência e
ou tenha relações especiais de parceria, tendo em vista celeridade comercial, sem prejuízo da segurança comercial.
a aproximação legislativa, o incremento da segurança Assim, dispensa-se, a título exemplificativo, a elaboração
jurídica, a melhoria do ambiente de negócios e o incentivo do balanço especial de fusão nos processos de fusão de
ao investimento direto estrangeiro. sociedades.
Na senda de acompanhar as melhores práticas Modernizam-se, ademais, vários dispositivos aplicáveis
legislativas do Direito Comparado, aproveita-se o ensejo às sociedades por quotas.
para autonomizar a regulação do regime das sociedades
comerciais das demais matérias das empresas comerciais. Por exemplo, a salvaguarda do interesse público
subjacente à estabilidade da sociedade que determina a
Com efeito, o grau de autonomia, de especificidade e obrigatoriedade de um órgão de fiscalização nas sociedades
de complexidade deste empresário comercial justifica anónimas estende-se agora às sociedades por quotas de
plenamente um tratamento legislativo independente, maiores dimensões, ao qual se aplicam as regras previstas
através da aprovação de um diploma distinto, que, de para as sociedades anónimas, designadamente o regime
modo sistemático, sintético e unitário, acolha a totalidade de incompatibilidades, visando-se com isso aproveitar os
das normas, conceitos e princípios jurídicos respeitantes desenvolvimentos legais, jurisprudenciais e doutrinários
à parte geral das sociedades comerciais. sobre o órgão fiscal nas sociedades anónimas, para a mais
adequada resolução de dúvidas que possam surgir no
O presente Código das Sociedades Comerciais, que contexto das sociedades por quotas.
mantém, no essencial, uma sistematização similar à do
Livro II do CEC, contém, por um lado, alterações, formais Impõe-se a disponibilização dos documentos de prestação
e substanciais, de relevante importância, e, por outro, de contas desde o momento em que é expedida a convocação
elimina dois dos tipos sociais já em manifesto desuso, da assembleia geral. Entende-se ser a prestação de contas
que como tais, não interessa manter no ordenamento um elemento fundamental para a tutela do investimento
jurídico cabo-verdiano. e, assim, para a promoção da confiança dos investidores.
Do elenco dos tipos sociais, desaparecem as figuras de Quanto à eficácia interna do aumento de capital, altera-
sociedades em nome coletivo e de sociedades em comandita, se o disposto no CEC, considerando-se agora, por regra,
deixando assim de haver a possibilidade de entradas em o capital aumentado e as participações constituídas na
indústria, bem como a previsão de um regime obrigatório data da deliberação e não na data do registo.
de responsabilidade ilimitada de certos sócios.
Relativamente às sociedades por quotas unipessoais,
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Elimina-se a possibilidade de emissão de ações ao portador Relativamente às sociedades com valores mobiliários
de modo a cumprir com os requisitos impostos pelo Fórum admitidos à negociação na bolsa de valores, reduz-se a
Global sobre Transparência e Troca de Informações para percentagem de capital social de que depende o direito
Fins Fiscais de que Cabo Verde se tornou membro. de informação de 5% para 2%, solução que visa potenciar
a participação acionista nas sociedades cotadas (logo,
Revê-se o regime de exceção do Estado enquanto com maior dispersão acionista), em consonância com as
acionista, neste caso específico, eliminando a exclusão da diretrizes resultantes da discussão internacional sobre
aplicabilidade da limitação de votos ao Estado. Com efeito, este tema.
o Direito das Sociedades é um ramo do Direito Privado,
que se assume, como tal, através do princípio de igualdade Idêntica redução se aplica para efeitos do pedido de
dos intervenientes. Há que distinguir o acionista Estado convocação da assembleia geral ao presidente da mesa e da
dos outros acionistas de direito comum quando haja razões propositura da ação social ut singuli de responsabilidade
substanciais para tanto, quando os interesses e valores civil, assim fechando o círculo na tutela dos acionistas
subjacentes o justifiquem. Portanto, a manutenção das minoritários das sociedades cotadas.
discriminações positivas do Estado somente se deverá
manter quando se divisem tais fundamentos materiais. Promove-se também a independência dos membros da mesa
da assembleia geral, ou seja, ao presidente da mesa cabe
Igualmente dá-se atenção à necessidade de aproveitamento um importante papel que pressupõe a sua independência:
das novas tecnologias da sociedade da informação em zelar pelo regular e ordenado funcionamento da assembleia
benefício do funcionamento dos órgãos sociais e dos geral, garantindo a legalidade das deliberações sociais e,
mecanismos de comunicação entre os sócios e as sociedades. assim, proteger os interesses da sociedade e os direitos
A tecnologia representa um instrumento fundamental do dos seus acionistas, maxime, o seu direito à informação
governo das sociedades atuais. (desde logo assegurando que a administração não é juiz
em causa própria em matérias como o exercício do direito
Com efeito, novos modos de transmitir informação e de à informação).
realizar reuniões de órgãos sociais devem ser objeto de
normas menos rígidas, salvaguardada a segurança dos Ainda, relativamente ao objetivo preconizado de maior
novos meios técnicos utilizados. responsabilização dos organismos administrativos,
esclarece-se que o conselho de administração não pode
Regula-se o voto por correspondência, que constitui recusar a prestação de informações sobre assuntos sociais
um importante incentivo à participação dos acionistas quando no pedido seja mencionado que se destinam a
na vida da sociedade. apurar responsabilidade de membros daquele órgão, do
conselho fiscal ou do auditor certificado, a não ser que,
De igual modo propõe-se fortalecer a proteção de sócios pelo seu conteúdo ou outras circunstâncias, seja evidente
minoritários, com destaque para os seguintes aspetos: a não ser esse o fim visado pelo pedido de informação.
maior responsabilização dos administradores e membros
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dos corpos gerentes em prejuízo dos sócios minoritários, Ao risco de uso abusivo desta possibilidade deve
maior divulgação de informação relevante aos sócios sobreordenar-se a garantia de que os acionistas obtêm
minoritários, de modo a criar transparência e proteção informações adequadas à responsabilização dos membros
das partes relacionadas; o aumento da obrigatoriedade dos órgãos sociais. Esclarece-se, no contexto de uma
de divulgação de informações nos relatórios anuais e de fiscalização preventiva pelos acionistas e de uma inerente
realização de auditoria externa. responsabilização dos membros dos órgãos sociais, que
a informação solicitada pode referir-se não só a atos já
Ainda contemplando a proteção dos acionistas minoritários praticados, mas também a atos cuja prática se espera.
e o seu direito à informação no que concerne às sociedades
anónimas, alarga-se o universo de acionistas com direito Mais se densifica o leque de soluções à disposição do
a um mínimo de informação, eliminando-se o requisito juiz no contexto do inquérito judicial consequente, sem
de ações representativas de 5% do capital social. prejuízo de outras que sejam legalmente admissíveis.
Desde logo, prevê-se a possibilidade de o juiz ordenar
Outrossim, permite-se que os acionistas possam ter imediatamente a prestação de informação, quando as
acesso a estes elementos básicos por correio eletrónico, circunstâncias do caso sejam de tal forma claras que
assim adaptando a realidade normativa à atual realidade não se justifique qualquer outra solução mais complexa.
empresarial, assente na comunicação eletrónica à distância.
Posteriormente, admite-se não só a possibilidade de
Mantém-se, no entanto, o universo de acionistas com designação de um investigador, em articulação com o
direito a informações adicionais sobre o desenvolvimento dos disposto no Código de Processo Civil, mas também as de
negócios sociais - acionistas titulares de ações representativas destituição de administradores em exercício de funções
de pelo menos 5% do capital social -, evitando-se assim e designação de um novo administrador quando as
a sobrecarga da administração suscetível de perturbar a circunstâncias do caso exijam uma intervenção direta
atividade social e, eventualmente, a devassa dos assuntos sobre a gestão da atividade social.
da sociedade, desde logo por entidades concorrentes.
Assegura-se a possibilidade de suspensão ou restrição
Introduz-se, nas sociedades anónimas que tenham um da atividade dos administradores em exercício de funções
auditor certificado entre os seus órgãos, a possibilidade quando tal seja necessário para assegurar a reposição
de os acionistas requererem a certificação da exatidão da da legalidade.
informação sobre remunerações dos membros dos órgãos
sociais e dos empregados de topo. Atribui-se especial importância à matéria dos conflitos
de interesses societários, mantendo-se a cláusula geral de
Pretende-se também reduzir os custos de consulta da conflitos de interesses e procedendo-se à sua densificação
informação pelos acionistas, através também da utilização através de exemplos concretizadores.
do correio eletrónico, evitando-se que os mesmos tenham
de se deslocar à sede da sociedade para o efeito, pretensão No contexto do reforço da fiscalização da sociedade e
que é especialmente relevante num Estado insular como da responsabilização dos administradores, propõe-se uma
Cabo Verde. revisão da regulação da caução, com possibilidade de
substituição por contrato de seguro (o chamado “seguro
Aproveita-se o ensejo para prever a comunicação por D&O”) e proibição de dispensa de caução nas sociedades
via eletrónica que comporta custos muito mais reduzidos de grande dimensão e nas sociedades emitentes de valores
do que a tradicional via postal. mobiliários admitidos à negociação na bolsa de valores.
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Aprovação
3. As sociedades comerciais devem adotar um dos
seguintes tipos:
É aprovado o Código das Sociedades Comerciais, em a) Sociedade por quotas;
anexo ao presente diploma e que dele faz parte integrante.
b) Sociedade anónima;
Artigo 2.º
Disposições transitórias
c) Sociedade cooperativa.
4. As sociedades civis podem adotar um dos tipos referidos
1. As sociedades em nome coletivo e as sociedades em no n.º 3, sendo-lhes, nesse caso, aplicável a presente lei.
comandita constituídas antes da entrada em vigor do
Código das Sociedades Comerciais regem-se pela parte Artigo 2.º
geral do referido Código e pelas disposições específicas do Direito subsidiário
Código das Empresas Comerciais, aprovado pelo Decreto-
Legislativo n.º 3/99, de 29 de março. Os casos que a presente lei não preveja são regulados
segundo as normas desta lei aplicáveis aos casos análogos
2. As ações ao portador emitidas antes da entrada em e, na sua falta, segundo as normas do Código Civil sobre
vigor do Código das Sociedades Comerciais devem ser o contrato de sociedade no que não seja contrário nem
convertidas em ações nominativas no prazo de dezoito aos princípios gerais da presente lei nem aos princípios
meses a contar da publicação do presente diploma. informadores do tipo adotado.
