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Curso de Direito Artigo Original

INDENIZAÇÃO E ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA


COMPENSATION AND UNJUST ENRICHMENT

Raniere Gonçalves Santos1, Fernanda Mendes da Silva Alves 2


1 Aluno do Curso de Direito
2 Professora Especialista do Curso de Direito

Resumo
Os danos morais são aqueles danos não patrimoniais, que incidem sobre a personalidade da pessoa, que por ato ilícito de um terceiro
causa um constrangimento ilegal. Quando ocorre esse dano, gera o dever de indenizar de acordo com a responsabilidade civil. As
indenizações arbitradas à título de danos morais levam em conta o “enriquecimento sem causa”, por isso são sempre em valores
baixos, o que leva a impunidade do lesador e a não compensação justa do lesado. A existência de diferenças modalidades de danos
morais e causas em que não se aplica o dano. O dano em si, é causa de enriquecimento, já que provem de uma sentença de um
magistrado.
Palavras-chave: Danos morais; Indenização; Enriquecimento sem causa; Responsabilidade Civil; Sentença.

Abstract
Moral damages are thosepersonalinjuries,whichfocusonthepersonalityofthepersonthatwrongfulactof a thirdparty causes
anillegalconstraint. Whenthisdamageoccurs, generatesthedutytoindemnifyundertheliability. Indemnitiesrefereedto for moral
damagestakeintoaccountthe "unjustenrichment", sothey are alwaysatlowvalues, which leads toimpunity lesador
andnotjustcompensationoftheinjured. Differencesmodalitiesof moral damagesand causes that do notapplythedamage. The
damageitselfis cause enrichment, alreadyproving a judgmentof a magistrate.
Keywords: Moral damages; Indemnification; Unjustenrichment; Liability; Sentence.
Contato: raniere90@gmail.com

