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Departamento de Direito
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Curso de Direito.
Capítulo XI
Economia monetária
11.1 Noção de moeda
11.2 Moeda metálica, moeda representativa, moeda fiduciária.
11.3 Teorias sobre o valor da moeda.
11.4 Procura e oferta de moeda. A criação monetária. Moeda escritural e multiplicador de
crédito.
(a) o motivo transação, segundo o qual os sujeitos económicos podem adquirir com
moeda disponível os bens e os serviços que satisfaçam as suas necessidades;
(b) o motivo precaução, uma vez que a moeda é guardada para situações futuras
imprevistas; e
(c) o motivo especulação, uma vez que a moeda pode ser usada para ganhos fáceis e
imediatos geradores de excedentes potenciais, verificando-se que o entesouramento
especulativo aumenta quando a remuneração do capital diminui, ou seja, quando a taxa de
juro baixa.
Há diversos tipos de moeda. Antes de mais, a moeda que constitui um meio imediato de
pagamento nas transações designa-se como M1, e é constituída pela moeda metálica, pelo
papel-moeda e pelos saldos dos depósitos à ordem - a moeda escritural ou bancária. Temos
ainda outro tipo de moeda onde se reflete a função de reserva de valor, que se designa
como M2, e é constituída pelos depósitos a prazo (a curto prazo superior a 180 dias ou a
médio e longo prazos) no sistema bancário. Por fim temos a quase moeda, composta por
M2 e ainda pelos títulos mobilizadores de poupança, como obrigações, bilhetes e
obrigações do tesouro - trata-se do M3…
Cunhar moeda era direito dos soberanos. Na segunda metade do século XVII, em
Inglaterra estabeleceu-se a liberdade de cunhagem, podendo qualquer particular detentor de
uma barra de ouro ou de prata transformá-la em moeda, cabendo, porém ao Estado
proceder, através da Casa da Moeda, a essa transformação.
(a) a moeda-papel surge com carácter excecional, no início do século XVIII, em resultado
dos depósitos feitos pelos detentores de metais preciosos no sistema bancário;
(b) a moeda-papel representativa circula porque está suportada por uma cobertura de
moeda metálica equivalente à circulação;
(c) a moeda fiduciária circula apenas suportada por uma parte da moeda metálica
depositada - com base na confiança (fidutia) e na capacidade que o sistema bancário tem
de criar nova moeda;
(d) o papel-moeda, com inconvertibilidade e curso forçado. - ao contrário da moeda
fiduciária, neste caso já não há ligação à moeda metálica ou aos metais preciosos em
reserva, havendo, no entanto, regras prudenciais e de confiança a cumprir.
Há uma outra explicação - a nominalista - segundo a qual o valor da moeda será aquele
que lhe foi aposto. Sendo certo que, com a desmaterialização da moeda, a tendência
nominalista pôde reforçar-se, a verdade é que estamos perante um critério incapaz de
explicar o fenómeno contemporâneo da moeda. Se na Antiguidade Aristóteles definiu o
valor da moeda por referência à lei, segundo a lógica nominalista, não podemos esquecer
que o primado das moedas metálicas na Idade Média e depois o surgimento da moeda
fiduciária contrariaram esse entendimento. Aliás, e com razão demonstrada pelo tempo, os
legistas Acúrsio e Bártolo defenderam que o valor real da moeda predominava sobre o
respetivo valor legal.
Desde muito cedo surgiu uma outra explicação, de índole quantitativista. Xenofonte (séc.
V e IV a.C.) foi um dos primeiros autores a defendê-la. O valor da moeda dependeria da
quantidade em circulação. Jean Bodin (1530-1596) explicou a alta de preços verificada na
Europa no século XVI através do afluxo de ouro da América. No Tratado sobre a Moeda de
Bernard Davanzati (1529-1606), de 1588, o autor estabeleceu uma relação matemática ente
a quantidade de ouro e o nível geral de preços existente. Na senda de John Locke (1632-
1704) ou de David Hume (1711-1776), os economistas clássicos ingleses, à frente dos quais
David Ricardo (1772-1823), também defenderam a teoria quantitativa da moeda, a partir de
uma relação direta e automática entre a circulação monetária e o nível de preços. Ricardo
introduziu, aliás, na sua análise o fenómeno da criação de moeda-papel e o seu efeito
quantitativo.
