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Reflexões sobre a Violência de Gênero

Carla Vasquez Cunha de Castro1

Nos dias atuais, a sociedade brasileira vive um grande problema social que
atinge grande parte da sua população, no caso, a violência de gênero. Ela acontece
quando alguém é especificado, humilhado ou atacado devido ao gênero ou identidade
de gênero.
As Mulheres são exemplos cristalinos desse grave transtorno social, que traz
estragos de grandes proporções em famílias e pessoas, que precisam de uma
atenção iminente do poder público na elaboração e execução de políticas públicas
que eduquem e coíbam esse tipo de ação na sociedade.
No que se refere a violência de gênero, isso pode abranger agressões físicas,
sexuais, psicológicas, patrimoniais ou morte da vítima incitado por tópico de gênero,
outros marcadores sociais como classe social também são pertinentes quando se
trata de violência, sendo mulheres de baixa renda e mulheres negras as vítimas mais
expostas a violência e as que mais encaram adversidades (CNJ).
No brasil as mulheres (30,4%) vivenciam impugnação domésticas (IBGE,
2018). Uma das principais formas de violência contra as mulheres é a agressão física.
Dados da pesquisa Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil (2023)
mostra que a cada minuto, 14 mulheres são agredidas com socos e chutes, sendo os
ex-parceiros um dos principais agressores. Em relação a idade, muitas mulheres com
faixa etária entre 16 e 24 são vítimas de violência (30,3%) enquanto as mulheres com
idade mais avançada com faixa etária de 60 anos (9,2%) vivenciaram o mesmo. Já o
perfil étnico racial indica que as que mais sofrem violência são as mulheres negras
(65,6%). O infográfico ainda deixa claro que após episódios mais graves de violência,

1Carla Vasquez Cunha de Castro graduanda do 1º Semestre do Curso de Direito do Centro


Universitário Jorge Amado – UNIJORGE. E-mail: carlinhavasquez@hotmail.com. Trabalho
apresentado como requisito parcial de avaliação da Disciplina História e Socio Antropologia do
Direito, ministrada pela Professora Maria de Fátima Cardoso.

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apenas 1,6% das mulheres telefonam para a central de atendimento à mulher,


enquanto a maioria, 45% das mulheres não buscaram ajuda.
Contemplando todos esses acontecimentos, temos o caso da juíza Viviane
Vieira do Amaral que foi morta na frente das 3 filhas do ex-casal. O caso ocorreu num
momento em que a vítima descia do carro para deixar as filhas com o pai, como
informou o G1. O criminoso de cujo nome Paulo José, foi preso e condenado a 45 anos
de prisão. Diante disso temos mais um caso de violência de gênero.

Para proteger as vítimas que sofrem violência (física, psicológica, moral...) tem-
se a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) com medidas protetoras para coibir todo e
qualquer tipo de violência contra a mulher. As medidas são rigorosas com ações
punitivas com o intuito de impedir a reincidência desses atos (IMP).

Além da Lei Maria da Penha, também está disponível para receber denúncias de
violência contra a mulher a DEAM (Delegacia Especializada em Atendimento à
Mulher). A DEAM funciona 24 horas por dia, incluindo domingos e feriados com
atendimento feito na maioria das vezes em salas reservadas e por policiais do sexo
feminino. (AGÊNCIA SENADO). Assim, o Poder Judiciário tem comprido o papel de
cuidar e proteger as pessoas que sofrem violência.
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REFERENCIAS

Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Protocolo para julgamento com perspectiva


de gênero [recurso eletrônico]. Conselho Nacional de Justiça. — Brasília: Conselho
Nacional de Justiça – CNJ; Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
Magistrados — Enfam, 2021.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE). Estatísticas de Gênero:


Indicadores sociais das mulheres no Brasil. Disponível em:
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/multidominio/genero/20163-estatisticas-
degenero-indicadores-sociais-dasmulheres-no-brasil.html. Acesso em: 18/04/2023.

BUENO, Samira et al. Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil. 4°


edição. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-
content/uploads/2023/03/visiveleinvisivel-2023-infografico.pdf. Acesso em:
18/04/2023.

G1 Notícias. Ex-marido que matou juíza a facadas na frente das filhas é


condenado a 45 anos de prisão. Disponível em: https://g1.globo.com/rj/rio-de-
janeiro/noticia/2022/11/11/ex-marido-que-matou-juiza-a-facadas-na-frente-das-filhas-
e-condenado.ghtml. Acesso em: 18/04/2023

Instituto Maria da Penha. Resumo da Lei. Disponível em:


https://www.institutomariadapenha.org.br/lei-11340/resumo-da-lei-maria-da-
penha.html. Acesso: 18/04/2023.

Agência Senado. Delegacias da mulher passam a prestar atendimento 24 horas.


Disponível em:
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2023/04/04/delegacias-passam-a-
prestar-atendimento-24-horas-a-mulheres-vitimas-de-violencia. Acesso em:
18/04/2023.

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