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ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO
PREÂMBULO
Sua origem etimológica remete a um conjunto de frases que introduzem um texto. Já no que
tange respeito à jurisdição, obtemos uma carta de definições/ declaração de princípios/
diploma de origem e legitimidade da Constituição, que indica a ruptura com o passado e o
estabelecimento de uma nova ordem.
Observações
Os preâmbulos são uma tradição nas constituições brasileiras. Como uma tradição,
existem correntes distintas de interpretação da função do preâmbulo, sendo elas:
A) sistemática (realidade jurídica direta e mediata) de origem francesa, entende o
preâmbulo como parte da constituição e que possui força normativa.
B) literal/gramatical (irrelevância jurídica), que não entende o preâmbulo como parte da
constituição e, assim, não possuindo força normativa, por ser simbólico.
C) relevância jurídica indireta/ mediata, aqui se entende que o preâmbulo não faz parte
do texto constitucional, mas ele possui relevância jurídica, sendo um vetor hermenêutico, o
qual auxilia o entendimento das normas constitucionais propriamente ditas.
O entendimento do STF, tem início em 2002, na ADI 2076, a qual foi ajuizada pelo
PSL, questionando uma omissão do constituinte do Acre, pois na Constituição do estado,
existia a omissão da proteção de Deus, o que seria inconstitucional. A partir disso, o STF
entende que não existe inconstitucionalidade, pois o preâmbulo seria meramente simbólico.
Todavia, em 2008, com a ADI 2649, onde se questionava a Lei 8899/94, que definia
que para transporte interestadual, pessoas com deficiência e sem recursos, teriam passe
livre; pois haveria aqui uma confiscação, impedimento de livre mercado e seria desigual, o
que quebraria as empresas de transporte. A partir disso, o STF entende que a lei é
constitucional, por estar em concordância com acordos internacionais e, seguinte Carmen
Lúcia, estar em concordância com o preâmbulo, em virtude do princípio da solidariedade.
Assim, o preâmbulo se transforma em um elemento de reforço do Art.3 (II, III, IV), adotando
a teoria da relevância jurídica indireta.
PARTE DOGMÁTICA:
● Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos:
I - a soberania; Possui uma dupla face, sendo um poder de autodeterminação com o poder
máximo interno e poder de igualdade na esfera internacional. Mas, além disso, apresenta
uma soberania popular (vide parágrafo único).
Nos últimos anos, 315 causas no STF e STJ 854, foram pautadas nesse princípio, o
que leva a um esvaziamento do termo. Assim, o termo é tido como um consenso
sobreposto, onde no nível abstrato, existe um consenso, mas, ao aprofundar os níveis,
encontram-se uma pluralidade de opiniões, em função da complexidade das sociedades
contemporâneas, o que gera uma pluralidade de interpretações. Por exemplo, capitalistas e
socialistas concordam com a liberdade, mas os primeiros por meio do trabalho e acúmulo
de riqueza, enquanto os segundos por meio do trabalho sem exploração de classes.
Baseado nesse artigo, uma senhora idosa recorre a previdência para ter acesso ao
benefício, o qual é negado, em virtude de se tratar de uma estrangeira. De forma a dar
continuidade, a senhora recorre a decisão, o que chega ao STF, no qual o Ministro Barroso,
baseado no princípio da dignidade humana, em seus vetores de não instrumentalização e
direito ao reconhecimento, determina que a estrangeira tenha acesso ao benefício, por meio
do entendimento de que ela contribuiu efetivamente para a construção do país.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Os pressupostos deste artigo, estão entendidos como cláusula pétrea pelo Art.60. Além
disso, a questão da independência e harmonia, baseia-se em 3 vetores, sendo esses:
→ADI 4296
Nessas condições, esse sistema pode ser observado, no poder executivo, nos Art.
66; 101; 101; 104; 94, no poder legislativo, nos Art. 49; 66; 58; 49; 101; 104 e, no
poder executivo, no Art.102.
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.
