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PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

Existem para dar segurança jurídica.

Prescrição – Art. 189 à 206 do CC

É a perda do direito de ação. O direito ainda está ali, mas não tem mais
uma ação possível para chegar nele.
Aqui eu perco o direito de ação de uma ação específica, porém raramente
as vezes tem-se a oportunidade de se propor uma outra ação.

Ex.: Um cheque que prescreveu não pode ser mais propor ação de
execução, mas posso propor uma ação de conhecimento, uma ação de
indenização, uma ação de enriquecimento sem causa, uma ação monitória.

Conceito do Clóvis beviláqua: “é a perda da ação atribuída a um direito, e


de toda a sua capacidade defensiva, em consequência do não-uso delas,
durante um determinado espaço de tempo”.

Conceito de Galiano: “é a perda da pretensão de preparação do direito


violado, em virtude da inércia do seu titular no prazo previsto pela lei”.

Existem dois tipos de prescrição:

Extintiva (comum) -

Aquisitiva (excepcional) - aquela na qual por uma inércia minha num


determinado período de tempo, outra pessoa adquire o direito sobre um
bem, como por exemplo, o usocapião.

Porém existem algumas ações que são imprescritíveis:

• Ações puras de direito de família


• Reconhecimento de paternidade
• Divórcio
• Outras

Requisitos:
• Existência de um direito exercitado: Estou saindo do escritório e uma
pessoa bate em meu carro, cria-se pra mim um direito exercitável,
pois eu posso exercitar o meu direito de processá-lo numa ação de
indenização. Art. 189
• Inércia do titular deste direito: o titular não pode fazer nada, pois ele
não esta buscando esse direito, ele está inerte, e acaba gerando
prescrição.
• Continuidade desta inércia: Vai gerar prescrição se ele ficar inerte por
um tempo estabelecido em lei. Por exemplo, a ação de indenização
prescreve em 3 anos.
• Ausência de causas (requisito em que eu não posso ter algo):
▪ Impeditivas: São aquela que impedem, e não deixam que o
início do prazo comece como se ela parasse o tempo.
▪ Suspensivas: É aquela que o prazo já começou a contar, e
quando ela acontece, o prazo para, o tempo para, mas o tempo
para trás que já passou, e o prazo continuará a ser contado
quando a causa suspensiva cessar. Esta causa pode acontecer
várias vezes.
▪ Interruptiva: Tem-se um tempo que começou a passar e de
repente parou e volta tudo para trás, e inicia a contagem do
prazo do início, e esta só poderá acontecer uma única vez.

Art. 197, 198 – Trata de causas impeditivas e suspensivas.


Art. 197: Não corre o prazo:
I – Entre os casados na constância do casamento. União estável está
equiparada a casamento, entra no mesmo caso.
II – Poder familiar vai até a maioridade.
III – Durante aquele período em que a pessoa tem responsabilidade sobre a
outra.

Art. 198: Também não corre a prescrição:


I – Os incapazes do art. 3º são os absolutamente incapazes.
II – Em serviço público da união, dos estados e dos municípios.
III – Em tempo de guerra. (A última foi em 1945)
OBS.: OS CARAS QUE VÃO SERVIR NAS NAÇÕES UNIDAS, O PRAZO NÃO
CORRE, PORQUE ESTÃO REPRESENTANDO A NOSSA NAÇÃO.

Art. 199: Não corre igualmente a prescrição:


I – condição suspensiva. Ex.: vou dar uma festa pra vocês se ganharem o
campeonato. Enquanto não ganharem o campeonato não terão o direito
exercitável.
II – termo. Ex.: tenho um crédito que vence dia 30, mas hoje ainda é dia 20,
não posso contar o prazo prescricional ainda, pois ainda não venceu a
dívida, e se não venceu não se tem ainda o direito de me processar.
III – ação de evicção.

Art. 202 – Trata de causas interruptivas.


I - Tenho um crédito e está prescrevendo e proponho a ação e o juiz
mandou citar o cara, interrompe-se a prescrição e começa a contar o prazo
novamente a partir do momento em que a ação se encerrar, pois enquanto
a ação está andando é como se o tempo tivesse parado.
II – por protesto judicial.
III – protesto cambial. Pego aquele título vou ao cartório de protesto de
documentos, e faço o protesto e ai ele começa a correr novamente a partir
dali.
IV – Está prescrevendo, vou lá e me habilito no inventário ou no concurso
de credores. Neste acaso acaba a prescrição, que é diferente de prescrever.
V – Qual ato judicial que avise para o que que ele está me devendo.
VI – Cobrança pelo whats. Mandar um recado p aquele que me deve. É um
ato extra-judicial, não precisa ser feito pelo cartório.
§ único – cometi o ato hoje que é a causa de interrupção, começa a contar
amanhã. Mas se o que interrompeu a prescrição foi um processo, ela só
começa a correr de novo, quando encerrar esse processo.

Art. 203 – Se o cara é o interessado ele pode interromper a prescrição para


que ela não o atinga.

A prescrição pode ser alegada, pela parte a quem ela beneficiar. E por via
de regra a prescrição vai beneficiar o réu. Pode-se alegar a prescrição em
qualquer grau de jurisdição.

Art. 193 -

Art. 195 – O cara que deixou prescrever uma divida que alguém tinha com
a empresa, e se deixou prescrever o titulo foi pro espaço. O empresário ou
a empresa, pode reclamar deste cara e dizer: olha tu não deveria ter
deixado prescrever. Ou a empresa tem uma dívida que prescreveu e esse
seu representante foi lá e pagou a dívida, quando na verdade deveria ter
dito: Opa, prescreveu, não tenho mais obrigação de pagar.

