Você está na página 1de 2

ALUNAS: RILLERY EDUARDA PASSOS OLIVEIRA

RANYA ALMEIDA ARAÚJO


DIREITO MATUTINO 4 PERÍODO
AUTONOMIA DA VONTADE À LUZ DA CONSTITUCIONALIZAÇÃO DAS RELAÇÕES PRIVADAS.
De acordo com a teoria dos direitos fundamentais, a chamada primeira dimensão dos direitos
fundamentais surgiu a partir do surgimento do estado livre, é sobre direitos civis e políticos
direitos com status negativo porque existem para limitar as ações do Estado, baseadas na não
intervenção, constituem a salvaguarda do indivíduo no exercício do poder público, portanto, a
liberdade é o elemento principal da primeira dimensão dos direitos fundamentais,
por sua vez, os direitos bidimensionais são baseados na igualdade eles decorrem do
surgimento do estado de bem-estar social no século XX e abrangem direitos sociais, culturais e
econômicos, além de direitos coletivos eles têm um status positivo porque são direitos que
exigem ação do estado.
Atualmente, diz-se que a liberdade é um dos pré-requisitos e realização imediata da dignidade
humana, pois inclui a autonomia para escolher o caminho de sua existência, nas palavras de
Ingo Wolfgang Sarlet, “Sem liberdade (negativa e positiva) não há dignidade, ou, pelo menos,
isso não é reconhecido e garantido”. Arnaldo Vasconcelos, por sua vez, associa a liberdade ao
princípio de todas as coisas, explicando que é pré- requisito para a formação do direito e da
democracia, portanto, não há como negar a relevância desse direito e a necessidade de sua
proteção e efetivação, é importante atentar para o direito à liberdade, arraigado no caput do
art. 5o e diversos outros artigos da Constituição Federal de 1988, abrange diversas formas de
atuação, há discussões sobre liberdade de movimento, liberdade de pensamento, liberdade de
expressão, liberdade de associação, liberdade de ação profissional, liberdade econômica,
liberdade de contrato, etc, no âmbito do exercício deste direito de liberdade, encontram-se os
princípios básicos e os princípios orientadores do direito civil contratual, o princípio da
autonomia da vontade estabelece a possibilidade e a capacidade de os indivíduos chegarem a
um acordo sem interferência do Estado e é a base da liberdade contratual, é preciso esclarecer
que os princípios da liberdade contratual e da autonomia da vontade não são completos e
absolutos, por exemplo, não se pode permitir que essas ações justifiquem arbitrariedades e
violações dos direitos e dignidade de outros, ou que se sobreponham aos interesses da
comunidade, então as pessoas falam sobre a relativização ou limitação desses valores para
garantir um ordenamento jurídico justo, coerente com a igualdade. Os direitos constitucionais
fundamentais, tem-se, portanto, a era da constitucionalização das relações privadas ou a
formação de um Direito Civil Constitucional, dentre as consequências da evolução da doutrina
civilista, apontam-se as seguintes: a unificação da ordem jurídica, com as normas
constitucionais atuando como fundamento dos demais ramos do direito e a relativização da
dicotomia entre Direito Público e Privado; e a simplificação do ordenamento jurídico, a partir
da adoção da Constituição como referência para interpretação e aplicação das diferentes
normas vigentes, não se pretende, contudo, afirmar que o Direito Civil perdeu a importância
ou que as regras do Código Civil não mais possuem eficácia, apenas se defende a uniformidade
do ordenamento, uma coerência axiológica e a interpretação das normas de Direito Privado
conforme os valores constitucionais explícitos ou implícitos na constituição, a liberdade e a
autonomia da vontade face à constitucionalização das relações a Constituição Federal de 1988
priorizou a proteção à dignidade da pessoa humana, à sua personalidade e elencou inúmeros
direitos e garantias fundamentais, sabe-se que os princípios e direitos lá consagrados devem
ser aplicados em todas as esferas de atuação
jurídica, Em outras palavras, tem-se “a irradiação dos efeitos das normas (ou valores)
constitucionais aos outros ramos do direito”.
As normas civilistas, portanto, devem ser harmonizadas conforme os ditames da Carta Magna,
nesse caso, as relações pessoais não podem ser respeitadas sem a expressão de valores,
princípios e regras constitucionais, por exemplo, propriedade, negócios, família e contratos
não devem considerar apenas aspectos individualistas e hereditários como no passado.
Os contratos sempre foram a principal ferramenta de transferência de bens de valor
econômico, mas por muito tempo foram guiados apenas pelo princípio da proteção individual
das partes. A princípio, o instrumento era visto como uma carta obrigatória, estabelecendo a
lei entre as partes. Em seguida, atuar como estabilizador de direitos, garantindo que seu efeito
vincule apenas partes do acordo. Ainda assim, as consequências de um acordo muitas vezes
recaem sobre terceiros desinteressados, ou desproporcionalmente sobre um deles.
Em suma, o ordenamento jurídico brasileiro sofreu muitas mudanças ao longo dos anos para
refletir a lei, atender aos objetivos da Carta Suprema, limitar os interesses privados, sempre
respeitar os interesses públicos sobre os privados, de modo que o espírito da Convenção ,
cumpre regularmente fins sociais, beneficia toda a sociedade.
Por tudo isso, conclui-se que é necessário estudar a interpretação da nova ordem
constitucional, especialmente nas relações públicas e privadas. Afastar-se de meros ideais
liberais e reafirmar a liberdade dos indivíduos de contratarem com outros perfis, de acordo
com as garantias e direitos fundamentais consagrados na Constituição Federal.
No entanto, para os contratos celebrados entre pessoas físicas e jurídicas, nem sempre é do
interesse das partes submeter seus atos à tutela jurisdicional e buscar solução alternativa de
conflitos para dirimir eventuais divergências ao longo do contrato. O Tribunal Arbitral está
vinculado à Lei no 9.307/1996, e em seu artigo 1o estabelece que "A pessoa apta a celebrar
um contrato pode recorrer à arbitragem para resolver disputas relativas a direitos patrimoniais
disponíveis". A ênfase está na vontade livre e consciente dos empreiteiros competentes para
poder dispor dos direitos relacionados com o património.
O direito de celebrar contrato e a forma de sua execução é praticamente livre, desde que as
partes estejam em pé de igualdade, mas sempre pautado por dispositivos constitucionais e
legais, de modo que o consentimento das partes cria obrigações, muitas vezes de forma
atípica, desconhecido do ordenamento jurídico. Mesmo na esfera privada, o interesse público
não pode ser desviado porque ambos partilham o propósito comum de promover o bem-estar
social dos indivíduos, nomeadamente a obrigação de proteger as relações privadas através da
regulamentação legislativa através de regras vinculativas. Para evitar inconsistências quando
os indivíduos coexistem. Nesse caso, o Estado intervém por meio de regras coercitivas na
relação entre os indivíduos que exploram ou não a atividade econômica, impondo restrições
legais e administrativas no interesse público da Constituição Federal. Para usá-lo como base de
seu decreto, isso significava uma séria atenção aos limites de seus poderes.
Concluo de forma pessimista que a repersonalização do direito privado merece respaldo em
nosso ordenamento jurídico, porém, é preciso ter cuidado com essas intervenções, que podem
causar tantos danos quanto a inexistência, e por isso exigir que o Estado seja Cuidado especial
é tomado ao usar os valores dos princípios constitucionais como base para suas ações.

Você também pode gostar