Observações
● EC 31/2000: Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, como forma de
assegurar o Art.3
● EC 67/2010: Essa emenda constitucional retira o prazo de validade do FCEP,
possibilitando sua existência enquanto necessário.
→ LEIS INFRACONSTITUCIONAIS:
_________________________________________________________________________
I - independência nacional;
IV - não-intervenção;
VI - defesa da paz;
Esses direitos podem ser entendidos, de forma didática, como direitos dos
indivíduos positivados no plano interno de um Estado, por meio de normas constitucionais e
infraconstitucionais. Ao passo em que se contrapõem, inicialmente, com os direitos
humanos, entendidos como os direitos do homem positivados no plano internacional, por
meio de tratados e convenções.
Todavia, essa contraposição não se sustenta por muito e passa a ser aceito uma
retrospetividade, dado que inúmeros direitos humanos derivam de direitos fundamentais e
direitos fundamentais que derivam de direitos humanos.
CLASSIFICAÇÕES
→CONSTITUCIONAL/LIBERAL:
1. direitos individuais e coletivos (Art.5)
2. direitos sociais (Art. 6 ao 11)
3. direitos de naturalizar (Art.12)
4. direitos políticos (Art. 14 ao 16)
5. direito de exercer participação em partidos políticos (Art.17)
Todavia, essa classificação pode vir a sofrer críticas em virtude do seu cunho
semântico que não leva em consideração o sistema de direitos fundamentais previstos na
própria constituição, como, por exemplo, o Art. 170 que aborda a ordem econômica, o Art.
215 que aborda questões culturais, Art.231 que aborda os direitos dos indígenas e os
Art.225 que abordam os direitos do meio ambiente.
O STF concorda com a doutrina, ao passo em que na ADI 939, entende que os
direitos fundamentais não podem ser encontrados de forma estática no título II da
constituição, como, por exemplo, o fato do Art. 150, III, B ser entendido como cláusula
pétrea.
Além do elitismo acadêmico, é possível que se elabora outras críticas, as quais podem ser
subdivididas em:
→ Podem ser postas críticas a essa crescente colocação de distintas gerações, em virtude
da possível observação de um autoritarismo acadêmico em conjunto com um elitismo
acadêmico, o qual passaria a impor novas gerações, sem haver recortes temporais.
→ O termo geração explicita um problema, ao passo que pressupõe o entendimento que o
estabelecer de uma nova geração iria eliminar a geração anterior.Todavia, essa crítica pode
ser entendida como insuficiente, pois leva em consideração apenas o senso comum,
ignorando que se trata de uma ciência social aplicada, onde ocorre a adição dos direitos e
também a releitura dos anteriores.
→ Cançado Trindade, aplica outra crítica, na qual ocorreria uma fragmentação dos direitos
fundamentais, onde os direitos seriam atomistas (isolados). Assim, seria necessário uma
teoria da indivisibilidade dos direitos fundamentais. Entretanto, essa crítica pode ser
rebatida, por se tratar apenas de uma fragmentação em função da didática, que permitiria
uma melhor análise do desenvolvimento histórico, em função dos marcos teóricos
→ Ingo Sarlet, postula uma crítica, pois o pressuposto de reconhecimento histórico,
apresenta uma ideia retilínea e evolutiva dos direitos fundamentais, o que não se comprova
dado que se trata de um processo dinâmico e dialético, com avanços e retrocessos
Observações
Em 2005 Lewandowski na ADI 3510, reconheceu a existência de uma quarta geração, pois
essa permitiria a manipulação genética em vitro. Em sua argumentação, o ministro afirma
que isso seria uma forma de garantir a dignidade humana de presentes e futuras gerações
humanas.
Pode vir a ser entendida como uma continuidade melhor elaborada da teoria dos
quatro status, sendo uma teoria lusófona, posta inicialmente por Jorge Miranda.