Introdução Chegando-se a um denominador que se


acredita ser o valor ideal para indenizar e punir,
O presente trabalho busca abordar o tema levada em consideração a impossibilidade de
das indenizações por danos morais que são pre- mensurar um dano moral, porém pautada na in-
sas ao argumento “enriquecimento sem causa”, tensidade do dano e no poder econômico do agen-
tornando-as ineficazes quanto ao seu papel de te, aquele valor deverá ser arbitrado mesmo que
reparação do dano e inócuas quanto o dever de cause o enriquecimento da “vítima”.
punir os agentes causadores deste dano.
Se assim não o for, a indenização não cum-
Dano moral, como já amplamente conheci- prirá o seu papel de punir e reparar. Por mais alto
do no meio jurídico, sendo um dano extrapatrimo- que seja o valor da indenização, não caracteriza o
nial que atinge a personalidade do indivíduo, que enriquecimento sem causa, pois há uma causa
lhe constrange à situação que ultrapassa o mero bem clara aqui, que é o próprio dano.
aborrecimento.
Os baixos valores atribuídos, a título de in-
Ao causador deste dano, é imputado o de- denizações por danos morais, nas sentenças judi-
ver de indenizar, de acordo com a responsabilida- ciais são compatíveis com o argumento do enri-
de civil, ou seja, desde que haja um ato ilícito ou
quecimento sem causa? Isso é um dos passos
não, que venha a causar dano a outrem, e que que iremos analisar no referido trabalho, pois o
haja conexão entre o ato e o dano. dano sofrido é imensurável.
Imputada a responsabilidade ao causador A moral de uma pessoa é o bem mais preci-
do dano, este deverá indenizar a vítima, com uma oso que ela possui e, o dano causado a essa mo-
quantia que venha a reparar o dano e punir o ral, não pode ser considerado como “sem causa”
agente, levando em consideração o caráter pre- para se enriquecer, e sim, talvez, o maior motivo
ventivo das indenizações, ou seja, para coibir a de todos para determinar a obrigação decorrente
reincidência dos atos causadores do dano. da reparação civil prevista no artigo 186 do Código
Para que as indenizações atinjam o seu ob- Civil.
jetivo de reparar e de punir, não devem ter valor As indenizações por danos morais arbitra-
irrisório, valor este que deve se levar em conside- das pelos juízes são sempre calçadas pelo argu-
ração o poder econômico do agente e a gravidade mento do enriquecimento sem causa, atribuindo
do dano. assim, um valor muito pequeno às reparações
pleiteadas. O uso do argumento mencionado é
usado não apenas para impedir o enriquecimento ações lesivas ao Homem como pessoa, indivíduo
ilícito, mas também para conter a crescente indús- e cidadão.
tria do dano moral, por meio das indenizações.
No Direito Civil brasileiro há o dever de não
O exagero no valor da indenização dever- lesar, e sempre que um comportamento contrário
se-á ser discutido em tese de recurso, porém nun- causar prejuízo a alguém, seja material ou moral,
ca pautado no argumento do “enriquecimento ilíci- surge então o dever de indenizar, conforme previ-
to”, pois este significa que um indivíduo receba são do artigo 186 do Código Civil.
determinada quantia patrimonial sem que para
No âmbito social, o indivíduo adquire diver-
este tenha feito uma contra prestação. No entanto,
sos tipos de bens tutelados pelo ordenamento
o motivo para enriquecimento em uma por danos
jurídico. Dentre estes bens, a moral prevista no
morais, é o dano moral, não se falando em enri-
artigo 5º, incisos V e X da Constituição Federal de
quecimento sem causa.
1988, temos a personalidade humana, tão precio-
Esse dever de indenizar parte da responsa- sa, quiçá mais ainda que o bem patrimonial.
bilidade civil, pois o individuo deve assumir todas
É direito de qualquer indivíduo se ver livre
as consequências de seus atos, então ao causar
de ataques a qualquer de seus bens, não sendo
danos a outro é obrigatório que haja a reparação
um mais ou menos importante que o outro, obri-
do mesmo, independente do tipo de dano causa-
gando aquele que causar esses ataques, a indeni-
do.
zar a vítima, de acordo com o ordenamento jurídi-
Por fim veremos que a valoração dos danos co, artigo 927 do Código Civil.
sofridos é inestimável, de forma que é impossível
Desta forma, qualquer ato ilícito que reflita
mensurar o valor do mesmo. Com isso não se faz
danosamente sobre o patrimônio da vítima, seja
jus dizer que há um enriquecimento sem causa
de valor econômico ou moral, gera o dever de
com a indenização por danos morais, pois a prin-
indenizar.
cipal causa da indenização é a reparação do dano
moral sofrido. Ato ilícito é a ação ou omissão voluntária, ne-
gligência ou imprudência de alguém, que ofen-
de direito, ou causa prejuízo a outrem.
Três são os elementos que configuram o ato ilí-
CAPÍTULO I cito:
1º) é preciso que o fato lesivo seja voluntário,
DANO MORAL ou imputável ao agente por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência;
2º) a existência de dano, que deve ser patrimo-
1.1 CONCEITO DE DANO MORAL nial. O dano moral só é ressarcível quando
produza reflexos de natureza econômica;
Ao longo da história da humanidade, o Ho-
mem criou varias regras para a convivência social, 3º) relação de causalidade entre o dano e o
evoluindo o Direito, passo a passo, até vir a ser comportamento do agente, que conhecemos
pelo nome de nexo de causalidade (ALVES,
como o conhecemos hoje (DUARTE, Diego Hum- Eduardo Silva. Dos atos ilícitos).
belino. História do Direito.).
As condições para se ter um ato ilícito, são
Dentre essas regras, foram criados institu- objetivas ou subjetivas. A condição objetiva é a
tos que visam proteger e resguardar patrimônios ação ou omissão do agente que tenha uma liga-
extras patrimoniais, ou seja, de cunho moral e ção direta com o resultado, qual seja, a violação
inerente à personalidade humana (SILVA, Nepo- do direito alheio. A condição subjetiva é quanto ao
muceno. Dano Moral: Conceito, Evolução Históri- dolo, à intenção de prejudicar o outro. Ou quanto a
ca, Demasias e Conflitos). culpa, seja por imprudência, negligencia ou impe-
Isso demonstra a preocupação da humani- rícia.
dade em inibir atos que venham a denegrir a per- A consequência jurídica do ato ilícito é obri-
sonalidade do indivíduo, sua honra e sua imagem. gar o seu autor a reparar o dano causado. Concre-
Não é de hoje que a humanidade já perce- tizando isso, é que o nosso Código Civil dispõe em
beu que o maior bem do Homem é sua moral, seu artigo186, “Aquele que, por ação ou omissão
tranquilidade e harmonia social, sendo muito mais voluntária, negligência ou imprudência, violar direi-
importante que qualquer bem material (SILVA, to, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a
Nepomuceno. Dano Moral: Conceito, Evolução reparar o dano”.
Histórica, Demasias e Conflitos). Diferentemente dos danos materiais que
Assim, após anos de evolução do Direito, são de ordem econômica, os morais são de ordem
foram criadas a leis que defendem o indivíduo não econômica, pois colocam o indivíduo em situ-
desses danos, com o intuito de proteger e punir as ação constrangedora ou vexatória, que causa
algum distúrbio ou alguma mancha à sua persona-
lidade e ao bom nome. “Assim, há dano moral EUA. Disponível
quando a vítima suporta, por exemplo, a desonra e em: .http://noticias.r7.com/internaional/noticias/mul
a dor provocada por atitudes injuriosas de terceiro, her-abusada-durante-18-anos-ganha-indenizcao-
configurando lesões nas esferas interna e valorati- milionaria-20100701.html. Acesso em 20 de agos-
va do ser como entidade individualizada” (THEO- to de 2014.
DORO JUNIOR, Humberto. Dano Moral. p.2).
O dano moral, portanto, é o fruto de uma
Em sua brilhante decisão, o ilustre Desem- ação ou omissão ilícita que gere um constrangi-
bargador Gerson Santana Cintra, do Tribunal de mento que ultrapasse o limite do mero dissabor,
Justiça do Estado de Goiás, orientou o voto que atingindo a personalidade e o direito íntimo do
resultou na seguinte ementa: individuo.
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. INÉP-
CIA DA INICIAL. INOCORRÊN- 1.2 CARACTERIZAÇÃO
CIA.DEVOLUÇÃO DE DOCUMENTO E CHA-
VE DO VEÍCULO. AUSÊNCIA DE SUCUM-
BÊNCIA RECÍPROCA. ...3. Simples aborreci-
mento ou mero dissabor, que em nada altera o O dano moral caracteriza-se quando um ato
aspecto psicológico-emocional da suposta víti- ilícito, causa a um terceiro um constrangimento
ma, ainda que cause inoportunas sensações ilegal, ultrapassando o mero aborrecimento, ge-
negativas, não pode ser elevado ao patamar de
dano moral, o qual somente se caracteriza pela rando turbações no ânimo, desmoralizando o le-
agressão que extrapola a naturalidade dos fa- sado, provocando injúria ou “sujando” o nome da
tos da vida...(GOIÁS, Tribunal de Justiça. Ape- vítima.
lação Cível nº200691177040, acessado em
20/08/14) Comprovado o repasse dos lotes urbanos co-
mo compensação da invasão das terras pelo
Assim, não há em que se falar em danos loteamento implementado, e a transferência
morais quando a vítima experimenta apenas um daqueles a terceiros via de negócio presumi-
damente inválido, tem-se a nulidade da relação
mero dissabor, ou seja, o dano moral deve atingir originária dos títulos dominiais, porque não
a personalidade do indivíduo, não bastando uma ocorre transferência da propriedade pela tradi-
simples situação importuna que lhe cause um mal ção quando houver por título negócio jurídico
estar. nulo (arts. 166, CC/02 e 145, CC16) ou anulá-
vel, podendo ambos levar ao desfazimento do
É comum várias pessoas levarem mais em ato (arts. 171, CC/02 e 147, CC/16). V - Para
consideração o bem material. Há também quem configurar a responsabilidade civil indispensá-
vel a demonstração dos elementos essenciais,
venda sua moral em troca desse bem material ato ilícito doloso ou culposo, dano e o nexo de
(PILAGALLO, Oscar. O Capitalismo é amoral: Ain- causalidade. Caracterizados os requisitos exi-
da bem.). Isso contribui em parte, para que a soci- gidos pela lei impõe-se a indenização moral
edade venha a pensar que a personalidade do vindicada. VI - Para a valoração do dano moral,
na ausência de critérios definidos em lei, com-
indivíduo não seja assim tão importante, banali- pete ao julgador observar as melhores regras
zando a moral do Homem. ditadas para a fixação, atento às finalidades
compensatória, punitiva ou pedagógica e aos
Esse fato é fruto do capitalismo, pois é princípios gerais da prudência, bom senso,
sempre posto o capital como o bem mais precioso proporcionalidade, razoabilidade e adequação,
e, o importante é ter dinheiro a todo custo, mesmo tendo em conta as circunstâncias que envolve-
ram o fato, as condições pessoais, econômicas
que custe sua honra (PILAGALLO, Oscar. O Capi- e financeiras do ofendido, assim como o grau
talismo é amoral: Ainda bem.). da ofensa moral, a repercussão da restrição e a
preocupação de não se permitir que a repara-
Esse padrão de pensamento, que parece ção transforme-se em fonte de renda indevida,
impregnar as cabeças dos brasileiros em geral, além de que não seja tão irrisória a passar
tem se espalhado não só pelas pessoas de pouco despercebida pela parte ofensora, consistindo
no necessário efeito pedagógico de evitar futu-
conhecimento científico, mas também pelas pes- ros e análogos fatos. VII - Apelos conhecidos e
soas que têm acesso à informação e ao conheci- improvidos. Sentença mantida (GOIÁS. Tribu-
mento, formadas em diversos cursos, assim como nal de Justiça. Apelação Cível nº
médicos, advogados e até juízes, por exemplo 200791767205, 4ª Câmara Cível, Relator Des.
Beatriz Figueiredo Franco, DJ 629, de
(HELENA. Deputados gastam 300 mil em missões
28/07/2010. Disponível em:
turísticas. Disponível em: http://www.tjgo.jus.br/index.php?sec=consultas
http://www.osamigosdopresidentelula.blogspot.co &item=decisoes&subitem=jurisprudencia&acao
m. Acesso em 20 de agosto de 2014. =consultar. Acesso em 20 de agosto de 2014.