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2. A sociedade que tenha em Cabo Verde a sede estatutária 1. A capacidade da sociedade compreende os direitos e
não pode, contudo, opor a terceiros a sua sujeição a lei as obrigações necessários ou convenientes à prossecução
diferente da lei cabo-verdiana. do seu fim, excetuados aqueles que lhe sejam vedados
por lei ou sejam inseparáveis da personalidade singular.
3. A sociedade que transfira a sua sede efetiva para
Cabo Verde mantém a personalidade jurídica, se a tinha 2. As liberalidades que possam ser consideradas usuais,
segundo a lei pela qual se regia, mas deve conformar com segundo as circunstâncias da época e as condições da
a lei cabo-verdiana o respetivo contrato de sociedade. própria sociedade, não são havidas como contrárias ao
fim desta.
4. Para efeitos do número anterior, deve um representante
da sociedade outorgar em Cabo Verde documento escrito 3. Considera-se contrária ao fim da sociedade a
onde seja declarada a transferência da sede e onde seja prestação de garantias reais ou pessoais a dívidas de
exarado o contrato pelo qual a sociedade passa a reger-se. outras entidades, salvo se existir justificado interesse
5. Aplicam-se aos atos previstos no número anterior as próprio da sociedade garante ou se se tratar de sociedade
disposições legais sobre o registo e publicação de contratos em relação de domínio ou de grupo.
de sociedade celebrados em Cabo Verde. Artigo 8.º
6. A sociedade que tenha sede efetiva em Cabo Verde Vinculação da sociedade pelos representantes
pode transferi-la para outro país, mantendo a sua 1. A sociedade responde civilmente pelos atos ou
personalidade jurídica, se a lei desse país nisso convier. omissões de quem legalmente a represente, nos termos
7. A deliberação de transferência da sede prevista no em que os comitentes respondem pelos atos ou omissões
número anterior deve obedecer aos requisitos para as dos comissários.
alterações do contrato de sociedade, não podendo em
caso algum ser tomada por menos de 75% dos votos 2. As cláusulas contratuais e as deliberações sociais
correspondentes ao capital social. que fixem à sociedade determinado objeto ou proíbam a
prática de certos atos constituem os órgãos da sociedade e
8. Os sócios que não tenham votado a favor da deliberação os seus demais representantes no dever de não excederem
podem exonerar-se da sociedade, devendo notificá-la da esse objeto ou de não praticarem esses atos.
sua decisão no prazo de sessenta dias após a publicação
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cônjuge do sócio que se encontrar impossibilitado, por este código cujo objeto seja igual ao seu, não depende de
qualquer causa, de a exercer nem prejudica os direitos autorização no contrato de sociedade nem de deliberação
que, no caso de morte daquele que figurar como sócio, o dos sócios, salvo disposição diversa do contrato.
cônjuge tenha à participação.
5. Depende de autorização pelo contrato a aquisição
Artigo 11.º pela sociedade de participações em sociedades com objeto
Elementos do contrato
diferente do acima referido, em sociedades reguladas
por leis especiais e em agrupamentos complementares
1. Sem prejuízo do disposto quanto a cada tipo de de empresas.
sociedade, do contrato de sociedade deve obrigatoriamente 6. A gestão de carteira de títulos pertencentes à sociedade
constar: pode constituir o seu objeto social.
a) Os nomes ou firmas de todos os sócios fundadores Artigo 15.º
e os outros dados de identificação destes;
Sede
b) O tipo de sociedade; 1. A sede da sociedade deve ser estabelecida em local
c) A firma da sociedade; concretamente definido, e constitui o seu domicílio, sem
prejuízo de no contrato se estipular domicílio particular
d) O objeto da sociedade; para determinados negócios.
e) A sede da sociedade; 2. O órgão de administração pode deslocar a sede para
qualquer parte do território nacional, salvo disposição em
f) O capital social, necessariamente expresso em contrário no contrato de sociedade.
escudos de Cabo Verde.
Artigo 16.º
g) A quota de capital e a natureza da entrada de cada Formas locais de representação
sócio, bem como os pagamentos efetuados por
conta de cada quota; 1. Salvo disposição em contrário do contrato de sociedade,
a sociedade pode criar sucursais, agências, delegações
h) A descrição de bens e a especificação dos respetivos ou outras formas locais de representação, no território
valores, quando a entrada se consiste em bens nacional ou no estrangeiro.
diferentes de dinheiro;
2. A criação de sucursais, agências, delegações ou outras
i) A data do encerramento do exercício anual, se este formas locais de representação depende de deliberação
não for coincidente com o ano civil, devendo tal dos sócios, quando o contrato a não dispense.
data corresponder ao último dia de um mês do
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Artigo 17.º
calendário.
Duração
2. São ineficazes as estipulações do contrato de sociedade
relativas a entradas em espécie que não satisfaçam os 1. A sociedade dura por tempo indeterminado se a sua
requisitos exigidos nas alíneas g) e h) do n.º 1. duração não for estabelecida no contrato.
Artigo 12.º 2. A duração da sociedade fixada no contrato só pode ser
aumentada por deliberação tomada antes de esse prazo
Liberdade contratual
ter terminado, sendo que depois deste facto, a prorrogação
1. Podem as partes, com respeito pelas normas imperativas da sociedade dissolvida só pode ser deliberada nos termos
deste código, estabelecer no contrato o regime contratual do artigo 155.º.
que mais lhes convier. Artigo 18.º
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Artigo 20.º Todo o sócio tem os seguintes direitos, além dos que
expressamente lhe forem atribuídos no contrato de
Assunção pela sociedade de negócios anteriores ao registo sociedade:
1. Com o registo definitivo do contrato a sociedade a) A quinhoar nos lucros;
assume de pleno direito:
b) A participar nas deliberações de sócios, sem prejuízo
a) Os encargos ou despesas relativas à sua constituição, das restrições previstas na lei;
designadamente com o pagamento de emolumentos,
taxas de serviços oficiais e honorários com c) A obter informações sobre a vida da sociedade,
profissionais em regime de atividade liberal; nos termos da lei e do contrato;
d) A designar e a ser designado para os órgãos de
b) As vantagens concedidas a sócios em conexão
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2. Os direitos do usufrutuário são os indicados nos artigos parcialmente da obrigação de efetuar a sua entrada,
1446.º e 1447.º do Código Civil, com as modificações previstas no sendo nula qualquer deliberação ou ato em contrário.
presente Código e os mais direitos que nesta lhe são atribuídos.
2. A dação em cumprimento da obrigação de liberar a
3. Os direitos inerentes à participação, em especial entrada em dinheiro só pode ser deliberada como alteração
o direito aos lucros, só podem ser exercidos pelo credor do contrato de sociedade, com observância do preceituado
pignoratício quando assim for convencionado pelas partes. relativamente a entradas em espécie.
Artigo 25.º 3. Os lucros correspondentes a partes, quotas ou
Direitos especiais ações não liberadas não podem ser pagos aos sócios que
se encontrem em mora, mas devem ser-lhes creditados
1. Só por estipulação no contrato de sociedade podem para compensação da dívida de entrada, sem prejuízo
ser criados direitos especiais de algum sócio. da execução, nos termos gerais ou especiais, do crédito
2. Nas sociedades por quotas, e salvo estipulação em da sociedade.
contrário, os direitos especiais de natureza patrimonial são 4. Fora do caso previsto no número anterior, a obrigação
transmissíveis com a quota respetiva, sendo intransmissíveis de entrada não pode extinguir-se por compensação.
os restantes direitos.
5. A falta de realização pontual de uma prestação
3. Nas sociedades anónimas, os direitos especiais só relativa a uma entrada importa o vencimento de todas
podem ser atribuídos a categorias de ações e transmitem- as demais prestações em dívida pelo mesmo sócio, ainda
se com estas. que respeitem a outras partes, quotas ou ações.
4. Os direitos especiais não podem ser suprimidos Artigo 29.º
ou coartados sem o consentimento do respetivo titular,
salvo regra legal ou estipulação contratual expressa em Verificação das entradas em espécie
contrário.
1. As entradas em bens diferentes de dinheiro devem
5. Nas sociedades anónimas, o consentimento referido ser objeto de um relatório elaborado por um auditor
na alínea anterior é dado por deliberação tomada em certificado e sem interesses na sociedade, designado por
assembleia especial dos acionistas titulares de ações da deliberação dos promotores da sociedade ou sócios, ou pelo
respetiva categoria. promotor ou sócio único no caso de sociedade unipessoal.
Subsecção II 2. Os promotores da sociedade ou sócios que efetuam
Obrigação de entrada as entradas não podem votar.
Artigo 26.º 3. O auditor certificado que tenha elaborado o relatório
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Valor da entrada e valor da participação exigido pelo n.º 1 não pode, durante dois anos contados
da celebração do contrato de sociedade, ou do aumento de
1. O valor nominal da parte, da quota ou das ações capital, exercer quaisquer cargos ou funções profissionais
atribuídas a um sócio no contrato de sociedade não pode na mesma sociedade ou em sociedades em relação de
exceder o valor da sua entrada, como tal se considerando domínio ou de grupo com aquela.
ou a respetiva importância em dinheiro ou o valor atribuído
aos bens no relatório do auditor certificado, exigido pelo 4. O relatório do auditor certificado deve, pelo menos:
artigo 29.º.
a) Descrever os bens;
2. No caso de ações sem valor nominal, o valor da
entrada do sócio deve ser pelo menos igual ao montante b) Identificar os seus titulares;
do capital social correspondentemente emitido. c) Avaliar os bens, indicando os critérios utilizados
3. Verificada a existência de inexatidão na avaliação para a avaliação;
feita pelo auditor certificado, o sócio é responsável pela d) Declarar se os valores encontrados atingem ou
diferença que porventura exista, até ao valor nominal da não o valor nominal da parte, quota ou ações
sua participação ou, no caso de ações sem valor nominal, atribuídas aos sócios que efetuaram tais entradas,
até ao valor de emissão destas. acrescido dos prémios de emissão, se for caso
4. Se a sociedade for privada, por ato legítimo de terceiro, disso, ou a contrapartida a pagar pela sociedade.
do bem prestado pelo sócio ou se tornar impossível a
prestação, bem como se for ineficaz a estipulação relativa e) No caso das ações sem valor nominal, declarar se os
a uma entrada em espécie, nos termos previstos no n.º valores encontrados atingem ou não o montante
2 do artigo 11.º deve o sócio realizar em dinheiro a sua do capital social correspondentemente emitido.
participação, sem prejuízo da eventual dissolução da 5. O relatório deve reportar-se a uma data não anterior
sociedade, por deliberação dos sócios ou quando a atividade em noventa dias à do contrato de sociedade ou do aumento
que constitui objeto contratual se torne de facto impossível. de capital, porém, se se reportar a uma data anterior
Artigo 27.º àquela, deve o seu autor informar os fundadores da
sociedade, até à data da celebração do contrato, ou os
Tempo das entradas sócios, até à data do aumento de capital, de alterações
1. As entradas em espécie dos sócios têm de ser realizadas relevantes de valores, ocorridas desde a data do relatório,
até ao momento da outorga do contrato de sociedade. de que tenha conhecimento.
