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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino a Distância


Centro de Recursos de Nampula
Licenciatura em Ensino de Geografia

As áreas de aplicabilidade da cartografia e sua importância

Momade Atumane, 708214110

Docente:
Manuel Alberto Gimo

Nampula, Agosto de 2022


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino a Distância

Centro de Recursos de Nampula


Licenciatura em Ensino de Geografia

As áreas de aplicabilidade da cartografia e sua importância

Momade Atumane, 708214110

O presente trabalho é de carácter avaliativo da


cadeira de Cartografia do 2º Ano, Turma: M, no
curso de Licenciatura em Ensino de Geografia
leccionado pelo Docente: Manuel Alberto Gimo

Nampula, Agosto de 2022


Índice
Introdução..........................................................................................................................4

Sistema do Governo Moçambicano...................................................................................5

Sistemas de Governo.........................................................................................................5

Sistema do Governo Moçambicano...................................................................................6

Eleições e sistemas eleitorais.............................................................................................9

Organização do poder político em Moçambique...............................................................9

Órgãos de soberania........................................................................................................10

Presidente da República..................................................................................................10

Assembleia da República................................................................................................10

Conclusão........................................................................................................................11

Bibliografia......................................................................................................................12
Introdução
No chefe do Estado continuam a gravitar poderes mas em dimensão reduzida que nos
presidencialistas. Deste modo, afirmamos que é boa e relaxante a doutrina que afirma
que o sistema de governo moçambicano é misto. Mas têm um sério inconveniente de
poder atrofiar os pensamentos de quem possa ser mais criativo. Além disso, segundo a
clássica divisão doutrinária dos sistemas de governo democráticos representativos de
divisão de poderes seria uma inovação. Talvez uma classificação sem enquadramento.
Sistema do Governo Moçambicano
Na doutrina entre os sistemas de governo destacam-se em primeira linha dois: Os
sistemas de governo ditatoriais (monocárpicos e autocráticos) e democráticos (directos,
semidirectos e representativos). Nos representativos notam-se os de concentração e de
separação de poderes Nos sistemas de governos democráticos de divisão de poderes
temos os chamados sistemas parlamentares, presidencialistas e semipresidencialistas.

Assim que não restam dúvidas que o nosso sistema de governo é democrático
representativo de divisão de poderes.

Sistemas de Governo
Nas palavras de José Afonso da Silva apud Martins (2017, p.1183), "são técnicas que
regem as relações entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo no exercício das
funções governamentais". Martins relata quatro tipos de sistema em seu livro:

a) Parlamentarismo

Para Martins (2017, p.1186), as características principais deste sistema são:

 Distinção entre Chefe de Estado e Chefe de Governo;


 Chefia do governo com responsabilidade política;
 Possibilidade de dissolução do parlamento;
 O primeiro-ministro é escolhido pelo Parlamento.

Neste sistema o Chefe de Estado e de Governo são pessoas diferentes. Isto é, existe um
representante que não se envolve em disputas políticas ou de poder, atuando como um
norte quando em tempos de crise ou falta de consenso político. Nesse sistema o Chefe
de Governo permanece em seu cargo enquanto houver suporte parlamentar, isto é,
enquanto houver maioria apoiando seu governo. E por isso, é possível que o Primeiro-
Ministro (nomenclatura normalmente empregada para o cargo de Chefe de Governo)
dissolva o parlamento com o objetivo de buscar uma maioria para apoiar seu governo.
Por fim, esse sistema pode ser empregado em duas formas de governo que serão
relatadas em tópico posterior: a república ou a monarquia.

b) Presidencialismo
Martins (2017, p.1188) entende que as características principais deste sistema são:

 O Presidente é Chefe de Estado e de Governo;


 O cargo de Presidente é unipessoal;
 O Presidente é eleito pelo povo;
 O Presidente respeita um mandato com tempo determinado para acabar;
 Há possibilidade de responsabilização política;
 O presidente não pode dissolver o parlamento.

Basicamente, ocorre a unificação entre as funções de Chefe de Estado e de Governo.


Neste caso, o Presidente indicará seus assessores, Ministros e demais cargos. E por fim,
neste sistema, o Presidente, para perder o cargo, necessita sofrer um processo de
impeachment de acordo com a lei de seu país.

c) Semipresidencialismo ou Sistema Misto

Neste sistema os poderes entre o Presidente e o Primeiro-Ministro são divididos. O


Presidente possui poderes de dissolver o parlamento, e até indicar o Primeiro-Ministro,
à depender da legislação nacional.

d) Sistema Directorial

Resumidamente, este sistema não é muito utilizado pelas nações, segundo Martins
(2017, 1192), este sistema é utilizado pela Suíça e suas características são:

i. Existência de um poder executivo colegiado (diretório) eleito pelos


parlamentares por um período fixo de mandato;
ii. Não existe um Chefe de Estado autónomo. O Presidente da Confederação que
tem esses poderes e tem mandato de um ano.