Na esteira de Ricardo, John Stuart Mill (1806-1873) veio a aperfeiçoar o raciocínio, dizendo
que não bastava ter em conta a moeda em circulação, uma vez que era indispensável saber
o número de vezes que a moeda era dada em pagamento. Pegando nesta ideia, Irving
Fisher (1867-1947), um dos maiores economistas matemáticos dos EUA, formulou a
equação geral de trocas - acrescentando à circulação monetária do papel-moeda e da
moeda metálica a da moeda bancária ou escritural. Para Fisher haveria que estabelecer uma
relação entre o stock monetário em circulação e o volume de transações realizadas:
MV=PQ.
M é a massa monetária imediatamente disponível, moeda metálica, papel-moeda e moeda
escritural e V a velocidade de circulação monetária. P é o nível geral de preços e Q o
volume de transações realizadas.
Os críticos de Fisher vieram, porém, dizer que a interpretação era incompleta, uma vez que
não se levaria em consideração a moeda entesourada, imobilizada ou inativa. Haveria,
assim, demasiada rigidez na sua interpretação, por não considerar a relação dinâmica entre
o consumo e a poupança.
Por outro lado, Albert Aftalion (1874-1956) veio afirmar que as variações de preços
registavam uma muito maior sensibilidade do que a evolução dos meios de pagamento,
distinguindo comportamentos diferentes na moeda fiduciária e na moeda escritural.
Enquanto o saldo médio dos depósitos se mantém constante o total de pagamentos
realizados por movimentação das respetivas contas pode aumentar. Como veremos adiante,
para Aftalion nem só M e V podem influenciar o nível geral de preços. Tem de se
considerar outros fatores que não estão na equação geral de trocas.
M=KPQ.
Os críticos de Robertson vieram, no entanto, dizer que ele apenas tinha em consideração o
rendimento e não as transações, o que não permitia aferir o real valor da moeda. Perante a
crítica, D. Robertson reformulou a sua equação para P'=M: (K'T). P é o nível geral de
preços das transações, T o volume das transações e K' a percentagem sobre o volume de
transações que os sujeitos económicos desejam manter em espécies monetárias líquidas.
John Maynard Keynes (1883-1946) foi quem melhor desenvolveu o conceito de reserva
líquida. Introduziu o conceito de unidade complexa de consumo, que corresponde ao
conjunto de artigos normalmente objeto de aquisição e consumo numa comunidade.
Tendo por centro aquele conceito, Keynes apresentou a seguinte equação:
N= P (K+RK')
Se é verdade que o próprio J.M. Keynes reconheceu que a sua equação se limitava aos
preços de consumo, o certo é que ela nos permite compreender a interação entre os
comportamentos psicológicos dos sujeitos económicos e a política monetária. Note-se que
na sua célebre Teoria Geral do Emprego, Juro e Moeda (1936), o autor apresentou uma fórmula
muito simplificada para explicar o valor da moeda. J.M. Keynes entendia que só depois de
se alcançar uma situação de pleno emprego o aumento de moeda produziria aumento do
nível geral de preços. P= Y: O, sendo Y as despesas em moeda e O o volume de bens e
serviços produzidos. Assim, os movimentos de moeda apenas se repercutiriam nos preços
em conjunturas de pleno emprego dos recursos produtivos. Como é evidente a primeira
equação de Keynes apenas se aplicaria em situação de pleno emprego.
O nível da taxa de juro influencia negativamente a preferência pela liquidez, uma vez que
quanto mais alto ele for menor será a tendência para manter a liquidez dos meios
monetários. A taxa de juro é o custo de oportunidade referente à detenção da moeda. A
procura de moeda aparece, assim, como uma função decrescente da taxa de juro.
Começando pela banca comercial, verificamos que o crédito bancário dá lugar a criação
monetária. Como é que tal fenómeno decorre? Estamos perante a criação de moeda
escritural. Suponhamos que o Banco A concede um crédito de 1000 Euros à empresa B. A
empresa B vê creditada na sua conta a referida quantia. E com ela procede a pagamentos,
através de depósitos bancários. Os bancos beneficiários desses depósitos vão dispor desses
montantes para realizarem novos empréstimos e esses empréstimos vão gerar novas
despesas, novos depósitos e novos empréstimos.
O crédito concedido pelo banco A de 1000 Euros vai gerar pelo depósito da empresa B no
Banco C a concessão, por parte deste, de créditos no valor de 800 Euros e à manutenção
de uma reserva líquida de 200 Euros… O fenómeno de criação de moeda escritural pelo
sistema bancário vai ocorrer deste modo e de forma sucessiva. A quantidade de moeda
bancária nova (M) criada pelo multiplicador de crédito é obtida multiplicando o montante
do crédito inicial (C) pelo inverso do coeficiente de reserva (5).