2. A realização das entradas em dinheiro pode, por 6. O relatório do auditor certificado deve ser posto à
estipulação contratual, ser diferida para momento posterior, disposição dos promotores da sociedade, ou dos sócios,
nos casos e termos em que a lei o permita. pelo menos quinze dias antes da celebração do contrato
ou do aumento de capital.
Artigo 28.º
Cumprimento da obrigação de entrada 7. O relatório do auditor certificado, incluindo as
informações referidas no n.º 4, faz parte integrante da
1. Sem prejuízo do disposto relativamente à redução documentação sujeita a depósito no registo comercial,
do capital, os sócios não podem ser liberados total ou devendo publicar-se menção desse depósito.
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reservas, após deliberação dos sócios nesse sentido, salvo Artigo 40.º
os casos expressamente previstos na lei. Limites da distribuição de bens aos sócios
2. As deliberações dos sócios referidas no número anterior 1. Sem prejuízo do preceituado quanto à redução do
não devem ser cumpridas pelos membros da administração capital social, não podem ser distribuídos aos sócios bens
se estes tiverem fundadas razões para crer que: da sociedade quando a situação líquida desta, tal como
a) A deliberação dos sócios viola o preceituado nos resulta das contas elaboradas e aprovadas nos termos
artigos 40.º e 41.º; legais, for inferior à soma do capital e das reservas
obrigatórias, ou se tornasse inferior a esta soma em
b) Alterações entretanto ocorridas no património social consequência da distribuição.
tornariam a deliberação ilícita, nos termos do
artigo 40.º; 2. Os incrementos decorrentes da aplicação do justo
valor através de componentes do capital próprio, incluindo
c) A deliberação de distribuição de lucros de exercício os da sua aplicação através do resultado líquido do
ou de reservas se baseou em contas da sociedade exercício, apenas relevam para poderem ser distribuídos
aprovadas pelos sócios, mas enfermando de aos sócios bens da sociedade, a que se refere o número
vícios cuja correção implicaria a alteração das anterior, quando os elementos ou direitos que lhes deram
contas de modo que não seria lícito deliberar a origem sejam alienados, exercidos, extintos, liquidados
distribuição, nos termos dos artigos 40.º e 41.º. ou, também, quando se verifique o seu uso, no caso de
3. Os membros da administração que, por força do ativos fixos tangíveis e intangíveis.
disposto no número anterior, tenham resolvido não efetuar Artigo 41.º
distribuições deliberadas pela assembleia geral devem,
Lucros e reservas não distribuíveis
nos oito dias seguintes à resolução tomada, requerer, em
nome da sociedade, inquérito judicial para verificação dos 1. Os lucros do exercício que sejam necessários para
factos previstos nalguma das alíneas do número anterior, cobrir prejuízos transitados ou para formar ou reconstituir
salvo se, entretanto, a sociedade tiver sido citada para a reservas impostas pela lei ou pelo contrato de sociedade
ação de invalidade de deliberação por motivos coincidentes não podem ser distribuídos aos sócios.
com os da dita resolução.
2. Enquanto as despesas de constituição não estiverem
4. Sem prejuízo do disposto no Código de Processo Civil completamente amortizadas, os lucros do exercício não
sobre o procedimento cautelar de suspensão de deliberações podem ser distribuídos aos sócios, exceto se o montante
sociais, a partir da citação da sociedade para a ação de das reservas livres e dos resultados transitados for, pelo
invalidade de deliberação de aprovação do balanço ou de menos, igual ao dessas despesas não amortizadas.
distribuição de reservas ou lucros de exercício não podem
os membros da administração efetuar aquela distribuição 3. As reservas cuja existência e cujo montante não figuram
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com fundamento nessa deliberação. expressamente no balanço não podem ser utilizadas para
distribuição aos sócios.
5. Os autores da ação prevista no número anterior, em
caso de improcedência desta e provando-se que litigaram 4. Devem ser expressamente mencionadas na deliberação
temerariamente ou de má fé, serão solidariamente quais as reservas distribuídas, no todo ou em parte, quer
responsáveis pelos prejuízos que a demora daquela isoladamente quer juntamente com lucros de exercício.
distribuição tenha causado aos outros sócios.
Artigo 42.º
Artigo 39.º
Restituição de bens indevidamente recebidos
Aquisição de bens a sócios
1. Os sócios devem restituir à sociedade os bens que
1. A aquisição de bens a sócios está dependente de dela tenham recebido com violação do disposto na lei,
aprovação prévia por deliberação da sociedade desde que mas aqueles que tenham recebido a título de lucros ou
se verifiquem cumulativamente os seguintes requisitos: reservas, importâncias cuja distribuição não era permitida
a) Seja efetuada, diretamente ou por interposta pessoa, pela lei, designadamente pelos artigos 40.º e 41.º, só são
a um fundador da sociedade ou a pessoa que desta obrigados à restituição se conheciam a irregularidade da
se torne sócio no período referido na alínea c); distribuição ou, tendo em conta as circunstâncias, tinham
o dever de não a ignorar.
b) O contravalor dos bens adquiridos à mesma pessoa
durante o período referido na alínea c) exceda 2. O disposto no número anterior é aplicável ao
10% do capital social; transmissário do direito do sócio, quando for ele a receber
as referidas importâncias.
c) O contrato de que provém a aquisição seja concluído
antes da celebração, simultaneamente com ela 3. Os credores sociais podem propor ação para restituição
ou até ao fim do prazo de dois anos a contar da à sociedade das importâncias referidas nos números
data da celebração do contrato de sociedade ou anteriores, nos mesmos termos em que lhes é conferida
do aumento de capital. ação contra membros da administração.
2. O disposto no número anterior não se aplica a 4. Cabe à sociedade ou aos credores sociais o ónus
aquisições feitas em processo judicial executivo. de provar o conhecimento ou o dever de não ignorar
irregularidade.
3. A deliberação da sociedade referida no n.º 1 deve ser
precedida de verificação do valor dos bens, nos termos do 5. Ao recebimento previsto nos números anteriores é
artigo 29.º, e é registada e publicada, sendo que nela não equiparado qualquer facto que faça beneficiar o património
vota a pessoa a quem os bens sejam adquiridos. das referidas pessoas dos valores indevidamente atribuídos.
4. Os contratos donde procedam as aquisições previstas Artigo 43.º
no n.º 1 devem ser reduzidos a escrito, sob pena de nulidade. Perda de metade do capital
5. São ineficazes as aquisições de bens previstas no n.º 1. Os membros da administração que, pelas contas
1 quando os respetivos contratos não forem aprovados de exercício, verifiquem ser a situação líquida inferior a
pela assembleia geral, ou o forem não tendo por base o metade do capital social, devem propor aos sócios que a
relatório exigido no artigo 29.º. sociedade seja dissolvida ou o capital seja reduzido, a não
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ser que os sócios se comprometam a efetuar e efetuem, tanto aos outros contraentes como a terceiros, a invalidade
nos sessenta dias seguintes à deliberação que da proposta resultante de vício da vontade ou de usura só é oponível
resultar, entradas que mantenham pelo menos em dois aos demais sócios.
terços a cobertura do capital. Artigo 48.º
2. A proposta deve ser apresentada na própria assembleia Nulidade do contrato de sociedade depois do registo
que apreciar as contas ou em assembleia convocada para
os sessenta dias seguintes àquela ou à aprovação judicial, 1. Depois de efetuado o registo definitivo do contrato
nos casos previstos pelo artigo 73.º. de sociedade, o contrato só pode ser declarado nulo, por
algum dos seguintes vícios:
3. Não tendo os membros da administração cumprido
o disposto nos números anteriores ou não tendo sido a) Inobservância da forma legal do contrato de sociedade;
tomadas as deliberações ali previstas, pode qualquer sócio b) Falta da menção da firma, sede, objeto ou capital,
ou credor requerer ao tribunal, enquanto aquela situação bem como do valor de entrada de algum sócio
se mantiver, a dissolução da sociedade, sem prejuízo de ou de prestações feitas por conta desta;
os sócios poderem efetuar as entradas referidas no n.º 1
até ao trânsito em julgado da sentença. c) Ilicitude ou contrariedade à ordem pública e aos
bons costumes do objeto social;
Secção III
d) Falta do número mínimo de sócios fundadores;
Sociedades irregulares e vícios do contrato
Artigo 44.º
e) Falta da realização mínima do capital social;
Artigo 45.º ou por um sócio, bem como por terceiro que tenha um
interesse relevante, sério e direto na procedência da ação.
Relações entre os sócios antes do registo
2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, o
1. Às relações entre os sócios, no período compreendido Ministério Público tem legitimidade para intentar a todo
entre a celebração do contrato e o seu registo, são aplicáveis o tempo a ação de declaração de nulidade.
as regras estabelecidas no próprio contrato e no presente
código, sempre que a sua aplicação não pressuponha que 3. No caso de vício sanável, a sociedade deve ser
o registo já tenha sido realizado. previamente interpelada para no prazo de noventa dias,
proceder à sanação do vício, podendo a ação ser intentada
2. Seja qual for o tipo de sociedade, a transmissão por decorrido aquele prazo sem que o vício seja sanado.
ato entre vivos das participações sociais e as modificações
do contrato de sociedade, antes do registo, requerem 4. Os membros do órgão de administração devem
sempre o consentimento unânime dos sócios. comunicar, no prazo de quinze dias, aos sócios a propositura
da ação de declaração de nulidade.
Artigo 46.º
5. Nas sociedades anónimas, a comunicação deve ser
Relações das sociedades com terceiros antes do registo dirigida ao conselho fiscal.
1. No período compreendido entre a celebração do Artigo 50.º
contrato de sociedade e o seu registo, respondem, pessoal Redução
e solidariamente, pelos negócios realizados em nome
da sociedade todos os que no negócio agirem em sua A invalidade parcial do contrato de sociedade não
representação, bem como os sócios que tais negócios determina a invalidade de todo o negócio, salvo quando
autorizarem, sendo que os restantes sócios respondem se mostre que este não teria sido concluído sem a parte
até às importâncias das entradas a que se obrigaram, viciada.
acrescidas das importâncias que tenham recebido a título Artigo 51.º
de lucros ou de distribuição de reservas.
