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INVALIDADE DOS

NEGÓCIOS JURÍDICOS
DIREITO CIVIL 2 – MÓDULO 7
Teoria das invalidades do negócio
jurídico
Inexistência do negócio jurídico
Nulidade absoluta – negócio nulo
Nulidade relativa – negócio anulável
Anulabilidade – negócio anulável
NEGÓCIO JURÍDICO INEXISTENTE
• O negócio jurídico é inexistente quando lhe falta alguns dos elementos estruturais.
Como a ausência de manifestação de vontade.
• Segundo Tartuce, o negócio inexistente é aquele que não gera efeitos no âmbito jurídico,
pois não preencheu os seus requisitos mínimos, constantes do plano da existência.
• Via de regra, não reclama ação própria para combatê-lo. Mas há casos em que, a
aparência material do ato apresenta evidências que enganam, justificando a propositura
de ação para discutir e declarar a inexistência do ato. Neste último caso, a declaração de
inexistência terá mesma consequência do que a declaração de nulidade.
• Há doutrinadores que defendem a inexistência desse plano, equiparando o ato
inexistente com o ato nulo.
NULIDADE

• Consequência prevista em lei, nas


hipótese em que não estão preenchidos
os requisitos básicos de existência
válida do negócio jurídico.
NULIDADE

Absoluta Relativa
NULIDADE

• Nulidade absoluta ofende regramentos ou normas de ordem pública.


• Podem ser alegadas por qualquer interessado ou Ministério Público.
• Podem ser pronunciadas de ofício pelo Magistrado.
• Via de regra, não pode ser suprida ou sanada.
• É suscitada através de uma ação declaratória de nulidade.
NULIDADE

• Dada a natureza declaratória, a ação é imprescritível – divergência


doutrinária e jurisprudencial.
• O ato não convalesce em razão do decurso do tempo.
• Não podem ser objeto de novação as obrigações nulas.
• A sentença que declara a nulidade de um negócio jurídico tem eficácia
erga omnes, ou seja, contra todos.
• Os efeito da sentença são ex tunc, ou seja, retroagem.
NULIDADE

• O Código Civil de 2002, entretanto, prevê a possibilidade de


conversão do negócio jurídico nulo em outro negócio de natureza
diferente, se o negócio nulo contiver elementos de outro.
• Art. 170.
• É necessário que os contratantes queiram o outro negócio para o
qual o negócio jurídico nulo será convertido.
NULIDADE

• Há, entretanto, uma tendência de tutelar interesses de terceiros de


boa-fé.
• Enunciado n. 537 CJF: “A previsão contida no art. 169 não
impossibilita que, excepcionalmente, negócios jurídicos nulos
produzam efeitos a serem preservados quando justificados por
interesses merecedores de tutela.”
CAUSAS DE NULIDADE ABSOLUTA

• Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:


• I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
• II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
• III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
• IV - não revestir a forma prescrita em lei;
• V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua
validade;
CAUSAS DE NULIDADE ABSOLUTA

• IV - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;


• VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar
sanção.”
• Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se
dissimulou, se válido for na substância e na forma.
• Presença de coação física – divergência.
NULIDADE RELATIVA
OU ANULABILIDADE
• A nulidade relativa envolve preceitos de ordem privada, de interesse das
partes.
• Deve ser pleiteado através de ação anulatória.
• A ação tem natureza constitutiva negativa.
• Sujeitam-se a prazos decadenciais e prescricionais.
• Não podem ser reconhecidas de ofício pelo Juiz.
• É possível a convalidação do ato, salvo direito de terceiro de boa-fé
NULIDADE RELATIVA
OU ANULABILIDADE
• Podem ser supridas e sanadas pelas partes.
• A sentença tem feitos apenas entre a partes.
• A sentença tem efeitos ex nunc – divergência doutrinária e jurisprudencial.
HIPÓTESES DE NULIDADE RELATIAVA
OU ANULABILIDADE
• Art. 171. “Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o
negócio jurídico:
• I - por incapacidade relativa do agente;
• II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou
fraude contra credores.”
PRAZO DECADENCIAL
• Art. 178. “É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio
jurídico, contado:
• I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
• II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se
realizou o negócio jurídico;
• III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.”

• Art. 179. “Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para
pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.”
PRAZO DECADENCIAL

• Enunciado 538 do CJF: “No que diz respeito a terceiros


eventualmente prejudicados, o prazo decadencial de
que trata o art. 179 do Código Civil não se conta da
celebração do negócio jurídico, mas da ciência que dele
tiverem.”
CONVALIDAÇÃO LIVRE DA
ANULABILIDADE
• Confirmação de um contrato anulável pelas partes.
• O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado
e a vontade expressa das partes de mantê-lo – confirmação expressa.
• Quando o negócio já foi cumprido, em parte pelo devedor, mesmo
ciente da nulidade ou quando deixar operar a decadência –
confirmação tácita;
• A confirmação é irrevogável.
CONFIRMAÇÃO POR TERCEIRO

• Quando a anulabilidade decorrer de falta


de autorização de terceiro, o negócio
será validado se este a der
posteriormente.
OBSERVAÇÕES GERAIS
• A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder provar-se
por outro meio.
• A invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for
separável.
• A invalidade da obrigação principal implica a invalidade das obrigações acessórias, mas a
invalidade destas não implica daquelas.
• Anulado um negócio jurídico, as partes serão restituídas ao status quo ante e, não sendo
possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente.
• Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou ao incapaz, se não provar
que reverteu em proveito dele a importância paga.

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