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Defeitos do
Negócio Jurídico
Considerações
Gerais
Anulabilidade (artigo 171, II, CC)
Dolo
Coação
Estado de perigo
Defeitos do Lesão
Jurídico
Erro ou ignorância
Falsa percepção ou ausência de percepção da realidade.
OU A UM DIREITO (NATUREZA
DO NEGÓCIO)
EXEMPLO
Art. 142. O erro de
indicação da pessoa ou Menção equivocada ao estado civil de um
da coisa, a que se referir sujeito contemplado em ato de última
a declaração de vontade, que não será capaz de anular a
vontade, não viciará o disposição testamentária, caso seja possível
negócio quando, por seu a identificação do beneficiado.
contexto e pelas
ERRO ARITMÉTICO
circunstâncias, se puder
identificar a coisa ou Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza
pessoa cogitada. a retificação da declaração de vontade.
Erro sobre o motivo
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade
quando expresso como razão determinante.
+ perdas e danos
Dolo substancial Dolo positivo
x x
Dolo acidental Dolo negativo
Não se deve confundir a) o dolo como defeito do negócio jurídico, e b) o dolo como modalidade de culpa, elemento do ato ilícito, que
se revela na conduta intencionalmente dirigida a causar prejuízo a outrem (v. comentários ao art. 186). Embora ambas as noções
assentem sobre a intenção nociva do agente, trata-se de conceitos distintos que possuem papel e efeitos próprios na dogmática do
Direito Civil. O dolo de que trata o artigo em comento é o dolo-defeito, vício do consentimento, que gera a anulabilidade do negócio
jurídico.
No âmbito do dolo-defeito, a doutrina distingue, ainda, a) o dolus malus; e b) o dolus bonus. O dolus malus seria o dolo propriamente
dito: aquele que se caracteriza pela vontade de iludir, com o propósito de prejudicar o declarante. Já o dolus bonus consistiria
naquele conjunto de práticas usuais do comércio que não têm o escopo de iludir ou prejudicar, como a prática de enfatizar as
qualidades do bem a ser vendido ou os exageros habitualmente utilizados na publicidade comercial. O dolus bonus não seria
suficiente, segundo tal entendimento, para atrair os efeitos jurídicos do dolo. Aqui, cumpre distinguir, todavia, entre os exageros
insuscetíveis de induzir em erro o declarante e, de outro lado, aquelas informações objetivamente falsas que podem acabar por iludi-
lo. É certo que a ordem jurídica brasileira admite o puffing, prática publicitária voltada a enaltecer as características do produto, por
vezes de modo exacerbado, mas sempre inofensivo (como nos slogans “o perfume que você nunca mais vai esquecer”, “a cerveja
mais saborosa do mundo” e assim por diante). Nossa legislação consumerista coíbe, no entanto, a publicidade enganosa, aquela
que, utilizando informações inverídicas, pode produzir falsa representação da realidade (CDC, art. 37). (Anderson Schreiber)
Terceiro e beneficiado
BENEFICIADO
responderão por perdas
SABIA OU e danos, sem prejuízo da
DEVERIA SABER anulação
DOLO DE
NO
TERCEIRO Poderá haver anulação,
BENEFICIADO mas só o terceiro
NÃO SABIA responderá por perdas e
danos
Representado só responde
até a importância do
REP. LEGAL proveito; representante
responde por perdas e
danos
NO
REPRESENTANTE
Representado
REP. responde
CONVENCIONAL solidariamente por
perdas e danos
Imagine a hipótese de agente que pretende adquirir uma joia, imaginando-a de ouro, quando na verdade
não é. O fato de não ser de ouro não é ventilado pelo vendedor e muito menos pelo comprador. Um
terceiro, que nada tem a ver com o negócio, dá sua opinião encarecendo que o objeto é de ouro. Nisso o
comprador é levado a efetuar a compra. Fica patente, aí, o dolo de terceiro. O fato, porém, de o vendedor ter
ouvido a manifestação do terceiro e não ter alertado o comprador é que permitirá a anulação. Daí por que o
atual Código especifica que o ato é anulável se a parte a quem aproveite tivesse conhecimento do dolo ou
dele devesse ter conhecimento. O exame probatório é das circunstâncias de fato em relação ao que se
aproveita do negócio.
O dolo de terceiro, para se constituir em motivo de anulabilidade, exige a ciência de uma das partes
contratantes (RT 485/55). O acréscimo constante deste Código é absorção do que a doutrina e a
jurisprudência já entendiam. Caberá ao critério do juiz entender o ato anulável por ciência real ou presumida
do aproveitador do dolo de terceiro. O dolo pode ocorrer, de forma genérica, nos seguintes casos:
1.dolo direto, ou seja, de um dos contratantes;
2.dolo de terceiro, ou seja, artifício praticado por estranho ao negócio, com a cumplicidade da parte;
3.dolo de terceiro, com mero conhecimento da parte a quem aproveita;
4.dolo exclusivo de terceiro, sem que dele tenha conhecimento o favorecido. (Sílvio Venosa)
Dolo recíproco (bilateral) - inalegabilidade por quem o praticou.
