FUNDAMENTAIS: No continente Europeu, o modelo referencial de direitos fundamentais é, em definitivo, o alemão. Que se traduz aos direitos de liberdade, uma vez que não são contemplados quaisquer direitos sociais. No contexto extraeuropeu, destaca-se, de forma clara, o modelo de direitos fundamentais norte-americano, que também ele ignora os direitos sociais. CARACTERÍSTICAS DA CONSTITUIÇÃO ALEMÃ: Os direitos fundamentais, na constituição alemã, encontram a respetiva ancoragem estrutural na dignidade da pessoa humana. Uma dignidade expressamente qualificada e intangível e que, correspondentemente, ao poder de incumbe respeitar e, em simultâneo, proteger. Trata-se de um limite material. A previsão constitucional integra os direitos de liberdade, desde logo, um direito ao livre desenvolvimento da personalidade, abrangente e indeterminado. Depois, num único preceito, técnica jurídica comum no pós- guerra, o direito à vida, á integridade e à liberdade. E, consequentemente, as liberdades de crença, de consciência e de confissão. São constitucionalmente proibidas quaisquer associações cuja finalidade, ou cuja atividade, se apresentem contrárias às leis penais, ou estejam orientadas contra a ordem constitucional, ou contra ideais do entendimento entre os povos, sob pena de condicionamentos ou, até mesmo, a perda total ou parcial de direitos fundamentais. Nesta constituição, inexistem, positivados, tipificados ou, naturalmente, justicializados, quaisquer direitos sociais. Os direitos de liberdade, manifestam uma natureza precetiva assumindo-se vinculativos para a totalidade das funções do Estado. Opostamente, os sociais, não conhecendo menção constitucional, resultam sempre de uma decisão legislativa ordinária. No que tange à vertente garantística, afirma-se emblemático o direito de queixa direta, em sede de inconstitucionalidade, para o tribunal constitucional. É exercível quando o Estado precluda um dos direitos fundamentais. CARACTERÍSTICAS DA CONSTITUIÇÃO ITALIANA: A constituição, o Estado, e a república Italiana, assim como os próprios direitos fundamentais, afirmam-se fundados no trabalho. Um trabalho protegido, sob todas as suas formas e em todas as suas aplicações, de onde os cidadãos italianos beneficiam de uma igual dignidade social. Recai sobe o Estado um dever de remoção dos obstáculos económicos e sociais impeditivos quer do desenvolvimento da pessoa humana, quer da participação efetiva dos trabalhadores nas organizações políticas, económicas e sociais. CARACTERÍSTICAS DA CONSTITUIÇÃO ESPANHOLA: A constituição espanhola ergue a dignidade da pessoa humana como primeiro fundamento do que designa a ordem política e a paz social. Articulando-a com os direitos inerentes a tal dignidade, expressamente afirmados como invioláveis, e com o livre desenvolvimento da personalidade. Os direitos sociais encontram-se previstos, de um modo expresso, no texto constitucional, no entanto, surgem referidos não sendo nem automatizados, nem mesmo qualificados como tais. Em caso de violação destes direitos ou liberdades, a constituição prevê um recurso de amparo, que surge como um recurso direto a exercer junto do tribunal constitucional. CARACTERÍSTICAS DA CONSTITUIÇÃO DO REINO UNIDO: Afirmam-se apenas como uma lei destinada a efetivar os direitos, as liberdades e as garantias pela convenção europeia dos direitos humanos. Nesse contexto, é ilegal que uma autoridade pública haja de forma incompatível com o direito previsto nesta convenção. Esta convenção estabelece apenas direitos de liberdade não direitos sociais. CARACTERÍSTICAS DA CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS: A constituição norte-americana mantém-se absolutamente coerente com a sua origem e com a herança individualista liberal e democrática tradicional, não prevendo quaisquer direitos sociais. Apesar deste existirem, mas apenas num plano normativo ordinário. No que tange ao direito internacional dos direitos humanos, os Estados Unidos assinaram, mas não ratificaram, o Pacto internacional sobre os direitos económicos, sociais e culturais.
DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS:
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS: A Declaração Universal dos Direito Humanos, sete décadas após a sua respetiva aprovação, ergue-se ainda como um incontornável símbolo de tais direitos humanos. É um texto de inspiração jusnaturalista, em linha com a conceção filosófica, histórica, política e jurídica mais consensual dos direitos humanos. Ergue-se também como um texto liberal, destacando os direitos de liberdade, sobretudo os pessoais, mas não deixando de remeter, num plano secundários, os direitos sociais. Surge ainda como o primeiro texto de natureza sistémica, ou seja, que abarca a generalidade dos direitos, não se circunscrevendo apenas aos de liberdade, embora sejam amplamente predominantes. A Declaração não é nem, nem nunca vai ser, um tratado internacional. Deste modo, originalmente, não aspira à vinculação e, em consequência, não estabelece mecanismos jurídicos adequados a um procedimento dirigido a semelhante vinculação. No entanto, acaba por haver uma vinculatividade associada a ela, derivada da aceitação e da implementação de um segmento alargado das respetivas normas pela generalidade dos Estados. Emergindo, desta forma, enquanto fonte indireta ou reflexa de direito internacional geral consuetudinário. Esta declaração deve entender-se como um ato vinculativo ius cogens. Trata-se de um costume que é o que vincula os Estados à Declaração. Nenhum dos direitos consagrados na Declaração reveste precetividade, nem, inerentemente, aplicabilidade direta ou imediata. De facto, no plano internacional, esta depende da intervenção de uma fonte diversa, o costume. No plano interno depende, quiçá, da constituição ou de um ato legislativo ordinário. Os direitos sociais não podem ser entendidos senão como expectativas fácticas, seja metamorfose em direitos subjetivos pressupõe, sempre, a manifestação de uma vontade política superveniente e extrínseca. Falamos em rigor do direito ao trabalho (Art.º23), da saúde (Art.º25), educação (Art.º26) e de aspetos culturais (Art.º27) Quanto aos deveres, diz-se que o indivíduo tem direitos para com a comunidade. É uma mera declaração e, portanto, a existência de deveres fica prejudicada também por isso mesmo. Existe uma referência, mas muito ténue.
PACTO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS:
Encontra como principal suporto, igualmente a dignidade da pessoa humana. Este pacto disciplina, essencialmente, os direitos civis. Complementarmente, o texto incide sobre os direitos políticos. Do plano técnico-jurídico, os direitos humanos de liberdade constantes no pacto internacional em exame, afirmam-se, cumulativamente, direitos subjetivos, naturais, universais, negativos, determinados, precetivos, vinculativos, incondicionados e justiciáveis. Os direitos civis e direitos políticos são direitos subjetivos, são faculdades jurídicas dos indivíduos de exigir aos poderes estaduais a respetiva observância. Os direitos civis e políticos são, na respetiva origem, direitos naturais, direitos inerentes ao ser humano, direitos diretamente emergentes da razão humana, direitos nos quais a positivação e a tipificação se revelam, na sua essência, declarativas.
Princípio da universalidade: O pacto não encerra no seu texto prescritivo,
uma afirmação, generalista e autonomizada do princípio da universalidade, efetivamente, tal princípio apenas se encontra enunciado, em moldes explícitos, no âmbito dos direitos políticos, por referência ao sufrágio universal. Implicitamente, porém, decorre das expressões “todos”, “ninguém”, ou mesmo, “nenhum”. Princípio da igualdade: É objeto de tratamento expresso e, simultaneamente, integrado. Em primeiro lugar, compreendendo uma dimensão positiva, vertida na afirmação de que todos os indivíduos são iguais perante o direito, gozando da mesma proteção jurídica. Em segundo lugar, incorporando uma vertente negativa, negativa no sentido da não discriminação, do impedimento de discriminação negativa.
