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Bárbara Brasil
Direito Civil
Aula 03
ROTEIRO DE AULA
◦ Do Estado de Perigo:
3 Requisitos para sua Caracterização:
1- Sob premente necessidade de salvar-se ou salvar pessoa de sua família
2- De um grave dano conhecido da outra parte (dolo de aproveitamento)
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3- Assumir uma obrigação excessivamente onerosa
Se os 3 requisitos estiverem presentes, fica caracterizado o estado de perigo e o negócio está passível de ser anulado.
Contudo, a anulabilidade pode ser evitada pelo instituto da Revisão.
Ex.: Chegada com o pai passando mal em hospital que não atende o plano de saúde e o médico cobra honorários
excessivos.
Revisão: fazer com que os honorários médicos sejam compatíveis como trabalho executado.
- Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua
família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as
circunstâncias.
◦ Da Lesão:
2 Requisitos:
1- Preemente necessidade ou inexperiência
2- Assumir prestação excessivamente onerosa
Não há dolo de aproveitamento, que é próprio do Estado de Perigo.
Ex. de Inexperiência: 50% de honorários Advocatícios Cláusula quota Litis.
A Revisão está expressamente prevista no §2º do Art. 157. Aplicável por analogia ao Estado de Perigo.
- Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação
manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio
jurídico.
§ 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar
com a redução do proveito.
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Para concretizar a conversão, o CC exigiu 02 requisitos: um subjetivo (que se possa presumir que as partes queriam
celebrar o negócio jurídico convertido E outro objetivo (que o negócio jurídico nulo tenha todos os requisitos do negócio
jurídico convertido).
Ex.: registro do contrato de compra e venda de imóvel no valor de R$900.000,00, não precedido de escritura pública.
Nulo, nos termos do art.166,IV, CC. Transformado em contrato de Promessa de Compra e Venda (art.462,CC).
NULO x ANULÁVEL
NULO
- Fundamenta-se em motivos de ordem pública (é bem grave, afeta interesses da coletividade);
- pode ser declarada de ofício pelo juiz; MP ou por qualquer interessado (art. 168, CC);
- não é susceptível de confirmação/ratificação – art. 169, CC;
-admite a conversão como forma de conservação (art. 170, CC);
-não convalesce pelo decurso do tempo. (nulo não se torna anulável ou válido)
- nulidade é reconhecida por intermédio de Ação Declaratória de Nulidade (não tem prazo prescricional ou decadencial).
- produz seus efeitos “ex-tunc”.
ANULÁVEL
- fundamenta-se em motivos de ordem privada (não é tão grave, só afeta interesse das partes);
- só pode ser arguida pelo interessado;
- admite confirmação/ratificação como forma de conservação (art.172/176, CC);
- convalesce pelo decurso do tempo. (prazo decadencial – Art. 178; 179;CC)
- reconhecida através de Ação Anulatória.
Prazos Decadenciais:
Prazo Decadencial Especial:
- Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
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1- Erro (art.138 e segs.)
É a falsa percepção da realidade. O Indivíduo avalia mal uma situação, acreditando ser uma coisa, sendo que era outra.
O erro passível de anulação é o erro substancial; erro acidental/periférico não é passível de anulação (a pessoa
celebraria o contrato da mesma forma).
Erro acidental – art. 142 ao 144 CC.
- Erro de Direito: o sujeito age achando que tem amparo na lei, mas não o tem.
é aquele que diz respeito à norma jurídica disciplinadora do negócio. Não se confunde, contudo, com a ignorância da
norma, uma vez que esta é o desconhecimento completo da existência da lei, sendo o erro de direito seu conhecimento
equivocado.
- Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que
poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
- Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não viciará o negócio
quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.
- Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se
dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante.
2- Dolo:
Induzimento ao erro, da outra parte contratante ou de terceiro.
O dolo para gerar anulação tem que ser substancial, dolo acidental não gera anulação do negócio jurídico, mas gera
perdas e danos.
- Dolo Positivo: dolo em uma conduta positiva
- Dolo Negativo: Dolo omissivo ou Silêncio Intencional – uma das partes contratantes se omite em relação a uma
característica do objeto do contrato.