Vícios da vontade e incapacidade
2. Cessa o disposto no número anterior se os negócios 1. O erro, o dolo, a coação e a usura podem ser invocados
forem expressamente condicionados ao registo na sociedade como justa causa de exoneração pelo sócio atingido ou
e à assunção por esta dos respetivos efeitos. prejudicado, desde que se verifiquem as circunstâncias,
Artigo 47.º incluindo o tempo, de que, segundo a lei civil, resultaria a
sua relevância para efeitos de anulação do negócio jurídico.
Invalidade do contrato antes do registo
2. A incapacidade de um dos contraentes torna o negócio
1. Antes de efetuado o registo definitivo do contrato jurídico anulável relativamente ao incapaz.
de sociedade, a invalidade do contrato ou de uma das
declarações negociais rege-se pelo disposto quanto aos Artigo 52.º
negócios jurídicos nulos ou anuláveis, sem prejuízo do Efeitos da anulação do contrato
que dispõe o artigo 55.º.
O sócio que obtiver a anulação do contrato, nos termos
2. A invalidade decorrente de incapacidade é oponível do n.º 2 do artigo 51.º, tem direito a reaver o que prestou
pelo contraente incapaz ou pelo seu representante legal, e não pode ser obrigado a completar a sua entrada.
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4. Os sócios que hajam formado maioria em deliberação 2. A declaração de nulidade ou a anulação não prejudica
viciada nos termos da alínea c) do n.º 1, respondem os direitos adquiridos de boa-fé por terceiros, com
solidariamente para com a sociedade ou para com os fundamento em atos praticados em execução da deliberação;
sócios pelos prejuízos causados. o conhecimento da nulidade ou da anulabilidade exclui
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a boa-fé.
5. As deliberações que enfermem do vício previsto na
alínea c) do n.º 1, não são anuláveis se se provar que as CAPÍTULO VI
estas teriam sido tomadas mesmo sem os votos abusivos.
APRECIAÇÃO ANUAL DA SITUAÇÃO
Artigo 68.º
DA SOCIEDADE
Ação de anulação
Artigo 71.º
1. A anulabilidade pode ser arguida pelo órgão de Dever de relatar a gestão e apresentar contas
fiscalização e, se não o houver, por qualquer membro
do órgão de administração, ou por qualquer sócio que 1. Os membros do órgão de administração devem
não tenha votado no sentido que fez vencimento nem elaborar e submeter aos órgãos competentes da sociedade
posteriormente tenha aprovado a deliberação, expressa o relatório da gestão, as contas do exercício e os demais
ou tacitamente. documentos de prestação de contas previstos na lei,
relativos a cada exercício anual.
2. O prazo para a propositura da ação de anulação é
de trinta dias contados a partir: 2. A elaboração do relatório de gestão, das contas
do exercício e dos demais documentos de prestação de
a) Da data em que foi encerrada a assembleia geral; contas deve obedecer ao disposto na lei; o contrato de
b) Do terceiro dia subsequente à data do envio da sociedade pode complementar, mas não derrogar, essas
ata da deliberação por voto escrito; disposições legais.
c) Da data em que o sócio teve conhecimento da 3. O relatório de gestão e as contas do exercício devem ser
deliberação, se esta incidir sobre assunto que assinados por todos os membros do órgão de administração,
não constava da convocatória. sendo que recusa de assinatura por qualquer deles deve
ser justificada no documento a que respeita e explicada
3. Sendo uma assembleia geral interrompida por mais pelo próprio perante o órgão competente para a aprovação,
de quinze dias, a ação de anulação de deliberação anterior ainda que já tenha cessado as suas funções.
à interrupção pode ser proposta nos trinta dias seguintes
àqueles em que a deliberação foi tomada. 4. O relatório de gestão e as contas do exercício são
elaborados e assinados pelos membros do órgão de
4. A propositura da ação de anulação não depende de administração que estiverem em funções ao tempo da
apresentação da respetiva ata, mas se o sócio invocar apresentação, mas os antigos membros deste órgão
impossibilidade de a obter, o juiz manda notificar as devem prestar todas as informações que para esse efeito
pessoas que, nos termos deste código, devem assinar lhes foram solicitadas, relativamente ao período em que
a ata, para a apresentarem no tribunal, no prazo que exerceram aquelas funções.
fixar, até sessenta dias, suspendendo a instância até
essa apresentação. 5. O relatório de gestão, as contas do exercício e os
demais documentos de prestação de contas devem ser
5. Mesmo que a lei exija a assinatura da ata por todos apresentados nos três primeiros meses a contar da data
os sócios, basta, para o efeito do número anterior, que de encerramento de cada exercício anual, salvo casos
ela seja assinada por todos os sócios votantes no sentido particulares previstos em diplomas legais.
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1. O relatório de gestão deve conter, pelo menos, uma 4. Para efeitos da alínea f) do número anterior:
exposição fiel e clara sobre a evolução dos negócios, do
desempenho e da posição da sociedade, bem como uma a) A expressão ‘partes relacionadas’ tem o significado
descrição dos principais riscos e incertezas com que a definido nas normas internacionais de contabilidade;
mesma se defronta, tendo em conta a sua dimensão e a b) As informações sobre as diferentes operações podem
complexidade da sua atividade. ser agregadas em função da sua natureza, exceto quando
2. Na medida do necessário à compreensão da evolução sejam necessárias informações separadas para compreender
dos negócios, do desempenho ou da posição da sociedade, os efeitos das operações com partes relacionadas sobre a
a análise prevista no número anterior deve abranger situação financeira da sociedade.
tanto os aspetos financeiros como, quando adequado,
Artigo 73.º
referências de desempenho não financeiras relevantes
para as atividades específicas da sociedade, incluindo Falta de apresentação das contas e de deliberação sobre elas
informações sobre questões ambientais e questões relativas
aos trabalhadores. 1. Se o relatório de gestão, as contas do exercício e os
3. O relatório deve indicar, em especial: demais documentos de prestação de contas não forem
apresentadas nos dois meses seguintes ao termo do prazo
a) A evolução da gestão nos diferentes setores em que a fixado no n.º 5 do artigo 71.º, qualquer sócio pode requerer
sociedade exerceu atividade, designadamente no ao tribunal que proceda a inquérito.
que respeita a condições do mercado, investimentos,
custos, proveitos e atividades de investigação 2. O tribunal, ouvidos os membros do órgão de administração
e desenvolvimento; e considerando procedentes as razões invocadas por estes
para a falta de apresentação das contas, fixa um prazo
b) Os factos relevantes ocorridos após o termo do adequado, segundo as circunstâncias, para que eles as
exercício; apresentem e, no caso contrário, ou se as contas não
c) A evolução previsível da sociedade; forem apresentadas no prazo fixado, o tribunal nomeia
um membro do órgão de administração exclusivamente
d) O número e o valor nominal de quotas ou ações encarregado de, no prazo que lhe for fixado, elaborar o
próprias adquiridas ou alienadas durante o relatório de gestão, as contas do exercício, e os demais
exercício, os motivos desses atos e o respetivo documentos de prestação de contas previstos na lei e de
preço, bem como o número e valor nominal de os submeter ao órgão competente da sociedade. Se este
todas as quotas e ações próprias detidas no órgão for a assembleia geral, pode a pessoa judicialmente
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2. Na assembleia que aprecie as contas de exercício e rogar-se à sociedade no direito de indemnização de que
embora tais assuntos não constem da convocatória, podem esta seja titular.
ser tomadas deliberações sobre a ação de responsabilidade e
sobre a destituição dos membros do órgão de administração 3. A obrigação de indemnização não é, relativamente aos
que a assembleia considere responsáveis, os quais não credores, excluída pela renúncia ou transação da sociedade
podem voltar a ser designados durante a pendência nem pelo facto ou omissão assentar em deliberação da
daquela ação. assembleia geral.
3. Os sócios cuja responsabilidade estiver em causa 4. No caso de insolvência da sociedade, os direitos dos
não podem votar nas deliberações previstas nos números credores podem ser exercidos, durante o processo de
anteriores. insolvência, pela administração da massa insolvente.
Artigo 82.º 5. Ao direito de indemnização previsto neste artigo é
aplicável o disposto no artigo 79.º e no n.º 1 do artigo 80.º.
Representantes especiais
Artigo 85.º
1. Se a sociedade deliberar o exercício do direito de
indemnização, o tribunal, a requerimento de um ou mais Responsabilidade para com os sócios e terceiros
sócios que possuam, pelo menos, 5% do capital social, 1. Os membros do órgão de administração respondem
nomeia, no respetivo processo, como representante da também, solidariamente, para com os sócios e terceiros
sociedade pessoa ou pessoas diferentes daquelas a quem pelos danos que diretamente lhes causarem no exercício
cabe normalmente a sua representação, quando os sócios das suas funções.
não tenham procedido a tal nomeação ou se justifique
a substituição do representante nomeado pelos sócios. 2. Aos direitos de indemnização previstos neste artigo
é aplicável o disposto no artigo 79.º e n.º 1 do artigo 80.º.
2. Os representantes judiciais nomeados nos termos
do número anterior podem exigir da sociedade no mesmo Artigo 86.º
processo, se necessário, o reembolso das despesas que Responsabilidade de outras pessoas com funções de
hajam feito e uma remuneração, fixada pelo tribunal. administração
Artigo 83.º
Ação de responsabilidade proposta por sócios 1. Os membros de órgãos de fiscalização respondem nos
termos aplicáveis das disposições anteriores.
1. Independentemente do pedido de indemnização dos
danos individuais que lhe tenham causado, podem um ou 2. Os membros de órgãos de fiscalização respondem
vários sócios que possuam, pelo menos, 5% do capital social solidariamente com os membros do órgão de administração
propor ação social de responsabilidade contra membros da sociedade por atos ou omissões destes no desempenho
do órgão de administração, com vista à reparação, a favor dos respetivos cargos, quando o dano se não teria produzido
da sociedade, do prejuízo que esta tenha sofrido, quando se houvessem cumprido as suas obrigações de fiscalização.
a mesma a não tenha interposto. Artigo 88.º
2. Os sócios podem, no interesse comum, encarregar, Responsabilidade dos auditores certificados
à sua custa, um ou alguns deles de os representar para
o efeito do exercício do direito social previsto no número 1. Os auditores certificados respondem solidariamente
anterior. para com a sociedade e os sócios pelos danos que lhes
causarem, salvo se provarem que procederam sem culpa.