A criação de moeda bancária é tanto mais forte quanto o coeficiente de reserva dos bancos
comerciais for mais fraco. Se o coeficiente for apenas de 10% o multiplicador será de 10. À
semelhança do que ocorre no multiplicador de investimento também aqui o efeito só tem
consequências reais se estivermos em situação na qual não há pleno emprego de todos os
fatores de produção.
Apesar do Reino Unido ter sido representado por J. M. Keynes, a conferência de Bretton
Woods foi marcada por Harry D. White (1892-1948), Subsecretário de Estado do Tesouro
dos EUA. O plano White viria a ser aprovado. Nele o valor das moedas seria definido por
um sistema de paridades fixas relativamente ao Dólar dos EUA. E não já em relação ao
ouro. Indiretamente havia, porém, uma referência ao ouro, uma vez que o Dólar era
convertível em ouro para cidadãos estrangeiros. Uma Onça de ouro fino valia, então, 35
dólares. Assim, as reservas dos bancos centrais passaram a poder ser constituídas por ouro
ou por Dólares dos EUA.
Para gerir este sistema foram criados o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o
Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Banco Mundial). O FMI
teria a seu cargo a correção dos desequilíbrios externos originados no curto prazo e o
BIRD teria a tarefa de apoiar as ações ligadas ao desenvolvimento e ao médio e longo
prazos. O plano de Keynes não foi aceite. Previa a criação de uma moeda internacional, o
Bancor, convertível nas diferentes moedas nacionais e nele se propunham medidas de
acompanhamento e estabilização quer para os países em situação excedentária quer para os
países em situação negativa no tocante aos pagamentos externos.
II. A história da moeda única europeia remonta à Cimeira de Haia (Dezembro de 1969).
Na sequência do plano Barre sobre cooperação monetária (1968), o Primeiro-Ministro do
Luxemburgo Pierre Werner (1913-2002) foi encarregado, em Março de 1970 da
presidência do grupo especial de estudos para o estabelecimento de um plano por etapas
relativo à União Económica e Monetária - trabalho que culminará no relatório, apresentado
em 8 de Outubro de 1970 à Comissão Europeia e aos governos dos Estados membros.
Estavam lançadas as bases da união monetária, prevendo-se um sistema comunitário de
bancos centrais, a liberalização dos movimentos de capitais e a fixação irrevogável da
paridade entre as moedas europeias, com a transferência de importantes competências para
a Comunidade.
A realização desta união deveria ocorrer, segundo Pierre Werner, em duas etapas. Na
primeira, a começar em 1 de Junho de 1971, definir-se-iam, com reforço da cooperação
entre os bancos centrais, as orientações fundamentais de política económica e monetária.
As margens de flutuação das diferentes moedas da Comunidade seriam contidas em limites
estáveis. A segunda, após um rigoroso balanço feito até ao 31 de Dezembro de 1973, previa
que as ações prosseguidas passassem a uma disciplina mais rigorosa, criando-se um Fundo
Europeu de Cooperação Monetária (FECOM), que praticaria as intervenções necessárias
no mercado de câmbios para manter a coesão monetária dos países membros. Para Werner
seria indispensável, porém, haver um "centro de decisão", um conselho encarregado de
definir a política macroeconómica dos seis, responsável perante o Parlamento europeu,
com poderes acrescidos e eleito diretamente por sufrágio universal.
Dez anos depois, Jacques Delors (1925-) lançou um Plano (Abril de 1989) que culminaria
no Tratado de Maastricht (adotado em Dezembro de 1991 e entrado em vigor em 1 de
Novembro de 1993) e na criação da UEM e do Euro. Aí se adotaram critérios de
convergência nominal tendentes à introdução da moeda única: estabilidade do nível de
preços, aproximação das taxas de juro de longo prazo dos níveis verificados nos países com
melhores resultados em termos de inflação, estabilidade da cotação da moeda e da
disciplina das finanças públicas, avaliada em termos de grandeza do desequilíbrio do
orçamento (défice não superior a 3% do PIB) e da dívida pública (não superior a 60% do
PIB).
