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Violência Sexual

Um conceito de violência sexual é: “tipo de violência em que envolve


relações sexuais não consentias e pode ser praticada tanto por conhecido ou familiar ou
por um estranho”. Neste trabalho trataremos do assunto dizendo seus tipos e
penalidades, como denunciar e proceder após a violência e também, falaremos sobre
alguns mitos falsos.

Pode se dizer que violência sexual é uma questão de gênero, ela se dá por
causa dos papéis de homem e mulher por razão social e cultural em que o homem é o
dominador. Este é um problema universal, no homem é uma questão de poder e controle
e que atinge as mulheres de todos os tipos e lugares.  

Tipos e Penalidades

Em um relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde), define como


violência sexual como: “Qualquer ato sexual ou tentativa do ato não desejada, ou atos
para traficar a sexualidade de uma pessoa, utilizando repressão, ameaças ou força física,
praticados por qualquer pessoa independente de suas relações com a vítima, qualquer
cenário, incluindo, mas não limitado ao do lar ou do trabalho”. A violência estabelece-
se em uma transgressão dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher, principalmente
ao atentado de direito físico e ao controle de sua capacidade sexual e reprodutiva.

Conforme o Código Penal Brasileiro em vigência, a violência sexual é


considerada uma transgressão pesada, há três tipos: o estupro, o atentado violento ao
pudor e o assédio sexual.

No caso do estupro, segundo o Código Penal artigo 213, "Constranger


mulher à conjunção carnal mediante violência ou grave ameaça. Pena: reclusão, de 6 a
10 anos". Ou seja, qualquer relação homem/mulher sem consentimento é definida como
estupro.

No caso do atentado violento ao pudor, segundo o Código Penal artigo 214,


"constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que
com ela se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal. Pena: reclusão de 6 a 10
anos". Considera-se ato libidinoso as carícias íntimas, masturbação, entre outros.

No caso do assédio sexual, segundo o Código Penal artigo 216A,


“constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência
inerente ao exercício de emprego, cargo ou função. Pena - detenção, de 1 a 2 anos”. Ao
impor ou forçar outra pessoa a exercer um ato sexual, que pode ser beijar, despir-se ou
até mesmo o próprio ato, sobre qualquer ameaça, seja de perder o emprego ou ser
privado de uma promoção, é assédio sexual.
 

Denúncia

Muitas pessoas que sofrem de violência ficam envergonhadas e tem


dificuldade de denunciar e de pedir ajuda. Primeiramente, elas sofreram um trauma
emocional e físico muito grande e ainda quando vão denunciar são vitimas de piadinhas
e indiretas por parte da própria delegacia, são tratadas com desconfiança, antes de terem
seus direitos garantidos. Isso faz com que a vítima desista de denunciar seus agressores.

Quem sofre uma violência sexual tem o direito à: registro de ocorrência


policial, inquérito policial e à realização de exames periciais junto ao Departamento
Médico Legal (DML); recebimento gratuito de assistência médica com indicação de
contracepção de emergência para evitar a gravidez indesejada; recebimento de
profilaxia para HIV e para Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST); aborto legal
em caso de gravidez decorrente de estupro, de acordo com a legislação vigente do
Código Penal no artigo 128; promoção da Ação Penal para responsabilização do
agressor (processar o agressor) pelo Ministério Público quando a violência sexual for
praticada com abuso do pátrio poder ou da qualidade de padrasto, tutor ou curador; ou
quando a vítima não tiver condições de prover as despesas do processo.

Após a denuncia, a vítima deve ir à Delegacia de Polícia fazer o registro de


ocorrência; ir ao Departamento Médico Legal para fazer o exame de corpo de delito; ir
ao hospital ou posto de saúde para receber a Pílula de emergência e fazer o tratamento
que evita as doenças sexualmente transmissíveis (DST) e aids e caso seja necessário, ir
ao Hospital para fazer o Aborto Legal.

Aconselha-se que não se faça nenhum tipo de higiene pessoal antes que o
registro seja feito, já que assim pode se apagar eventuais provas, deve-se preservar as
roupas em seu estado de agressão, quer dizer, deixar as roupas rasgadas e sujas, pois
nelas pode haver vestígios do crime. Outro ponto importante é tentar prestar atenção se
o agressor possui eventuais marcas, cicatrizes ou tatuagens pelo corpo, isso ajuda a
polícia a identificar o criminoso. 

Quando for fazer a denuncia quem deve fazê-la é a própria vítima, mas se
for menor de idade, o responsável legal do menor deverá fazer a ocorrência. Há, em
casos normais, seis meses para se fazer a denuncia, mas se a vítima tiver idade inferior à
de dezoito anos, ela terá até sua maioridade para efetuá-la. 
 

Mitos

Há alguns mitos que são consideravelmente importantes de se falar. Mitos


do tipo que o agressor é sempre um desconhecido são um deles, na verdade a maioria
dos casos de agressão, os agressores são conhecidos da vítima, que possuem um vinculo
afetivo com ela, às vezes meu próprio pai é o agressor.

Outro mito é que as mulheres provocam a agressão por usarem roupas


consideradas insinuantes e passarem por lugares esmos e horários impróprios, o que é
uma mentira. Todos tem o direito de usar a roupa que quiser e à liberdade de ir e vir a
hora em que bem quiser, e esses direitos devem ser respeitados. Não é por ser uma
prostituta ou garota de programa, que elas terão seus direitos violados.

Este tipo de violência não é causado pelo álcool ou pela droga, eles atuam
como agravantes e precursores da violência, assim como diversos outros fatores que
levam ao descontrole emocional, porém não pode ser dito que eles são  causadores da
violência.

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