- Dolo de Terceiro: Art. 148; CC – induzimento ao erro não veio da parte contratante, mas de um terceiro.
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Ele só é anulável se a parte contratante beneficiada souber do dolo. Se a parte beneficiada não sabia do dolo, será
passível apenas de perdas e danos.
- Dolo de Representante: se o dolo for substancial vai haver a anulação do negócio jurídico, se o representante for
representação legal, o representado responde até o limite do proveito que ele obteve. Se for representação
convencional, o representado responde solidariamente com o representante.
- Dolo Bilateral ou Dolo Recíproco: ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o
negócio, ou reclamar indenização.
- Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
- Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio
seria realizado, embora por outro modo.
- Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que
a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.
- Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou
devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as
perdas e danos da parte a quem ludibriou.
- Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a
importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá
solidariamente com ele por perdas e danos.
- Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar
indenização.
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inexistência do negócio jurídico, já que o Código Civil de 2002 dispõe, como requisitos para configuração de
anulabilidade do negócio jurídico, fatos acerca da coação moral.
A coação moral, também chamada de vis compulsiva, prevista no atual Código Civil, tem como características qualquer
pressão ou ameaça exercidas contra uma pessoa, seus bens, sua honra e dignidade, e pode também ser exercida contra
pessoas da família da vítima ou bastante próximas a ela.
- Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano
iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias,
decidirá se houve coação.
- Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e
todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.
- Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial.
- Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou
transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
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Existem 2 tipos de Direitos:
a- Subjetivos: são direitos que permitem ao seu titular exigir de outrem o cumprimento de uma prestação. Essa
prestação pode ser um dar, um fazer ou um não-fazer.
Pretensão é o poder que tem o credor de exigir em juízo do devedor o cumprimento coercitivo da obrigação. Só nasce
com a violação do direito subjetivo do credor.
Se o credor não exercer a sua pretensão dentro do prazo fixado em lei, essa pretensão será atingida pela prescrição.
b- Potestativos:
◦ Prescrição:
Prescrição é a perda da pretensão pelo fato de o titular do direito subjetivo de crédito não tê-la exercido dentro do
prazo previsto em lei.
A prescrição tanto não atinge o direito de ação que gera uma sentença com resolução de mérito – Art. 487; CPC. O que
a prescrição atinge, já que é instituto de direito material, é a pretensão.
Pretensão é o poder que tem o credor de exigir, coercitivamente, que o devedor dê cumprimento a obrigação.
- Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que
aludem os arts. 205 e 206.
OBS.: A prescrição não atinge o direito subjetivo do credor. Tanto que o credor pode pagar uma dívida cuja pretensão
está prescrita. O pagamento será válido e não gerará direito à restituição ou reembolso. ART.882,CC.
REGRAS DA PRESCRIÇÃO:
1 - Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro,
depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis
com a prescrição.
2- Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.
Todos os prazos prescricionais estão previsto em lei (no CC, art.205 e 206). As partes não podem reduzir ou majorar
os prazos prescricionais.
3- Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita.
A prescrição apesar de admitir renúncia é matéria de ordem pública. PODE SER ARGUIDA DE OFÍCIA E ALEGADA EM
QUALQUER GRAU DE JURISDIÇÃO.
- Art. 194. O juiz não pode suprir, de ofício, a alegação de prescrição, salvo se favorecer a absolutamente
incapaz. REVOGADO
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- Art. 332; CPC: Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará
liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos
repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de
decadência ou de prescrição.
- Art. 10; CPC: O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se
tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
- Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
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a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de
indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de
emolumentos, custas e honorários;
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de sociedade
anônima, contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo;
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da
ata de encerramento da liquidação da sociedade.
§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem.
§ 3o Em três anos:
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de
um ano, com capitalização ou sem ela;
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V - a pretensão de reparação civil;
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi
deliberada a distribuição;
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação
tenha sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação;
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei
especial;
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade
civil obrigatório.
§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas.
§ 5o Em cinco anos:
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus
honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.
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- Art. 882: Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente
inexigível.
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