Penha, a Lei nº 11.340/2006, que completou 16 anos em agosto de 2022, foi criada para prevenir e punir atos de violência física, verbal, moral, sexual e patrimonial contra as mulheres, é considerada legislação referência no combate à violência contra mulher em todo o mundo. Novidades Trazidas com a Lei Maria da Penha:
• Prisão do suspeito de agressão;
• a violência doméstica passar a ser um agravante para aumentar a pena; • não é possível mais substituir a pena por doação de cesta básica ou multas; • ordem de afastamento do agressor à vítima e seus parentes; • assistência econômica no caso da vítima ser dependente do agressor. O que é violência doméstica?
• Muitas pessoas ainda acreditam que a violência doméstica
trata-se apenas de agressões físicas, qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher, mas não é bem assim. De acordo com o art. 5º da Lei Maria da Penha, violência doméstica e familiar contra a mulher é “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”. • Ou seja, a violência doméstica também pode ser psicológica, sexual, moral ou patrimonial. Uma das violências mais sofridas pelas mulheres é a humilhação, que tem um impacto gigantesco em sua autoestima. Tipos de violência doméstica Violência psicológica A violência psicológica engloba ameaças, constrangimento, manipulação, vigilância constante, insultos e ações que causam grandes danos emocionais na mulher. Esse tipo de violência ainda é difícil de ser identificada como agressão, mas é! Violência Sexual Já a violência sexual é aquela em que o homem contranja a presencial, manter ou participar de uma relação sexual que a mulher não deseja e, para isso, utiliza de intimidação, ameaça ou até o uso de força. É aqui que acontecem os estupros, por exemplo. Impedir o uso de métodos contraceptivos também é um tipo de violência. Violência Patrimonial A violência patrimonial, menos falada, é aquela em que a mulher tem a retenção, subtração e destruição dos seus objetos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores ou direitos econômicos. Alguns exemplos desse tipo de violência é o controle do dinheiro da mulher, a falta de pagamento da pensão alimentícia dos filhos, estelionato, furtos e até mesmo destruir de forma proposital objetos pessoais da mulher. Violência Moral E mais, ainda existe a violência moral – que inclui calúnia, difamação e injúria. Acusar a mulher de traição, expor a vida íntima, desvalorizar a vítima pelo seu modo de se vestir, emitir juízos morais sobre a conduta e rebaixar a mulher por meio de xingamentos que incidem sobre a sua índole, por exemplo, também são atos de violência. Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104/2015) O feminicídio pode ser entendido como um novo tipo penal, ou seja, aquilo que está registrado na lei brasileira como uma qualificadora do crime de homicídio. O que é feminicídio? • O assassinato de mulheres em contextos discriminatórios recebeu uma designação própria: feminicídio. Nomear o problema é uma forma de visibilizar um cenário grave e permanente: milhares de mulheres são mortas todos os anos no Brasil. O FEMINICIDIO E A SOCIEDADE PATRIARCAL O feminicídio é a expressão fatal das diversas violências que podem atingir as mulheres em sociedades marcadas pela desigualdade de poder entre os gêneros masculino e feminino e por construções históricas, culturais, econômicas, políticas e sociais discriminatórias.
A subjugação máxima da mulher por meio de seu extermínio tem
raízes históricas na desigualdade de gênero e sempre foi invisibilizada e, por consequência, tolerada pela sociedade. A mulher sempre foi tratada como uma coisa que o homem podia usar, gozar e dispor.” Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, juíza de Direito do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O TERMO FEMINICÍDIO trata-se de um crime de ódio. O conceito surgiu na década de 1970 com o fim de reconhecer e dar visibilidade à discriminação, opressão, desigualdade e violência sistemática contra as mulheres, que, em sua forma mais aguda, culmina na morte. Homicídio qualificado § 2º Feminicídio VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: § 2º -A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar; II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Aumento de pena § 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima.” (NR) Os dados mais recentes - obtidos em 2022 - mostram que o Brasil bateu recorde em feminicídios com 1.400 mulheres mortas apenas por serem mulheres. Este número é o maior registrado no país desde que a lei de feminicídio entrou em vigor, em 2015. Foram registrados no Brasil 31.398 denúncias de violência doméstica ou familiar contra mulheres. Dentre essas violências estão a física, sexual, psicológica, moral e até patrimonial. No Brasil, desde 2015, uma lei penal pune o crime de feminicídio, que consiste em matar “a mulher por razões da condição de sexo feminino”. Feminicídio é o assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher. Suas motivações mais usuais são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda do controle e da propriedade sobre as mulheres, comuns em sociedades marcadas pela associação de papéis discriminatórios ao feminino, como é o caso brasileiro. Segundo o Código Penal, há razões da condição de sexo feminino “quando o crime envolve violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher”. É feminicídio não apenas o caso em que vítima e seu algoz mantiveram alguma relação afetiva, mas também quando os fatos criminosos evidentemente demonstram que a “condição” de mulher foi decisiva para seu cometimento. Ser mulher é, infelizmente, estar constantemente sob o risco de sofrer violências, por toda a vida, desde criança até idosa, em todas as classes sociais e em todas as raças. Atualmente, cifras assustadoras (e vergonhosas) apontam o Brasil como o quinto país do mundo que mais mata as suas mulheres. E, por isso, precisamos falar sobre gênero, sobre as relações profundamente desiguais de poder entre homens e mulheres. Afinal, o que faz um homem acreditar que ele pode eliminar a vida de uma mulher quando ela se recusa a manter relação sexual com ele (ou quando se recusa a um beijo, ou a um abraço, ou a qualquer ato lascivo) ou quando ela se recusa a permanecer no relacionamento (aqui, a famosa frase “se não for minha, não vai ser de mais ninguém”)? O crime, conforme o Código Penal, caracteriza-se pelo “ato libidinoso praticado contra alguém, e sem a autorização, a fim de satisfazer desejo próprio ou de terceiro”. A Lei 13.718 foi sancionada em setembro de 2018 e, atualmente, tem pena prevista de um a cinco anos de prisão. • Qual a diferença entre importunação sexual e assédio sexual? • O crime de Assédio Sexual, conforme a Lei: o Art. 216-A do Código Penal Código Pena, é o ato de “constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função”. Para o crime ser considerado assédio há alguns requisitos, como uma relação entre agressor e vítima. O crime acontece especialmente no ambiente de trabalho, quando quem o pratica tem uma posição de superioridade hierárquica em relação à vítima. O objetivo é conseguir um favorecimento sexual por conta dessa posição e pode variar de abordagens grosseiras a propostas inadequadas que constrangem e amedrontam. A pena é de um a dois anos de prisão. Já a importunação sexual é o ato de “praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro”.