Você está na página 1de 13

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA


Discente: Ana Carolina Venancio
Docente: Anna Maria Mancini
Título da apresentação 2
Conceito
Feminicídio é uma forma de homicídio de mulheres que tem como base a
discriminação do sexo feminino, menosprezando este gênero. É um fenômeno
que atinge, em grande escala, mulheres do mundo todo e que, observando
alguns sinais que deixamos passar, poderiam evitar uma situação drástica como
esta. Muitas vezes, a prática do feminicídio se inicia com relatos de violência
doméstica, abusos e maus-tratos.

3
“ O feminicídio é a instância última de controle da mulher
pelo homem: o controle da vida e da morte. Ele se
expressa como afirmação irrestrita de posse, igualando a
mulher a um objeto, quando cometido por parceiro ou ex-
parceiro; como subjugação da intimidade e da
sexualidade da mulher, por meio da violência sexual
associada ao assassinato; como destruição da identidade
da mulher, pela mutilação ou desfiguração de seu corpo;
como aviltamento da dignidade da mulher, submetendo-a
a tortura ou a tratamento cruel ou degradante.”
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre
Violência contra a Mulher (
Relatório Final, CPMI-VCM, 2013)

4
Essas desigualdades e discriminações podem se manifestar
desde o acesso desigual a oportunidades e direitos até
violências graves – alimentando a perpetuação de casos
como os assassinatos de mulheres por parceiros ou ex-
parceiros que, motivados por um sentimento de posse, não
aceitam o término do relacionamento ou a autonomia da
mulher; aqueles associados a crimes sexuais em que a
mulher é tratada como objeto; crimes que revelam o ódio ao
feminino, entre outros.
A mulher era tida como propriedade, submissa ao pai e ao
marido, devendo guardar a honra de seu pai até o
casamento, onde deveria se manter fiel, correndo risco de
sofrer castigos como o cárcere privado. O seu marido
possuía liberdade para se relacionar com outras mulheres.
Em meados do século XVI e XIX a Justiça Brasileira
considerou as Ordenações Filipinas que concedia ao marido
o direito de matar a sua esposa em caso de a mesma cometer
adultério, ou se houvesse apenas boatos ou desconfiança do
acontecido, esse crime possuía o nome de uxoricídio.
O termo feminicídio surgiu na década de 1970, dentro do
movimento feminista, conceituando a morte de mulheres como ato
de ódio tendo por motivação o fato de sua condição social
enquanto gênero feminino. Diferente do homicídio, que
denominava mortes por assassinato sem distinção dos sexos, o
feminicídio revela características especificas, como a existência de
violência geralmente advinda de ex relações afetivas, mostrando a
relação de posse sob o corpo feminino e a vulnerabilidade feminina
dentro dessas relações.

No ano de 1976, aconteceu o Primeiro Tribunal Internacional


de Crimes contra Mulheres, na cidade de Bruxelas, Bélgica onde foi
citado pela primeira vez o termo “feminicídio”, entretanto somente
em 1990 que se deu sua definição, através da ativista feminista
Diana Russell  que defendia que o feminicídio seria causado por
atitudes advindas de um conjunto de violência contra mulheres,
praticadas ao longo dos anos com várias justificativas, sendo elas
questões de honra ou a prática de incendiar as mulheres que eram
consideradas bruxas, sucedendo a morta das mulheres 

6
A ativista Diana Russell também denominava como feminicídio, de
forma indireta, as violências patriarcais resultada em morte, de forma
institucional onde há o impedimento do aborto como forma de controle ao
corpo feminino, colocando em risco a vida da mulher, e a negligência por
parte do Estado que estimula a “violência e o senso de segurança e justiça
se desloca da esfera pública dos direitos para se tornar uma
responsabilidade individual”.
Em 1990, começa o aumento do número de notificações de casos de
morte de mulheres jovens, na fronteira entre o México e os Estados
Unidos. A conjuntura dessas mortes, causadas por violências sexuais,
mutilações dos corpos e abandono em locais públicos, atraíram a atenção
da mídia e da população. A partir daí deram início aos movimentos de
defesa dos direitos humanos femininos em busca de justiça pelas vítimas e
suas famílias, foi então que o termo feminicídio foi revogado na América
Latina como conceito exclusivo de morte a mulheres

7
O feminicídio pode ser estabelecido conforme sua
particularidade, estímulo ou características especificadas do
crime de ódio, sendo essas:
• Feminicídio íntimo: cujo a vítima tem realmente um
relacionamento íntimo ou familiar, mais constante e com
maior taxa de violência e abuso, e com permanência de
meses ou anos;

• Feminicídio sexual: de que a vítima não tem ou tinha


alguma correlação íntima ou familiar com o agressor;

• Feminicídio corporativo: crime por vingança ou norma,


que envolve facção ou organização criminosa, realizado
em nome de outra pessoa;

• Feminicídio infantil: crime de menores de idade, na qual


tem vinculação, cuidado do agente ativo e passivo
8
A expressão “feminicídio” abrange
diversos tipos de violências, que resultam na
morte de mulheres. Vale ressaltar como
evidenciado, que esses crimes ocorrem desde
muitos anos atrás e vem ganhando força e
sendo compreendido constantemente, a partir
das lutas e criação de legislações como forma
de defesa e busca por justiça, ressaltando o
quanto a sociedade ainda permanece com
tradições patriarcais, privando as mulheres de
sua liberdade e dignidade.

9
Importância de se falar no feminicídio?
A um enorme debate sobre Feminicídio, um
fator que cabe relevância neste assunto é o
machismo. A respeito disso, sabemos que
desde o Brasil colônia, a mulher já era
menosprezada, e colocada para ser submissa. O
machismo é algo demasiadamente significativo
na educação brasileira, que ainda é muito
conservadora e exerce um papel visível para
esses crimes que acontecem. A submissão da
mulher na sociedade patriarcal, desde o
princípio, foi vista com naturalidade, portanto
possuíam poucos direitos e seus deveres eram
estar sempre ao lado do seu protetor, que
poderia ser o pai, o irmão ou marido.

10
A mulher era condutora da honra e, se porventura,
fosse desonrada, mesmo que estuprada, poderia ser
morta para resguardar a posição social de seu suposto
protetor, uma violência insensata e discriminatória que,
infelizmente, ainda persiste em algumas partes do
mundo. De acordo com o Mapa da Violência de 2015, o
Brasil é um país de extrema agressividade contra a
mulher ocupando a sétima posição em uma lista de
oitenta países, uma taxa de 4,5 mortes para cada 100 mil
mulheres. As mulheres negras acompanharam diferentes
momentos de sua militância, à questão específica da
mulher negra ser secundarizada na suposta
universalidade de gênero, embora seja em um país em
que as afrodescendentes integram, em torno de metade
da população feminina

11
Conforme a Lei 11.340/2006, considera-se violência doméstica e familiar contra a
mulher, qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, dano patrimonial, moral, sexual e psicológico. A violência física
entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal.

12
Lara Cardoso

Obrigado lara@contoso.com

www.contoso.com

Você também pode gostar