Os direitos civis e políticos contidos neste pacto afirmam-se precetivos
por deterem, necessariamente, um mínimo de determinabilidade, revelando- se, assim, aptos a gerar efeitos, diretos e imediatos, na esfera jurídica dos indivíduos. O que não inibe a sua reprodução ou transposição pelos direitos internos, sempre que o estádio de evolução do direito internacional emerja superior. Configurando um tratado e encontrando-se vigente, o pacto reveste de força vinculativa, neste caso, a integralidade do catálogo assume um caráter jurídico de ius cogens. Não é permissível, portanto, a escolha constitucional entre a efetivação ou não das posições jurídicas ativas que o integram, porque estas são indissociáveis da existência do Estado. O pacto exibe força vinculativa para os Estados, destinatários primeiros das normas de direito internacional, mas patenteia força vinculativa, igualmente, para os indivíduos que se afirmam, sujeitos ativos e passivos de direitos humanos. TUTELA: No que se reporta ao modelo garantístico previsto na ordem internacional para os direitos civis e políticos, cumpre distinguir entre a tutela jurisdicional e não jurisdicional. Em sede de tutela jurisdicional, destaca-se, claramente, o tribunal penal internacional. O respetivo estatuto tem origem na Organização das Nações Unidas, sendo elaborado pelo Comissão do Direito Internacional, discutido na Assembleia Geral e adotado em Roma em 1998. A instituição deste tribunal, constitui para os direitos humanos, um relevante progresso. A sua intervenção incide, exclusivamente, sobre indivíduos responsáveis por factos criminosos de alcance internacional, extensão subjetiva alargada e de superior gravidade. O Estado português aceita a jurisdição do Tribunal Penal Internacional, apesar de uma com uma notória auto-derrogação constitucional em sede de duração das penas. A tutela não jurisdicional compreende dois conjuntos de órgãos. De um lado os instituídos pelo pacto, ou dele ulteriormente resultantes. De outro lado, os estabelecidos na carta das nações unidas e dotados de competências nesta matéria. Enquanto mecanismos de tutela disponíveis, o pacto indica os relatórios (Art.º40) e as comunicações (Art.º41). Os relatórios são elaborados pelos Estados, ou enquanto decorrência de uma obrigação constante de tratado, ou por iniciativa própria, etc. as comunicações, podem ter como autores, os Estados ou os indivíduos.
Protocolo Facultativo: O Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional
sobre os Direitos Civis e Políticos regula, com detalhe, as comunicações oriundas dos indivíduos. Não obstante tais comunicações, apenas se revelam exequíveis com a verificação de três pressupostos, primeiro, caso o Estado ratifique o Protocolo, porquanto este é um tratado internacional. Segundo, caso a vítima de violação dos direitos previstos esteja sob a sua jurisdição, e, por último, caso seja esgotada a totalidade dos recursos internos disponíveis. O Protocolo não faz sentido sozinho, é necessários que se vincule ao pacto e só com a adoção deste é que ele faz, efetivamente, sentido.
PACTO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS ECONÓMICOS, SOCIAIS E
CULTURAIS: Esta Pacto busca respaldo, igualmente, na dignidade da pessoa humana. O instrumento em exame alberga um catálogo restrito de direitos e, para além de restritos, está sobrefocado nos direitos laborais. Apesar da disciplina, também, dos direitos à saúde, à educação, à cultura e ao direito ao bem-estar e à qualidade de vida, no confronto com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, regista-se apenas nesta sede social, a autonomização do direito ao bem-estar e à qualidade de vida. Os direitos humanos sociais previstos neste pacto, recortam-se enquanto expectativas fácticas, apresentando-se como artificiais, restritos, positivos, indeterminados, pragmáticos, desvinculados, condicionais e injusticiáveis. São expectativas fácticas porque não se traduzem, nem em direitos subjetivos de exigir ao poder a sua realização, nem em direitos provisórios, nem em direitos em procedimento formativo. São antes formulações de caráter estritamente político, assumindo por destinatários, não pelos indivíduos, mas pelo normador internacional, ou pelo legislador estadual. Não decorrem também, da razão humana, o que os torna artificiais. São desvinculados ao assumirem jaez não só condicional, mas também quadri-condicional, em primeiro lugar, por estarem dependentes de uma reserva, de duplo perfil, financeira. Referente aos Estados e aos recursos disponíveis em cada momento e à comunidade internacional e à variação das presentes condições financeiras. Em segundo lugar, por estarem dependentes de uma reserva dupla, de decisão política.