No entanto, em países cujo desenvolvimen- Assim, quando ações ilícitas geram um


to é mais avançado, esse entendimento tem se transtorno de ordem patrimonial, mas com isso
demonstrado diferente, como nos Estados Unidos gere também um grande transtorno psicológico,
onde vemos pessoas recebendo verdadeiras for- tendo em vista a segurança jurídica e a aflição do
tunas por danos morais (R7. Mulher abusada du- agente em ver seus direitos totalmente desrespei-
rante 18 anos ganha indenização milionária nos tados, tem-se também o dano moral.
Mesmo as pessoas leigas aos assuntos do des violentas com um cidadão no exercício de seu
Direito sabem ou têm uma vaga noção do que trabalho:
quer dizer o dano moral. Mesmo sem saber exa- ...Não há que se falar em estrito cumprimento
tamente o que é ou como funciona, o dano moral é do dever legal na conduta de policiais militares
o instituto mais comum no ordenamento jurídico, e que, violando o princípio da proporcionalidade,
que tem maior conhecimento dentre as pessoas cometem excesso no uso da força, extrapolan-
do os limites necessários para conter a situa-
leigas (NACIONAL, Jornal.O Senador Fernando ção de violência criada. III - Havendo o abuso
Bezerra diz que vai processar a União por danos no exercício do uso da força para conter os
morais. Disponível em: ânimos de pessoa embriagada, simplesmente
HTTP://jornalnacional.globo.com/telejornais/JN/0,, para apartar uma briga de família, utilizando os
policiais militares de tortura e espancamento
MUL551674- quando a situação já encontrava-se controlada,
10406,00SENADOR+FERNANDO+BEZERRA+DI emerge o dever de indenizar, máxime pela de-
Z+QUE+VAI+PROCESSAR+A+UNIAO+POR+DA corrência das graves escoriações sofridas pelo
NOS+MORAIS.html. Acesso em 20 de agosto de cidadão. IV - Torna-se, pois, despicienda a
comprovação efetiva do dano moral, posto ser
2014. considerado in reipsa, isto é, presumido, por
decorrer do próprio fato. V - O valor do dano
Um bom exemplo de dano moral é quando
moral deve ser arbitrado com moderação, nor-
um indivíduo tem seu nome incluído nos órgãos de teando o julgador pelos critérios da gravidade e
proteção ao crédito por uma dívida que já pagou. repercussão da ofensa, da posição social do
Exemplo: você faz um contrato de financiamento ofendido e da situação econômica do ofensor,
levando-se em conta as circunstâncias do ca-
de um carro, paga suas parcelas devidamente e,
so, não merecendo qualquer reparo pelo Tribu-
quando vai fazer uma nova compra que necessite nal quando fixado de forma razoável, capaz de
da consulta de seu nome, é impedido por motivo inibir futuras práticas pelo agente financeiro,
de seu nome estar no rol dos devedores. Neste contudo sem enriquecer ilicitamente o autor. VI
- Danos morais mantidos em R$ 15.000,00
momento, você passa por uma situação vexatória, (quinze mil reais). Apelação conhecida, mas
além de ser impedido de obter aquele certo bem, desprovida (GOIÁS. Tribunal de Justiça. Apela-
por culpa de um ato ilícito da empresa vendedora ção Cível nº 200794090281 (409028-
de veículos. 98.2007.8.09.0051), 6ª Câmara Cível, DJ 692,
de 05/11/2010. Disponível em:
Neste sentido, o Desembargador Gilberto http://www.tjgo.jus.br/index.php?sec=consultas
Marques Filho proferiu decisão em que uma em- &item=decisoes&subitem=jusrisprudencia&aca
o=consultar Acesso em 20 de agosto de 2014.
presa de telefonia insere o nome do Autor da ação
nos órgãos de proteção ao crédito, por uma co- Neste ínterim, vimos que danos morais ad-
brança indevida. Vejamos: vindos de agressão, geraram nesse caso, um va-
...Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor
lor de R$ 15.000,00 a títulos de indenização por
na hipótese vertente, eis que a pessoa jurídica danos morais, valor este até superior que a média
que estabeleceu contrato de prestação serviços das indenizações.
de telefonia móvel é consumidora final, por não
adquirir a referida prestação para a revenda e Assim, no momento em que surge o ato ilíci-
sim para uso próprio de comunicação durante a to, que venha a constranger alguém a uma lesão
atividade empresarial. Ademais, observo que
na esfera emocional, causando um dano interno e
existe uma situação de vulnerabilidade em re-
lação à esta empresa no contrato impugnado, que ataque sua personalidade, fica caracterizado
parte hipossuficiente com relação a ré, que o dano moral, gerando assim, o direito de repara-
possui um enorme patrimônio financeiro. 3. ção do lesado que, fica desde já amparado pelo
Justa a indenização por danos morais fixada
ordenamento jurídico à buscar esta reparação
pelo juiz monocrático, eis que arbitrada com
moderação e proporcional aos valores da víti- junto aos órgãos judiciais competentes, de acordo
ma e do lesionador, não constituindo em enri- com o artigo 159 do Código Civil.
quecimento ilícito para nenhuma das partes.
Recurso conhecido e improvido (GOIÁS. Tribu- Para caracterizar o dano moral é preciso
nal de Justiça. Apelação Cível nº que haja a comprovação do ato ilícito e a demons-
200903153771 (315377-97.2009.8.09.0000), 2ª tração de que da singularidade do ato é que ocor-
Câmara Cível, DJ 679, de 13/10/2010. Disponí-
vel em: reu o mencionado dano.
http://www.tjgo.jus.br/index.php?sec=consultas
&item=decisoes&subitem=jusrisprudencia&aca
Nesse sentido, o site de Direito “da-
o=consultar Acesso em 20 de agosto de 2014. nos.com.br”, cujo assunto abordado é apenas
sobre danos, demonstra com clareza os requisitos
Neste caso, temos a inscrição indevida nos para a caracterização dos danos morais:
órgãos de proteção ao crédito, como motivo sufici-
ente para uma indenização a título de danos mo- Os danos morais são aqueles que acabam por
abalar a honra, a boa-fé subjetiva ou a dignida-
rais, não constituindo enriquecimento ilícito. de das pessoas físicas ou jurídicas.
O dano moral pode ser caracterizado tam- A caracterização da ocorrência dos danos mo-
bém por agressão, como ocorreu no caso abaixo rais depende da prova do nexo de causalidade
da Apelação Cível julgada pelo Desembargador entre o fato gerador do dano e suas conse-
quências nocivas à moral do ofendido.
Fausto Moreira Diniz, onde policiais tiveram atitu-
É importantíssimo, para a comprovação do da- to da cerimônia de casamento já programada,
no, provar minuciosamente as condições nas sem qualquer motivo justo.' Apelação conheci-
quais ocorreram às ofensas à moral, boa-fé ou da e improvida. Sentença mantida (GOIÁS. Tri-
dignidade da vítima, as consequências do fato bunal de Justiça. Apelação Cível nº
para sua vida pessoal, incluindo a repercussão 200893201227 (320122-39.2008.8.09.0006),
do dano e todos os demais problemas gerados Relator Des. Kisleu Dias Maciel Filho, 4ª Câma-
reflexamente por este (SIMÕES, Pupim e Oli- ra Cível, DJ 621, de 16/07/2010. Disponível
veira. Danos Morais. Disponível em: em:
http://www.danos.com.br/?x=assunto&codigo=4 http://www.tjgo.jus.br/index.php?sec=consultas
3dfa8be00015&nome=Danos%20Morais. &item=decisoes&subitem=jusrisprudencia&aca
Acesso em 20 de agosto de 2014. o=consultar Acesso em 20 de agosto de 2014.

