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Direito Civil II
Turma: MF-02
Seminário I (16/08/2021)
01) A Lei Complementar nº 167/2019 incluiu na Lei Complementar nº 123/2006 o artigo 65-A.
A inovação legislativa trouxe normas para regulamentar as startups.
Estabeleça as relações entre uma startup e os elementos que estruturam a Teoria Geral do Direito
Privado (sujeito, objeto e relações jurídicas).
Relacionado assim, o conceito da startup com o tripe da Teoria Geral do Direito Privado,
pode-se concluir que as empresas inovadoras possuem o objetivo de criar sistemas inovadores,
com o intuito de solucionar “sistemas, métodos ou modelos de negócio, de produção, de serviços
ou de produto”1. Sendo assim as startups possuem como objeto seus serviços ou produtos que
possuem uma proposta inovadora, possuem como sujeito a própria empresa, ou seja, a startup em
si e também os consumidores que utilizam os serviço ou produtos comercializados e por fim,
possuem como relação jurídica os eventuais contratos firmados para as prestações de serviços ou
na venda de seus produtos.
1
BRASIL. Lei Complementar n°167/2019. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar.
a) fato ajurígeno;
O fato ajurígeno é todo e qualquer ato que não possuirá efeitos jurídicos.
b) fato jurídico;
O fato jurídico é o fenômeno jurídico que independe da vontade humana para acontecer,
podendo eles serem tanto ordinários, que são marcados pelo decurso de tempo que no âmbito
jurídico se apresentam sob a forma de prazo, ou extraordinários, que possuem como
características a ausência de culpa e o caráter objetivo
c) ato jurídico;
O ato jurídico são os fatos jurídicos que possuem como característica a interferência
humana, gerando consequências jurídicas previamente estabelecidas em lei.
d) ato ilícito;
O ato ilícito é todo ato que vai contra os ordenamentos jurídicos, sendo este o ato causador
de danos patrimoniais, morais e físicos, ou seja, o ato gerador de prejuízos.
e) negócio jurídico.
O negócio jurídico é o ato que diz a respeito a uma sequência de atos negociais, fundando
se na “autonomia privada”, ou seja, na liberdade de regulação dos interesses particulares, dentro
dos limites, anteriormente estabelecidos, pelas normas jurídicas.
a) do nascimento;
Negócio jurídico
c) da maioridade civil;
Ato jurídico
c) da morte;
Negócio jurídico
a) Todo fato jurídico é um ato jurídico, mas nem todo ato jurídico é fato jurídico. FALSO
Todo ato jurídico é um fato jurídico, mas nem fato jurídico é um ato jurídico
b) Todo negócio jurídico é um ato jurídico, mas nem todo ato jurídico é negócio jurídico.
VERDADEIRO
05) (Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro – FGV – 2021) Henrique, motorista
cauteloso, conduzindo seu veículo automotor dentro do limite de velocidade e devidamente
habilitado, para evitar o atropelamento de João, que atravessava a rua fora da faixa de pedestres,
desvia de João e colide com Maria. Maria tem danos materiais e estéticos em razão do acidente.
(A) não praticou ato ilícito, considerando ter atuado em estado de necessidade e, portanto, não
deverá indenizar Maria;
(B) responde objetivamente pelos danos a que der causa, ressarcindo integralmente Maria dos
danos estéticos, morais e materiais;
(C) cometeu ato ilícito, causando dano material, moral e estético a Maria e, portanto, deve
regularmente indenizá-la em razão do princípio da reparação integral;
(D) não responde pelos danos a que der causa por ter praticado ato lícito na forma do exercício
regular do direito, estando habilitado e dentro do limite de velocidade permitido na via;
(E) não praticou ato ilícito, considerando ter atuado em estado de necessidade, mas, ainda
que não tenha cometido ato ilícito, assistirá direito a Maria de ser indenizada por Henrique.
Neste contexto, é correto afirmar que Henrique não praticou ato ilícito, considerando ter
atuado em estado de necessidade, mas, ainda que não tenha cometido ato ilícito, assistirá direito
a Maria de ser indenizada por Henrique, alternativa E. A alternativa está correta pois apesar de
ter causado danos a terceiros e assim ter infringido a lei, ou seja, ter cometido um ato ilícito,
segundo o art. 188 inciso II do Código Civil:
“Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de
remover perigo iminente”.2
Deste modo, como reza o artigo citado, o ato realizado por Henrique não é configurado
como ilícito, pois o mesmo somente causou danos a Maria a fim evitar um acidente maior, sendo
configurado como o estado de necessidade. Entretanto, ele ainda sim deve indenização a Maria,
pois como reza o art. 929 do Código Civil: Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do
inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do
prejuízo que sofreram.
06) (TJ-SP – Juiz Substituto – 177° – VUNESP – 2005) Relativamente ao estado de necessidade,
como excludente de ato ilícito, estabelece o art. 188, inciso II e parágrafo único, do Código Civil:
Não constituem atos ilícitos: II – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa,
a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo
somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites
do indispensável para a remoção do perigo.
(A) Se a pessoa lesada ou o dono da coisa não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á́
direito à indenização do prejuízo que sofreram, a despeito de o causador ter agido em estado
de necessidade e constituir este excludente do ato ilícito.
A alternativa (A) está correta pois, segundo o art. 929 do Código Civil:
Sendo assim, apesar do causador ter agido em estado de necessidade e assim o dano
causado não ser enquadrado como ilícito, segundo o artigo supracitado, o mesmo ainda tem o
dever de reparar o prejuízo causado.
2
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil.
(B) No caso de dano pessoal ou morte de pessoa, com absolvição criminal definitiva com
fundamento no estado de necessidade, ainda que a vítima ou o lesado não sejam culpados pelo
perigo, o causador da lesão ou da morte não responde civilmente porque, nesse caso, o fato não
constitui ato ilícito.
(C) No caso do estado de necessidade, porque o fato lesivo não constitui, por expressa disposição
de lei, ato ilícito, não se pode cogitar, em nenhuma hipótese, de indenização em favor de quem
quer que seja ou contra qualquer pessoa.
(D) O estado de necessidade pode ser alegado em qualquer fase e em qualquer grau de jurisdição,
mas sendo um direito personalíssimo daquele que atua no sentido da norma legal, isto é,
destruição de coisa alheia ou lesão a pessoa a fim de remover perigo iminente, não se transmite a
seus herdeiros no caso de falecimento.