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ATOS ILÍCITOS

Art. 186 – Art. 927

Toda ação de indenização tem base em atos ilícitos.


Atos ilícitos são os praticados em desconformidade com o ordenamento
jurídico, que violam a ordem jurídica e produzem efeitos contrários ao
Direito. Também comete ato ilícito aquele que pratica abuso de direito.
Esses atos violam o dever legal de não lesar ninguém e são fonte de
obrigações, já que geram para o agente o dever de ressarcir o prejuízo
causado.
A obrigação de indenizar decorre da violação de um direito e da
configuração do dano, que devem ocorrer concomitantemente. Assim
temos que, inexistindo prejuízo, nenhuma indenização será devida, ainda
que haja violação de um dever jurídico e configuração de dolo ou culpa.

Art. 186 – Aquele que, (uma pessoa que age, um agente), podendo ser a
própria pessoa, ou pessoa sob ordens(funcionário que sai com o carro da
empresa e bate o carro, onde o funcionário estava sob minhas ordens), ou
sob responsabilidade (meu filho de 15 anos pega o meu carro sai e atropela
uma pessoa, sendo eu o responsável) e pode ser ainda por conta do meu
patrimônio(deixo o carro no morro e esqueço de puxar o freio de mão meu
carro desce o morro e atropela 3 pessoas)
por ação (ação direta, bato em alguém, mas não tenho esse
direito, então uma ação minha acabou refletindo numa consequência)
ou
omissão voluntária, (não é a simples omissão, é a omissão
quando se tem a obrigação de fazer uma coisa e não o fez. Essa omissão
voluntária pode decorrer de uma lei (prestar socorro à vítima de acidente
transito) ou de um contrato, negócio jurídico( estacionamento de
supermercado))
negligência (é a falta de cuidado. Ex.: não tomei um cuidado que
deveria ter tomado e acabei provocando um ato ilícito)
ou
imprudência, (é o excesso de confiança. Ex.: Resolvo passar na
frente de uma escola no horário de saída das aulas a 120 km/h.)
violar direito (direito das pessoas que constam na C.F)
e causar dano a outrem, (o dano deve ser a outra pessoa)
ainda que exclusivamente moral (dano moral, CF 88)
comete ato ilícito.
Art. 927 – Quem comete o art. 186 está obrigado a indenizar.

Não confundir Abuso de Direito com Ato Ilícito puro e simples

Também comete ato ilícito aquele que pratica abuso de direito.


Abuso de direito: quando eu tenho um direito e passo da conta com esse
direito.

Art. 187 –
Ex.: Não devo nada a uma loja, e ela registou meu nome no serasa, isto é
ato ilícito, pois violou meu direito de nome limpo, e causou dano a mim.
(Não houve abuso de direito, é somente ato ilícito).
Ex.: Se eu pago a conta e a empresa deve tirar o meu nome do serasa no
prazo estabelecido em lei e não o faz. Houve abuso de direito, porque
havia um direito que foi exercido, mas que continuou sendo exercido
quando não podia mais, abusou-se desse direito. (Houve abuso de direito e
ato ilícito).

Art. 188 – Excludentes de atos ilícitos:

Mesmo quando uma situação se caracterize como ato ilícito, ela não seja
capaz de levar o seu praticante a ser incapaz de indenizar.

• Legítima defesa: tem que ser atual e proporcional, não pode uma
pessoa vir com canivete e você pega sua 38 e dá 6 tiros nele.
• Exercício regular de um direito reconhecido: Vou na cada de um
cliente cobrar, tenho o direito de cobrar. Não posso ir lá e ficar
chamando ele de velhaco no meio da rua, pois aí é abuso de direito.
• Destruição de coisa alheia ou lesão a pessoa para resolver perigo
iminente: Alguém está espancando uma criança na rua, e para
conseguir defendê-la e retirar essa criança desse risco de morte eu
acabo batendo nessa pessoa, machucando-a.

Ex.: Estou passando na rua e escuto uma criança chorando dentro do carro,
pego um tijolo e quebro o vidro do carro para salvar a criança. Era
necessário fazer isso para salvar a criança.

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