● direitos de defesa: Tido como um conjunto de direitos de não intervenção na
autonomia privada, se fazendo presente no Art.5,
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
Por fim, as críticas a essa teoria podem ser postas pelo fato de que Cass Sunstein
entende que essas funções possuem uma classificação extremamente limitadas, ao passo
em que se compreende que um só direito se faz presente dentro de mais de uma
classificação, sobretudo no momento de aplicação, onde se exige amparo financeiro, o que
faz com que direitos de defesa, tornam-se direitos de prestação
NÃO HIERARQUIA
TITULARES
CLÁUSULAS PÉTREAS
A posição do STF ainda não possui uma interpretação pré definida de qual corrente
a ser aplicada, entretanto, pela observação jurídica dos votos, é possível que se observe a
adoção, na maioria dos julgamentos, da teoria extensiva sistemática. Como exemplo,
podemos citar a ADI 939, na qual o Supremo interpreta o Art.150, III (anterioridade
tributária- não se pode criar um tributo e cobrá-lo no momento que ele entre em vigor, pois é
necessário a possibilidade de planejamento) como cláusula pétrea.
Além disso, a ADI 3685. entende o Art. 16 como cláusula pétrea, dito a anterioridade
eleitoral, onde se entende que não é possível a alteração de regras do jogo eleitoral em ano
de eleição, isso com a intenção de proteger os interesses sociais.
Em continuidade, o STF entendeu que a emenda 41 da constituição, referente à
reforma da previdência, é constitucional, dado que a realidade social vigente, na qual os
indivíduos estão vivendo muito mais, exige que o sistema seja alterado para que ele não
colapse. Por fim, a LGDP foi entendida como uma lei infraconstitucional e também uma
emenda constitucional no Art. 5, transformando-se em uma cláusula pétrea.
Entendida como a tese da eficácia horizontal dos direitos fundamentais, na qual eles
se fazem presentes nas relações entre particulares, não sendo necessária a interposição de
uma relação estatal.
A partir disso, é possível a postulação de críticas a nomenclatura, dado que em
algumas relações não existe isonomia, como exemplo, é possível citar a relação entre civis
e grandes corporações, onde mesmo não havendo a tradicional hierarquia, existe uma
diferenciação de forças e influências, que alteram os rumos da relação, em proporções que
podem ser mais drásticas do que a verticalidade entre civis e estado. Assim, a
nomenclatura de melhor representação poderia ser a de uma eficácia diagonal.
A doutrina brasileira entende essa relação desigual ou não como a presença de
direitos fundamentais em relações privadas.
A aplicação de direitos fundamentais em relações privadas surge na década de 50
do século XX, na Alemanha, que podem ser observados, pela primeira vez, nos casos Luth
e Celibato. O que gera duas teses de aplicação, sendo elas a
● direta, aqui os direitos fundamentais devem regular questões de cunho privado
diretamente, isso pois se defende a máxima efetividade das normas constitucionais,
assim, alegam o impedimento de uma hipertrofia dos direitos privados, dado que
pelos direitos fundamentais serem subjetivos, não iria ocorrer sempre uma
sobreposição do público ao privado, mas sim em questões necessárias. A questão
da discricionariedade do juiz não é descartada, mas se põe que essa autoridade
pode ocorrer tanto com normas constitucionais ou infraconstitucionais. Defendida
pela doutrina.