Não se pode beneficiar da própria torpeza
Dolo
Coação
Estado de perigo
Defeitos do Lesão
Jurídico
Coação
Trata-se da pressão física ou moral que impede a real
manifestação da vontade. É o caso do sujeito foi coagido,
constrangido, ameaçado a realizar o negócio jurídico.
O legislador não exige qualquer vínculo entre o coacto e a vítima potencial, deixando
ao juiz a tarefa de analisar as circunstâncias do caso para determinar se a ameaça
se revela capaz de afetar a formação da vontade do coacto. A doutrina suscita
também hipótese curiosa de coação mediante a ameaça de dano ao próprio coator,
como no caso do filho que, para obter uma doação do pai, ameaça se suicidar ou se
ferir (Anderson Schreiber)
PADRÕES DE REFERÊNCIA
Mas é só?
Aquele que, necessitando pagar Aquele que se encontra à deriva A pessoa que, tendo sofrido
resgate a sequestradores para em alto mar e que promete dar acidente e correndo risco de vida,
salvar a vida de seu filho, pratica recompensa milionária ao aceita pagar para o único médico
ato negocial excessivamente comandante para ser resgatado daquela região honorários
oneroso. pelo único navio que ali passava flagrantemente desproporcionais
OBRIGAÇÃO EXCESSIVAMENTE ONEROSA ASSUMIDA
Dolo
Coação
Estado de perigo
Defeitos do Lesão
Jurídico
Lesão
Lesão é, assim, o prejuízo resultante da enorme desproporção
existente entre as prestações de um contrato, no momento de
sua celebração, determinada pela premente necessidade ou
inexperiência de uma das partes. Não se contenta o dispositivo
com qualquer desproporção: há de ser manifesta (CRG)
CDC - Art. 51, IV. São nulas de pleno direito as prestações que estabeleçam obrigações
consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada,
ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
Prestação Em razão de
manifestamente necessidade ou
desproporcional inexperiência
Não há parâmetro fixo. Ver caso concreto. Enunciado 290, CJF: "A lesão acarretará a
Art. 157, § 1° Aprecia-se a desproporção das anulação do negócio jurídico quando verificada,
prestações segundo os valores vigentes ao na formação deste, a desproporção manifesta
tempo em que foi celebrado o negócio entre as prestações assumidas pelas partes,
jurídico. não se presumindo a premente necessidade ou
Art. 157, § 2° Não se decretará a anulação do a inexperiência do lesado"
negócio, se for oferecido suplemento Enunciado 410, CJF: "A inexperiência a que se
suficiente, ou se a parte favorecida concordar refere o art. 157 não deve necessariamente
com a redução do proveito. significar imaturidade ou desconhecimento em
relação à prática de negócios jurídicos em
Dolo de aproveitamento? Enunciado 150, CJF: geral, podendo ocorrer também quando o
não. lesado, ainda que estipule contratos
costumeiramente, não tenha conhecimento
específico sobre o negócio em causa"
A necessidade do contratante, de que fala a lei, não está relacionada às
suas condições econômicas. Não é a miséria, a insuficiência habitual de
meios para prover à subsistência própria ou dos seus. Não é a
alternativa entre a fome e o negócio, mas a necessidade contratual (Caio
Mário). Ela deve estar relacionada à impossibilidade de evitar o contrato,
o que independe da capacidade financeira do lesado.
confundir faria o negócio. Na lesão tal não ocorre, visto que a parte tem noção da
desproporção de valores. Realiza o negócio, mesmo assim, premido pela
necessidade patrimonial.
(CRG) DOLO
COAÇÃO
Credor x Devedor.
O ato fraudulento apenas pode ser assim Má-fé do devedor. Consciência de prejudicar
qualificado se efetivamente comprometer a terceiros.
capacidade do devedor de honrar suas Não se exige que o adquirente esteja mancomunado
obrigações, reduzindo-o à insolvência – que (concilium) com o alienante para lesar os credores
se caracteriza pela circunstância de o deste. Basta a prova da ciência da sua situação de
passivo patrimonial superar o ativo – ou insolvência (CRG).
agravando este quadro (eventus damni). Objetivação do conceito de fraude (busca por maior
Sem esse pressuposto objetivo não há de se efetividade): ver AgInt no REsp nº 1.294.462 - GO.
cogitar de fraude contra credores (Tepedino)
fraude contra
credores Remissão de dívidas
jurídicos OU
A INSOLVÊNCIA ERA NOTÓRIA