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Responsabilidade Civil

Professora Letícia Almeida


Responsabilidade Civil
Seção 1.1
1. Conceito de Responsabilidade Civil

A responsabilidade é a obrigação assumida em decorrência


de uma conduta (lícita ou ilícita) que gerou dano – arts. 186
e 927 do CC.
Havendo o descumprimento de um dever jurídico originário,
haverá o dever de repará-lo.

A responsabilidade decorre do descumprimento de uma


outra obrigação, qual seja, a obrigação originária (ex. de
pagar).
1. Conceito de Responsabilidade Civil

A responsabilidade é um dever secundário, que decorre da violação


de um dever anterior, um dever primário.

Quando alguém comete um ato ilícito está descumprindo o dever


geral de não lesar, razão pela qual será responsável pelo dano
causado.
Quando alguém deixa de cumprir uma prestação contratual,
igualmente está descumprindo um dever originário, por isso
responderá pelo inadimplemento.
2. Débito x Responsabilidade

A obrigação é o vínculo entre estabelecido entre duas pessoas: o credor e o


devedor.

1) Débito
Trata-se do fim imediato da obrigação, é o dever jurídico que o sujeito passivo
tem perante o credor, de cumprir-lhe uma prestação. Dever de adimplir, executar
a prestação;

2) Responsabilidade
É o fim remoto ou mediato da obrigação, a sujeição do patrimônio do devedor,
consequência no inadimplemento. Está relacionada à exigibilidade e a
possibilidade de utilização do patrimônio do devedor para garantir a satisfação
da obrigação.
2. Débito x Responsabilidade

Regra geral, as obrigações contam com os dois elemento, débito e


responsabilidade (obrigação civil, obrigação perfeita).
Entretanto, excepcionalmente, haverá:

Responsabilidade SEM débito: garantias prestadas por terceiros.


Exemplos: fiança
Desconsideração da personalidade jurídica

Débito SEM responsabilidade: obrigação imperfeita, juridicamente


inexigível.
Exemplos: dívida prescrita
Dívida de jogos não regulados.
3. Débito x Responsabilidade

 Obrigação Natural ou obrigação imperfeita

Apesar da inadimplência não gerar responsabilidade, existe débito. O


pagamento voluntário realizado não enseja repetição (art. 876, CC).

São características das obrigações naturais: a) inexigibilidade do


cumprimento; b) inexistência do dever de prestar; c) inadmissibilidade de
repetição em caso de pagamento voluntário.

Exemplos: art. 814, 815 e 882 do CC/02.


3. Débito x Responsabilidade

 Obrigação Natural ou obrigação imperfeita

Art. 814, CC. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas
não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha
por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.

Art. 815, CC. Não se pode exigir reembolso do que se emprestou para jogo ou
aposta, no ato de apostar ou jogar.

Art. 882, CC. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita,
ou cumprir obrigação judicialmente inexigível.
4. Ato Ilícito

Art. 186: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

A consequência da prática de ato ilícito é a obrigação de indenizar, de acordo


com os artigos 927 e seguintes do CC.
5. Abuso de direito

Art. 187: “Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê- lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela
boa-fé ou pelos bons costumes.”

É aquele ato praticado, em seu início, dentro do direito. No entanto, o sujeito


ABUSA de seu direito, dos limites impostos pelos fins econômicos e sociais, da
boa-fé e dos bons costumes.

Para que o abuso de direito esteja configurado, é importante que a conduta


praticada pela pessoa exceda um direito que possui. Assim, quando se fala do
artigo 187, não se analisa culpa, bastando que a conduta da pessoa exceda os
limites que tratam o artigo 187 do CC.
5. Abuso de direito

Exemplos de abuso de direito:

 Publicidade abusiva no Direito do Consumidor – Artigo 37, parágrafo


segundo do CDC.
 Abuso do direito da propriedade:
Exemplo: Artigo 1.228, parágrafo segundo: “São defesos os atos que não
trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados
pela intenção de prejudicar outrem”. (V 1.277, CC).
OBRIGAD
A!

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