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ESTATUTO

ASSOCIATI
VO
AULA 8 – DA
RESPONSABILIDADE
CIVIL
Estatuto Associativo
RESPONSABILIDADE CIVIL
Conceito de Obrigação - vínculo jurídico que confere ao credor o direito de exigir do devedor o
cumprimento de determinada prestação.
Fontes das Obrigações - a vontade humana (os contratos, as declarações unilaterais da
vontade e os atos ilícitos) e a vontade do Estado (a lei).
Obrigações Derivadas dos Atos Ilícitos - são as que se constituem por meio de ações ou
omissões culposas ou dolosas do agente, praticadas com infração a um dever de conduta e
das quais resulta dano para outrem.
Pressupostos da Responsabilidade Civil - um dano, a culpa do autor do dano e a relação de
causalidade entre o fato culposo e o mesmo dano.
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Responsabilidade Civil
Na História - não se cogitava do fator culpa - o dano provocava a
reação imediata, instintiva e brutal do ofendido – domínio da
vingança privada - o Estado assumiu assim, ele só, a função de
punir.
Culpa e Responsabilidade - art. 186 do Código Civil - entende por
comportamento culposo do agente causador do dano: “ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência” - a culpa não se
presume e deve ser apurada no exame de cada caso concreto.
Imputabilidade e Capacidade - o art. 186 do Código Civil define
imputabilidade na livre determinação de vontade - para que
alguém pratique um ato ilícito e seja obrigado a reparar o dano
causado, é necessário que tenha capacidade de discernimento.
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Responsabilidade Civil
A Responsabilidade dos Amentais - alteração introduzida pela Lei n.
13.146, de 6 de julho de 2015 “Estatuto da Pessoa com Deficiência”,
considerando o deficiente, o enfermo ou o excepcional pessoas
plenamente capazes - responderão pela indenização com os seus
próprios bens
A Responsabilidade dos Menores - a obrigação de indenizar cabe às
pessoas responsáveis pelo incapaz menor de 18 anos - este só será
responsabilizado se aquelas não dispuserem de meios suficientes para
o pagamento.
Responsabilidade Penal - o agente infringe uma norma de direito
público. O interesse lesado é o da sociedade.
Responsabilidade Civil - o interesse diretamente lesado é o privado. O
prejudicado poderá pleitear ou não a reparação.
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Responsabilidade Subjetiva - quando se esteia na ideia de culpa – a prova da culpa do agente
passa a ser pressuposto necessário do dano indenizável - o Código Civil brasileiro filiou-se à
teoria “subjetiva”.
Nota: os arts. 936, 937 e 938 (da responsabilidade do dono do animal, do dono do prédio em
ruína e do habitante da casa da qual caírem coisas) - os arts. 929 e 930, que preveem a
responsabilidade por ato lícito (estado de necessidade)
Responsabilidade Objetiva – chamada de teoria do risco, tem como postulado que todo dano
é indenizável, e deve ser reparado por quem a ele se liga por um nexo de causalidade,
independentemente de culpa - não se exige prova de culpa do agente para que seja obrigado
a reparar o dano.
Responsabilidade Contratual – quando a responsabilidade por reparar o dano deriva de um
contrato. (arts. 186 a 188 e 927 e ss do CCB)
Responsabilidade Civil – quando não há contrato entabulado. (arts. 395 e s. e 389 e ss do CCB)
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Em regra, os elementos caracterizadores da responsabilidade civil abrangem a conduta
humana, sendo positiva ou negativa, proveniente de uma ação ou omissão; o nexo de
causalidade e o dano, ao passo que o elemento da culpa é um fator acidental, não sendo
indispensável na responsabilização civil.
O dolo e a culpa são elementos distintos, o dolo encontra-se na ilicitude, no intuito contrariar,
por meio de suas ações, a norma jurídica, ao passo que na culpa há uma conduta lícita, na
qual incide o resultado, quando se tornam ilícitas dentro de um aspecto normativo-social.
O artigo 944 do Código Civil estipula que "a indenização mede-se pela extensão do dano", e
em seu parágrafo único diz que "se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa
e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização".
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Os dispositivos legais sobre as causas excludentes da responsabilidade civil buscam
excepcionar o dever de indenizar e reparar o dano.
o Código Civil explicita as hipóteses:
"Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício
regular de um direito reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão
a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o
tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a
remoção do perigo.“
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. Responsabilidade Extracontratual por Atos Ilícitos e Lícitos- Via de regra a obrigação de
indenizar assenta-se na prática de um fato ilícito - obrigação de indenizar pode nascer de
fatos permitidos por lei e não abrangidos pelo chamado risco social (estado de necessidade).