Assim, para a configuração do dano moral, Este tema tão antigo, porém atual que, ape-
com seus aspectos preventivo e pedagógico, faz- sar de já tão discutido, ainda tem muito à evoluir. É
se necessária a demonstração dos seguintes comum que outras modalidades de dano surjam a
pressupostos: a) ação ou omissão do agente; b) medida em que vai se apurando suas condições e
ocorrência de dano; c) culpa e d) nexo de causali- as pessoas, dentro de sua evolução intrínseca,
dade. percebam seus valores íntimos.
Com o advento da Súmula 385 do Superior
Tribunal de Justiça, nos casos de inscrição indevi-
da nos órgãos de proteção ao crédito, fica prejudi- 1.4 FIXAÇÃO DO VALOR INDENIZATÓRIO
cada a indenização por danos morais quando
houver outra inscrição devida anterior a esta (Su- A fixação da indenização por danos morais
perior Tribunal de Justiça, Súmula nº 385, Dispo- deve levar em consideração não somente o dano
nível em si, mas também o poder econômico do agente
em:http://www.stj.jus.br/SCON/sumulas/doc.jsp?liv e da vítima, o dever de punir para que não se repi-
re=%40docn&&b=SUMU&p=true&t=&l=10&i=87, ta o tão, usando sempre o critério da equidade
Acesso em 20 de agosto de 2014. (THEODORO JÚNIOR, Humberto. Dano moral. 7.
ed. rev. atual. e ampl. Belo Horizonte: Del Rey,
Ou seja, para termos o dano moral, deve 2010. p. 49.).
ocorrer a ação ou omissão do agente, que cause
dano a outrem. Quando este dano for advindo de Neste sentido, o Tribunal de Justiça de Goi-
inscrição indevida nos órgãos de proteção ao cré- ás, em voto do Desembargador Almeida Branco,
dito, não haverá dano moral, se houver outra ins- justificando a valor do quantum indenizatório pelo
crição precedente àquela. critério da equidade:
A moderna jurisprudência não exige sequer
prova do dano moral sofrido pela vítima de ins-
1.3 MODALIDADES DE DANO MORAL. crição indevida nos cadastros de restrição ao
crédito, entendendo que o mesmo encontra-se
implícito na própria negativação, já que os ca-
dastros de restrição ao crédito são de consulta
Temos como modalidade de dano moral, as pública e nacional. 2 - Comprovada a negativa-
ção indevida advinda do não pagamento de
formas como o dano moral se manifesta. Claro
débito originado do uso de linha telefônica habi-
que são infinitas as circunstancias que podem litada fraudulentamente por outra pessoa em
gerar o dano moral, no entanto tem algumas mais nome do autor/apelado, age com culpa in vigi-
comuns e específicas, já estudadas pelo Direito lando a requerida/apelante que o negativou. 3 -
A condenação deve atender aos princípios da
(Cf. THEODORO JÚNIOR, Humberto. Dano Moral.
equidade, razoabilidade e proporcionalidade,
7. Ed. rev; atual. E ampl. Belo Horizonte: Del Rey, razão pela qual deve ser reduzida, se aplicada
2010. P. 122- 70.). em valor não condizente com os danos sofridos
Apelação Cível conhecida, mas improvida
Assim, como exemplos temos: a ruptura do (GOIÁS. Tribunal de Justiça. Apelação Cível nº
casamento, os decorrentes de erros médicos, 200992219671 (221967-49.2009.8.09.0011). 4ª
protesto de títulos, por frustrações contratuais, Câmara Cível, Relator Des. Almeida Branco.
Disponível em:
indenizações ao grupo familiar no caso de morte http://www.tjgo.jus.br/index.php?sec=consultas
da vítima arrimo de família, por danos causados à &item=decisoes&subitem=jusrisprudencia&aca
imagem e, de acordo com o que, ao longo da his- o=consultar Acesso em 20 de agosto de 2014.
tória, vem se apurando como atos lesivos ao pa- Então, as indenizações devem ser arbitra-
trimônio moral do Homem (Cf. THEODORO JÚ- das de acordo com a intensidade do dano causa-
NIOR, Humberto. Dano Moral. 7. Ed. rev; atual. E do, dentro da razoabilidade e proporcionalidade,
ampl. Belo Horizonte: Del Rey, 2010. P. 122- 70.). não deixando de punir o lesador e não causando
APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZAÇÃO. DANOS enriquecimento indevido ao lesado.
MATERIAIS E MORAIS. ROMPIMENTO UNI-
LATERAL DE NOIVADO ÀS VÉSPERAS DO Já em julgamento semelhante, também con-
CASAMENTO. RUPTURA SEM MOTIVO JUS- tra empresa de telefonia, o Desembargador Carlos
TIFICADO. DEVER DE INDENIZAR DO NOI-
VO. 'Cabe indenização por dano moral e mate-
Escher, do mesmo Tribunal, reduz o valor da inde-
rial, pelo rompimento de noivado e desfazimen-
nização usando do mesmo critério mencionado pessoa, não sendo possível mensurar nem tam-
acima: pouco compensar totalmente o lesado. Por isso, a
...A moderna jurisprudência do STJ não exige
reparação deve se levar em conta não só o tama-
sequer prova do dano moral sofrido pela vitima nho do dano, mas como também o poder financei-
de inscrição indevida nos cadastros de restri- ros dos agentes e o caráter punitivo.
ção ao credito, entendendo que o mesmo en-
contra-se implícito na própria negativação, já O Desembargador Norival Santomé foi ain-
que os cadastros de restrição ao crédito são de da mais longe, citando não só o caráter punitivo,
consulta pública. 2 - Comprovada a existência
mas também o preventivo, como segue:
da negativação indevida do nome do au-
tor/apelado, resta inexorável a condenação da ...A indenização pelo dano moral mostrar-se-á
requerida/apelante que o negativou. 3- Não razoável quando satisfizer o seu caráter dúpli-
atendendo aos princípios da equidade, razoabi- ce, exercendo as finalidades de compensar em
lidade e proporcionalidade, a condenação da parte a dor sofrida e a de impor uma penalida-
requerida/apelante ao pagamento de indeniza- de com caráter punitivo e também preventivo
ção, o valor deve ser reduzido. Apelação provi- de novas ofensas. Desta feita, realizando tais
da em parte (Apelação Cível nº 200790622564 propósitos, não importará em enriquecimento
(62256-72.2007.8.09.0174), 4ª Câmara Cível, sem causa da vítima ou em excesso de penali-
DJ 646, de 23/08/2010. Disponível em: zação. Recurso conhecido e desprovido...
http://www.tjgo.jus.br/index.php?sec=consultas (GOIÁS. Tribunal de Justiça. Apelação Cível nº
&item=decisoes&subitem=jusrisprudencia&aca 940294000 (29400-90.1994.8.09.0051). 6ª
o=consultar Acesso em 20 de agosto de 2014. Câmara Cível, DJ 683 de 19/10/2010. Relator
Des. Norival Santomé. Disponível em:
Neste caso, o ilustre desembargador redu- http://www.tjgo.jus.br/index.php?sec=consultas
ziu o valor indenizatório, tendo em vista que a &item=decisoes&subitem=jusrisprudencia&aca
decisão de 1ª instancia não atendeu aos princípios o=consultar. Acesso em 20 de agosto de 2014.
da razoabilidade, equidade e proporcionalidade, Insta ressaltar, acerca da decisão acima, a
arbitrando um valor excessivo a título de indeniza- necessidade do caráter preventivo da indenização,
ção. afim de afastar a ocorrência desses danos.
Ainda, com o principio do enriquecimento Por esses e outros motivos, que apenas a
sem causa, conforme previsto no artigo 884 do pessoa do juiz pode arbitrar as indenizações com
Código Civil, não se pode gerar um enriquecimen- seu livre convencimento, todo seu vasto estudo da
to imotivado à pessoa do lesado, que também está lei, além de conhecimento da pessoa humana com
disciplinado pelo critério da equidade. estudos de antropologia, história e toda a respon-
Das noções fundamentais já expostas, con- sabilidade que incumbe a sua profissão.
cluímos que existe enriquecimento injusto sempre CAPITULO II
