Pontifica Prof. Agostinho Alvim: "como regra geral, devemos
ter presente que a inexistência de dano é óbice à pretensão de uma reparação, aliás sem objeto. Ainda mesmo que haja violação de um dever jurídico e que tenha existido culpa e até mesmo dolo por parte do infrator, nenhuma indenização será devida, caso não se tenha verificado prejuízo''. Assim, podemos conceituar o dano ou prejuízo como a lesão a um interesse jurídico tutelado — patrimonial ou não —, causado por ação ou omissão do sujeito infrator. Adotou-se um sistema relativamente aberto e móvel. DANO
Requisitos Cumulativos do Dano Indenizável:
1 - a violação de um interesse jurídico patrimonial ou extrapatrimonial de uma pessoa física ou jurídica; 2 - certeza do dano — somente o dano certo, efetivo, é indenizável. Ninguém poderá ser obrigado a compensar a vítima por um dano abstrato ou hipotético. 3 - subsistência do dano — quer dizer, se o dano já foi reparado, perde- se o interesse da responsabilidade civil. O dano deve subsistir no momento de sua exigibilidade em juízo. Obviamente, se a reparação tiver sido feita a expensas do lesionado, a exigibilidade continua. DANO
Espécies de Dano: PATRIMONIAL X MORAL X ESTÉTICO X EXISTENCIAL X SOCIAL
Dano patrimonial ou material, pode ser:
a) o dano emergente (positivo) — correspondente ao efetivo prejuízo experimentado pela vítima, ou seja, “o que ela perdeu”; b) os lucros cessantes (negativo) — correspondente àquilo que a vítima deixou razoavelmente de lucrar por força do dano, ou seja, “o que ela não ganhou”. DANO
"Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei,
as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar". O dano material representa o fato lesivo à integridade ou a substância de uma coisa. A sua estimativa é singela, sendo suficiente que se aprecie a dimensão econômica do bem atingido.
PESSOA JURÍDICA X LUCROS CESSANTES
DANO Os danos emergentes correspondem ao montante indispensável para eliminar as perdas econômicas efetivamente decorrentes da lesão, reequilibrando assim o patrimônio da vítima. Configuram os prejuízos necessariamente da ação ou omissão danosa. A prova do dano emergente - também tido como dano positivo - é singela em comparação ao lucro cessante, sendo possível estabelecer com precisão uma estimativa do desfalque patrimonial. Entende-se por valor de um bem não apenas o seu valor de troca, mas também outros valores positivos, çomo o valor de uso, de sorte que pode existir lesão a um interesse susceptível de reparação, se alguém, por exemplo, destrói objeto de outrem, ainda que este objeto só acarretasse despesas para o proprietário. DANO Adiante, a indenização em dinheiro é meramente subsidiária e sub-rogatória nosso sistema jurídico. Busca-se a recomposição do bem danificado ou a restituição de bem semelhante ao subtraído ou destruído. Contudo, pela prática de nossos tribunais, é corriqueira a ideia de que a reparação do dano seja realizada pela via do equivalente pecuniário ao bem jurídico ofendido. Se esta solução corresponde àquilo que habitualmente se aplica, longe está de representar o ideal em termos de efetividade, pois o que a vitima deseja é que a sentença lhe restitua o status quo, ou seja, conceda um resultado mais próximo possível que possa restabelecer o equilíbrio econômico rompido pela lesão. Neste sentido, o artigo 947 do Código Civil: "se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie ajustada, substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente“. Assim, o ressarcimento pecuniário será a opção substitutiva do julgador tão somente nos casos em que a reparação in natura se mostrar inviável no contexto. DANO
Os lucros cessantes traduzem aqueles ganhos que, seguindo-
a ordem natural das coisas, provavelmente afluiriam ao patrimônio da vitima se não tivesse havido o dano. Aferi-los é algo bem mais complexo do que o cálculo dos danos emergentes, pois a sua contabilidade demandará um juízo de razoabilidade no tocante à probabilidade - e não a mera possibilidade - de que o proveito econômico ocorreria se o dano injusto não eclodisse. DANO
Via de consequência, é melhor se referir ao lucro cessante como
"ganho de que o credor ficou privado". Portanto, não é certo falar que o lucro cessante simplesmente será "o que se deixou de lucrar", mas também aquilo que ele lucraria em uma linha de verossimilhança, de acordo com o curso habitual das coisas. Se ele se prende a uma potencial redução patrimonial, não podemos colocar a definição no pretérito. Portanto, os lucros cessantes representam um prejuízo futuro, cuja condenação é átuaL pois o fato prejudicial já ocorreu. DANO
Os lucros cessantes merecem aferição ainda mais rígida que os
danos emergentes para fins de procedência de pretensões indenizatórias, até mesmo pela dificuldade de prova da relação de causalidade entre a conduta antijurídica e a lesão. O que não se deseja é a reparação de danos meramente hipotéticos ou fantasiosos, representações imaginárias de ganhos reivindicados pelo ofendido, miragens de lucros, sem qualquer demonstração objetiva de um nexo causal entre a lesão e a mutação de estado econômico. DANO
LUCROS CESSANTES X DANO QUE CAUSOU A IMPOSSIBILIDADE LABORATIVA
DANO TEMPORÁRIO X PERMANENTE Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido. ALIMENTOS COMPESATÓRIOS: Pode prisão civil? ART. 528 do CPC Inclusão em Folha de Pagamento PODE CUMULAÇÃO DA INDENIZAÇÃO COM O BENEFÍCIO PREVIDÊNCIÁRIO? DANO Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, caberá ao executado, a requerimento do exequente, constituir capital cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão. § 1º O capital a que se refere o caput , representado por imóveis ou por direitos reais sobre imóveis suscetíveis de alienação, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, será inalienável e impenhorável enquanto durar a obrigação do executado, além de constituir-se em patrimônio de afetação. § 2º O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do exequente em folha de pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade econômica ou, a requerimento do executado, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz. § 3º Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação. § 4º A prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salário-mínimo.