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Samuel Little

Biografia

Samuel, ou simplesmente Sam, nasceu em Reynolds, na Geórgia, mas cresceu


em Lorain, no estado de Ohio. Ele foi criado por uma avó e frequentou a Hawthorne
Junior High School. Foi preso pela primeira vez no início dos anos 60, aos 21 anos de
idade, por arrombamento, crime pelo qual também já havia sido acusado quatro anos
antes. Ele cumpriu uma sentença de três anos e depois de sair voltou a praticar crimes.

Até ser encarcerado definitivamente, Little foi preso pelo menos uma centena de vezes
anteriormente por crimes como sequestros, estupro e roubo à mão armada.

Perfil das vítimas

Samuel matava mulheres, quase todas negras, que viviam marginalizadas ou e em


estado de vulnerabilidade. Muitas delas eram prostitutas e dependentes de drogas e/ou
álcool.

Modus operandi

Samuel encontrava suas vítimas geralmente em bares ou até na rua. Ele então
conquistava sua confiança, conversando com elas e oferecendo-lhes carona, algumas
vezes em mais de uma ocasião ou em mais de um dia. Numa destas “caronas”, ele
levava a vítima até uma área isolada, muitas vezes dirigindo por uma estrada de terra, e
cometia o crime: primeiro estuprava e depois estrangulava a vítima, descartando depois
os corpos em rios, pântanos ou outras áreas isoladas. Ex-pugilista, algumas de suas
vítimas levaram socos antes de serem estranguladas. Ao menos uma de suas vítimas,
que ele teria encontrado em 1993 em Las Vegas, segundo ele foi morta em um motel,
tendo ele depois colocado o corpo no porta-malas e o descartado rolando-o barranco
abaixo numa área remota.

"O criminoso usava tanta força que chegou a quebrar a coluna vertebral de uma vítima
ao atingi-la no abdômen", segundo a BBC.

“Em um dos casos, Little descreveu ter conhecido uma jovem transexual negra chamada
Marianne ou Mary Ann em Miami, na Flórida, no início dos anos 1970. Ele contou ter
matado a jovem de 19 anos em uma garagem perto de uma plantação de cana-de-açúcar
e arrastado o corpo dela para dentro de uma região pantanosa. Em outro caso, Little
detalhou como estrangulou uma mulher em 1993 em um quarto de motel em Las Vegas.
Ele se lembrou de ter conhecido o filho dela antes disso e até apertado sua mão. Depois
de matá-la, dirigiu até os arredores da cidade e jogou seu corpo de um barranco”,
escreveu a BBC.

Little acreditava que vários dos corpos de suas vítimas jamais seriam encontrados.

Motivação

Segundo a promotora Beth Silverman, os crimes tiveram motivação sexual. No entanto,


Little negou e se ofendeu a ser chamado de estuprador, apesar de investigadores terem
encontrado sêmen nos corpos e roupas de suas vítimas.
Área de atuação

De acordo com o site do FBI, Samuel fez vítimas nos estados do Arizona,
Arkansas, Califórnia, Carolina do Sul, Flórida,
Georgia, Illinois, Kentucky, Louisiana, Mississipi, Nevada, Ohio, Tennessee, Texas
e Washington.

Perfil psicológico

Segundo a polícia, ele não demonstrou remorso e falou com empolgação de seus crimes,
chegando a rir quando se lembrou dos detalhes. “É um psicopata carismático”, segundo
a descrição de alguns investigadores. À policial Crystal LeBlanc ele teria dito: "Deus
me fez dessa maneira, então por que eu deveria pedir perdão? Deus sabia de tudo que eu
fazia".

“Por muitos anos ele acreditava que nunca seria preso”, disse também a polícia.

O detetive Tim Marcia o descreveu como "o puro mal".

Prisão

Little, que tinha uma extensa ficha criminal, incluindo condenações por assalto à mão
armada e estupro, foi preso aos 72 anos, em 2012, no Kentucky, por envolvimento com
drogas. De lá foi enviado para Califórnia, onde policiais realizaram testes de DNA que o
ligaram a três assassinatos não resolvidos, acontecidos entre 1987 e 1989 no Condado
de Los Angeles. Ele se declarou inocente, mas foi condenado e sentenciado à prisão
perpétua em 2014, sem chance de liberdade condicional. A polícia o ligou inicialmente
a cinquenta mortes, mas na prisão ele contou ser autor de outros 43 assassinatos,
detalhando vários destes crimes. Ele, inclusive, chegou a desenhar o rosto de várias
destas possíveis vítimas.