● indireta: aqui os direitos fundamentais não seriam responsáveis por lidar com
questões privadas e sim as normas infraconstitucionais (código civil, legislação
trabalhista, legislação empresarial) devem ser aplicadas para realizar o
enfrentamento de questões particulares. Isso decorre em função de que inúmeras
questões são de completa vontade privada, ao passo em que muitas normas
constitucionais são extremamente vagas. além do problema da insegurança jurídica,
isso pois se privilegia o juiz em relação ao legislador, por fim, também é possível
observar uma dissolução da autonomia do direito privado, ao passo em que o direito
constitucional se sobressai
● STF: A suprema corte não possui uma teoria majoritária definida, mas é possível
que se observe julgamentos emblemáticos. Tal qual os RE 158215 (onde um
cooperante de uma determinada cooperativa é expulso, fazendo com que ele recorra
até o STF, que entende que pelo Art.5 a expulsão foi inadequada é inconstitucional,
isso pois ele não teve direito de defesa e perante a ausência do devido processo
legal) 161243 (em um caso de julgamento da air france, onde a empresa francesa
pagava 3 vezes mais para seus funcionários franceses em solo brasileiro, quando
comparado com os nativos que exerciam a mesma função, dessa forma os
brasileiros recorrem e o STF entende que essa prática discricionária seria
inconstitucional) TST 2015 (onde empresas impunham celibato forçado aos seus
empregados, que ao não cumprirem foram demitidos e recorrem até ao supremo,
que entendeu ser impossível que uma empresa privada regule de tal forma a esfera
privada de convivência de seus funcionários e 221819.
● EUA: não se aplica os direitos fundamentais nas relações privadas. Todavia, a
Suprema Corte já desenvolveu exceções desde 1940, pela doutrina do State Action:
onde não há a aplicação, em regra, dos direitos fundamentais nas relações privadas,
mas quando um particular age como agente público, pratica atos equiparados com o
poder público, tipicamente estatais e quando o Estado cria legislações
discriminatórias as relações entre particulares, pode haver ações reguladas pelos
direitos fundamentais.
→TEORIA INTERNA: os direitos fundamentais aqui não podem sofrer qualquer forma de
restrição. Nesse entendido mais clássico, os direitos fundamentais só poderiam ser
restringidos por eles próprios, isso pois só existiria um único direito que teria seus limites
imanentes . De forma resumida, ou se tem o direito subjetivo, ou não o tem.
ADI 855: O estado do Paraná aprovou uma lei que determinava que as empresas de gás
apenas poderiam vendê-lo em locu e para o consumidor e que se houvesse diferença de
peso do botijão, o valor deveria ser ressarcido ao consumidor. Isso decorreu em decorrência
de sucessivas fraudes, assim, ocorreria uma proteção ao consumidor, ao passo que limitaria
direitos de ordem econômica e liberdade.
Ao se analisar a lei, o órgão seria competente, respeitada a dignidade da pessoa
humana, possui precisão e clareza, possuía isonomia ampla, todavia, no princípio da
proporcionalidade, existe adequação; dado as circunstâncias, as necessidades foram
aferidas, dado que esse foi o último recurso aplicado, mas a proporcionalidade estrita não
existia, dado que o ônus (inviabilização do sistema de distribuição de gás) acabou por ser
maior que o bônus (proteção ao consumidor).
→INALIENÁVEIS:
→INDISPONÍVEIS:
→IRRENUNCIÁVEIS:
→INVIOLABILIDADE:
→IMPRESCRITIBILIDADE:
→UNIVERSALIDADE:
→COMPLEMENTARIEDADE:
→INTERDEPENDÊNCIA:
→ HISTORICIDADE:
→LIBERAL: Aqui a aplicação é imediata independente da norma, isso pois o que definiria
essa ação imediata seria o art. 5 § 1º da constituição, deve-se entender que essa corrente
não nega a regulamentação, isso pois a entende como forma de sofisticação.
Observação- regulamentação
Entendido como uma forma de complementar, por lei, o que já está presente na
constituição. Como exemplo, podemos citar o caso de que nos anos 80 a interceptação
telefônica só poderia ocorrer por meio do ministério público e juízes, o que levava a provas
de interceptação obtidas por outro meio, serem entendidas como ilícitas, invalidando as
prisões. A argumentação dos advogados é que essa estrutura não estaria presente na
constituição e em nenhuma outra lei, mesmo que a interpretação do Art. 5 permitisse,
quando dentro de limites da legalidade. Dessa forma, seria necessário a postulação de uma
lei especial que regulamenta as práticas
ART. 5 § 2º
ART. 5 §3º
ART.5 §4
DEVERES FUNDAMENTAIS
Devemos nos atentar que os deveres fundamentais não estão, necessariamente,
interligados a direitos fundamentais, podendo então, por vezes, gerar deveres autônomos.