3. O facto de um ou vários sócios referidos nos números
anteriores perderem tal qualidade ou desistirem, no 2. Os auditores certificados respondem para com os
decurso da instância, não obsta ao prosseguimento desta. credores nos termos previstos no artigo 84.º.
Artigo 89.º
4. Quando a ação social de responsabilidade for proposta
por um ou vários sócios nos termos dos números anteriores, Relações internas entre os vários responsáveis
deve a sociedade ser chamada à causa por intermédio dos
seus representantes. Nas relações internas entre os vários responsáveis pela
obrigação de indemnizar, existe direito de regresso na
5. Tratando-se de sociedade com valores mobiliários medida das suas culpas, que se presumem iguais.
admitidos à negociação na bolsa de valores, a faculdade Artigo 90.º
prevista no n.º 1 é conferida a um ou vários sócios que
possuam, pelo menos, 2% do capital social. Responsabilidade solidária do sócio
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3. O sócio que, pelo número de votos de que dispõe, nas relações entre sócios.
só por si ou por outros a quem esteja ligado por acordos
parassociais, tenha a possibilidade de fazer eleger membro 2. Se a alteração envolver o aumento das prestações
do órgão de administração ou de fiscalização responde impostas pelo contrato aos sócios, esse aumento é ineficaz
solidariamente com a pessoa eleita, havendo culpa na para os sócios que nele não tenham consentido.
escolha desta, sempre que ela for responsável, nos termos Secção II
deste código, para com a sociedade, os sócios, terceiros,
ou credores sociais, contanto que a deliberação tenha sido Aumento de capital
tomada pelos votos desse sócio e dos acima referidos e de Artigo 94.º
menos de metade dos votos dos outros sócios presentes
ou representados na assembleia. Requisitos da deliberação
4. O sócio que tenha possibilidade, ou por força de 1. A deliberação de aumento do capital deve mencionar
disposições contratuais ou pelo número de votos de que expressamente:
dispõe, só por si ou juntamente com pessoas a quem
esteja ligado por acordos parassociais, de destituir ou a) A modalidade do aumento do capital;
fazer destituir membro do órgão de administração ou de b) O montante do aumento do capital;
fiscalização, e pelo uso da sua influência determine essa
pessoa a praticar ou omitir um ato responde solidariamente c) O montante nominal das novas participações;
com ela, caso esta, por tal ato ou omissão, incorra em
responsabilidade para com a sociedade, os sócios, terceiros d) A natureza das novas entradas;
ou credores sociais, nos termos deste código.
e) O ágio, se o houver;
Artigo 91.º
f) Os prazos dentro dos quais as entradas devem ser
Responsabilidade do sócio único efetuadas, sem prejuízo do disposto no artigo 96.º;
1. Sem prejuízo da aplicação do disposto no artigo anterior g) As pessoas que participam nesse aumento.
e também do disposto quanto a sociedades coligadas, se
for declarada insolvente uma sociedade reduzida a um 2. Para cumprimento do disposto na alínea g) do
único sócio, este responde ilimitadamente pelas obrigações número anterior, basta, conforme os casos, mencionar
sociais contraídas no período posterior à concentração que participam os sócios que exerçam o seu direito de
das quotas ou das ações, contanto que se prove que nesse preferência, ou que participam só os sócios, embora sem
período não foram observados os preceitos da lei que aquele direito, ou que é efetuada subscrição pública.
estabelecem a afetação do património da sociedade ao
cumprimento das respetivas obrigações. 3. Enquanto não estiver definitivamente registado
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4. A deliberação de aumento de capital caduca ao fim e com uma declaração do órgão de administração e,
de um ano, caso não possa ser nesse prazo apresentado quando deva existir, do órgão de fiscalização da sociedade
o pedido de registo por falta de realização das entradas, onde conste, não ter conhecimento de que, desde o dia
sem prejuízo da indemnização que for devida pelos a que se reporta tal balanço até ao dia da deliberação,
subscritores faltosos. hajam ocorrido diminuições patrimoniais que obstem ao
aumento de capital.
Artigo 97.º
Verificação de conformidade
2. Havendo novo balanço, devidamente aprovado antes
da deliberação ou do requerimento do registo do aumento
1. O conservador do registo comercial deve verificar, de capital, deve ele ser apresentado.
pela ata da deliberação e documentos posteriores, se o 3. O órgão de administração e, quando exista, o órgão
aumento de capital foi legalmente deliberado e está a ser de fiscalização deve fazer, no requerimento de registo do
executado regularmente. aumento de capital ou em documento com ele apresentado,
2. O membro da administração que representar a declaração semelhante à referida no n.º 1, com referência
sociedade no ato de aumento de capital deve declarar, sob à data da apresentação do requerimento.
sua responsabilidade, quais as entradas já realizadas e que Secção III
não é exigida pela lei, pelo contrato ou pela deliberação Redução do capital
a realização de outras entradas.
Artigo 101.º
Artigo 98.º
Convocatória da assembleia
Aumento por incorporação de reservas
1. A convocatória da assembleia geral para redução do
1. A sociedade pode aumentar o seu capital por capital deve mencionar:
incorporação de reservas disponíveis para o efeito.
a) A finalidade da redução, indicando, pelo menos,
2. Este aumento de capital só pode ser realizado depois se esta se destina à cobertura de prejuízos, a
de aprovadas as contas do exercício anterior à deliberação, libertação de excesso de capital ou a finalidade
mas, se já tiverem decorrido mais de seis meses sobre a especial;
data da aprovação, a existência de reservas a incorporar
só pode ser aprovada por um balanço especial, organizado b) A forma da redução, mencionando se é reduzido
e aprovado nos termos prescritos para o balanço anual. o valor nominal das participações ou se há
reagrupamento ou extinção de participações.
3. O capital da sociedade não pode ser aumentado por 2. Devem também ser especificadas as participações
incorporação de reservas enquanto não estiverem vencidas sobre as quais a operação incida, no caso de ela não incidir
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2. As sociedades dissolvidas podem fundir-se com outras k) Quaisquer vantagens especiais atribuídas aos peritos
sociedades, dissolvidas ou não, ainda que a liquidação que intervenham na fusão e aos membros dos
seja feita judicialmente, se preencherem os requisitos de órgãos de administração ou de fiscalização das
que depende o regresso ao exercício da atividade social. sociedades participantes na fusão.
3. A uma sociedade não é permitida fundir-se a partir 2. O projeto deve indicar os critérios de avaliação
da data da apresentação à insolvência ou, se a mesma adotados, bem como as bases da relação de troca referida
for requerida por outro legitimado, da sua citação em na alínea e) do número anterior.
processo de insolvência.
3. O balanço referido na alínea d) do n.º 1 é o balanço
4. A fusão pode realizar-se: do exercício reportado a uma data que não anteceda o
a) Por incorporação, mediante a transferência global trimestre anterior à data do projeto de fusão, ou um
do património de uma ou mais sociedades para outra balanço reportado a uma data não superior aos noventa
e a atribuição aos sócios daquelas de partes, ações ou dias anteriores ao projeto de fusão.
quotas desta; Artigo 105.º
b) Por constituição de uma nova sociedade, para a qual Fiscalização do projeto
se transferem globalmente os patrimónios das sociedades
fundidas, sendo aos sócios destas atribuídas partes, ações 1. A administração de cada sociedade participante na
ou quotas da nova sociedade. fusão deve comunicar o projeto de fusão e seus anexos
ao órgão de fiscalização, se o tiver, ou, caso contrário, a
5. Além das partes, ações ou quotas da sociedade um auditor certificado para que sobre eles seja emitido
incorporante ou da nova sociedade referidas no número parecer.
anterior, podem ser atribuídas aos sócios da sociedade
incorporada ou das sociedades fundidas quantias em 2. O parecer do órgão de fiscalização ou do auditor
dinheiro que não excedam 10% do valor nominal das certificado deve ser fundamentado e incidir sobre a
participações que lhe forem atribuídas. adequação e razoabilidade da relação de troca das
Artigo 104.º participações sociais, indicando, pelo menos:
Projeto de fusão a) Os métodos seguidos na definição da relação de
1. As administrações das sociedades que pretendam troca proposta;
fundir-se elaboram em conjunto um projeto de fusão, b) A justificação da aplicação ao caso concreto dos
do qual constam, além de outros elementos necessários métodos utilizados pelo órgão de administração
ou convenientes para a perfeita caraterização jurídica e das sociedades ou pelos contabilistas, os valores
económica da operação, os seguintes: encontrados através de cada um desses métodos,
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a) A modalidade, os motivos, as condições e os objetivos a importância relativa que lhes foi conferida
da fusão, relativamente a todas as sociedades na determinação dos valores propostos e as
participantes; dificuldades especiais com que tenham deparado
nas avaliações a que procederam.
b) A firma, a sede, o montante do capital e o número
e data da inscrição do registo comercial de cada 3. O órgão de fiscalização ou o auditor certificado pode
uma das sociedades, bem como a sede e a firma exigir das sociedades participantes as informações e os
da sociedade resultante da fusão; documentos que julgue necessários, bem como proceder aos
exames indispensáveis ao cumprimento das suas funções.
c) A participação que alguma das sociedades tenha
no capital de outra; Artigo 106.º
d) Balanços de cada uma das sociedades intervenientes Deliberação da fusão
donde conste designadamente o valor dos
elementos do ativo e do passivo a transferir 1. O projeto de fusão deve ser submetido à deliberação da
para a sociedade incorporante ou para a nova assembleia geral de cada uma das sociedades participantes,
sociedade; convocadas segundo as regras legais e contratuais que
lhes forem aplicáveis.
e) As partes, ações ou quotas a atribuir aos sócios da
sociedade a incorporar nos termos da alínea a) 2. Simultaneamente com a remessa ou publicação
do n.º 4 do artigo anterior, ou das sociedades a das convocatórias, deve ser publicado aviso de que o
fundir nos termos da alínea b) do n.º 4 do artigo projeto de fusão e a documentação a ele anexa podem ser
anterior e, se as houver, as quantias a atribuir consultados, na sede de cada sociedade, pelos respetivos
aos mesmos sócios, especificando-se a relação sócios e credores sociais.
de troca das participações sociais;
3. A partir da remessa ou publicação das convocatórias e
f) O projeto das alterações a introduzir no contrato da da publicação dos avisos exigido pelo número anterior, os
sociedade incorporante ou o projeto de contrato sócios e credores de qualquer das sociedades participantes
da nova sociedade; na fusão têm direito de consultar, na sede de cada uma
delas, os seguintes documentos e de obter, sem encargos,
g) As medidas de proteção dos direitos de terceiros cópia integral destes:
não sócios a participar nos lucros da sociedade;
h) As modalidades de proteção dos direitos dos credores; a) Projeto de fusão;
i) A data a partir da qual as operações da sociedade b) Relatório e pareceres elaborados por órgãos da
incorporada ou das sociedades a fundir são sociedade e por peritos;
consideradas, do ponto de vista contabilístico, c) Contas, relatórios dos órgãos de administração,
como efetuadas por conta da sociedade incorporante relatórios e pareceres dos órgãos de fiscalização
ou da nova sociedade; e deliberações de assembleias gerais sobre essas
j) Os direitos assegurados pela sociedade incorporante contas, relativamente aos três últimos exercícios.
ou pela nova sociedade a sócios da sociedade
incorporada ou das sociedades a fundir que 4. Reunida a assembleia de cada sociedade participante, a
possuam direitos especiais; respetiva administração começa por declarar expressamente
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se desde a elaboração do projeto de fusão houve mudança deste, pelo tribunal, sendo lícito a qualquer das partes
relevante nos elementos de facto em que ele se baseou e, requerer segunda avaliação, nos termos do Código de
no caso afirmativo, quais as modificações do projeto que Processo Civil.
se tornam necessárias.