Renúncia à Prescrição

Art. 192 - A prescrição não pode ser negociada. O prazo prescricional é


aquele determinado em lei.

É possível renunciar a prescrição.


Ex.: Eu devo pra alguém, mas essa dívida já prescreveu, em tese eu não
teria que pagar. Mas eu posso abrir mão dessa prescrição, renunciar, e
dizer: Eu devo já passou o prazo, mas eu sei que devo e vou pagar assim
mesmo. Porém não é comum, mas também não é raro.

A renúncia da prescrição, independe da parte contrária.

Requisitos:
• O prazo prescricional já tenha sido ocorrido, a prescrição deverá já
está consumada. Se o prazo prescricional ainda não passou, então
não posso renunciar.
• Não pode haver prejuízo de terceiro.

Tipos de Renúncia: (Art. 191)


• Expressa: onde eu mesmo digo que renuncio ao meu direito de
alegar prescrição, ou eu escrevo, ou mando uma mensagem de forma
expressa.
• Tácita: aquela em que eu não digo diretamente, eu não expresso,
porém os atos que eu cometo são contrários à alegação de
prescrição, ou seja, tenho uma dívida que prescreveu, e eu não disse
que renunciei ao direito de prescrição, mas vou lá e faço um acordo
para pagar em 10 vezes, dessa forma renunciei tacitamente o meu
direito de prescrição.

Art. 190 – A exceção é acessório, e o acessório segue o principal, se o


principal prescreve em 3 anos, a exceção também prescreve em 3 anos.

Art. 196 – Eu tenho um direito contra uma pessoa, e o prazo já começou a


correr, já tem um direito exercitado, essa pessoa morreu, mas o direito
continua pois o direito é meu, eu terei que buscar.
Prazos Prescricionais

Estão no art. 192 e são determinados por lei e não podem ser negociados.

Prazos básicos estão no código civil.

Temos 6 tipos de prazos:

Decenal – 10 anos – Art. 205: Sempre que não tiver um prazo específico
menor que esse determinado usa-se este de 10 anos.

Quinquenal – 5 anos – Art. 206, §5º:


I – 5 anos se não cobrar, morreu;
II – a cobrança de honorários, que também está estabelecido no art. 25 do
Estatuto da advocacia, Lei 8.906/94, etc.
III – Condenado a pagar custas e despesas processuais e honorários
advocatícios, a contar a partir de quanto tens o direito exercitado, a contar
da decisão judicial.
Quadrienal – 4 anos – Art. 206, §4º: serão estudados em outras disciplinas.
Trienal – 3 anos – Art. 206, §3º:
IV – A ação de cobrança.
V – Me acidentei, bateram no meu carro, terei 3 anos para propor a ação.
Após 3 nos prescreve o meu direito de ação.
Bienal – 2 anos – Art. 206, §2º: Tenho que pagar alimentos até dia
10/07/2020, essa dívida vai prescrever em 10/07/2022. A partir do dia
11/07/2022 prescreveu, não se pode mais cobrar.
Anual – 1 anos – Art. 206, §1º: Uma série de prazos a serem estudados em
outras disciplinas.

O juiz pode ou não reconhecer a prescrição de ofício ?


Ele pode e deve, mas as vezes passa batido, e cabe ao advogado mostrar
na defesa que prescreveu.

Art. 332, § 1º, CPC -


Art. 487, II, CPC -
Art. 487, § único, CPC -

Decadência – Art. 207 à 211 do CC


É a perda do direito em si, é o perecimento do direito em si.
Aqui eu tenho o direito de ação mas não tenho mais a ação específica.

As regras aplicadas na decadência são basicamente as mesmas aplicadas na


prescrição.

A diferença é:

Salvo disposição legal em contrário não se aplica à decadência as regras


que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição, ou seja, não terá
essas causas da contagem do prazo de decadência.

• Impedimento;
• Suspensão;
• Interrupção;

Disposições em contrário:
Art. 195, CC - determina que as pessoas jurídicas e os relativamente
incapazes, tem a ação contra os seus representantes ou assistentes quando
esses derem causas ou não alegarem oportunamente a prescrição.
Alegaremos isso do mesmo modo à decadência, trocando a palavra
prescrição por decadência, no art. 195.

Art. 198, I, CC – Também deve-se ler o art. 198 da mesma forma acima,
trocando a palavra prescrição por decadência.,

É possível renunciar a decadência ?


É impossível renunciar a decadência com relação ao prazo decadencial
estabelecido em lei. Pois o prazo decadencial diferentemente do
prescricional pode ser acordado entre as partes, mas sempre pra aumentar
o prazo de decadência, nunca para diminuir.
Ex.: Um prazo de garantia de bens duráveis, é de 90 dias. Mas o fabricante
pode vender o produto e dar 1 ano de garantia. Esse 1 ano é uma coisa
combinada entre as partes, ele é acordado, elastecido.
A regra que proíbe a renúncia ao prazo decadencial de lei está no art. 209,
CC.

Quem pode alegar decadência?


É a parte a quem a decadência beneficia.
Quando a decadência for determinada por lei, o juiz deve reconhecer da
decadência de ofício, conforme art. 210, porque o juiz conhece o direito, e
se está estabelecido na lei o juiz tem que conhecer.

Mas as vezes, ela é estabelecida entre as partes e ai o juiz não é obrigado a


saber disso, e isso tem que ser levado ao seu conhecimento, e essa regra
está no art. 211. A parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau
de jurisdição, mas tem que ser antes de transitar em julgado. Mas o juiz não
pode suprir a alegação, ele tem que reconhecer, mas claro ele só vai saber
que teve se for levado ao seu conhecimento, quando combinado entre as
partes.

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