que houver uma vantagem de cunho econômico
em detrimento de outrem, sem justa causa.
RESPONSABILIDADE CIVIL
A fixação da indenização por danos morais
obedece ao prudente arbítrio do julgador, não
podendo importar em enriquecimento ilícito do 2.1 CONCEITO DE RESPONSABILIDADE
ofendido, deve-se considerar a dupla finalidade CIVIL
do instituto, cujos objetivos são, por um lado, a
punição do ofensor, como forma de coibir a sua
reincidência na prática delituosa e, por outro, a
compensação da vítima pela dor e sofrimento Primeiramente, a responsabilidade é o de-
vivenciados, atendidos estes pressupostos, ver do indivíduo de assumir todas as consequên-
mantém-se o quantum arbitrado na sentença, cias de seus atos, ou de quem dele dependa.
máxime pela observação dos princípios da ra-
zoabilidade e da proporcionalidade...(GOIÁS. Responsabilidade vem do grego "respon" que
Tribunal de Justiça. Apelação Cível nº significa independencia, e do latim "sabili" ,que
200790017288 (1728-53.2007.8.09.0051), 6ª significa sábio. É a obrigação a responder pe-
Câmara Cível, DJ 700, de 18/11/2010. Relator las próprias ações, e pressupõe que as mes-
Des. Fausto Moreira Diniz. Disponível em: mas se apoiam em razões ou motivos. O termo
http://www.tjgo.jus.br/index.php?sec=consultas aparece em discussões sobre determinismo e
&item=decisoes&subitem=jusrisprudencia&aca livre-arbítrio, pois muitos defendem que se não
o=consultar Acesso em 20 de agosto de 2014. há livre-arbítrio não pode haver responsabilida-
de individual, pois as ações pelas quais o indi-
No caso acima, o digníssimo relator pontua viduo seria responsabilizado não foram pratica-
com precisão quando diz que a fixação do valor da das de livre e espontânea vontade, e conse-
indenização deve cumprir o papel de punir o lesa- quentemente, também podem ser uma pessoa
muito errada: um aluno, um professor e um ci-
dor e reparar o dano do lesado, não importando dadão não pode haver nem castigo nem puni-
em enriquecimento sem causa. ção justa para atos julgados irresponsáveis. Os
motivos das ações de um indivíduo responsá-
Portanto, a fixação do valor indenizatório vel devem fazer sentido e este deve fazer co-
nas indenizações por danos morais, apesar de nhecer suas opiniões sem causar transtorno,
não ser possível quantificar o dano uma vez que é ao resto da comunidade. Ser responsável é a
subjetivo, deve se seguir alguns parâmetros que obrigação de qualquer cidadão para uma vida
saudável em sociedade (Wikipédia. Responsa-
nos norteiam. O dano moral é fato íntimo de cada bilidade. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Responsabilidade. falsários que causam danos a terceiros, mesmo que adotem
Acesso em 20 de agosto de 2014. todas as cautelas necessárias para evitar o evento danoso.
Trata-se da aplicação da Teoria do Risco Negocial, segundo a
Desta forma, não importa a intenção nem a qual os fornecedores responsabilizam-se pelos danos causa-
vontade do agente, pois, todos indivíduo deve ser dos aos consumidores efetivos ou equiparados, decorrentes de
responsável por suas atitudes, senão, alguém ausência de segurança dos serviços oferecidos (GOIÁS. Tribu-
nal de Justiça. Apelação Cível nº 200793626188 (362618-
deve ser por ele, como no caso do representante 48.2007.8.09.0029), 6ª Câmara Cível, DJ 786, de 25/03/2011.
legal. Ou seja, se existe uma ação alguém deve se Relator Des. Fausto Moreira Diniz. Disponível em:
responsabilizar por ela. http://www.tjgo.jus.br/index.php?sec=consultas&item=decisoes
&subitem=jusrisprudencia&acao=consultar Acesso em 20 de
Todo ato humano tem sua consequência, e agosto de 2014.
essa consequência deve ser assumida por al-
guém. “A teoria da responsabilidade de relaciona- Portanto, na relação de consumo, a empre-
se com à liberdade e à racionalidade humanas, sa responde mesmo sem culpa, assumindo os
que impõem à pessoa o dever de assumir os ônus riscos de seu negócio jurídico.
correspondentes a fatos a ela referentes” (AL-
BERTO BITTAR, Carlos. Curso de Direito Civil. v. Assim, de acordo com o artigo 159 do Códi-
1. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1994. p. go Civil, “aquele que, por ação ou omissão volun-
561.). tária, negligência ou imperícia, violar direito ou
causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o
Toda atividade humana gera por si só, uma dano", responsabilizando o agente, obrigando-o a
responsabilidade. Essa responsabilidade é vista indenizar a quem tenha causado o dano.
por todos os aspectos, tanto sociológico, ético,
moral, quanto jurídico. Ainda, temos:
A interpretação mais serena que se deve dar
Assim sempre que um indivíduo causar um ao presente dispositivo gravita em torno da
dano a outro, neste exato momento nasce a res- conduta levada a cabo da má-fé ou que contra-
ponsabilidade civil, tendo o agente a obrigação de rie a proibição legal (a ação), à não-realização
indenizar, de reparar, repor ou compensar de al- de algo a que o agente estava obrigado, por
dever legal, a fazê-lo (a negligência), bem co-
guma forma o determinado dano. mo ao erro de profissional na realização de seu
a responsabilidade civil consiste na obrigação mister, gerando o prejuízo experimentado pela
do agente causador do dano em reparar o pre- vítima (a imperícia) (SANTANA, Washington,
juízo causado a outrem, por ato próprio ou de Responsabilidade Civil no novo código civil.
alguém que dele dependa. Assim, a responsa- Disponível em:
bilidade civil pode ser conceituada pela obriga- http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/935/R
ção de fazer ou não–fazer ou ainda pelo paga- esponsabilidade-Civil-no-Novo-Codigo-Civil.
mento de condenação em dinheiro (FRIZZO, Acesso em 20 de agosto de 2014.
Juliana Piccinin, Responsabilidade Civil das
sociedades pelos danos ambientais Disponível A responsabilidade civil necessita de ser
em: comprovada, como segue:
http://jus.uol.com.br/revista/texto/4129/respons
abilidade-civil-das-sociedades-pelos-danos- ...De acordo com a teoria da responsabilidade
objetiva, agasalhada pela Constituição Federal
ambientais. Acesso em 20 de agosto de 2014.
(art. 37, § 6º), impõe-se ao Estado o dever de
indenizar os danos causados a terceiros, inde-
pendente de culpa ou dolo, bastando que a ví-
tima demonstre a ocorrência do fato danoso e
Portanto, a responsabilidade civil não é injusto ocasionado por ação ou omissão do
apenas o dever de se responsabilizar por determi- Poder Público e a comprovação do nexo de
causalidade. 3...
nado fato, e sim, a aplicação de normas que obri-
gam o indivíduo a se responsabilizar pelos atos Desta forma, o agente deve comprovar a
por ele praticados ou por quem dele dependa. ação ou omissão do lesador, e comprovar que
A responsabilidade civil é a aplicação de medi-
esta ação lhe infringiu dano. Deve haver uma co-
das que obriguem uma pessoa a reparar o da- nexão entre a ação e o dano.
no moral ou patrimonial causado a terceiros,
em razão de ato por ela mesma praticado, por
pessoa por quem ela responde, por alguma
coisa a ela pertencente ou de simples imposi-
ção legal (HELENA DINIZ, Maria. Curso de Di-
2.2 PRESSUPOSTOS DA RESPONSABI-
reito Civil brasileiro. 22 ed. rev. atual. e ampl. v. LIDADE CIVIL
7. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 35.).

