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RESPONSABILIDADE

INTERNACIONAL
 1. CONCEITO

 2. FUNDAMENTO

 3. ELEMENTOS ESSENCIAIS

 4. PROTEÇÃO DIPLOMÁTICA

 5. CONSEQUÊNCIAS DA
RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL
CONCEITO
 Responsabilidade internacional é um sistema
para o ressarcimento do prejuízo causado por um
sujeito do DI a outro sujeito do DI por ação ou
omissão contra o DI.

A responsabilidade internacional do Estado é “o


instituto jurídico em virtude do qual o Estado a
que é imputado um ato ilícito segundo o direito
internacional deve uma reparação ao Estado
contra o qual este ato foi cometido”. (Celso
Albuquerque Mello)

O Estado responsável pela prática de um ato


ilícito, segundo o direito internacional, deve ao
Estado a que tal ato tenha causado dano uma
reparação adequada. (Rezek)
FUNDAMENTO

 Para afirmar a responsabilidade do Estado ou da


organização internacional por um ato ilícito, não
se investiga a culpa subjetiva.

 Basta que tenha havido afronta a uma norma


de DI, e que tenha decorrido resultado
danoso para outro Estado ou Organização.
Ex. p. 322

 Não se admite também em DI uma


responsabilidade objetiva, independente da
verificação de qualquer procedimento faltoso,
exceto em casos especiais e tópicos, disciplinados
por convenções recentes –
ELEMENTOS ESSENCIAIS

 1. O ato ilícito – uma conduta ilícita é


que gera a responsabilidade de um sujeito
de direito internacional público e não se
pode argüir que o ato praticado tem sua
licitude na ordem jurídica interna uma
vez que a afronta a uma norma de direito
das gentes, seja a um princípio geral, uma
regra costumeira, um dispositivo de um
tratado em vigor, dentre outras espécies é
o que se considera.
•2. A imputabilidade – É o nexo que liga o
ilícito a quem é o responsável por ele. O
autor do ilícito nem sempre é diretamente
responsável por este perante a ordem
internacional; desse modo o Estado é
responsável pelo ato praticado por seus
funcionários. A imputabilidade não se
confunde com a autoria do ato ilícito; os
atos são imputáveis porque estão
vinculados à soberania e ocorreram em seu
nome.
•3. O dano – O dano é elemento
essencial da responsabilidade; na
verdade, sem dano não há
responsabilidade.

•O dano, entretanto, não será


necessariamente material, não terá em
todos os casos uma expressão
econômica. Há danos imateriais,
suscetíveis de reparação destituída de
valor econômico. p. 326
Diz-se indireta a responsabilidade quando
o Estado soberano responde pelo ilícito
provocado por dependência sua, o que
ocorreria, por exemplo, nos territórios sob
tutela ou protetorados.

Diz-se direta a responsabilidade do Estado


pela ação de seus órgãos de qualquer
natureza ou nível hierárquico, não se
excluindo a possibilidade de imputar ao
Estado ilícito resultante do exercício de
competências legislativas ou judiciárias.
PROTEÇÃO DIPLOMÁTICA p. 327 Rezek

 Não se trata aqui da matéria já vista de


privilégios ou imunidades diplomáticas da
Convenção de Viena de 1961, mas outro é o objeto
e acontece desde 1868.

 Seu objeto é o particular – indivíduo ou


empresa -, que no exterior, seja vítima de
um procedimento estatal arbitrário, e em
decorrência da desigualdade de condições –
Estado x particular ou empresa -, pede a seu
Estado de origem que lhe tome as dores,
fazendo da reclamação uma autêntica
demanda entre personalidades de direito
internacional público – Estados e
Organizações Internacionais.
O ENDOSSO – É a outorga da proteção diplomática
de um Estado a um particular, quando o particular
transmite ao Estado uma reclamação, e este
passa a tratar da matéria junto ao Estado autor
do ilícito.

O resultado não será necessariamente uma decisão


judiciária ou arbitral,mas poderá ser uma composição
por entendimento direto, ou ainda por outro meio
diplomático ou político de solução de controvérsias
entre Estados

Ao particular – indivíduo ou empresa – é facultado


pedir a proteção diplomática de seu Estado patrial,
mas não tem ele o direito de obtê-la. O Estado
pode conceder ou recusar o endosso
DOIS PRESSUPOSTOS PARA A POSSÍVEL
CONCESSÃO DIPLOMÁTICA

1.A NACIONALIDADE DO PARTICULAR – O


particular, inicialmente deve ser nacional do Estado e
quanto a pessoa jurídica, deve ser subordinada à
ordem jurídica do Estado para definição do direito.
Em caso de dupla ou múltipla nacionalidade, qualquer
Estado pode assumir a proteção, mas neste caso o
conflito não pode ser contra um dos outros Estados
patriais.

Para que o endosso seja válido, é preciso que o


particular tenha vínculo patrial contínuo, sem quebra
de continuidade e que ele seja patrial no momento em
que o dano ocorreu
2. O ESGOTAMENTO DOS RECURSOS
INTERNOS - Antes de outorgar o endosso, o
Estado verificará se seu nacional esgotou
previamente os recursos administrativos ou
judiciários que lhe eram acessíveis no território
do Estado reclamado.

EFEITO JURÍDICO DO ENDOSSO - Ao


outorgar o Endosso o Estado assume toda a
responsabilidade pela demanda e pelo resultado.

Não existe em direito internacional uma regra que


obrigue o Estado a transferir ao particular a
indenização obtida, mesmo após deduzidas as
despesas da demanda, mas esse tema está
apoiado em princípios éticos e em ou em normas
internas do Estado
CONSEQÜÊNCIAS DA RESPONSABILIDADE
INTERNACIONAL

 1. A reparação devida – Reparação deve


corresponder ao dano causado. Essa reparação é de
natureza compensatória, e como já dito, o
contencioso internacional é ainda hoje de
compensação e não punitivo, e a forma de
reparação não é estritamente pecuniária ou
indenizatória.

 2. Formas e extensão da reparação devida - A


forma da reparação há de corresponder à do dano.
Tendo sido estritamente moral – injúria ao
pavilhão nacional do Estado vítima,ou à pessoa de seu
governante, a reparação será o desagravo público,
o pedido formal de desculpas, a punição das
pessoas responsáveis.
Se o dano teve expressão econômica, a
reparação há de se dar em dinheiro, e
deve compreender além do monte
básico, o correspondente a juros
moratórios e ainda os lucros cessantes.

Outra forma possível de reparar-se o dano,


conforme sua natureza, é a restauração do
statu quo ante, a recolocação das coisas no
estado em que se encontravam antes do ato
ilícito

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