Princípio da universalidade: No texto normativo do pacto, quer a expressão
universal, quer a locução universalidade, não são utilizadas, apesar do recurso do vocábulo todos. Mas mais grave, é admitida uma expressiva auto-derrogação desse princípio globalista. Assim, os países em vias de desenvolvimento, tendo em devida conta os direitos humanos e a respetiva economia nacional, podem determinar em que medida garantirão os direitos económicos presentes neste pacto. Princípio da igualdade: Inexiste também neste tratado uma afirmação positiva genérica de igualdade, sem prejuízo de algumas referências avulsas. Na vertente negativa, não discriminatória, o texto surge em linha com os anteriores, principalmente, na sua configuração exemplificativa.
O regime jurídico desenhado patenteia e em termos definitivos, a
contraposição entre os pretéritos direitos de liberdade e estes direitos sociais. No que se reporta aos condicionamentos, importa diferenciar as figuras jurídicas do limite, da restrição e da derrogação. O limite assume-se como um tipo de condicionamento fixada no texto do tratado. Surgindo os direitos sociais apenas como direitos potenciais e direitos futuros, o instituto da restrição mostra-se uma verdadeira contraditio in termis. Por fim, não se vislumbram comandos referentes à figura da derrogação, a única menção, nessa sede, prende-se com os condicionamentos emergentes dos direitos estaduais e não com os decorrentes deste instrumento intergovernamental.
TUTELA: O pacto internacional sobre os Direitos Económicos, sociais e culturais, no
que toca à garantia das suas normas, surge, mesmo no conspecto internacional geral, excecionalmente limitado. De uma parte, considera a ausência de qualquer mecanismo de tutela jurisdicional, de outra parte, atenta a carência de um órgão não jurisdicional especificamente vocacionado para semelhante missão. Muito recentemente, é adotado um Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais, estabelecendo a aceitabilidade, pelo Comité dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais, de comunicações estaduais, individuais e até grupais, nestes dois casos, contra o Estado sob cuja jurisdição se encontrem. Não obstante, a sua viabilidade depende de o Estado, cumulativamente à vinculação ao Protocolo Facultativo declarar reconhecer a competência do examinado órgão de tutela.
CONVENÇÃO EUROPEIA DOS DIREITOS HUMANOS: São Estados-Partes da
Convenção Europeia dos Direitos Humanos todos aqueles que integrem, e enquanto integrarem, o Conselho da Europa. Entretanto, a vinculação pode não se estender à globalidade do texto convencional e, sobretudo, não compreender parte significativa dos seus protocolos adicionais. O tratado europeu em exame não autoriza reservas com caráter geral, em contrapartida, admite a formulação de reservas específicas, sempre que uma ou mais normas de origem interna, conflituem com uma norma da convenção. Os valores subjacentes aos direitos humanos determinados pela convenção são a justiça, a paz, a liberdade e o direito. a convenção acolhe apenas, exclusivamente, os direitos de liberdade e, entre eles, somente os direitos civis ou pessoais. A convenção não usa a locução universalidade, propondo-se, mais mitigamente, tomar as primeiras providências para a garantia coletiva de alguns dos direitos enunciados na Declaração Universal dos Direitos Humanos. O seu âmbito de aplicação alarga-se a todas as pessoas sob jurisdição dos Estados partes, independentemente do vínculo de cidadania. Indiferentemente, o princípio da igualdade, na sua valência negativa, de não-discriminação, encontra-se explicito, surgindo doado de caráter abrangente. Ainda assim, a Convenção admite um tratamento discriminatório no que toca à restrição de alguns direitos pessoais, concretamente os que estão associados à intervenção política. Esta convenção afirma-se mais realista, logo, as situações previstas exibem determinabilidade e, em consequência dessa densidade acrescida, permitem aplicabilidade direta e imediata. Perfilando-se como tratado, este instrumento europeu assume natureza vinculativa e, os comandos nele contidos, ostentam um efetivo caráter de ius cogens. No que concerne aos limites, o aspeto distintivo reporta-se à sua invulgar extensão. Paradigmaticamente, a dos limites ao direito à vida, ao estender-se inexistir a sua violação quando a morte resulte de recurso, absolutamente necessário, à força, etc. A Convenção admite a restrição para os fins para os quais esta se encontra prevista, mas mais especificamente consente-a para a salvaguarda, ou de direitos de terceiros, ou mesmo de valores de natureza pública. As normas sobre a derrogação ostentam perfil idêntico às do Pacto Internacionais dos Direitos Civis e Políticos.