Neste sentido, como exemplo de medida


mencionada acima: Existência de ação comissiva ou omissiva,
seja por ato ilícito ou não, este amparado pelo
...A responsabilidade decorrente da relação consume- risco assumido. É a conduta humana que cause
rista é objetiva, ou seja, independente do elemento subjetivo do
agente (dolo ou culpa). 2 - Caracteriza fato do serviço a con-
prejuízo a outrem
cessão de financiamento a golpistas, que, mediante de docu- “É o ato do agente ou de outro que está sob a
mentos falsos, fizeram-se passar pela autora. 3- As instituições responsabilidade do agente que produz resul-
financeiras devem responsabilizar-se por atos praticados por
tado danoso seja por dolo, negligência, impru- PONSABILIDADE CIVIL. Disponível em:
dência ou imperícia. Este ato gera a obrigação http://www.administradores.com.br/informe-
de reparação. A conduta humana pode ser no se/artigos/pressupostos-da-responsabilidade-
sentido da prática por parte do agente de ato civil/26381/. Acesso em 20 de agosto de 2014.
que não deveria fazer, ou do fato de deixar de
praticar ato que deveria ter feito (OLIVEIRA, Ou seja, independentemente da vontade, da
Daniele Ulguim, PRESSUPOSTOS DA RES- culpa do agente lesador, lhe será imputada a res-
PONSABILIDADE CIVIL. Disponível em: ponsabilidade, para que venha a reparar o dano.
http://www.administradores.com.br/informe-
se/artigos/pressupostos-da-responsabilidade- Assim, a ação ou falta desta, seja ato contra
civil/26381/. Acesso em 20 de agosto de 2014.
a lei ou não, que cause dano a outrem, gera a
A ocorrência de um dano a outrem, seja de obrigação de indenizar.
ordem material ou moral, por ato omissivo ou co-
missivo, ou de quem dele dependa, gera o deve
de reparar. “...por quem o imputado responde, ou 2.2.2 A ocorrência de um dano a outrem, de
por um fato de animal ou coisa a ele vinculada ordem material ou moral, por ato omissivo ou co-
(HELENA DINIZ, Maria. Curso de Direito Civil Bra- missivo, ou de quem dele dependa.
sileiro. 22 . Ed. Ver; atual. E ampl. São Paulo: Sa-
Além de responder por ação ou omissão
raiva, 2008. P. 37. vol. 7.)”. O ato, comissivo,
que cause dano a outrem, o agente ainda se res-
omissivo, ou por quem dele dependa, deve gerar o
ponsabilizará por ação ou omissão de quem dele
dano, pois do contrário não gera a responsabilida-
dependa, como seu filho menor, qualquer repre-
de. “Sem o dano não há que se falar em respon-
sentado por ele, ou, “por quem o imputado res-
sabilidade civil, pois sem ele não há o que reparar”
ponde, ou por um fato de animal ou coisa a ele
(OLIVEIRA, Daniele Ulguim, PRESSUPOSTOS
vinculada.” (HELENA DINIZ, Maria. Curso de Direi-
DA RESPONSABILIDADE CIVIL. Disponível em:
to Civil brasileiro. 22 ed. rev. atual. e ampl. v. 7.
http://www.administradores.com.br/informe-
São Paulo: Saraiva, 2008. p. 37.)
se/artigos/pressupostos-da-responsabilidade-
civil/26381/. Acesso em 20 de agosto de 2014. O ato, comissivo, omissivo, ou por quem de-
le dependa, deve gerar o dano, pois do contrário
Por último, o nexo de causalidade entre o
não gera a responsabilidade. Ou seja, só há res-
ato e o dano, temos este como o fato gerador da
ponsabilidade se houver dano. “Sem o dano não
responsabilidade civil, “pois a responsabilidade
há que se falar em responsabilidade civil, pois sem
civil não poderá existir sem o vínculo entre ação e
ele não há o que reparar” (OLIVEIRA, Daniele
o dano” (HELENA DINIZ, Maria. Curso de Direito
Ulguim, PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILI-
Civil Brasileiro. 22 . Ed. Ver; atual. E ampl. São
DADE CIVIL. Disponível em:
Paulo: Saraiva, 2008. P. 38. vol. 7.), ou seja, exis-
http://www.administradores.com.br/informe-
tindo o dano, mas este não sendo causado pelo
se/artigos/pressupostos-da-responsabilidade-
agente, não há o nexo causal. Assim “a relação de
civil/26381/. Acesso em 20 de agosto de 2014.
causalidade é o liame entre o ato lesivo do agente
e o dano ou prejuízo sofrido pela vítima” (OLIVEI- Assim, primeiramente deve se considerar a
RA, Daniele Ulguim, PRESSUPOSTOS DA RES- existência do dano, para poder se falar em res-
PONSABILIDADE CIVIL. Disponível em: ponsabilidade.
http://www.administradores.com.br/informe-
se/artigos/pressupostos-da-responsabilidade-
civil/26381/. Acesso em 20 de agosto de 2014. 2.2.3 Nexo de causalidade entre o ato e o
dano
Temos então os 3 pressupostos da respon-
sabilidade civil, o ato, o dano e a relação entre Temos o nexo de causalidade como o fato
eles, o nexo que liga o dano a pessoa. gerador da responsabilidade civil, “pois a respon-
sabilidade civil não poderá existir sem o vínculo
entre ação e o dano”, (HELENA DINIZ, Maria.
2.2.1 Existência de ação comissiva ou Curso de Direito Civil brasileiro. 22 ed. rev. atual. e
omissiva, por ato ilícito ou não ampl. v. 7. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 38.) ou
seja, existindo o dano, mas não sendo causado
É a conduta humana que cause prejuízo a
pelo agente, não há o nexo causal.
outrem, gera o dever de reparação, como se se-
gue: Assim, “a relação de causalidade é o liame
É o ato do agente ou de outro que está sob a
entre o ato lesivo do agente e o dano ou prejuízo
responsabilidade do agente que produz resul- sofrido pela vítima”.(OLIVEIRA, Daniele Ulguim,
tado danoso seja por dolo, negligência, impru- PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE
dência ou imperícia. Este ato gera a obrigação CIVIL. Disponível em:
de reparação. A conduta humana pode ser no
sentido da prática por parte do agente de ato
http://www.administradores.com.br/informe-
que não deveria fazer, ou do fato de deixar de se/artigos/pressupostos-da-responsabilidade-
praticar ato que deveria ter feito (OLIVEIRA, civil/26381/. Acesso em 20 de agosto de 2014.)
Daniele Ulguim, PRESSUPOSTOS DA RES-
Temos, então, os três pressupostos da res- CAPÍTULO III
ponsabilidade civil: o ato, o dano e a relação entre
eles, o nexo que liga o dano a pessoa. VALORAÇÃO DO QUANTUM INDENIZA-
TÓRIO

