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RESPONSABILIDADE CIVIL

Aula 8
Direito Civil IV
DANO

Pontifica Prof. Agostinho Alvim: "como regra geral, devemos


ter presente que a inexistência de dano é óbice à pretensão
de uma reparação, aliás sem objeto. Ainda mesmo que haja
violação de um dever jurídico e que tenha existido culpa e
até mesmo dolo por parte do infrator, nenhuma indenização
será devida, caso não se tenha verificado prejuízo''.
Assim, podemos conceituar o dano ou prejuízo como a lesão
a um interesse jurídico tutelado — patrimonial ou não —,
causado por ação ou omissão do sujeito infrator. Adotou-se
um sistema relativamente aberto e móvel.
DANO

Requisitos Cumulativos do Dano Indenizável:


1 - a violação de um interesse jurídico patrimonial ou extrapatrimonial
de uma pessoa física ou jurídica;
2 - certeza do dano — somente o dano certo, efetivo, é indenizável.
Ninguém poderá ser obrigado a compensar a vítima por um dano
abstrato ou hipotético.
3 - subsistência do dano — quer dizer, se o dano já foi reparado, perde-
se o interesse da responsabilidade civil. O dano deve subsistir no
momento de sua exigibilidade em juízo. Obviamente, se a reparação
tiver sido feita a expensas do lesionado, a exigibilidade continua.
DANO

Espécies de Dano:
PATRIMONIAL X MORAL X ESTÉTICO X EXISTENCIAL X SOCIAL

Dano patrimonial ou material, pode ser:


a) o dano emergente (positivo) — correspondente ao efetivo
prejuízo experimentado pela vítima, ou seja, “o que ela perdeu”;
b) os lucros cessantes (negativo) — correspondente àquilo que a
vítima deixou razoavelmente de lucrar por força do dano, ou seja,
“o que ela não ganhou”.
DANO

"Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei,


as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele
efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar".
O dano material representa o fato lesivo à integridade ou
a substância de uma coisa. A sua estimativa é singela, sendo
suficiente que se aprecie a dimensão econômica do bem atingido.

PESSOA JURÍDICA X LUCROS CESSANTES


DANO
Os danos emergentes correspondem ao montante indispensável para
eliminar as perdas econômicas efetivamente decorrentes da lesão,
reequilibrando assim o patrimônio da vítima. Configuram os prejuízos
necessariamente da ação ou omissão danosa. A prova do dano emergente -
também tido como dano positivo - é singela em comparação ao lucro
cessante, sendo possível estabelecer com precisão uma estimativa do
desfalque patrimonial.
Entende-se por valor de um bem não apenas o seu valor de troca, mas
também outros valores positivos, çomo o valor de uso, de sorte que pode
existir lesão a um interesse susceptível de reparação, se alguém, por
exemplo, destrói objeto de outrem, ainda que este objeto só acarretasse
despesas para o proprietário.
DANO
Adiante, a indenização em dinheiro é meramente subsidiária e sub-rogatória nosso
sistema jurídico. Busca-se a recomposição do bem danificado ou a restituição de
bem semelhante ao subtraído ou destruído.
Contudo, pela prática de nossos tribunais, é corriqueira a ideia de que a reparação
do dano seja realizada pela via do equivalente pecuniário ao bem jurídico
ofendido. Se esta solução corresponde àquilo que habitualmente se aplica, longe
está de representar o ideal em termos de efetividade, pois o que a vitima deseja é
que a sentença lhe restitua o status quo, ou seja, conceda um resultado mais
próximo possível que possa restabelecer o equilíbrio econômico rompido pela lesão.
Neste sentido, o artigo 947 do Código Civil: "se o devedor não puder cumprir a
prestação na espécie ajustada, substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente“.
Assim, o ressarcimento pecuniário será a opção substitutiva do julgador tão
somente nos casos em que a reparação in natura se mostrar inviável no contexto.
DANO

Os lucros cessantes traduzem aqueles ganhos que, seguindo-


a ordem natural das coisas, provavelmente afluiriam ao
patrimônio da vitima se não tivesse havido o dano. Aferi-los
é algo bem mais complexo do que o cálculo dos danos
emergentes, pois a sua contabilidade demandará um juízo de
razoabilidade no tocante à probabilidade - e não a mera
possibilidade - de que o proveito econômico ocorreria se o
dano injusto não eclodisse.
DANO

Via de consequência, é melhor se referir ao lucro cessante como


"ganho de que o credor ficou privado". Portanto, não é certo falar
que o lucro cessante simplesmente será "o que se deixou de lucrar",
mas também aquilo que ele lucraria em uma linha de verossimilhança,
de acordo com o curso habitual das coisas. Se ele se prende a uma
potencial redução patrimonial, não podemos colocar a definição no
pretérito. Portanto, os lucros cessantes representam um prejuízo futuro,
cuja condenação é átuaL pois o fato prejudicial já ocorreu.
DANO

Os lucros cessantes merecem aferição ainda mais rígida que os


danos emergentes para fins de procedência de pretensões
indenizatórias, até mesmo pela dificuldade de prova da relação de
causalidade entre a conduta antijurídica e a lesão. O que não se
deseja é a reparação de danos meramente hipotéticos ou
fantasiosos, representações imaginárias de ganhos reivindicados
pelo ofendido, miragens de lucros, sem qualquer demonstração
objetiva de um nexo causal entre a lesão e a mutação de estado
econômico.
DANO

LUCROS CESSANTES X DANO QUE CAUSOU A IMPOSSIBILIDADE LABORATIVA


DANO TEMPORÁRIO X PERMANENTE
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará
o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim
da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove
haver sofrido.
ALIMENTOS COMPESATÓRIOS: Pode prisão civil? ART. 528 do CPC
Inclusão em Folha de Pagamento
PODE CUMULAÇÃO DA INDENIZAÇÃO COM O BENEFÍCIO PREVIDÊNCIÁRIO?
DANO
Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos,
caberá ao executado, a requerimento do exequente, constituir capital cuja renda
assegure o pagamento do valor mensal da pensão.
§ 1º O capital a que se refere o caput , representado por imóveis ou por direitos
reais sobre imóveis suscetíveis de alienação, títulos da dívida pública ou
aplicações financeiras em banco oficial, será inalienável e impenhorável enquanto
durar a obrigação do executado, além de constituir-se em patrimônio de afetação.
§ 2º O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do
exequente em folha de pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade
econômica ou, a requerimento do executado, por fiança bancária ou garantia
real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz.
§ 3º Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer,
conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação.
§ 4º A prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salário-mínimo.

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