3. O disposto na parte final do número anterior é
5. Tendo havido mudança relevante, nos termos do também aplicável quando a sociedade não tiver oferecido
número anterior, a assembleia delibera se o processo de uma contrapartida ou a não tiver oferecido regularmente
fusão deve ser renovado ou se prossegue na apreciação sendo que o prazo começa a contar-se, nestas hipóteses,
da proposta. depois de decorridos vinte dias sobre a data em que o sócio
exigir à sociedade a aquisição da sua participação social.
6. As propostas apresentadas às várias assembleias
devem ser rigorosamente idênticas; qualquer modificação 4. O direito de o sócio alienar por outro modo a sua
introduzida pela assembleia considera-se rejeição da participação social não é afetado pelo estatuído nos
proposta, sem prejuízo da posterior renovação desta. números anteriores nem a essa alienação, quando efetuada
no prazo aí fixado, obstam as limitações prescritas pelo
7. Qualquer sócio pode, na assembleia, exigir as contrato de sociedade.
informações sobre as sociedades participantes que forem
indispensáveis para se esclarecer acerca da proposta de Artigo 109.º
fusão. Publicidade das deliberações e oposição dos credores
8. As deliberações sobre a fusão são tomadas nos termos 1. As administrações das sociedades participantes
prescritos para alteração do contrato de sociedade. devem promover as publicações das deliberações de fusão
9. No caso de alguma das sociedades possuir participação das respetivas assembleias, no prazo de quinze dias a
no capital de outra, não pode dispor, na assembleia geral contar destas.
de que trata este artigo, de número de votos superior à
soma dos que competem a todos os outros sócios. 2. Dentro dos trinta dias seguintes à última das
publicações ordenadas no número anterior, os credores das
10. Para os efeitos do número anterior, aos votos da sociedades participantes cujos créditos sejam anteriores
sociedade somam-se os votos de outras sociedades que a essa publicação podem deduzir oposição judicial à
com aquela se encontrem em relação de domínio ou de fusão, com fundamento no prejuízo que dela derive para
grupo, bem como os votos de pessoas que atuem em nome a realização dos seus direitos.
próprio, mas por conta de alguma dessas sociedades.
3. Os credores referidos no número anterior devem
Artigo 107.º ser avisados do seu direito de oposição nas publicações
Eficácia das deliberações previstas no n.º 1 e, se os seus créditos constarem de livros
ou documentos da sociedade ou forem por esta de outro
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1. As deliberações só podem ser executadas depois de modo conhecidos, por carta registada com aviso de receção.
obtido o consentimento dos sócios prejudicados quando:
4. A oposição judicial deduzida por qualquer credor
a) Aumentarem as obrigações de todos ou alguns impede a outorga do documento da fusão e respetivo
dos sócios; registo até que se verifique algum dos seguintes factos:
b) Afetarem direitos especiais de que sejam titulares a) Haver sido julgada improcedente, por decisão com
alguns sócios; trânsito em julgado, ou, no caso de absolvição da instância,
não ter o opoente intentado nova ação no prazo de trinta
c) Alterarem a proporção das participações sociais dias;
de alguns sócios em face dos restantes sócios
da mesma sociedade, salvo na medida em que b) Ter havido desistência do opoente;
tal alteração resulte de pagamentos que lhes
sejam exigidos para respeitar disposições legais c) Ter a sociedade satisfeito o opoente ou prestado a
que imponham valor mínimo ou certo de cada caução fixada por acordo ou por decisão judicial;
unidade de participação. d) Haverem os opoentes consentido na outorga do
2. Se alguma das sociedades participantes tiver várias documento de fusão e respetivo registo;
categorias de ações, a deliberação de fusão da respetiva
assembleia geral só é eficaz depois de aprovada pela e) Terem sido consignadas em depósito as importâncias
assembleia especial de cada categoria. devidas aos opoentes.
3. Por efeito de fusão por incorporação, a sociedade 5. Se julgar procedente a oposição, o tribunal determina
incorporante não recebe partes, ações ou quotas na o reembolso do crédito do opoente ou, não podendo este
sociedade incorporada de que sejam titulares aquela ou esta exigi-lo, a prestação da caução.
sociedade ou ainda pessoas que atuem em nome próprio, 6. O disposto nos números anteriores do presente
mas por conta de uma ou de outra dessas sociedades. artigo não obsta à aplicação das cláusulas contratuais
Artigo 108.º que atribuam ao credor o direito à imediata satisfação do
seu crédito, se a sociedade devedora se fundir com outra.
Direito de exoneração dos sócios
7. O disposto nos números anteriores é aplicável aos
1. Os sócios que não tenham votado favoravelmente o credores obrigacionistas, com as alterações estabelecidas
projeto de fusão podem exigir, nos trinta dias subsequentes nos números seguintes.
à publicação da deliberação prevista no n.º 1 do artigo
109.º, que a sociedade adquira ou faça adquirir a sua 8. Devem efetuar-se assembleias dos credores obrigacionistas
participação social. de cada sociedade para se pronunciarem sobre a fusão,
relativamente aos possíveis prejuízos para esses credores;
2. Salvo estipulação diversa do contrato de sociedade as deliberações devem ser tomadas por maioria absoluta
ou acordo das partes, a contrapartida da aquisição deve dos obrigacionistas presentes e representados.
ser calculada, nos termos do artigo 1018.º do Código Civil
e com referência ao momento da deliberação de fusão, 9. Se a assembleia não aprovar a fusão, o direito de
por um contabilista ou auditor certificado, conforme for oposição deve ser exercido coletivamente através de um
conveniente, designado por mútuo acordo ou, na falta representante por ela eleito.
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3. O tribunal não pode declarar a nulidade da fusão se Declaração dos membros do órgão de administração
o vício que a produz for sanado no prazo que fixar.
1. Sendo a sociedade incorporante ou a nova sociedade de
4. A declaração judicial da nulidade está sujeita à direito cabo-verdiano, a escritura pública prevista no n.º 1
mesma publicidade exigida para a fusão. do artigo anterior deve ser instruída com uma declaração
emitida pelos membros do órgão de administração das
5. Os efeitos dos atos praticados pela sociedade incorporante sociedades incorporadas ou fundidas, sujeitas a lei pessoal
depois da inscrição da fusão no registo comercial e antes de outro Estado, certificando que:
da decisão declarativa da nulidade não são afetados
por esta, mas a sociedade incorporada é solidariamente a) O projeto comum de fusão internacional foi aprovado
responsável pelas obrigações contraídas pela sociedade em assembleia geral nos termos legalmente
incorporante durante esse período. exigíveis segundo a lei nacional aplicável;
6. O disposto no número anterior aplica-se às sociedades b) Foram observadas as disposições legais aplicáveis
fundidas pelas obrigações contraídas pela nova sociedade, à tutela dos credores;
se a fusão for declarada nula. c) Foram observadas as disposições legais aplicáveis
Secção II à tutela dos trabalhadores, se as houver; e
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h) A data a partir da qual as novas participações b) Se o capital da sociedade a cindir não estiver
concedem o direito de participar nos lucros, inteiramente liberado.
bem como quaisquer particularidades relativas 2. Adiciona-se, para os efeitos do disposto na alínea
a este direito; a) do número anterior, a importância das prestações
suplementares efetuadas pelos sócios e ainda não
i) A data a partir da qual as operações passam a ser reembolsadas.
contabilizadas por conta da ou das sociedades
resultantes da cisão; 3. A verificação das condições exigidas nos números
precedentes deve constar expressamente dos pareceres
j) Os direitos assegurados pelas sociedades resultantes e relatórios dos órgãos de administração e de fiscalização
da cisão aos sócios da sociedade cindida titulares das sociedades, bem como do contabilista ou auditor
de direitos especiais; certificado, conforme for conveniente.
Artigo 126.º
k) Quaisquer vantagens especiais atribuídas aos peritos
que intervenham na cisão e aos membros dos Ativo e passivo destacáveis
órgãos de administração ou de fiscalização das
sociedades participantes na cisão; 1. Na cisão simples, só podem ser destacados para a
constituição da nova sociedade os elementos seguintes:
l) O projeto de alterações a introduzir no contrato da a) Participações noutras sociedades, quer constituam
sociedade incorporante ou o projeto de contrato a totalidade quer parte das possuídas pela
da nova sociedade; sociedade a cindir, para a formação de nova
m) As medidas de proteção dos direitos dos credores; sociedade cujo exclusivo objeto consista na
gestão de participações sociais;
n) As medidas de proteção do direito de terceiros b) Bens que no património da sociedade a cindir
não sócios a participar nos lucros da sociedade; estejam agrupados, de modo a formarem uma
unidade económica.
o) A atribuição da posição contratual da sociedade
ou sociedades intervenientes, decorrente dos 2. No caso da alínea b) do número anterior, podem ser
contratos de trabalho celebrados com os seus atribuídas à nova sociedade dívidas que economicamente
trabalhadores, os quais não se extinguem por se relacionem com a constituição ou o funcionamento da
força da cisão. unidade aí referida.
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2. As sociedades civis constituídas nos termos dos artigos Deliberações a tomar para a transformação
977.º e seguintes do Código Civil podem posteriormente 1. Devem ser objeto de deliberações distintas:
transformar-se, adotando algum dos tipos de sociedade
comercial. a) A aprovação do balanço ou da situação patrimonial,
nos termos dos números 1 e 2 do artigo 134.º;
3. A transformação de uma sociedade, nos termos dos
números anteriores, não importa a dissolução dela, salvo b) A aprovação da transformação;
se assim for deliberado pelos sócios, sendo, em qualquer
dos casos, aplicáveis as disposições deste capítulo. c) A aprovação do novo pacto ou estatuto pelo qual
a sociedade passa a reger-se.