Além disso, os deveres fundamentais, tais quais os direitos, perante a análise do caso
concreto, são tido como subjetivos, dado a possibilidade de colisões
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem,
com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
Deveres do Estado- são entendidos como inúmeros, dizendo respeito a políticas públicas, ações e
omissões do Estado, referindo-se ao cumprimento de condições de moradia, saúde, educação e meio
ambiente.
DIREITOS INDIVIDUAIS
→VIDA:
● INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONALMENTE ADEQUADA: A vida é um direito
pressuposto para a realização dos demais direitos. Sendo, assim, dotada de uma
dupla face, ou seja, existe uma vida biologicamente e uma vida que existe pela
dignidade.
→DIREITO DE MORRER
● EUTANASIA: Seria a antecipação da morte de forma justa e digna, o que iria
ocorrer por ato praticado pelo médico, em virtude de uma doença incurável e que
esteja causando grave sofrimento a pessoa. Mas devemos nos atentar que essa
prática não é permitida no ordenamento brasileiro, assim, considera-se como
homicídio; além disso, o conselho federal de medicina, em 2018, também veda a
operação
● ORTANASIA: Aqui ocorre uma eutanasia passiva, onde o indivíduo se omite de
realizar determinado tratamento, fazendo com que a pessoa seja conduzida a morte
de forma natural
● DISTANASIA: Aqui é entendido como o prolongamento artificial da vida, o que não é
recomendável pelo CFM.
DIREITO DE LIBERDADE
Entendido por muitos teóricos como o principal direito fundamental. Aqui é tida como
o direito do ser humano de autodirigir sua própria vida por meio da razão, ou seja, a
autonomia existencial.
Assim, devemos entender esse direito por uma dupla face, dado que temos, por
Berlin e Constant:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição ;
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão
por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por
fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os
seguintes princípios:
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a
justiça sociais.
Parágrafo único. O Estado exercerá a função de planejamento das políticas sociais,
assegurada, na forma da lei, a participação da sociedade nos processos de formulação, de
monitoramento, de controle e de avaliação dessas políticas.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
TIPOS DE IGUALDADE
→IGUALDADE MATERIAL: Surge no século XX, onde a igualdade apenas seria plena
quando fosse abordado também questões de discriminações, ou seja, é necessário aqui
tratar os diferentes de forma distinta, mas dentro de uma legalidade, o que visa uma justiça
social. Aqui ocorre um tratamento desigual dos desiguais na medida em que eles se
desigualam, o que possui como argumentação Alexy.
Devemos nos atentar que esse postulado é distinto da igualdade geométrica, dado
que a última visa a manutenção de privilégios.
AÇÕES AFIRMATIVAS
Já no que diz respeito a legislação especial, podemos citar a Lei 12. 990/14, onde
ocorre a reserva de vagas para individuos negros dentro, declarados perante os critérios do
IBGE, de concursos públicos. Essa legislação tem validade de 10 anos, expirando em 2024
caso a análise entenda que a funcionalidade da legislação já foi atingida. O que foi
questionado no STF pela ADI 41.
Nessa ADI, o supremo entende essa legislação como constitucional, o que teve
como base a igualdade formal, material e igualdade enquanto reconhecimento, que atuou
de maneira simbólico para permitir a negros o acesso a determinadas posições. Mas ainda
é necessário critérios de heteroidentificação (devendo respeitar a dignidade da pessoa
humana e assegurar a contra defesa), além do autodeterminante, o que ocorre quando
houver possibilidade de evidenciação de fraudes
DIREITOS SOCIAIS
Surgem no século XX, perante o pós primeira guerra mundial, como direitos de
segunda dimensão. Isso decorre de duas cartas constitucionais simbólicas, sendo elas a
mexicana de 1917 e a de Weimar de 1919. Entretanto, devemos entender que esses
marcos são paradigmáticos, pois direitos sociais já estavam, aos poucos e isoladamente,
presentes em outras constituições.