. Responsabilidade nas Relações de Consumo – “Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
do consumidor” (art. 5º, XXXII) - premissa básica de que o consumidor é a parte vulnerável
das relações de consumo.
a) Nota: tanto a responsabilidade pelo fato do produto ou serviço como a oriunda do vício do
produto ou serviço são de natureza objetiva, prescindindo do elemento culpa.
b) Excludentes - o fornecedor não será responsabilizado quando provar a culpa exclusiva do
consumidor ou de terceiro - que não colocou o produto no mercado ou que, embora haja
colocado o produto no mercado, o defeito inexiste (CDC, art. 12).
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. Pressupostos da Responsabilidade Civil - quatro são os elementos essenciais da
responsabilidade civil: 1 ação ou omissão, 2 culpa ou dolo do agente, 3 relação de
causalidade, e o 4 dano experimentado pela vítima.
– Ação ou omissão – qualquer pessoa que, por ação ou omissão, venha a causar dano a
outrem - a responsabilidade pode derivar de ato próprio, de ato de terceiro que esteja sob a
guarda do agente, e ainda de danos causados por coisas e animais que lhe pertençam.
a) Nota: tanto a responsabilidade pelo fato do produto ou serviço como a oriunda do vício do
produto ou serviço são de natureza objetiva, prescindindo do elemento culpa.
b) Excludentes - o fornecedor não será responsabilizado quando provar a culpa exclusiva do
consumidor ou de terceiro - que não colocou o produto no mercado ou que, embora haja
colocado o produto no mercado, o defeito inexiste (CDC, art. 12).
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. Elementos Essenciais da Responsabilidade Civil
1. Ação ou omissão: infração a um dever - o elemento objetivo da culpa é o dever violado - o dever
jurídico consiste na obediência ao avençado (culpa contratual) - consiste no cumprimento da lei ou
do regulamento (culpa extracontratual).
Nota: a ação ou omissão do agente, que dá origem à indenização, geralmente decorre da infração a
um dever, que pode ser legal, contratual e social.
2. Ato praticado contra a honra da mulher - a ofensa à honra da mulher reparava-se, no sistema do
Código Civil de 1916, em regra, pelo casamento – se a mulher preferisse não se casar poderia exigir
do ofensor a reparação civil, bem como a sua punição, em alguns casos, na esfera criminal.
O CC 1916 - “Art. 1.548. A mulher agravada em sua honra tem direito a exigir do ofensor, se este
não puder ou não quiser reparar o mal pelo casamento, um dote correspondente à sua própria
condição e estado:
I – se, virgem e menor, for deflorada; II – se, mulher honesta, for violentada, ou aterrada por
ameaças; III – se for seduzida com promessas de casamento; IV – se for raptada”.
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2. Ato praticado contra a honra da mulher
. O Código Penal - alterações foram efetivadas no capítulo dos “crimes contra a honra da
mulher” (2005), abolindo a expressão “mulher honesta”.
. O Código Civil de 2002 - não contém dispositivo similar ao art. 1.548 do diploma de 1916 -
há, agora, a necessidade de prova do prejuízo e da ilicitude do ato, com base na regra geral.
3. Calúnia, difamação e injúria – . Art. 953 do Código Civil - “A indenização por injúria,
difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendido.
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar,
equitativamente, o valor da indenização, de conformidade com as circunstâncias do caso”.
. Código Penal – Calúnia (art. 138) quando se imputa falsamente a alguém fato definido como
crime - Difamação (art. 139) consiste na imputação a alguém de fato ofensivo à sua reputação
- Injúria (art. 140) quando se ofende a dignidade e o decoro de alguém.
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4. Demanda de pagamento de dívida não vencida ou já paga - O devedor não pode ser
obrigado a pagar a dívida antes do vencimento, exceto nas hipóteses em que a lei o permite -
cobrança antes do vencimento constitui ato ilícito - a cobrança de dívida já paga, ou de
importância maior do que a devida, é punida com maior rigor.
Nota - O art. 940 determina que, cobrança de dívida já paga, deverá devolver ao devedor o
dobro do que dele cobrou – e quando houver pedido mais do que lhe era devido, deverá
devolver o equivalente ao que dele exigir, “salvo se houver prescrição”.

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