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No erro, o indivíduo equivoca-se, por si só, isto é, não é induzido a erro por
terceiro. Caso fosse enganado por este, tratar-se-ia de hipótese de dolo.
É a falsa noção sobre alguma coisa. Errar é saber mal, e ignorar é não saber.
Ex.: Vou comprar uma obra de arte que eu achando que é verdadeira original,
mas não é, onde eu posso ter sido enganado, sendo erro de dolo, pois se
soubesse que não era verdadeiro não teria comprado como verdadeiro.
A anulação com fundamento no erro exige, ainda, que este seja escusável,
tolerável, isto é, o ser humano médio se equivocaria naquelas circunstâncias.
Portanto, a análise do erro passa pela análise do grau de instrução do indivíduo
que o alega.
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo
único ou principal do negócio jurídico.
Art. 139 → O erro pode decorrer dos seguintes tipos de erro negocial:
• Da natureza do negócio jurídico
Ocorre quando a pessoa que pratica determinado negócio interpreta mal a
realidade e acaba praticando outro tipo de negócio.
EX.: Eu entrego um lápis a uma pessoa, e uma semana depois perguntou
cade o meu dinheiro, e a pessoa entende que eu doei o lápis.
• Do objeto principal
Ocorre quando atingir o objeto principal da declaração em sua identidade,
isso é, o objeto não é o pretendido pelo agente.
EX: Se um contratante supõe estar adquirindo um lote de terreno de
excelente localização, quando na verdade está comprando um situado em
péssimo local. Vou comprar um terreno na avenida paulista por 50 mil.
Depois de efetuar o negócio tu descobre que trata-se de um terreno na
avenida paulista no estado do Acre, em cidade do interior, que não tem
uma avenida, mas se chama avenida.
• Qualidade do objeto
Ocorrerá este erro substancial quando a declaração enganosa de vontade
recair sobre a qualidade essencial do objeto.
EX: Eu queria comprar um relógio de ouro, então comprei um relógio
dourado achando que era de ouro, não há erro com relação ao objeto, pois
se trata de um relógio, porém há erro em relação a qualidade do objeto,
pois não é de ouro, e comprei ele porque achei que era de ouro.
• Erro de direito
Ocorre quando o agente emite uma declaração de vontade no pressuposto
falso de que procede conforme a lei.(Faço um negócio jurídico achando que
a lei se apresenta de um jeito que ela não se apresenta, ou achando que ela
tem validade, sendo que ela não tem mais validade).
EX: Há um tempo era obrigado usar o kit primeiro socorro nos carros. Teno
um caminhão de kit e digo: Fulano tenho um caminhão cheio de kit, compra
e usa na frota da tua empresa senão tu vais levar multa. Ele compra, e por
isso há um erro de direito.
Erro Acidental
Art. 142 → Diz respeito às qualidades secundárias ou acessórias da pessoa (ex.: se
é casada ou solteira) ou do objeto (ex.: comprar o lote n. 27 e receber o de n. 72
por erro de digitação). Tal erro não induz a anulação do ato negocial por não
incidir sobre a declaração de vontade, caso seja possível, por seu contexto e pelas
circunstâncias, identificar a pessoa ou a coisa.
EX: Tenho um apartamento e o número é 103, chamo o comprador pra ver e ok.
Na confecção do contrato eu redigo ao invés de 103.
Convalescimento do Erro
Art. 144 → O erro pode ser convalidado ou aceito pelo declarante (comprador), se
o declaratário em tempo hábil atender ao pedido de declarante, que foi induzido
em erro por erro do declaratário (vendedor).
EX: Se o indivíduo (comprador) pensar que comprou o lote nº 4 da quadra X,
quando, na verdade, adquiriu o lote nº 4 da quadra Y, ter-se-á erro substancial,
que não invalidará o ato negocial se o vendedor vier a entregar-lhe o lote nº 4 da
quadra X, visto que não houve nenhum prejuízo ao indivíduo (comprador), diante
da execução do negócio de conformidade com a sua vontade real.
Quando alguem induz outra pessoa num erro substancial. Quando alguém
engana pra obter vantagem na negociação.