TUTELA: A Convenção imprevê os mecanismos de auto-tutela, determina, no
entanto, um sistema de hétero-tutela ímpar. Atribui, assim, competência a um Tribunal Europeu dos Direitos Humanos para receber, não apenas recursos estaduais, mas sobretudo, para conhecer recursos e extra-estaduais. Recursos oriundos de uma pessoa singular, que, independentemente, da sua cidadania, se considere vítima de violação de um Estado, no respetivo território, de qualquer um dos direitos reconhecidos pela reconvenção. Inicialmente a estrutura garantistica da convenção é integrada por um órgão de cariz jurisdicional, o Tribunal, e por dois órgãos de caráter político, a Comissão Europeia dos Direitos Humanos e o comité de ministros. As petições são dirigidas à comissão que procede à sua avaliação, decidindo sobre a promoção de soluções ou sobre o seu envio ao tribunal. Ao Comité cabe uma decisão, definitiva, relativamente às petições não submetidas ao tribunal.
CARTA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA UNIÃO EUROPEIA: A
dignidade da pessoa humana destaca-se como o valor nuclear da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, sendo, aliás, a única matéria relativamente à qual é usada a locução inviolável. O catálogo dos Direitos Humanos da União Europeia perfila-se invulgarmente extenso e denso face aos outros catálogos internacionais. Não distingue, no entanto, os direitos civis e políticos dos direitos económicos sociais e culturais. Não obstante, faz a distinção, embora implícita, dos direitos de liberdade e das expectativas sociais.
Princípio da universalidade: Universalidade não é sinónimo de
universalismo. A carta não consagra uma real universalidade, uma vez que, não assume enquanto destinatários, a globalidade dos sujeitos individuai sob a jurisdição da UE. Parte alargada dos direitos aqui presentes, são atribuídos, de uma forma exclusiva, aos cidadãos dos Estados-Membros. Princípio da igualdade: Apresenta-se abundantemente afirmado, tanto na sua valência positiva, enquanto igualdade de todos os indivíduos perante o Direito, como na sua vertente negativa, de proibição da discriminação.
Assume natureza precetiva e, por inerência, aplicabilidade direta, os
direitos dotados de um grau adequado de determinação, os direitos de liberdade. Não a possuem aqueles que, em ordem à sua exequibilidade, implicam a elaboração de um ato normativo complementar, os direitos sociais. A vinculação tem como destinatários, essencialmente, os sujeitos jurídicos públicos e, de entre eles, as instituições da União Europeia, não tanto os Estados. A carta estabelece uma interdependência com a Convenção Europeia dos Direitos Humanos, deste modo, sempre que a carta consagre direitos igualmente previstos na convenção, o sentido e o âmbito a aplicar a esses direitos são iguais aos da convenção, a menos que a carta preveja uma proteção mais extensa ou mais ampla. TUTELA: O Direito da União Europeia e o Tratado da União Europeia, embora não a Carta, preveem um conjunto de meios garantísticos. Os jurisdicionais afirmam-se como os mais relevantes, traduzindo-se nas competências deferidas pelos tratados constitutivos da organização internacional, aos tribunais da união europeia. Mais concretamente, na anulação de quaisquer atos das instituições, órgãos ou organismos da União Europeia, contrários aos respetivo Direito. E, simetricamente, na verificação de omissões de ação aos mesmos exigíveis.