2.3 RESPONSABILIDADE CIVIL E O DANO


MORAL
Estando presentes os três pressupostos da 3.1 DO VALOR DO DANO
responsabilidade civil, como mencionado alhures,
insurge o dever de indenizar a vítima pelo dano Como já visto, o dano moral é inestimável,
sofrido, seja no âmbito moral ou material, de acor- de forma que é impossível mensurar o valor do
do com o artigo 927 do Código Civil. dano e da indenização devidos em decorrência do
dano causado, pois “somente tem preço aquilo
No dano moral, temos o patrimônio inerente que é substituído por um equivalente; o que não
à personalidade como vimos no 1º capítulo deste tem equivalência e está acima de todo preço com-
trabalho, patrimônio esse que é resguardado pela preende uma dignidade”.(ANDRADE, André Gus-
Justiça brasileira, conforme artigo 5º da constitui- tavo de. Dano moral e indenização punitiva. 2 ed.
ção federal. rev. atual. e ampl. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
A reparação do dano moral dever-se-á 2009. p. 275.)
mensurar de acordo com a intensidade do dano. Impossível mensurar o dano sofrido com a
Assim como nas indenizações por danos materi- morte de um ente querido, “é no mínimo embara-
ais, não se deve restituir o valor a maior do que o çoso sustentar que alguma soma em dinheiro pos-
do dano que foi gerado. sa ser desmedida ou exagerada em comparação
Neste sentido, “...a doutrina tem entendido com os atributos com os atributos da personalida-
que o fato desse prejuízo não ter efeito permanen- de”.(ANDRADE, André Gustavo de. Dano moral e
te não impede sua ressarcibilidade, pois a repara- indenização punitiva. 2 ed. rev. atual. e ampl. Rio
ção variará conforme sua maior ou menos dura- de Janeiro: Lumen Juris, 2009. p. 275.)
ção”. (HELENA DINIZ, Maria. Curso de Direito Assim, a intensidade do dano moral é incal-
Civil brasileiro. 22 ed. rev. atual. e ampl. v. 7. São culável sob o ponto de vista da vítima, o que com-
Paulo: Saraiva, 2008. p. 92.) plica atribuir indenização por esse dano. No entan-
O Tribunal de Justiça de Goiás, analisando to, se por um lado não se consegue estabelecer
a matéria, adota posicionamento no sentido de um preço pelo dano não patrimonial, por outro
observar a condição financeira do agente e a in- lado não se pode também afirmar que qualquer
tensidade do dano: valor seja excessivo, ou maior do que o merecido
a título de indenização por danos sofridos.
De acordo com a teoria da responsabilidade
objetiva, agasalhada pela Constituição Federal Nesse ínterim, assumindo que não se pode
(art. 37, § 6º), impõe-se ao Estado o dever de afirmar que um valor atribuído pelo dano moral
indenizar os danos causados a terceiros, inde-
pendente de culpa ou dolo, bastando que a ví-
seja demasiadamente alto, também não há que se
tima demonstre a ocorrência do fato danoso e falar em enriquecimento sem causa, pois o próprio
injusto ocasionado por ação ou omissão do dano é a causa deste.
Poder Público e a comprovação do nexo de
causalidade. 3. A indenização por dano moral
deve ser fixada segundo os critérios de propor-
cionalidade e razoabilidade, além de observar 3.2 INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
as condições econômicas do ofensor, do ofen- E O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA
dido, o bem jurídico lesado, e ainda a extensão
da dor, do sentimento e das marcas deixadas Não há que se falar em enriquecimento sem
pelo evento danoso.(GOIÁS. Tribunal de Justi- causa, em ações de indenização por danos mo-
ça. Apelação Cível nº 200902845440, 5ª Câma-
ra Cível, DJ 550, de 05/04/2010. Relator Des.
rais, pois o dano é a causa. Há quem entenda que
Geraldo Gonçalves da Costa. Disponível em: apenas a sentença já é causa suficiente de enri-
http://www.tjgo.jus.br/index.php?sec=consultas quecimento. “A sentença de um juiz, arbitrando o
&item=decisoes&subitem=jusrisprudencia&aca dano moral, é razão jurídica mais do que suficiente
o=consultar Acesso em 20 de agosto de 2014.)
para impedir que se fale, tecnicamente, de enri-
É totalmente pacificada a responsabilidade quecimento injustificado”. (GUSTAVO DE AN-
civil, seus pressupostos, e a necessidade de inde- DRADE, André. Dano moral e indenização puniti-
nizar, tanto danos materiais quantos de ordem va. 2 ed. rev. atual. e ampl. Rio de Janeiro: Lumen
moral, no entanto é polêmico o assunto no que Juris, 2009. p. 275.)
tange a quantificação desse dano, a valoração do Além da sentença que fixa o quantum inde-
quantum indenizatório por danos morais.
nizatório como causa de enriquecimento, temos o
principal, que é o próprio dano. O dano moral é
causa suficiente para enriquecimento e mesmo
que haja tal incremento econômico, não se pode to. Ainda, esta posição leva a crer que o desres-
afirmar que o dano foi totalmente reparado, pois o peito a uma sentença é motivo mais relevante
dinheiro não pode “comprar” a dignidade. para enriquecimento do autor do que o dano moral
por ele sofrido.
Ademais, o caráter punitivo da sentença,
muitas vezes gera enriquecimento do autor, pois Há, no mínimo, uma incoerência da Justiça
não é possível punir uma grande empresa com um brasileira, ao considerar enriquecimento sem cau-
valor econômico pequeno a título de indenização. sa nas indenizações por danos morais como ar-
O dever de reparar e a obrigação punitiva da inde- gumento relevante.
nização, quando o causador do dano tem grandes
Assim sendo, urge no nosso sistema jurídi-
potencialidades de pagamento, naturalmente, gera
co, a necessidade de desconsiderar o enriqueci-
um quantum indenizatório que proporcionará a
mento sem causa nas indenizações por danos
vítima o enriquecimento.
morais, afim de cumprir o caráter punitivo preten-
Hoje, no Brasil, vemos o valor das indeniza- dido pelas indenizações, e reparar, por fim, o dano
ções por danos morais numa média muito baixa moral causado a vítima.
(Revista Consultor Jurídico, STJ define valor de
indenizações por danos morais. Disponível em:
http://www.jusbrasil.com.br/noticias/1877205/stj- 3.3 DO VALOR INDENIZATÓRIO
define-valor-de-indenizacoes-por-danos-morais.
Assim como no código de defesa do con-
Acesso em 20 de agosto de 2014.), e poucas pes-
soas buscam a reparação na jurisdição comum, já sumidor, onde se prevê a inversão do ônus da
que a jurisdição dos Juizados Especiais Cíveis prova que favorece o consumidor, deveríamos