No Brasil, a primeira constituição que marca um Estado Social é a de 1934, perante
o governo populista de Getúlio, posteriormente, esses direitos se fizeram presentes, em
maior ou menor intensidade, em todas as constituições seguintes, mesmo que apenas
formalmente, como nas ditatoriais.
OBJETIVOS
CARACTERÍSTICAS
→GRADATIVIDADE: A aplicação de tais direitos deve ocorrer em graus, pois sua aplicação
absoluta é impossível no plano prático, já que nos tratamos de questões como cultura,
educação, saúde, alimentação
→DEPENDÊNCIA FINANCEIRA: Acabam por ser limitados pelo orçamento público, o qual
é ilimitado, em virtude de uma reserva do possível
→MÍNIMO EXISTENCIAL: Tese desenvolvida em 1950 que serve como parâmetro para
estabelecimento dos direitos sociais pelo poder público, isso pois será garantido uma vida
digna. O que é garantido, no Brasil, pela ADPF 45. Ainda aqui é possível a seguinte
distinção:
1. mínimo existencial de forma absoluta: aqui o mínimo será sempre o mesmo
2. mínimo existencial de forma relativa: aqui o mínimo acaba por variar conforme as
necessidades das circunstâncias, como ocorreu as variações na pandemia.
Observações
→Reserva do Possível ou Princípio da Reserva de Consistência é uma construção jurídica
germânica originária de uma ação judicial que objetivava permitir a determinados
estudantes cursarem o ensino superior público embasada na garantia da livre escolha do
trabalho, ofício ou profissão.
CRITÉRIOS DE AQUISIÇÃO
4. Art. 70 lei 13. 445/ 17. A naturalização provisória poderá ser concedida ao migrante
criança ou adolescente que tenha fixado residência em território nacional antes de
completar 10 (dez) anos de idade e deverá ser requerida por intermédio de seu
representante legal.
Parágrafo único. A naturalização prevista no caput será convertida em definitiva se o
naturalizando expressamente assim o requerer no prazo de 2 (dois) anos após atingir
a maioridade.
ANÁLISE BRASILEIRA
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a
serviço da República Federativa do Brasil; (seja a mando da União, estados, municípios, distrito
federal, autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista)
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente (embaixada ou consulado, em 1994 essa prerrogativa foi
suspensa, pois os legisladores alegavam que muitos indivíduos passaram a ser brasileiros
sem vínculos com a cultura, entretanto, essa prerrogativa foi restabelecida em 2007 e foi
estabelecida pela emenda 54 postulados que permitiam esses individuos serem brasileiros
natos) ou venham a residir (esse critério passa a ser entendido como o essencial) na República
Federativa do Brasil e optem (essa opção é ex tunc, por ser retroativo a residência), em qualquer
tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (o que devemos observar é
que desde a menoridade o indivíduo já é brasileiro nato, o que pode ocorrer é que se torna
suspensivo após a maioridade em caso de não se realizar a opção)
I - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de
língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de
quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
c) Artigos 68;69 e 70 da lei de imigração nº 13. 445/17 supracitados
PERDA DA NACIONALIDADE
HIPÓTESES
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele
participam:
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois
nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela
Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
ESPÉCIES
Entre as espécies dos direitos políticos, pode-se exemplificar por meio do sufrágio,
plebiscito, referendo e projetos políticos. Mas, devemos nos atentar ao fato que a
democracia ultrapassa a questão dos votos, alcançando questões também deliberativa que
envolve inúmeros fatores e agentes sociais
SUFRÁGIO
→CLASSIFICAÇÕES:
● IGUALDADE: Aqui o voto possui o mesmo valor para todos os homens, seguindo o
princípio do “one man one vote”
● DESIGUALDADE: Aqui o voto não possui o mesmo valor para todos os homens, ou
seja, um indivíduo, em virtude de determinadas questões, poderia votar mais de uma
vez na mesma eleição.