4. No caso de ter sido deliberada a dissolução, aplicam-
se os preceitos legais ou contratuais que a regulam, se 2. A transformação da sociedade deve ser deliberada
forem mais exigentes do que os preceitos relativos à pelos sócios, nos termos prescritos para o respetivo tipo
transformação. de sociedade.
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3. Além dos requisitos exigidos pelo número anterior, d) Pela ilicitude superveniente do objeto contratual;
as deliberações de transformação que importem para
todos ou alguns sócios a assunção de responsabilidade e) Pela declaração de insolvência da sociedade.
pelas dívidas sociais só são válidas se forem aprovadas 2. Nos casos de dissolução imediata previstos nas alíneas
pelos sócios que devam assumir essa responsabilidade. a), c) e d) do n.º 1, bem como nos demais casos de dissolução
Artigo 136.º imediata previstos em lei ou no contrato de sociedade,
podem os sócios deliberar, por maioria absoluta dos votos
Participações dos sócios
produzidos na assembleia geral, o reconhecimento da
1. Salvo acordo de todos os sócios interessados, o montante dissolução e, bem assim, pode qualquer sócio, sucessor
nominal da participação de cada sócio no capital social e a de sócio ou credor da sociedade promover a declaração
proporção de cada participação relativamente ao capital de confirmação judicial da dissolução.
não podem ser alterados na transformação. Artigo 142.º
2. O disposto no número anterior não prejudica os Causas de dissolução por sentença ou deliberação
preceitos legais que imponham um montante mínimo
para as participações dos sócios. 1. Pode ser requerida a dissolução judicial da sociedade
Artigo 137.º
com fundamento em facto previsto na lei ou no contrato,
e ainda:
Responsabilidade dos sócios
a) Quando, por período superior a um ano, o número
2. A transformação não afeta a responsabilidade pessoal de sócios for inferior ao mínimo exigido por lei,
dos sócios pelas dívidas sociais anteriormente contraídas. exceto se um dos sócios for o Estado ou entidade
2. A responsabilidade pessoal dos sócios, criada pela a ele equiparada por lei para esse efeito.
transformação da sociedade, não abrange as dívidas b) Quando a atividade que constitui o objeto contratual
sociais anteriormente contraídas. se torne de facto impossível;
Artigo 138.º
c) Quando a sociedade não tenha exercido qualquer
Proteção dos sócios discordantes atividade durante cinco anos consecutivos;
1. Os sócios que não tenham votado favoravelmente d) Quando a sociedade exerça de facto uma atividade
a deliberação de transformação podem exonerar-se não compreendida no objeto contratual.
da sociedade, declarando-o por escrito, nos trinta dias
seguintes à publicação da deliberação. 2. Se a lei nada disser sobre o efeito de um caso previsto
como fundamento de dissolução ou for duvidoso o sentido
2. Os sócios que se exonerem da sociedade, nos termos do contrato, entende-se que a dissolução não é imediata.
do número anterior, recebem o valor da sua participação
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calculado nos termos do artigo 108.º. 3. Nos casos previstos no n.º 1 podem os sócios por
3. Findo o prazo de exercício do direito de exoneração dos maioria dos votos expressos na assembleia, dissolver a
sócios, a administração da sociedade verifica se é possível sociedade, com fundamento no facto ocorrido.
dar cumprimento ao disposto no número anterior sem 4. A deliberação prevista no número anterior pode ser
afetar o capital social, nos termos do artigo 40.º, pelo que, tomada nos seis meses seguintes à ocorrência da causa
não o sendo possível, convoca novamente a assembleia de dissolução e, a partir dela, ou da data do documento
para deliberar sobre a revogação da transformação ou exigido pelo n.º 1 do artigo 144.º, considera-se a sociedade
redução do capital. dissolvida, mas, se a deliberação for judicialmente
4. O sócio discordante só se considera exonerado na impugnada, a dissolução ocorre na data do trânsito em
data da outorga do documento de transformação. julgado da sentença.
Artigo 139.º 5. No caso previsto na alínea a) do n.º 1, o sócio ou
Credores obrigacionistas
qualquer dos sócios restantes pode requerer ao tribunal
que lhe seja concedido um prazo razoável a fim de
Seja qual for o tipo que a sociedade transformada adote, regularizar a situação, suspendendo-se, entretanto, a
os direitos dos obrigacionistas anteriormente existentes dissolução da sociedade.
mantêm-se e continuam a ser regulados pelas normas
aplicáveis a essa espécie de credores. 6. O juiz, ouvidos os credores da sociedade e ponderadas
as razões alegadas pelo sócio, decide, podendo ordenar
Artigo 140.º as providências que se mostrarem adequadas para
Direitos incidentes sobre as participações conservação do património social durante aquele prazo.
Os direitos reais de gozo ou de garantia que, à data da Artigo 143.º
transformação, incidam sobre participações sociais da Regime da dissolução judicial
sociedade são mantidos nas novas espécies de participações,
bastando o documento de transformação para se efetuarem 1. A ação de dissolução deve ser proposta contra a
os averbamentos e registos que forem necessários. sociedade por algum sócio, credor social ou pelo Ministério
Público, no caso da alínea d) do n.º 1 do artigo 142.º e
CAPÍTULO XII noutros em que a lei lhe atribua legitimidade para o efeito.
DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE 2. No caso previsto na alínea d) do n.º 1 do artigo 142.º,
Artigo 141.º a dissolução não é ordenada se, na pendência da ação, o
vício for sanado.
Casos de dissolução imediata
3. A ação de dissolução deve ser proposta no prazo
1. A sociedade dissolve-se imediatamente nos casos de seis meses a contar da data em que o autor tomou
previstos na lei e no contrato de sociedade, e ainda: conhecimento da ocorrência do facto previsto no contrato
a) Pelo decurso do prazo fixado no contrato; como causa de dissolução, mas até dois anos sobre a
verificação do facto.
b) Por deliberação dos sócios;
4. Quando o autor seja o Ministério Público, a ação
c) Pela realização completa do objeto social; pode ser proposta a qualquer momento.
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4. O contrato de sociedade pode estipular que a liquidação natureza das suas funções, os liquidatários têm, em geral,
seja feita judicialmente, podendo o mesmo deliberar os os deveres, os poderes e a responsabilidade dos membros
sócios com a maioria que for exigida para a alteração do do órgão de administração da sociedade.
contrato.
2. Por deliberação dos sócios pode o liquidatário ser
5. O contrato de sociedade e as deliberações dos sócios autorizado a:
podem regulamentar a liquidação em tudo quanto não
estiver disposto nos artigos seguintes. a) Continuar temporariamente a atividade anterior
Artigo 146.º da sociedade;
1. Salvo cláusula do contrato de sociedade ou deliberação dos 1. Antes de ser iniciada a liquidação, devem ser
sócios em contrário, os membros do órgão de administração organizados e aprovados, nos termos do presente Código,
da sociedade passam a ser liquidatários desta a partir do os documentos de prestação de contas da sociedade,
momento em que ela se considere dissolvida. reportados à data da dissolução.
2. Em qualquer momento e sem dependência de 2. A administração deve dar cumprimento ao disposto
justa causa, podem os sócios deliberar a destituição de no número anterior dentro dos sessenta dias seguintes
liquidatários, bem como nomear novos liquidatários, em à dissolução da sociedade, sendo que, em caso de
acréscimo ou em substituição dos existentes. incumprimento, esse dever cabe aos liquidatários.
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3. A recusa de entrega aos liquidatários de todos os do capital social correspondente à participação de cada
livros, documentos e haveres da sociedade constitui sócio, deduzida da parte da entrada eventualmente devida.
impedimento ao exercício do cargo.
3. Se não puder ser feito o reembolso integral, o ativo
Artigo 150.º existente é distribuído pelos sócios, segundo o mesmo
Duração da liquidação critério proporcional estabelecido no número anterior.
1. A liquidação deve estar encerrada e a partilha 4. Se depois de feito o reembolso integral se registar
aprovada no prazo de três anos, a contar da data em saldo, este deve ser repartido na proporção aplicável à
que a sociedade se considere dissolvida, sem prejuízo de distribuição de lucros.
prazo inferior convencionado no contrato ou fixado por 5. Os liquidatários podem excluir da partilha as
deliberação dos sócios. importâncias estimadas para encargos da liquidação até
2. O prazo estabelecido no número anterior só pode ser à extinção da sociedade.
prorrogado por deliberação dos sócios e por tempo não Artigo 155.º
superior a dois anos.
Relatório, contas finais e deliberações dos sócios
3. Não estando a liquidação encerrada e a partilha 1. As contas finais dos liquidatários devem ser acompanhadas
aprovada nos prazos previstos nos números anteriores, por um relatório completo da liquidação e por um projeto
estas passam a ser feitas judicialmente. de partilha do ativo restante.
Artigo 151.º
2. Os liquidatários devem declarar expressamente
Exigibilidade de débitos e créditos da sociedade no relatório que estão satisfeitos ou acautelados todos
os direitos dos credores e que os respetivos recibos e
1. Salvo nos casos de insolvência ou de acordo entre a documentos probatórios podem ser examinados pelos sócios.
sociedade e um credor, a dissolução da sociedade não torna
exigíveis as dívidas desta, mas os liquidatários podem 3. As contas finais devem ser organizadas de modo a
antecipar o pagamento delas, embora os prazos tenham discriminar os resultados das operações de liquidação
sido estabelecidos em benefício dos credores. efetuadas pelos liquidatários e o mapa da partilha,
segundo o projeto apresentado.