"Assusta a clareza que ele tem sobre certas coisas depois de todo esse tempo. Lembra de
nomes e rostos", disse o policial Michael Mongeluzzo.

No dia 7 de outubro de 2019, o FBI emitiu um comunicado oficial dizendo que ele era
“o maior assassino em série dos EUA” e que “todas as suas confissões são críveis”.
Meses antes o órgão já havia divulgado os desenhos feitos por ele na prisão, na tentativa
de identificar mais de suas vítimas.

Morte

Little morreu em 30 de dezembro de 2020, aos 80 anos, na Califórnia.

Falar sobre o direito à liberdade sexual da mulher é chamar a atenção para as dificuldades
ainda presentes na vida de muitas mulheres. É afirmar que o poder sobre seu corpo é de cada
uma. É desejar que cada vez mais todas as mulheres possam expressar e exercer a sua
sexualidade de forma livre. A liberdade sexual pode ser entendida pelo direito de expressar e
exercer a própria sexualidade de forma livre, ou seja, escolher sua/seu parceira(o) ou
parceiras(os), inclusive nenhum(a), bem como decidir quando e como se expressar
sexualmente, além da livre orientação sexual. Também significa respeitar as diferentes
expressões: a intolerância a alguma maneira de expressar e/ ou exercer a sexualidade é uma
forma de discriminação e gera sofrimento, exclusão e, muitas vezes, violência. Deve-se frisar
que a liberdade sexual dá a todas as pessoas o poder sobre si mesmas, mas também a
responsabilidade sobre suas escolhas. Claro que essa liberdade deve ser de ambos os lados:
não se pode falar em liberdade quando um dos lados está sendo pressionado, coagido, até
mesmo abusado ou explorado

Até bem pouco tempo atrás, o sexo era visto somente como forma de procriação, de modo
que havia forte repressão às relações sexuais realizadas fora do casamento ou dos padrões
socialmente aceitos e estabelecidos - embora o comportamento masculino fora de tais
padrões fosse não só tolerado, mas aceito, não ocorrendo o mesmo com as mulheres. E isso
ainda acontece. As mulheres continuam sendo o maior alvo da repressão sexual. A mulher não
poderia permitir intimidade com um homem que não fosse seu marido, mas mesmo com este
não deveria demonstrar muito interesse sexual e muito menos desejo e prazer. No entanto, a
entrada da mulher no mercado de trabalho, as lutas de movimentos sociais e o avanço
científico - que criou a pílula anticoncepcional nos anos 1960, por exemplo - deram maior
autonomia à mulher quanto à sua sexualidade.

RESUMO DE CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL

Conceito
Os crimes contra a dignidade sexual estão dispostos nos artigos 213 a 234
do Código Penal.

Eles têm como objeto jurídico a proteção da sexualidade tanto nas relações de


caráter pessoal (autodeterminação sexual), quanto nas relações de caráter
social (exercer a sexualidade e com outra pessoa), ou seja, a liberdade que
uma pessoa tem de dispor do próprio corpo, sua integridade física, sua vida ou
honra.

Os crimes contra liberdade sexual também podem ser tipificados por


omissão imprópria, por exemplo, por quebra do dever de cuidado do Estado ou
dos pais de uma criança.

Com a alteração promovida pela Lei n.º 13.718/18, a ação penal dos crimes
contra a liberdade sexual passa a ser sempre pública incondicionada. No
entanto, por se tratar de disposição prejudicial ao réu, a nova regra não poderá
retroagir.

Estupro
O crime de estupro consiste em constranger alguém, limitando sua liberdade,
fazendo uso de força ou coação, com finalidade de obter a conjunção
carnal ou outro ato libidinoso.

Ato libidinoso é qualquer ato sexual que tenha finalidade de satisfazer a libido
do sujeito ativo.
Dolo: GENÉRICO consubstanciado na vontade de constranger (compelir,
coagir, obrigar).

Atos executórios

 Violência física (vis corporalis): quebra de resistência.


 Grave ameaça (vis absoluta): violência psíquica direta ou indireta; justa
ou injusta – analisada de forma subjetiva.

Não é necessária a satisfação sexual do agente para fins de consumação.

A tentativa é possível quando o agente praticar somente os atos executórios e


NENHUM ato libidinoso.

Pode ser sujeito ativo qualquer pessoa, homem ou mulher.

O sujeito passivo será qualquer pessoa maior de 14 anos (se o sujeito for
menor de 14 anos, o crime será de estupro de vulnerável).