Sistema do Governo Moçambicano


Na doutrina entre os sistemas de governo destacam-se em primeira linha dois: Os
sistemas de governo ditatoriais (monocráticos e autocráticos) e democráticos (directos,
semidirectos e representativos). Nos representativos notam-se os de concentração e de
separação de poderes Nos sistemas de governos democráticos de divisão de poderes
temos os chamados sistemas parlamentares, presidencialistas e semi-presidencialistas.
Assim que não restam dúvidas que o nosso sistema de governo é democrático
representativo de divisão de poderes.

O que nos interessa é saber se é democrático representativo de divisão de poderes


parlamentar, presidencialista ou semi-presidencilista.

Sobre isso muitos autores já se debruçaram tanto cá entre nós como fora. Assim que
alguns autores moçambicanos como Nhamissitane, Carrilho, Rui Baltasar, Gilles Cistac
afirmam que o nosso sistema é presidencial com rasgos presidencialistas. Opostamente,
Jorge Miranda define o nosso sistema como presidencialismo democrático
reforçado ou “ presidencial sui generis”.

Ainda Vitalino Canas chama-o simplesmente presidencialista. Alfredo Chambule


chama-o de misto pelo facto de comungar algumas características presidencialistas e
semi-presidencilistas.

É certo que categoricamente não se pode afirmar que o sistema de governo


moçambicano é Presidencialista pelo facto de que:

1. Nos sistemas presidencialistas (como nos EUA) o presidente não responde


politicamente perante a Assembleia da República nem esta perante o Presidente da
República. O responder politicamente aqui está no sentido de um órgão poder ou não
dissolver ou provocar a queda do outro.

Mas bem analisada a nossa Constituição nos artigos 159 e 188, vemos que o PR pode
dissolver a AR. Isto nos leva a concluir que o nosso sistema de governo não é
presidencialista. Mas também não podemos olvidar que nos sistemas presidencialistas
sobre o PR gravitam enormes poderes o que é incontestável que acontece o mesmo com
o nosso. Só que isto é insuficiente para concluirmos. Do mesmo modo que não podemos
também afirmar de viva voz que o nosso sistema de governo é Parlamentar, por simples
razões.

Nestes sistemas (o caso inglês, sistema parlamentarista de gabinete)) a figura do chefe


de Estado são quase apagados. Os seus poderes são limitados o que é diferente dos
presidencialistas e semi-presidencialistas.
O governo sai do parlamento, a sua estabilidade depende da confiança política que o
parlamento nele deposita, podendo assim o parlamento provocar a sua queda na falta
desta confiança.

Ainda assim, não podemos ainda afirmar que é semi-presidencialista (no caso típico, o
português) porque:

O governo da República de Moçambique é nomeado pelo chefe do Estado que se torna


então, chefe do governo. Isto não acontece nos sistemas semipresidencialistas. Quer
dizer que o governo é eleito ou seja é resultado dos resultados obtidos em eleições
legislativas.

No chefe do Estado continuam a gravitar poderes mas em dimensão reduzida que nos
presidencialistas. Deste modo, afirmamos que é boa e relaxante a doutrina que afirma
que o sistema de governo moçambicano é misto. Mas têm um sério inconveniente de
poder atrofiar os pensamentos de quem possa ser mais criativo. Além disso, segundo a
clássica divisão doutrinária dos sistemas de governo democráticos representativos de
divisão de poderes seria uma inovação. Talvez uma classificação sem enquadramento.

Não querendo ser conservadores nem demais progressistas diremos que esta
classificação em nada diz o que é o nosso sistema de governo.

De outra sorte dizer que ë simplesmente presidencialista seria limitar demais o âmbito
de que o nosso sistema de governo pode caber. Ele é mais do isso.

Assim concordamos com os ilustres autores Nhamissitane, Carrilho, Rui Baltasar, Gilles
Cistac na sua classificação de um sistema de governo presidencial com
rasgos presidencialistas. Isto porque:

1. Aceitamos que ele é presidencial, não só. Isto não basta,

2. Também confirmamos que tem também inclinações ao presidencialismo. Quer isto


dizer que no chefe do Estado gravitam poderes enormes e em princípio não existe uma
dependência entre este e o parlamento, mas por excepção, este pode dissolver o
parlamento se o programa do governo for rejeitado.

A democracia é o governo do povo. Implica, que a legitimação do poder político, em


palavras mais simples: o governo, deve sair do próprio povo. O número dos habitantes
em Moçambique não permite que todos possam estar presentes numa reunião. Por isso,
os cidadãos elegem representantes com a tarefa de exprimir a vontade do povo e, deste
modo, governar o país. A Constituição da República prevê que a população elege
deputados para a Assembleia da República, que são representantes do povo. Para a
escolha dos representantes, arts. 73º e 135º da Constituição da República exige eleições
transparentes, livres e justas, onde todos os cidadãos maiores de 18 anos têm o direito
de participar (arts. 147 n.º 1 e 170º n.º 1 da Constituição da República de Moçambique).