No caso português, 1 Euro correspondeu a 200,482 escudos. Para servir de base à União
monetária foi criada uma estrutura de base federal constituída pelo Banco Central
Europeu (com sede em Francoforte no Meno) e pelos Bancos Centrais nacionais dos
Estados membros da União - o Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC). As
vantagens da moeda única são de dois tipos: eliminação dos custos de conversão de umas
moedas nas outras para realizar transações internacionais (câmbios); a eliminação dos
custos de incerteza quanto aos câmbios futuros. Há também mais transparência e
concorrência nos mercados.
III. Em Portugal, de 1977 a 1990, a política monetária obedeceu a uma política cambial de
desvalorização deslizante. A partir de 1986 a taxa de depreciação foi definida abaixo do
diferencial de inflação entre Portugal e os principais parceiros comerciais, a fim de reduzir
esse diferencial. A partir de 1990 e até Março de 1992 a desvalorização deslizante foi
abandonada, vigorando um índice composto pelas principais moedas europeias. Em Abril
de 1992 o Escudo aderiu ao Mecanismo de Taxas de Câmbio do SME, obedecendo à
banda de flutuação de mais ou menos 6%. Em Novembro de 1992, em virtude de um
ambiente de grande turbulência monetária, que determinou o abandono do mecanismo
pela lira e pela libra, o Escudo desvaloriza 6%. E em Maio de 1993 há um realinhamento
adicional de -6,5%, em virtude da situação internacional dos mercados. Em Agosto de
1993, seria definido no âmbito do SME um alargamento das bandas de flutuação do
Mecanismo de Taxas de Câmbio para mais ou menos 15%. O Escudo conheceu, porém,
uma grande estabilidade a partir de então, havendo apenas em Março de 1995 um último
ajustamento de 3,5%.
Estamos perante meios de salvaguardar a solidez das finanças públicas na terceira fase da
União Económica e Monetária, de forma a reforçar as condições para a estabilidade de
preços e a garantir um crescimento sustentável conducente à criação de emprego. O
objetivo visado de médio prazo é, assim, o de alcançar posições orçamentais próximas do
equilíbrio (“close to balance”) ou excedentárias, que permitirão aos Estados membros
enfrentar as flutuações cíclicas normais, mantendo o défice público abaixo do valor de
referência de 3% do PIB. No caso de persistência de défice superior a 3% do PIB, não
sendo a situação considerada excecional e temporária, o país fica sujeito a sanções
pecuniárias, que podem assumir a forma de uma multa de montante até 0,5% do PIB.
Foi ainda alcançado um acordo político entre o Parlamento Europeu e o Conselho relativo
à Diretiva sistemas de garantia de depósitos (SGD), que contribui, com o FUR e o
Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), para o terceiro pilar da União Bancária.
Basicamente, a Diretiva SGD fixa em 100 mil euros o limite de proteção dos depositantes.
VIII. No início do ano 2020, a Europa foi confrontada com o desafio de saúde pública
ditado pela pandemia da COVID-19, que rapidamente se tornou na mais violenta crise
económica do pós-guerra. A União Europeia e os seus Estados-Membros foram obrigados
a tomar medidas para ajudar a minorar os danos económicos e sociais, impulsionar a
recuperação europeia, proteger e criar postos de trabalho. A UE apoiou os esforços
nacionais para fazer face à crise sanitária: mobilizou dinheiro disponível do seu orçamento
para lutar contra o vírus; utilizou toda a flexibilidade das regras em matéria de orçamento e
de auxílios estatais e propôs a criação do instrumento temporário SURE, para ajudar a
manter os empregos. Em 27 de maio de 2020, a Comissão Europeia, presidida por Ursula
von der Leyen, apresentou a proposta de um Plano de Recuperação Económica
sustentável, equitativo, inclusivo e justo para todos os países membros. O Conselho
Europeu Extraordinário, presidido pelo belga Charles Michel, de 17 a 21 de julho de 2020
adotou conclusões para a concretização do Plano, que assenta em dois instrumentos de
apoio financeiro principais: o Próxima Geração UE (750 mil milhões de euros para o
período 2021-2024) e o Quadro Financeiro Plurianual (1 074,3 mil milhões de euros
para o período 2021-2027). A este esforço financeiro sem precedentes, acresce o SURE
(100 mil milhões de euros para o período 2020-2022), o Programa de Compras de
Emergência Pandémica do Banco Central Europeu e o Fundo de Garantia Pan-Europeu
do Banco Europeu de Investimento. O Plano começou por ter a resistência dos Países
Baixos, Áustria, Dinamarca e Suécia e sofre também entraves da Polónia e Hungria em
virtude do juízo negativo dos órgãos da EU sobre o desrespeito das regras de Estado de
Direito nestes países.
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