Tipos de dolo:
Art. 146 - Dolo acidental: ainda que eu soubesse que não era bem aquilo que eu
estava pensando eu ainda teria feito o negócio jurídico.
EX: Comprei um carro verde musgo. Chegando em casa minha mãe disse que
azul bonito. Teimei que era verde, então peguei o documento e vi estava como
cor azul. Mas como gostei muito da cor eu não deixaria de fazer o negocio
jurídico por isto. Na venda o vendedor sabia que era azul, mas chegando pra ver
o carro eu disse que verde lindo, e o vendedor disse: sim que verde bonito né, ou
seja, teve o dolo do vendedor.
Dolo Unilateral: Vem de apenas de uma das partes negociantes, somente uma
parte está tentando enganar a outra. (Neste caso tem anulabilidade, pois tem
defeito).
EX: Meu amigo me vendeu um relógio falando que era de ouro, porém não era.
Fui induzido em erro.
Art. 150 - Dolo Bilateral: Vem das duas partes negociantes, as duas partes estão
tentando se enganar. (Neste caso, tem defeito, mas não é capaz de levar a
anulação do negocio jurídico, pois ninguém pode alegar em sua defesa a própria
torpeza, ou fui tentar enganar ele e ele acabou me enganando).
EX: Uma quadrilha de falsificadores de dólares comprou um milhão de reais de
diamantes, de uma quadrilha de falsificadores de diamantes.
Art. 150 - Dolo de Terceiro: O dolo de terceiro é aquele oriundo de uma terceira
pessoa que não é parte no negócio jurídico. Só será causa de anulabilidade do
negócio jurídico quando a parte beneficiada souber ou tiver a possibilidade de
saber sobre a sua existência, tal como no caso de terceiro que utiliza o artifício a
mando de um dos contratantes. Ou seja, a anulação decorrente de dolo de
terceiro depende do conhecimento da parte beneficiada. Art. 148
EX: A compra um quadro de B, pelo fato de C afirmar para A de se tratar de uma
obra de arte, quando não é.
147 - Dolo por omissão: é aquele resultante de uma omissão intencional para
induzir um dos contratantes (conduta negativa). Pode acarretar a anulação
do ato negocial se for o motivo determinante (dolo principal). Se for acidental,
enseja, apenas, perdas e danos.
EX: Fui comprar um quadro, chegando na loja disse: quero comprar esse quadro
do willy zumblick. O vendedor sabendo que não era do willy zumblick, me vendeu
sem falar nada.
A coação é uma pressão física ou moral exercida sobre alguém para induzi-lo à
prática de um determinado negócio jurídico. Trata-se de violência ou ameaça que
infringe a liberdade de decisão do coagido, tornando-se mais grave que o dolo,
pois este afeta apenas a inteligência da vítima. Pode ser física ou moral, mas o CC
só trata da coação moral.
Coação moral (vis compulsiva): ocorre quando a vítima sofre uma grave ameaça,
indutiva da prática do negócio jurídico, podendo, porém, optar entre o ato e o
dano, com que é ameaçada. Ou seja, não obstante a chantagem do autor, a
vítima conserva relativamente a sua vontade. É a coação tratada no art. 151 do CC
e que pode ser causa de anulabilidade (nulidade relativa) do negócio jurídico.
A coação moral ou relativa atua sobre a vontade da vítima, no entanto, esta
continua com relativa possibilidade de escolha, razão pela qual trata-se e vício de
consentimento.
Coação Moral = Violência Moral.
Temor Reverencial
Ex.: É o receio de desgostar ascendente (pai, mãe, tio etc.) ou pessoa a quem se
deve obediência e respeito. Desde que não haja ameaças ou violências
irresistíveis, o ato negocial não pode ser anulado.
Excludentes de Ilicitude
Diferença:
Estado de perigo – decorre do risco de dano a uma pessoa.
Lesão – decorre do risco de dano ao patrimônio.
Requisitos:
• Desproporção (Entre prestação e contraprestação)
Ex: Peço o carro emprestado para um amigo para ir até outra cidade fazer
uma entrevista. Ele empresta porém ele quer que entregue o carro com
tanque cheio, 4 pneus novos e um som dentro. Para não perder a chance
do emprego, assino o combinado.(Desproporção + Premente necessidade).