2. Os créditos sobre terceiros e sobre sócios por dívidas
não incluídas no número seguinte devem ser reclamados 4. O relatório e as contas finais dos liquidatários devem
pelos liquidatários, embora os prazos tenham sido ser submetidos a deliberação dos sócios, os quais designam
estabelecidos em benefício da sociedade. o depositário dos livros, documentos e demais elementos
da escrituração da sociedade, que devem ser conservados
3. As cláusulas de diferimento da prestação de entradas pelo prazo legal de conservação da escrituração comercial.
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2. A deliberação não pode ser tomada: de administração ou, no caso de falecimento destes, pelos
sócios, por ordem decrescente da sua participação no
a) Antes de o passivo ter sido liquidado, nos termos do capital da sociedade.
artigo 152.º, excetuados os créditos cujo reembolso
na liquidação for dispensado expressamente Artigo 162.º
pelos respetivos titulares; Ativo superveniente
após a extinção desta, operando-se a sua substituição, sociedade não tiver iniciado a sua atividade;
sem necessidade de suspensão da instância nem de b) O prazo de liquidação extrajudicial é de dois anos, a
habilitação, pela generalidade dos sócios, representados contar da declaração de nulidade ou anulação do
pelos liquidatários, nos termos dos n.ºs 2, 3, 5 e 6 do artigo contrato, e só pode ser prorrogado pelo tribunal;
161.º, e n.ºs 2 e 5 do artigo 162.º.
c) A partilha deve ser feita de acordo com as regras
Artigo 161.º estipuladas no contrato, salvo se tais regras
Passivo superveniente forem, em si mesmas, inválidas;
1. Encerrada a liquidação e extinta a sociedade, os d) Só há lugar a registo de qualquer ato se estiver
antigos sócios respondem pelo passivo social não satisfeito registada a constituição da sociedade.
ou acautelado, até ao montante que receberam na partilha, 2. Nos casos previstos no número anterior, qualquer
sem prejuízo da eventual responsabilidade de algum ou sócio ou credor da sociedade pode requerer a liquidação
alguns sócios pelas dívidas da sociedade. judicial, antes de ter sido iniciada a liquidação pelos
sócios, ou a continuação judicial da liquidação iniciada,
2. As ações necessárias para os fins referidos no número se esta não tiver terminado no prazo legal.
anterior podem ser propostas contra a generalidade dos
sócios, na pessoa dos liquidatários, que são considerados CAPÍTULO XIV
representantes legais daqueles para este efeito, incluindo
a citação, sem prejuízo da faculdade de qualquer dos PUBLICIDADE DE ATOS SOCIAIS
sócios intervir como assistente. Artigo 164.º
3. Com ressalva das exceções previstas na lei processual Registo e publicações obrigatórias
civil relativas ao assistente, a sentença proferida 1. Os atos relativos à sociedade estão sujeitos a registo
relativamente à generalidade dos sócios constitui caso e publicação nos termos da lei respetiva.
julgado em relação a cada um deles.
2. As publicações obrigatórias devem ser feitas, a
4. O antigo sócio que satisfizer alguma dívida, por força expensas da sociedade, no Boletim Oficial.
do disposto no n.º 1, tem direito de regresso contra os
outros, de maneira a ser respeitada a proporção de cada 3. Nas sociedades anónimas, os avisos, anúncios e
um nos lucros e nas perdas. convocações dirigidos aos sócios ou credores, quando a lei
ou o contrato mandem publicá-los, devem ser publicados
5. Os liquidatários dão conhecimento da ação a todos de acordo com o disposto no número anterior e ainda num
os antigos sócios, pela forma mais rápida que lhes for jornal da localidade da sede da sociedade ou, na falta
possível, e podem exigir destes adequada provisão para deste, num dos jornais aí mais lidos.
encargos judiciais. Artigo 165.º
6. Os liquidatários não podem escusar-se às funções Promoção do registo e publicações
atribuídas no presente artigo;
1. É dever dos membros do órgão de administração
7. No caso de falecimento dos liquidatários, tais requerer o registo e a publicação dos atos, quando
funções são exercidas pelos últimos membros do órgão impostos por lei.
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3. Todos os sócios são responsáveis solidariamente 1. Os sócios devem depositar numa instituição de
pelo valor das entradas convencionadas no contrato de crédito, em conta aberta em nome da sociedade, a soma
do valor das entradas realizadas em dinheiro, exibindo o
2 861000 000971
sociedade.
respetivo documento comprovativo no ato da apresentação
4. Salvo o disposto no artigo seguinte, os sócios não são do pedido do registo de constituição da sociedade.
responsáveis pelas dívidas sociais. 2. A conta referida no número anterior somente pode
Artigo 173.º ser movimentada:
Regime especial de responsabilidade dos sócios pelas a) Após o registo definitivo do contrato de sociedade;
obrigações sociais
b) Após a celebração do contrato de sociedade, caso
1. Pode estipular-se no contrato de sociedade que algum os sócios, no próprio contrato, autorizem os
ou alguns dos sócios respondam solidariamente entre si e gerentes a fazê-lo;
subsidiariamente à sociedade, até determinado montante,
pelas dívidas sociais. c) No caso de dissolução por nulidade do contrato ou
pela falta de registo.
2. O montante pelo qual cada um dos sócios é responsável
Artigo 178.º
nos termos do n.º 1 pode ser diferente e deve constar do
contrato de sociedade. Exclusão do sócio remisso
3. A responsabilidade regulada no n.º 1 abrange somente 1. Em caso de incumprimento por parte do sócio da sua
as obrigações assumidas pela sociedade enquanto o sócio obrigação de entrada, este pode ser excluído da sociedade,
a ela pertencer. perdendo, para além da quota, todos os pagamentos
efetuados.
4. Em caso de cessão ou de transmissão por morte da
quota, o adquirente, salvo declaração em contrário, não fica 2. A deliberação de exclusão é tomada em assembleia
sujeito ao regime de responsabilidade regulado no n.º 1. geral especialmente convocada para esse fim, podendo o
sócio remisso nela participar, mas sem direito de voto.
5. Sem prejuízo do estipulado no número anterior, o
alienante mantém-se solidariamente responsável com 3. Excluído o sócio, é declarada perdida a favor da
o adquirente pelas obrigações já existentes à data da sociedade a sua quota.
transmissão. 4. Os restantes sócios ficam solidariamente responsáveis
6. Salvo disposição contratual em contrário, o sócio pelo pagamento à sociedade do montante em dívida da
que pagar dívidas sociais, nos termos deste artigo, tem entrada do sócio excluído.
direito de regresso contra a sociedade pela totalidade do 5. Na assembleia geral mencionada no n.º 2 devem os
que houver pago, mas não contra os outros sócios. sócios deliberar sobre o destino a dar à quota perdida a
Artigo 174.º favor da sociedade.
Artigo 179.º
Firma
Perda parcial da quota pelo sócio remisso
A firma das sociedades por quotas é formada, com ou
sem sigla, pelo nome ou firma de um ou alguns dos sócios 1. Caso não seja deliberada a exclusão do sócio remisso,
ou por uma denominação particular, ou pela reunião de este manter-se-á na sociedade, ficando a sua participação
ambos esses elementos, mas em qualquer caso termina reduzida a uma quota de valor igual ao montante
pela expressão “Limitada” ou pela abreviatura “Lda”. efetivamente realizado.
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2. À parcela da quota não realizada, aplicar-se, com geral em que forem aprovadas as contas do exercício, a
as necessárias adaptações, o disposto nos n.ºs 3 e 4 do sociedade distribui aos sócios, anualmente, pelo menos
artigo anterior. metade do lucro de exercício distribuível.
Artigo 180.º 2. Salvo consentimento expresso do sócio ou deliberação,
Aplicação das quantias resultantes da venda da quota com fundamento em situação excecional da sociedade, tomada
por maioria de três quartos dos votos correspondentes ao
As quantias resultantes da venda da quota do sócio capital social, o crédito do sócio à sua parte nos lucros
remisso destinam-se a reembolsar os sócios que tiverem vence-se trinta dias após a deliberação de distribuição
pago à sociedade, nos termos do disposto no n.º 4 do artigo dos mesmos.
178.º, na proporção em que o tiverem feito, sendo que o
remanescente pertence à sociedade. Artigo 184.º
Secção II Reserva legal
Direito à informação 1. É obrigatória a constituição de uma reserva legal, de
Artigo 181.º valor nunca inferior a 200.000$00 (duzentos mil escudos).
Direito à informação 2. É aplicável o disposto nos artigos 254.º e 255.º, salvo
1. Os sócios, os usufrutuários e os representantes quanto ao limite mínimo de reserva legal.
comuns de quota em contitularidade a quem caiba exercer CAPÍTULO III
o direito de voto podem exigir que a sociedade, através
da gerência, lhes preste informações sobre os negócios QUOTAS
sociais e lhes faculte, na sede da sociedade, a consulta Secção I
dos livros, registos ou outros documentos da sociedade e
ainda a inspecionarem os bens desta. Unidade e valor nominal
3. Podem ser pedidas informações sobre atos já em caso algum têm valor nominal inferiores a 100$00
praticados ou sobre atos cuja prática seja esperada, quando (cem escudos), salvo nos casos previstos na lei, e o seu
estes sejam suscetíveis de fazer incorrer o seu autor em valor tem de ser divisível por 1$00 (um escudo).
responsabilidade, nos termos da lei. 3. Não podem ser emitidos títulos representativos das
4. A consulta dos livros, registos ou documentos da quotas.
sociedade, bem como a inspeção dos seus bens, deve ser Artigo 186.º
feita pessoalmente pelo sócio, que pode fazer-se assistir de Divisão de quotas
um perito, bem como usar da faculdade de tirar cópias ou
fotografias ou usar de outros meios destinados a obter a 1. Salvo proibição do contrato de sociedade, as quotas
reprodução da coisa ou documento, desde que a reprodução são divisíveis em caso de sucessão, transmissão entre
se mostre necessária e se lhe não oponha motivo grave vivos ou de amortização parcial.
alegado pela gerência. 2. As quotas resultantes da divisão devem ter um valor
5. A partir da data da convocatória da assembleia geral, nominal de harmonia com o disposto no n.º 2 do artigo 185.º.
devem estar disponíveis aos sócios, para consulta na sede 3. A proibição de divisão constante do contrato de
social, informações adequadas à deliberação sobre as sociedade não pode impedir a partilha entre contitulares
propostas incluídas na ordem do dia, devendo os sócios por um período superior a cinco anos.
ser informados desse facto.
6. À prestação de informações para assembleia geral 4. A divisão da quota para transmissão, salvo disposição
é aplicável o disposto para as sociedades anónimas a em contrário do contrato de sociedade, não produz
esse respeito. efeitos para com a sociedade enquanto esta não der o seu
consentimento através de deliberação dos sócios.
7. O sócio que utilize em benefício próprio ou de
terceiros as informações obtidas, de modo a prejudicar 5. O consentimento para a cessão de quotas considera-se
injustamente a sociedade ou outros sócios, para além de simultaneamente dado para a divisão da mesma.
responder nos termos gerais pelos prejuízos que causar, 6. A divisão de quotas deve revestir a forma prescrita
pode ser excluído da sociedade. para a constituição da sociedade.
Artigo 182.º 7. Se o contrato de sociedade for alterado no sentido
Inquérito judicial de a divisão ser excluída ou dificultada, a alteração só