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Direito das Mulheres & Violência Contra a Mulher.

Fernanda Alves.

21 anos.

Bacharel em Direito pela UNIVS.

Advogada atuante na área do Direito Previdenciário e Direito do Consumidor.


Brasil teve uma mulher morta a
cada seis horas em 2023.
O Brasil registrou 1.463 casos de mulheres vitimas de feminicídio no ano
passado, cerca de 1 caso a cada 6 horas, segundo relatório do Fórum Brasileiro
de Segurança Publica (FBPS).
A cada 8 minutos, uma menina ou
mulher foi estuprada no primeiro
semestre do ano de 2023.
Foram registrados 34 mil estupros de vulneráveis de meninas e mulheres de
janeiro a junho, o que representa aumento de 14,9% em relação ao mesmo
período do ano passado (FBPS).
Violência Doméstica
De acordo com o art. 5º da Lei Maria da Penha, violência doméstica e familiar contra a mulher é “qualquer
ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e
dano moral ou patrimonial”.
Lei Maria da Penha
Com o intuito de combater a violência contra a mulher, a Lei Maria da Penha
foi criada em 2006, estabelecendo mecanismos para coibir e prevenir atos de
violência doméstica e familiar.
A agressão:
Farmacêutica e natural do Ceará, Maria da Penha sofreu constantes agressões
por parte do marido. No ano de 1983, seu agressor tentou matá-la com um tiro
de espingarda. Maria escapou da morte, mas ficou paraplégica. Quando voltou
para casa, após a internação e tratamentos, sofreu uma nova tentativa de
assassinato. Dessa vez, o marido tentou eletrocutá-la.

Depois de muito sofrer com o marido, Maria da Penha criou coragem para
denunciar o agressor. No entanto, se deparou com um cenário que muitas
mulheres enfrentam em casos de violência: incredulidade e falta de apoio
legal por parte da justiça brasileira. Sendo assim, abria-se margem para que a
defesa do agressor alegasse irregularidades no processo, mantendo-o em
liberdade, enquanto aguardava julgamento.
O livro:
Com o processo ainda correndo na Justiça, em 1994, Maria da Penha lançou o
livro “Sobrevivi… posso contar”, onde narra as violências sofridas por ela e
pelas três filhas.

Com o apoio vindo após a divulgação do livro, Maria acionou o Centro pela
Justiça e o Direito Internacional (CEJIL) e o Comitê Latino Americano e do
Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM). Estes órgãos
encaminharam seu caso para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos
da Organização dos Estados Americanos (OEA), em 1998.

Assim, em 2002, o caso foi solucionado, quando o Estado brasileiro foi


condenado por omissão e negligência pela Corte Interamericana de Direitos
Humanos. Portanto, o Brasil teve que assumir o compromisso de reformular as
suas leis e políticas em relação à violência doméstica.
Para quem?
A Lei ampara todas as pessoas que se identifiquem com o sexo feminino,
sendo heterossexuais, homossexuais e mulheres transexuais.

A vítima precisa estar em situação de vulnerabilidade em relação ao agressor.


Este não precisa ser necessariamente o companheiro. Se uma pessoa ou
parente do convívio da vítima for o agressor, a Lei Maria da Penha também
ampara esse cenário, já tendo sido inclusive aplicada em um caso violência
doméstica entre pai e filha.
Tipos de Violência
Violência Física Violência Psicológica
A lei abrange a violência física, incluindo Compreende formas de ameaças,
agressões, lesões e maus-tratos que constrangimento, manipulação e
causem sofrimento à mulher. humilhações que afetam o bem-estar
psicológico.

Violência Patrimonial Violência Sexual


Destruição e retenção dos bens da mulher Assedio, importunação sexual, relações
vítima de violência (dinheiro, documentos, sexuais sem consentimento, proibir a
passaporte). mulher de utilizar métodos
contraceptivos.
Alguns Direitos Garantidos as mulheres.
1 Lei do Feminicídio
Lei nº 13.104/2015 torna o feminicídio um homicídio qualificado e o coloca na lista de crimes
hediondos, com penas mais altas, de 12 a 30 anos. É considerado feminicídio quando o
assassinato envolve violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição
de mulher da vítima.

2 "Não é Não"
Lei 14.786, de 28 de dezembro de 2023 cria o protocolo “Não é Não”, institui um Protocolo
para prevenção ao constrangimento e à violência contra a mulher e para proteção à vítima;
institui o selo “Não é Não – Mulheres Seguras”.

3 Igualdade Salarial
Lei 14.611 Lei da Igualdade Salarial e de Critérios Remuneratórios entre mulheres e homens.
Mulheres inspiradoras (que você pode citar na
redação do ENEM)
Maria Odília Teixeira
É considerada a primeira mulher negra e médica do Brasil. Ela nasceu em 1884 em São Félix do
Paraguaçu, na Bahia, filha de uma mulher negra escravizada e alforriada e de um médico branco de
origem humilde.

Malala Yousafzai
Malala é uma jovem paquistanesa conhecida por defender o acesso à educação em sua região,
principalmente aos direitos das mulheres. Quando tinha 15 anos foi atingida por um grupo talibã
quando saía da escola e o caso teve repercussão mundial.

Por seu ativismo e popularidade, Malala ganhou o Nobel da Paz em 2014, quando tinha 17 anos.

Bertha Lutz
Lutou pelos direitos das mulheres. Ela fundou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino em 1922 e
foi uma das principais líderes do movimento sufragista no Brasil. Em 1932, ela liderou uma campanha
bem-sucedida pela concessão do direito de voto às mulheres brasileiras.
Vamos conversar?
É hora do bate papo sobre o tema!

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