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Pode-se dizer que responsabilidade é o compromisso de dar, fazer ou não fazer alguma
coisa, indenizar ou reparar danos. Cabe sempre o fato de responder por alguma coisa.
A responsabilidade subjetiva está inserida no Código Civil de 2002 em seu artigo 186
com a seguinte redação:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
A responsabilidade objetiva tem como base a teoria do risco, pois em seu fundamento é
uma responsabilidade sem culpa, qualificada quando há uma ação ou omissão
decorrente de ato ilícito, independentemente de culpa, sendo então objetiva, baseada no
risco e proporcionando a vítima, por conta da dificuldade de comprovar a culpa, o meio
de restituir os danos sofridos.
Art. 927.
1.2 DANO
Neste sentido, Mello (2014, p. 1050) entende que “para ser indenizável cumpre que o
dano, ademais de incidente sobre um direito, seja certo, vale dizer, não apenas eventual,
possível. Tanto poderá ser atual como futuro, desde que certo, real.”
Dano moral, também conhecido como dano extrapatrimonial, tem como conceito uma
lesão de direito sem característica pecuniária, um dano sem natureza patrimonial.
Segundo Sergio Cavalieri Filho (2012), o dano moral é todo dano não material, pois não
possui caráter patrimonial. O dano moral alcança a pessoa ofendida, não um bem de
natureza monetária. A lesão fere a sua personalidade, seja ela a dignidade, a liberdade, a
imagem, a intimidade, a honra, etc., ocasionando a vítima um sentimento de fraqueza,
dor e humilhação. É notório saber que o dano moral não se restringe apenas a dor,
angústia e sofrimento, sendo estendido a todos os bens personalíssimos.
O art. 402 do Código Civil conceitua o dano emergente como “Salvo as exceções
expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do
que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.”
Dano emergente é a restituição de tudo aquilo que se perdeu, para que a vítima volte a
estar na mesma situação em que se encontrava antes do prejuízo. O exemplo mais citado
pela doutrina é o acidente de trânsito, quando há perda total do veículo, o dano
emergente é o valor total do veículo antes do acidente, se for uma perda parcial o dano
emergente é o valor da reparação.
A segunda espécie de dano material é denominada de lucro cessante que segundo Sergio
Cavalieri Filho (2012), é o resultado futuro de um fato que já ocorreu.
A teoria da perda de uma chance não é prevista no Código Civil, ficando a sua aplicação
a cargo da doutrina e jurisprudência, mesmo não sendo ainda uma questão pacífica no
ordenamento jurídico. Embora não seja entendimento uniforme, os tribunais têm
aplicado esta teoria com base nos artigos do código civil que tratam de reparação de
qualquer prejuízo injusto causado à vítima.
1.3 NEXO
Segundo Maria Helena Diniz (2015), a relação entre o dano e a conduta denomina-se
nexo causal, de modo que a conduta lesiva deve ser derivada da ação, diretamente ou
como provável consequência.
Quando se fala em omissão, significa que mesmo não participando diretamente do dano,
o indivíduo pode ser responsabilizado pela sua conduta de não agir para impedir tal fato,
porque quando a ação é ao menos esperada e o individuo nada faz para impedir o
resultado, ele se torna omisso, sendo assim responsabilizado. O nexo de causalidade é
previsto no art. 186 do Código Civil, onde o verbo ‘’causar’’ constitui o elemento
indispensável para esta definição.
Existem casos no qual a conduta do agente não caracteriza o dano, sendo ele
irresponsável pelo resultado. Como por exemplo, uma pessoa querendo cometer
suicídio se atira em frente a um caminhão. A conduta do motorista do caminhão não
interferiu no resultado, pois não foi ele quem provocou, mesmo atropelando, não pode
haver responsabilização, porque não era de sua vontade aquele resultado. O dano tem
que estar ligado à conduta do agente, não havendo dano, não há o que indenizar.
b) Por culpa concorrente: quando há culpa da vítima e do agente, agindo ambos com
negligência, imprudência ou imperícia. Neste caso o dano ocorreu tanto pela conduta
culposa do agente e a da vítima, sendo atenuada a responsabilidade e o ressarcimento
proporcional à contribuição para o resultado, restando ao agente causador a condenação
pela metade do prejuízo causado. Esta modalidade está prevista no art. 945 do Código
Civil.
c) Culpa de terceiro: exclui-se o nexo causal quando pessoa diversa da vítima e do
possível causador do dano pratica a conduta, sendo a responsável pelo fato danoso. O
prejuízo causado pelo terceiro será de única e exclusiva responsabilidade dele, assim
como também a reparação do prejuízo. A culpa de terceiro deve ser comprovada pelo
suposto causador do dano, relacionando a conduta do terceiro e a atividade danosa.
REFERÊNCIAS