A pena do crime é de reclusão de 6 a 10 anos e, quando for qualificado pelo


resultado, ou seja, se do estupro resultar lesão corporal grave, a pena será de
reclusão de 8 a 12 anos, se resultar em morte, a pena será de reclusão de 12 a
30 anos.

Ainda, se o sujeito passivo for maior de 14 anos e menor de 18, o crime será
qualificado e a pena será de reclusão de 8 a 12 anos.

Ainda que não haja morte ou lesão grave, o estupro é considerado crime


hediondo (Lei 8.072/1990). Assim, o indivíduo condenado pelo crime de
estupro deverá iniciar o cumprimento de pena em regime fechado, não terá a
possibilidade de obtenção de liberdade provisória com fiança, bem como terá
um prazo maior para obtenção do livramento condicional.

É indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, por se tratar de


crime que deixa vestígios (art. 158 CPP).

 A confissão não supre o exame de corpo de delito.


 A falta do exame pode ensejar nulidade da ação penal.

Se o estupro for cometido com a finalidade de transmitir HIV, haverá concurso


formal impróprio com tentativa de homicídio (se a vítima a falecer antes do
trânsito em julgado, o homicídio será considerado consumado).

Não incluem nesse tipo penal as palavras de baixo calão, escritos com
conteúdo eróticos e afins.

Art. 59 Lei 6.001/73: quando a vítima for índio não integrado à nossa “cultura”
deverá ser aplicado um aumento de pena de um terço.

Violação Sexual Mediante Fraude


Neste tipo penal a vítima é induzida ao erro, por acreditar que determinada
conduta é necessária e que vai fazer bem a ela.

Dolo genérico.

Meio executório: ilusão, fraude, distorção da realidade, mentira ou qualquer


outro meio vicioso da vontade da vítima.

O crime, também conhecido como estelionato sexual, é configurado quando


há fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre vontade da pessoa.

Os sujeitos ativo e passivo podem ser qualquer pessoa e a pena para quem
comete violação sexual mediante fraude é de reclusão de 2 a 6 anos.

Caso a vítima esteja sob efeito de remédios, álcool ou drogas, o crime será de
estupro de vulnerável.

Importunação Sexual
Importunação sexual é o ato realizado com finalidade de satisfazer ao desejo
sexual, realizado isoladamente ou em relação à outra pessoa. Pode ser
apalpar, abraçar, tocar partes do corpo, ficar nu ou despir alguém.

Libido significa desejo sexual. Ato libidinoso é todo ato de satisfação da libido,


ou seja, do desejo ou apetite sexual da pessoa.

A importunação sexual é um crime considerado comum, ou seja, qualquer


pessoa pode cometê-lo (sujeito ativo), bem como qualquer pessoa pode ser
vítima (sujeito passivo).

A pena para quem comete importunação sexual é de reclusão de1 a 5 anos.

Importante salientar que, caso o sujeito cometa um crime mais grave, por
exemplo, estupro, somente responderá pelo crime de estupro, pois a
importunação sexual é um crime subsidiário.

Assédio Sexual
O assédio sexual ocorre quando uma pessoa se utiliza da relação de
hierarquia que possui em relação à vítima para obter um favorecimento
sexual.

Dolo ESPECÍFICO consubstanciado na vontade de obter favorecimento sexual.

O constrangimento (perseguir, importunar, insistir) empregado é por meio de


uma “ameaça” vinculada à relação de hierarquia ou ascendência;
É crime formal, portanto consuma-se com o simples constrangimento, ou seja,
não precisa ocorrer a relação sexual em si. Basta que uma pessoa ameace
outra, utilizando-se da superioridade hierárquica.

O sujeito ativo do crime pode ser qualquer pessoa que tenha algum tipo de
superioridade hierárquica em relação à vítima. O sujeito passivo pode ser
qualquer pessoa subordinada ao sujeito ativo.

A pena é de detenção, de um a dois anos, e será aumentada em até um terço


se a vítima for menor de 18 anos.

Estupro de Vulnerável
No estupro de vulnerável o agente não precisa constranger a vítima para
incorrer em crime. Basta que tenha a conjunção carnal ou qualquer outro ato
libidinoso com pessoa vulnerável.

O tipo penal traz a ideia de violência presumida, que é a incapacidade


absoluta da vítima para consentir com a prática sexual.

A violência presumida NÃO é uma presunção de culpabilidade, mas sim o


entendimento penal acerca da vulnerabilidade da vítima.