Ex:
• Inexperiência () ou premente necessidade ()
É a necessidade de obter recursos, não sendo necessário que o contratante
tenha induzido a vítima a celebrar o negócio, nem mesmo que saiba sobre a
inexperiência ou o estado de necessidade do outro contratante, pois neste
caso ele apenas tira proveito da situação, chamado pela doutrina de dolo de
aproveitamento, demonstrando que a lesão está ligada à boa-fé objetiva
dos contratantes, exigida como cláusula geral em todos os negócios
jurídicos.
É vício social
Na fraude contra credores, se tem um negociante fazendo negócios com outro
negociante para prejudicar uma terceira pessoa, por isso é tido como vício social.
É o cara que sabe que deve e começa a se desfazer de seus bens para quando for
acionado ele não ter mais bens para pagar a dívida.
Requisitos:
Se o negócio jurídico efetivado que levou à insolvência foi oneroso: para anulá-las,
os credores terão de provar o eventus damni (que a alienação reduziu o devedor
à insolvência) e o consilium fraudis (a má-fé do terceiro adquirente);
• Insolvência: O cara não tem mais patrimônio capaz de pagar o que ele deve.
• Anterioridade: A dívida é anterior ao ato considerado fraudulento. Ex: Eu
devo para Zeca e não quero ter meus bens atingidos, então eu doou para o
João o meu bem, ficando sem patrimônio para pagar Zeca.
• Conluio fraudulento(o conhecido “migué”, ou “esquema”): Ex: Tenho um
bem capaz de pagar o Zeca, mas não quero pagar o zeca, mas digo para
João que estou devendo para zeca e para não pagar para ele eu quero te
vender esse bem, e João sabendo que eu devo para Zeca ele compra o
bem.
Credores quirografários: são aqueles “boca aberta”, “tansos”. Que não tem
nenhuma garantia real do pagamento da dívida.
Art. 158, § 1º – Se o que ele tem como garantia não é mais capaz de garantir a
dívida, ele também tem o direito de alegar a fraude contra credores, desde que
haja insolvência, seja anterior, e se for negócio jurídico oneroso, que também haja
o conluio fraudulento.
Art. 160 – Ex.: Comprei um bem de alguém que foi levado a insolvência por causa
disso, ou que já estava em insolvente e não vai poder pagar a outra pessoa, e eu
ainda não paguei, então em vez de pagar ao cara de quem eu comprei, eu pago
em juízo o valor aproximado de mercado, citando todos os credores que foram
prejudicados pela aquela venda.
Art. 160, § 1º – Ex.:Se comprou um bem com valor muito inferior ao valor de
mercado, paga-se em processo a diferença do valor para completar o preço de
mercado.
Art. 161 - A quem se propõe ação anulatória de ato jurídico fundada em fraude
contra credores ?
Será contra a pessoa que recebeu gratuitamente o bem, por que ela não
desprendeu nada do seu patrimônio, pois ela somente recebeu um bem, e aquilo
está prejudicando um terceiro.
Se o negócio jurídico foi oneroso precisa comprovar o conluio fraudulento, aí
pode se anular o negócio jurídico, mas sempre contra todas aquelas pessoas que
fizeram o negócio.
Art. 162 – Quando alguém é credor junto com outras pessoas e acaba recebendo
o bem pra quitar a sua dívida em prejuízo dos outros.
Ex.: Tenho como credor Zeca, Pedro e Manoel. A dívida que devo a Manoel ainda
não venceu, mas eu pago (entrego um bem em pagamento) Manoel para não
pagar os demais.
Art. 165 – Desfeito o negócio de uma fraude contra credores, volta para o
patrimônio do devedor aquele bem, para que o mesmo seja atingido pelos seus
credores.
Art. 165, § único – Eu devo para Zeca e dei meu patrimônio para o banco, anulou-
se essa garantia. Não precisa devolver nada para o patrimônio de Zeca, pois não
saiu do patrimônio do Zeca. A única coisa a ser feita é anular aquela garantia.