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Pauta Feminina

O FEMINICÍDIO COMO
VIOLÊNCIA POLÍTICA

Lúcia Bessa
Subsecretária de Políticas para Mulheres - SUBPOM
Secretaria Adjunta de Políticas para Mulheres, Igualdade Racial e Direitos
Humanos – SAMIDH/SEDESTMIDH/GDF
 Cinco mulheres são espancadas a cada 2 minutos no Brasil (Pesquisa Mulheres
Brasileiras nos Espaços Público e Privado, Fundação Perseu Abramo/SESC, 2010).

 Mapa da Violência – Homicídios de Mulheres (FLACSO, 2015):


 No Brasil há 4,8 assassinatos a cada 100 mil mulheres - número que coloca o
Brasil no 5º lugar no ranking de países nesse tipo de crime.
 Dos 4.762 assassinatos de mulheres registrados em 2013 no Brasil, 50,3%
foram cometidos por familiares. Em 33,2% destes casos, o crime foi praticado
pelo parceiro ou ex.
 13 homicídios femininos diários em 2013.
 Taxa de assassinatos de mulheres negras aumentou 54% em 10 anos,
passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013. No mesmo período o
número de homicídios de mulheres brancas diminuiu 9,8%, caindo de 1.747,
em 2003, para 1.576, em 2013.
Feminicídio e violência política
• Estado brasileiro - legitimação da violência contra mulheres – por
respaldo jurídico ao assassinato de mulheres por meio de
argumentos como a defesa da honra masculina e a inferiorização
feminina. Omissão (caso “Maria da Penha”) (Rocha e Cardoso,
2016).

• Alteração no posicionamento do estado (atuar no combate da


violência contra mulheres) – foi lenta e gradual.

• Representações estereotipadas de gênero e a consequente


naturalização da violência – afetam o atendimento das mulheres,
as notificações da violência, a qualificação dos assassinatos como
feminicídios e as respostas públicas às demandas das mulheres.
Nomeação/tipificação do feminicídio

• Tipificar/nomear feminicídios – é uma forma de sensibilizar as


instituições e a sociedade sobre sua ocorrência e persistência no
cotidiano, de combater as impunidade penal e estimular a adoção de
políticas preventivas à violência de gênero (Diretrizes para investigar,
processar e julgar com perspectiva de gênero as mortes violentas de
mulheres (BRASIL, 2016).
Feminicídio e Políticas Públicas
PAPEL DO ESTADO:
Aprimorar investigação, processo policial e julgamento da
mortes violentas de mulheres.
Evidenciar razões de gênero como causas dessas mortes.
Executar políticas de enfrentamento à violência de
gênero.
AÇÕES VOLTADAS PARA O
ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA
CONTRA MULHERES NO ÂMBITO DO
DISTRITO FEDERAL
SUBSECRETARIA DE POLÍCAS PARA MULHERES

Formula e implementa políticas públicas de combate ao preconceito de gênero, à


violência contra as mulheres e promove políticas públicas de inclusão.
Desenvolve programas e projetos nas áreas de educação, saúde, segurança,
juventude, empreendedorismo, autonomia econômica, entre outras, com o objetivo
de promover os direitos das mulheres, a partir de cada segmento social,
especialmente às vítimas do preconceito e da violência.
Promove ações transversais, com vistas ao combate das ameaças e violações de
direitos e para garantir o respeito às mulheres e a igualdade entre os gêneros.
SUBSECRETARIA DE POLÍCAS PARA MULHERES

Dispõe de serviços especializados de atendimento às mulheres e


aos autores de violência:

• 4 Centros Especializados de Atendimento à Mulher – CEAMs


• Casa Abrigo
• Casa da Mulher Brasileira
• 9 NAFAVDs – Núcleos de Atendimento a Famílias e Autores de
Violência Doméstica
SUBSECRETARIA DE POLÍCAS PARA MULHERES
AÇÕES VOLTADAS PARA O COMBATE À
VIOLÊNCIA E AO FEMINICÍDIO

 GT Permanente de Combate ao Feminicídio


 Projeto por dentro da Lei Maria da Penha
 Fórum das M ulheres do Campo e do Cerrado
 Seminário Luiza Bairros – Feminicídio e a questão racial (em
parceria com IFB)
 Seminário – Lei do Feminicídio:Processo histórico, aplicações e
desafios
 I Plano Distrital de Políticas para Mulheres (relatoria e avaliação)
 II Plano Distrital de Políticas para Mulheres (fase preparatória)
ALGUMAS INICIATIVAS NO ÂMBITO DO
GDF
Núcleo de Enfrentamento ao Feminicídio - vinculado à Câmara
Técnica de Monitoramento de Homicídios do Viva Brasília –
Nosso Pacto Pela Vida (Secretaria de Segurança Pública e da Paz
Social)
Objetivo: desenvolver e fomentar ações, programas e políticas
para prevenir, investigar, processar e julgar a morte violenta de
mulheres, travestis e transexuais identificadas com o gênero
feminino.
ALGUMAS INICIATIVAS NO ÂMBITO DO
GDF

Companhia de Planejamento do Distrito Federal


(CODEPLAN)
Pesquisas voltadas para o perfil das mulheres do Distrito Federal,
como:
Trajetória das Mulheres no DF – 50 anos de conquistas
Análise das relações de gênero no DF a partir da Pesquisa Distrital
por Amostra de Domicílios (PDAD) – 2012/2011
INTERSETORIALIDADE E ATUAÇÃO EM REDE

No DF, a rede de atendimento a mulheres em


situação de violência é composta por vários
serviços: com setores especializados: SEDESTMIDH,
TJDFT, Defensoria Pública, Ministério Público,
Secretaria de Segurança Pública e Paz Social,
Secretaria de Saúde (NEPAV), entre outros.
Feminicídio e Políticas Públicas:
desafios
Ações devem ir além da criminalização. O combate ao feminicídio requer
mudanças culturais e o fortalecimento de políticas públicas voltadas para a
desconstrução das desigualdades de gênero, para a autonomia e direitos das
mulheres.

 Alteração na legislação deve ser acompanhada de esforços e políticas que


assegurem a aplicação de legislações já vigentes .
 Desenvolvimento de políticas integradas e multissetoriais que fortaleçam a
implementação da Lei Maria da Penha.
 Julgamento célere de agressores.
 Políticas que desconstruam representações tradicionais e preconceitos de
gênero.
 Capacitações, formação continuada para agentes públicos como forma de
garantir eficácia no atendimento das mulheres e de enfrentar a “violência
política”.

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