então abrir uma exceção para o enriquecimento
tem alçada suficiente para atingir a média das
sem causa, no que tange as indenizações por
condenações por danos morais. (Revista Consul-
danos morais.
tor Jurídico, STJ define valor de indenizações por
danos morais. Disponível em: O que não podemos mais, é continuar em
http://www.jusbrasil.com.br/noticias/1877205/stj- uma situação que apenas gera mais engarrafa-
define-valor-de-indenizacoes-por-danos-morais. mento na máquina judiciária, fazendo com que os
Acesso em 20 de agosto de 2014.) réus dessas ações sejam motivados a recorrerem
de todas as decisões até a última instancia.
As grandes empresas não temem os pro-
cessos que lotam os Juizados, pois não há que se A normas e entendimentos dos tribunais nos
falar em custas judiciais, apenas na hipótese de servem como um farol e indicam como se deve
recurso para 2ª instância. proceder, com o intuito de se proceder sempre
com a maior justiça, que evoluiu durante milhares
Nos Juizados temos uma justiça gratuita,
de anos. No entanto, não devemos nos tornar
sem sucumbência, onde as indenizações por da-
reféns dessas normas, quando são usadas pelos
nos morais atingem valores irrisórios se compara-
advogados das grandes empresas, especialistas
dos à potência financeira das grandes causadoras
do “engarrafamento da máquina judiciária”, que em protelar, fazendo de tudo para proteger seus
são aqueles que provocam os danos que originam clientes.
os inúmeros pleitos indenizatórios. Vejamos, não há nada de errado com os
advogados que assim o fazem, é o papel deles,
Assim, o Estado e o cidadão se tornam re-
por outro lado a justiça é dinâmica e feita por pes-
féns de uma situação que favorece apenas os que
praticam os atos ilícitos, violando a moral das pes- soas, e não um emaranhado de normas que se
soas que se veem vitimas desses atos. pode julgar apenas com um simples cálculo ma-
temático.
Por outro lado, existem casos em que a
Exemplo: ato ilícito X + lei Y = penalidade Z.
sentença fixa um baixo valor pelos danos morais,
no entanto, arbitra uma multa diária “astreintes”, Assim sendo, cabe aos nossos julgadores
aquela estabelecida como punição pela desobedi- de última instancia, formadores de “opiniões” e
ência da ordem judicial emanada na sentença, que que indicam o caminho a ser seguido pelos de-
mais tarde soma um grande valor pecuniário, le- mais, decidirem de forma diferente os casos de
vantado mediante alvará pelo autor. Neste caso, indenização por danos morais, afim de que a justi-
nada é dito sobre enriquecimento ilícito, e o juiz ça seja alcançada, pois este é o principal objetivo
autoriza facilmente a expedição de alvará para do Direito.
levantamento, pelo autor, dos valores depositados
a título de multa. Com o aumento dos valores das indeniza-
ções por danos morais, os grandes causadores
Desta forma, o magistrado passa a conside- dos danos não apenas iriam evitar que os aconte-
rar que o descumprimento de uma decisão é moti- cessem, como também não iriam levar todos os
vo licito de enriquecimento. Vimos alhures que a processos até última instancia.
sentença já é motivo suficiente para enriquecimen-
Além disso, o cidadão iria procurar a justiça autor, pois o dano sofrido pelo autor é imensurável
comum, pagando custas e fazendo com que os e valores irrisórios não conseguem suprir este
réus também pagassem essas custas, gerando dano.
arrecadação para o Estado, deixando de usar
Os baixos valores atribuídos, a título de in-
apenas os juizados especiais cíveis.
denizações por danos morais, nas sentenças judi-
Desta forma, o Estado iria cumprir realmen- ciais não são compatíveis com o argumento do
te o seu papel de reparar a vítima, punir o agente enriquecimento sem causa.
de forma a coibir a reincidência de atos ilícitos e
O dano moral sofrido pode acarretar trau-
faria assim, justiça.
mas e problemas que podem perdurar a vida toda,
assim como quem passa a ser visto como mau
pagador, em virtude de inscrição indevida de seu
CONCLUSÃO
nome juntos aos órgãos de proteção ao crédito,
Podemos concluir que os danos morais sendo sempre fora visto com bons olhos, nunca
atingem o bem maior muito mais valioso que qual- tendo deixado margem para que fosse visto da-
quer patrimônio, nossa dignidade. Esta por sua quela forma.
vez, é imensurável, e não se pode trocar, pagar ou
Dessa forma, não há que se falar em enri-
recompensar, de forma que se torna impossível se
quecimento sem causa, nas indenizações por
chegar a um valor indenizatório ideal para a dor
danos morais.
sofrida por cada um em seus variados tipos de
danos morais sofridos. Agradecimentos
Impossível ainda, afirma que indenizações Dedico esta pesquisa à Deus, a minha famí-
por danos morais causam enriquecimento sem lia, a minha namorada, aos meus amigos e à to-
causa, pois, a própria denominação nos mostra: das as pessoas que podem vir a serem beneficia-
das com o objeto de estudo.
“indenização por danos morais”, ou seja, pe-
los danos, derivada dos danos e de forma alguma Agradeço à Faculdade ICESP/DF, que pro-
se causa. porcionou ambiente propício para que um aluno
como eu pudesse chegar até aqui e com sucesso,
Assim como enriquece com a venda de um
ter feito este trabalho.
imóvel ou lucro advindo de qualquer negocio jurí-
dico lícito, é também tão legítimo quanto, o enri- Agradeço a paciência e a dedicação da ori-
quecimento derivado de indenização por danos entadora que fez desse projeto uma realidade, a
morais. Quiçá seja um motivo ainda mais relevan- professora Fernanda Mendes da Silva Alves, que
te de enriquecimento, pois, mesmo tendo auferido entendendo as dificuldades do aluno se dispôs a
valor patrimonial em virtude do dano, não se pode- ajudar de todas as formas.
rá afirmar que teve seu dano reparado.
A fixação do Quantum do dano moral nas
sentenças não atende com justiça ao pleito do
REFERÊNCIAS
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http://www.osamigosdopresidentelula.blogspot.com.
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11 - SANTANA, Washington, Responsabilidade Civil no novo código civil. Disponível em:
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14 - THEODORO JUNIOR, Humberto. Dano Moral. 7. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2010.
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