Eleições e sistemas eleitorais


A eleição dos deputados para a Assembleia da República, que exercem o poder político
em representação dos cidadãos, caracteriza a democracia em Moçambique como
democracia directa. Além disso, na Constituição da República consta um elemento da
democracia directa, que é o referendo (arts. 73º e 136º da Constituição da República de
Moçambique). O referendo é uma consulta feita aos cidadãos eleitores sobre uma
questão de relevante interesse nacional.

Organização do poder político em Moçambique


O Estado existe para facilitar a vida dos cidadãos que vivem dentro dele. Para executar a
vontade do povo dentro da democracia em Moçambique, o Estado precisa de órgãos,
que trabalham para ele e implementam aquilo que o povo através dos seus
representantes decidiu. Assim como o nosso corpo humano tem órgãos para lhe servir, o
Estado tem órgãos para interagir com terceiros, para actuar para fora. Portanto, são os
órgãos, que vão aos encontros e reuniões, escrevem e respondem cartas etc. Mas sempre
em coordenação com o "corpo", neste caso o povo moçambicano, porque os órgãos só
têm a sua legitimidade da sua existência para facilitar as actividades do Estado, que têm
como elemento mais importante o povo. Assim, os órgãos não podem ultrapassar os
limites da autorização deles.

Ao mesmo tempo, o povo deve admitir a responsabilidade de dar directivos e controlar


os órgãos, porque isto não é só direito, mas também dever. Se acontecer uma situação
ilegal, a pessoa responsável deve responder no tribunal. O poder político em
Moçambique está sendo organizado em órgãos de soberania e órgãos locais do Estado
(arts. 133º e 262º da Constituição da República). Os órgãos da soberania respondem ao
nível central, os órgãos locais ao nível local.
Órgãos de soberania
São órgãos da soberania o Presidente da República, a Assembleia da República, o
Governo, os Tribunais e o Conselho Constitucional (art. 133º da Constituição da
República de Moçambique).

Presidente da República
O Presidente da República é o chefe do Estado de Moçambique. Ele representa
Moçambique internamente e no estrangeiro. Ele tem a tarefa de controlar o
funcionamento correcto dos órgãos do Estado (art. 146º da Constituição da República
de Moçambique). O Presidente da República deve zelar que as garantias da constituição
serão cumpridas.

O Presidente da República é eleito pelo povo. A eleição deve ser directo, igual, secreto,
pessoal e periódico. Eleições têm lugar de cinco em cinco anos. O Presidente da
República só pode ser eleito de novo uma vez (art. 147º da Constituição da República
de Moçambique). Para as demais competências do Presidente da República veja 146º a
163º da Constituição da República.

Assembleia da República
A Assembleia da República é a assembleia representativa de todos os cidadãos
moçambicanos (art. 168º da Constituição da República de Moçambique). A Assembleia
da República é o mais alto órgão legislativo na República de Moçambique. Ela
determina as normas que regem o funcionamento do Estado e a vida económica e social
através de leis e deliberações (art. 169º da Constituição da República de Moçambique).

A Assembleia da República é constituída por 250 deputados. Esses são eleitos em


eleições directas, iguais, secretos, pessoais e periódicos (art. 170º da Constituição da
República de Moçambique).

A constituição da República de Moçambique estipula uma democracia multipartidária


fundada em eleições periódicas, com mandatos de cinco anos, através de sufrágio
universal, directo, igual e secreto. O presidente da República é eleito quando reúna mais
de metade dos votos expressos maioria absoluta, caso contrário, uma segunda volta das
eleições presidenciais é realizada dentro de 30 dias da data de declaração de resultados
pelo conselho constitucional, na qual participam os dois candidatos mais votados.

Conclusão
Conclui-se que o primeiro passo para a democracia multipartidária deu-se com a
elaboração da nova constituição em 1990 que inaugura uma abertura para a liberdade de
criação de partidos políticos e concorrer para o poder político. O segundo passo deu-se
com a materialização do estipulado na nova constituição, quando em 1994 decorrem as
primeiras eleições envolvendo vários partidos.
Bibliografia
Carvalho, Manuel Proença de (2010). Manual de Ciência Política e Sistemas Políticos e
Constitucionais. (3ª ed.). Lisboa: Quid júris

Azevedo-Harman, Elisabete (2011). Trajectórias democráticas dos PALOP – o


equilíbrio (ou não) entre parlamentos e executivos

MARTINS, Flávio. Curso de Direito Constitucional. Revista dos tribunais. São Paulo,
2017.

BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de


Política, Vol. I. trad. Carmen C, Varriale et ai.; coord. trad. João Ferreira; rev. geral
João Ferreira e Luis Guerreiro Pinto Cacais. Editora Universidade de Brasília.Brasília,
1998

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