● UNIVERSAL: Independe de questões discriminatórias, o que não quer dizer que não
ocorre aqui algum tipo de requisitos para acesso,
● RESTRITO: Aqui condições discriminatórias impedem que determinados indivíduos
tenham acesso ao sufrágio, podendo ocorrer de modo censitário (econômico,
presente na carta de 1824) ou capacitário (questões mentais, presente nas cartas de
1967 e 1969, o que acaba com uma emenda em 1985)
VOTO
O voto deve ser entendido como personalíssimo, ou seja, não é possível de ser
realizado por procuração, entendido como uma obrigatoriedade de comparecimento para
os maiores de 18 e menores de 70 que não forem analfabetos; liberdade; sigilosidade;
igualdade; temporalidade, ou seja, deve ser um direito periódico;
DIREITO POLÍTICOS
→POSITIVOS: Nós tratamos aqui dos direitos de sufrágio, podendo melhor ser entendido
por:
direito de votar: ou capacidade eleitoral ativa, tendo como pressuposto o tipo de
eleitor, ou seja, a alistabilidade que exige um procedimento administrativo na justiça
eleitoral. Nesse sentido, é válido ressaltar que essa alistabilidade é obrigatória para
os maiores de 18 e menores de 70 e facultativo para os maiores de 16 e menor que
18, maiores de 70 e analfabetos.
Mas, devemos nos atentar que após o alistamento o voto não se torna
obrigatório, assim, se mantendo facultativo para aqueles que possuem os requisitos
prévios. Ademais, vale ressaltar que o STF e o STJ aplicam uma tese hermenêutica
do pensamento do possível de que quando nos tratamos de pessoas com
deficiências físicas e mentais se equiparam a maiores de 70 anos, ou seja, seu voto
e alistabilidade são facultativos.
Por fim, os inalistáveis no Brasil são aqueles presentes no Art. 14 § 2o Não
podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos. Mas, devemos nos atentar que isso não se aplica a
portugueses, devido a equiparação.
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior
e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
(caso o indivíduo perca ocorrerá a possibilidade de retorno ao seu
antigo cargo)
AUTO ORGANIZAÇÃO
AUTOGOVERNO
→UNIÃO: poder legislativo (produzir leis nacionais que vigoram para todos os entes - como
o código de trânsito, civil e penal- e produz leis federais), executivo e judiciário.
→ESTADOS: poder legislativo, executivo e judiciário
→MUNICÍPIOS: poder legislativo e executivo, enquanto carecem de judiciário e de
representação no senado.
→DISTRITO FEDERAL: possui poder legislativo, executivo e judiciário (que é estruturado
pela União, o que se deve observar é que mesmo a União estruturando a polícia do DF,
quem a coordena é o executivo do distrito)
O que se vê é que tanto os municípios e o distrito federal, mesmo sendo entes autônomos,
possuem uma série de restrições, em virtude de complexidades no plano prático.
AUTOADMINISTRAÇÃO
Observações
→INSTITUTO DA REVOGAÇÃO: Ademais, deve-se atentar ao fato de que normas da
União revogam normas da União, ao passo em que normas estaduais revogam normas
estaduais. Ou seja, normas de um ente só são revogadas pelo próprio ente.
→DISTRITO FEDERAL: é um ente federativo com autonomia política mas que existem
exceções como no artigo 21, §3, §14, artigo 22 §17. Brasília é o distrito federal. Ele não
pode ser dividido em municípios, é regido por governador e não por prefeito, as outras
regiões são regiões administrativas.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional; (OFÍCIO DO PRESIDENTE)
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; (OFÍCIO DO PRESIDENTE)
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; (OFÍCIO DO PRESIDENTE)
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; (SOLICITAÇÃO DOS
PODERES)
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: (OFÍCIO DO PRESIDENTE)
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de
força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos
estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; (REQUISIÇÃO DO STF, STJ OU TSE)
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: (REQUISIÇÃO DO STF)
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.