Vulnerável é qualquer pessoa em situação de fragilidade ou perigo. Não se


refere somente à capacidade de consentir ou à experiência sexual da vítima,
mas por ela estar em situação de fraqueza moral, social, cultural, biológica etc.

Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime. O sujeito passivo, por sua
vez, é qualquer pessoa menor de 14 anos ou que esteja em situação de
vulnerabilidade.

A pena do crime é de reclusão de 8 a 15 anos e, quando o crime for qualificado


pelo resultado, ou seja, se do estupro resultar lesão corporal grave, a pena
será de reclusão de 10 a 20 anos, se resultar em morte, a pena será de
reclusão de 12 a 30 anos.

A jurisprudência reconhece o erro de tipo quando demonstrado que a vítima


aparenta ter idade superior a 14 anos.

O casamento da vítima menor com terceiro no curso da ação penal é causa de


extinção de punibilidade.

Divulgação de cena de estupro ou de cena de


estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de
pornografia
O ato popularmente conhecido como “pornografia não
consensual” ou “pornografia da vingança”, trata-se da exposição na internet
de fotografias ou vídeos íntimos de alguém, tiradas de maneira consensual ou
não – como em casos de estupros (e estupros de vulneráveis), em que o
conteúdo é registrado pelo próprio autor e depois divulgado em redes sociais.

Os sujeitos ativo e passivo do delito podem ser quaisquer pessoas. Não há


requisitos especiais para ser autor ou vítima do crime.

A pena para quem comete esse crime é de reclusão de um a cinco anos, se o


fato não constituir crime mais grave.

Doutrina
O doutrinador Cezar Roberto Bitencourt, em seu livro Tratado de Direito
Penal, define a liberdade sexual como:

“(…)a liberdade sexual, entendida como a faculdade individual de escolher


livremente não apenas o parceiro ou parceira sexual, como também quando,
onde e como exercitá-la, constitui um bem jurídico autônomo, distinto da
liberdade genérica, com dignidade para receber, autonomamente, a proteção
penal. Reconhecemos a importância de existir um contexto valorativo de regras
que discipline o comportamento sexual nas relações interpessoais, pois
estabelecerá os parâmetros de postura e de liberdade de hábitos, como uma
espécie de cultura comportamental, que reconhece a autonomia da vontade
para deliberar sobre o exercício da liberdade sexual de cada um e de todos,
livremente. “A esse contexto valorativo — afirma Muñoz Conde — poder-se-ia
chamar também ‘moral sexual’, entendida como aquela parte da ordem moral
social que ‘encausa’ dentro de determinados limites as manifestações do
instinto sexual das pessoas.”

Legislação
Os crimes contra a liberdade sexual estão definidos no Título VI, Capitulo I
do  Código Penal.

Jurisprudência
ECURSO ESPECIAL. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. DESCONHECIMENTO
ACERCA DA IDADE DA VÍTIMA. ERRO DE TIPO. REVOLVIMENTO DO
CONTEÚDO FÁTICO-PROBATÓRIO. INVIABILIDADE. 1. Hipótese em que o
réu foi denunciado pela prática de estupro de vulnerável por manter conjunção
carnal com vítima menor de 14 anos, quando mantinham relacionamento
afetivo. 2. Caso em que o réu foi absolvido da prática do delito de estupro de
vulnerável diante do desconhecimento da idade da vítima. 3. O
desconhecimento da idade da vítima pode circunstancialmente excluir o dolo
do acusado quanto à condição de vulnerável, mediante a ocorrência do
chamado erro de tipo (art. 20 do CP). 4. A análise acerca da ocorrência de erro
quanto à idade da vítima implicaria o necessário reexame do conteúdo fático-
probatório dos autos, o que é vedado no julgamento do recurso especial, nos
termos da Súmula 7 deste Superior Tribunal de Justiça. 5. Recurso desprovido.
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Quinta
Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas
taquigráficas a seguir, por unanimidade, conhecer do recurso, mas negar-lhe
provimento. Os Srs. Ministros Reynaldo Soares da Fonseca, Ribeiro Dantas,
Joel Ilan Paciornik e Felix Fischer votaram com o Sr. Ministro Relator. (STJ –
RESP 1746712 / MG 2018/0104726-9)

Caso prático
De acordo com recente decisão do STJ, os princípios da proporcionalidade e
razoabilidade não podem ser invocados para reconhecer forma tentada de
estupro de vulnerável. Veja mais sobre o tema nas notícias do STJ.

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