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DIREITO CIVIL

Responsabilidade Civil
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RESPONSABILIDADE CIVIL

RESPONSABILIDADE CIVIL

 Obs.: está prevista nos arts. 927 a 954.

A responsabilidade jurídica é um gênero que comporta três modalidades:

• Responsabilidade penal: ilícito criminal – punido com as penas restritivas de liber-


dade, penas restritivas de direito etc.
• Responsabilidade civil: ilícito civil – punido com indenização ou reparação (R$). A
pessoa é condenada a pagar por eventual dano moral, material ou estético.
5m • Responsabilidade administrativa: ilícito administrativo – punição administrativa.

O art. 935 é importante, pois é por força deste artigo que existe a regra de que o que
acontece no mundo do crime, fica no mundo do crime, e o que acontece no mundo cível, fica
no mundo cível.

Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais
sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem
decididas no juízo criminal.

ATENÇÃO
Nem todo ilícito civil é também ilícito criminal.

Pode acontecer, contudo, de haver uma situação que seja, ao mesmo tempo, uma con-
duta que ocasiona um ilícito civil e um ilícito criminal. Por exemplo, uma agressão física. A
agressão física pode ser uma lesão corporal no mundo do crime e um ilícito civil, pois cons-
titui violação à integridade física de uma pessoa.
As esferas são diferentes. A punição de crime será uma e a punição no cível será outra.
Há juízos diferentes, demandas diferentes, situações diferentes e punições diferentes. O que
acontece no mundo penal não gera consequência no mundo cível, salvo se no processo cri-
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minal ficar comprovado que o fato não aconteceu ou que a pessoa apontada como sujeito
que praticou o ato não o praticou. Essa decisão gera consequência no mundo cível. No mais,
não há consequências. Uma pessoa que sofre um ilícito civil e criminal possui opções.
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Exemplo: Roberta sofreu uma agressão física que constitui lesão corporal no mundo
do crime e violação à integridade física no Direito Civil. Roberta irá contratar um advogado
para lidar com a situação criminal e irá ajuizar uma ação de indenização contra a pessoa que
cometeu a agressão – pedindo dano moral, dano material, dano estético etc.
Quando um ilícito criminal gera um dano civil, se a pessoa que sofreu o dano quiser espe-
rar resolver no mundo do crime, ela pode trazer a sentença penal condenatória para o mundo
cível. A sentença penal condenatória é, no mundo do crime, um título executivo judicial, admi-
tindo uma execução e cumprimento de sentença no cível. O art. 387, IV do Código de Pro-
cesso Penal, estabelece que o juízo criminal pode fixar, como efeito secundário da sentença
penal condenatória, o valor mínimo de indenização pelos danos verificados no processo
criminal. O valor integral será dado pelo juiz cível. Portanto, a sentença penal condenatória
transitada em julgada é título executivo judicial para o Código de Processo Civil, ensejando o
cumprimento de sentença no juízo cível.
É um exemplo de ilícito civil que não é criminal o adultério, que deixou de ser crime
porque o legislador revogou essa parte. Entretanto, ele continua sendo ilícito e pode gerar
dano material e moral.

• A esfera criminal e a esfera civil são independentes.

Há duas modalidades de responsabilidade civil:


• Responsabilidade civil contratual: decorre de relação de contrato e a pessoa, muito
possivelmente, não cumpriu o contrato. Há a incidência do inadimplemento contratual.
Ocorre a aplicabilidade dos arts. 389 a 420 do Código Civil.
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 Obs.: o STJ já possui o entendimento de que o prazo prescricional para discutir responsa-
bilidade civil contratual é de dez anos (art. 205, CC).

• Responsabilidade civil extracontratual: violação de mandamentos básicos da vida,


violação de um dever negativo de não prejudicar alguém.
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A responsabilidade extracontratual surge do fato de viver a vida. São exemplos: ao dirigir


um carro, colidir com outro carro; perder o controle de uma bicicleta e cair sobre um pedes-
tre; perfurar o solo e causar rachaduras na casa do vizinho; o cano do apartamento estourar
e alargar o apartamento debaixo, etc. Esses são casos de responsabilidade extracontratual.
20m
A responsabilidade civil extracontratual também é chamada de responsabilidade civil
aquiliana. Está prevista desde a Lex Aquilia, que trabalhava a questão de viver honesta-
mente, de não causar dano a outrem, de dar a cada um o que é efetivamente seu, etc.
O Código Civil prevê três pilares básicos para essa responsabilidade:
• art. 186;
• art. 187 – trata do abuso do direito; e
• art. 927.

Os arts. 186 e 187, que conceituam os ilícitos, desaguam no art. 927. Esses são os
pilares de sustentação da responsabilidade civil no Código Civil. O art. 186 conceitua o ato
ilícito puro.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

O ato ilícito puro é um ato ilícito no conteúdo e nas consequências.


Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifesta-
mente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
25m
Se a pessoa possui o direito, mas, ao exercê-lo, ela se excede, isso constitui abuso de
direito. O ato ilícito puro é todo ilícito, mas não o abuso do direito. O ato ilícito do abuso do
direito é lícito no conteúdo, mas ilícito nas consequências.
Não há responsabilidade civil apenas quando se pratica um ato ilícito. Por exemplo, ao
perfurar o solo para edificar sua casa, o sujeito está praticando um ato lícito. Entretanto, a
força da máquina causa uma rachadura na casa ao lado, ou seja, gera um dano.
O professor Pablo Stolze, em seus ensinamentos, costuma defender que não há res-
ponsabilidade civil sem dano – “a responsabilidade civil sem dano é um corpo sem cabeça”.
Assim, o foco é o dano.
Os art. 186 e 187 são os pilares da responsabilidade civil, pois conceituam o ato ilícito,
mas o art. 927 determina que:
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Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano impli-
car, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

O art. 186 trata da responsabilidade subjetiva (analisa-se a culpa) e o art. 187 trata da
responsabilidade objetiva (não se analisa a culpa).
30m
De acordo com o art. 927, a responsabilidade objetiva irá acontecer quando houver pre-
visão na lei ou quando a atividade desempenhada pela pessoa que violou o direito alheio for
atividade de risco – por exemplo, atividade financeira.

Penal: ilícito criminal: PRL – PRD... R$ Dano


Responsabilidade
Civil: ilícito civil: INDENIZAÇÃO/ REPARAÇÃO
Jurídica • Moral
ADM: ilícito adm: Punição adm

935
• Material
Esfera criminal e civil: INDEPENDENTES • Estético

10 anos prescreve = art. 205 cc


Contratual: contrato > inadimplemento contratual: arts. 389 - 420cc
Obrigações

Extracontratual: violação de mandamentos básicos da vida


# aquiliana violação de um dever negativo de não prejuicar alguém
Ex aquilia Subjetiva
186 Ato ilícito pura = Ilícito conteúdo + Conseq.
927 Lei / Atv risco
187 Objetiva
Ato ilícito pura = Lícito conteúdo + Ilícito Conseq.
Abuso direito

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Roberta Queiroz.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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