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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Administração Pública

O REGIME POLÍTICO MOÇAMBICANO

Nome: Alberto Bernardo Buanalindo, código: 96230690

Lichinga, Agosto de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Administração Pública

O REGIME POLÍTICO MOÇAMBICANO

Nome: Alberto Bernardo Buanalindo, código: 96230690

Lichinga, Agosto de 2023


Índice
1. Introdução............................................................................................................................ 4

1.1. Objectivos..................................................................................................................... 4

1.1.1. Geral...................................................................................................................... 4

1.1.2. Específicos ............................................................................................................ 4

1.2. Metodologia .................................................................................................................. 4

2. REGIME POLÍTICO MOÇAMBICANO ............................................................................ 5

2.1. Definição ...................................................................................................................... 5

2.2. Tipos de regimes políticos............................................................................................. 6

2.2.1. Regime democrático .............................................................................................. 6

2.2.2. Regime autoritário ................................................................................................. 7

2.2.3. Regime totalitário .................................................................................................. 7

2.3. Enquadramento e análise crítica do regime político em Moçambique ............................ 8

3. Conclusão ............................................................................................................................ 9

4. Referências bibliográficas .................................................................................................. 10


1. Introdução

O presente trabalho ira debruçar-se em torno do regime político Moçambicano, podendo dentro
disto definir regime político; discutir os tipos de regimes políticos de modo geral; enquadrar e
analisar criticamente o regime político em Moçambique

Na concepção aristotélica, um regime político corresponde a uma certa distribuição dos cargos
governativos em obediência a um qualquer critério de justiça aceite por aqueles que, no mesmo,
ocupam a posição de governantes ou governados.

Modernamente, a ciência política, converte-se de “teoria dos regimes políticos” em “nova ciência
do Estado” (Strauss 1952: 1). A segunda matriz concebe-se a partir da falência da Política
aristotélica no contexto moderno. Com efeito, em contexto de ineliminável desintegração
religiosa e moral, o foco já não se pôde encontrar no regime político numa acepção aristotélica –
isto é, no regime como estrutura institucional estável reflectora de parâmetros substantivos
partilhados. Neste outro contexto, a Política antes teve como desafio pensar a integração política
e a legitimidade do poder independentemente dos ditos parâmetros. Ora, pensar assim traduziu-se
em pensar o Estado moderno ou o Estado como representação

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Conhecer o regime político Moçambicano.
1.1.2. Específicos
 Definir regime político;
 Discutir os tipos de regimes políticos de modo geral;
 Enquadrar e analisar criticamente o regime político em Moçambique.
1.2. Metodologia

Para a realização deste trabalho usou-se o método bibliográfico, que consistiu em consulta de
obras, artigos científicos de onde foram extraídos os conteúdos para adequação do estudo em
causa, versando por vários autores.

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2. REGIME POLÍTICO MOÇAMBICANO
2.1. Definição

Um regime é um sistema que possibilita estabelecer e regular o funcionamento de algo. A


política, por sua vez, é a gestão dos assuntos públicos e a tomada de decisões orientada de
maneira ideológica.

Conhece-se pelo nome de regime político, por conseguinte, o conjunto de instituições e leis que
permite a organização do Estado e o exercício do poder. Através do regime político determina-se
via de acesso ao governo e a forma na qual as autoridades podem fazer uso das suas faculdades.

O sentido ou critério de justiça que define o político que preside ao regime enquanto regime
político é essencial ao homem: o homem é um animal político precisamente porque se move no
âmbito de tal sentido ou critério (o sentido ou critério da polis), nele encontrando um parâmetro
de ação, disposição de carácter ou ethos. Caso dele não necessitasse seria um deus estaria além
do humano caso o mesmo lhe faltasse seria um bicho estaria aquém do humano (Aristóteles 1998:
I, 1253a).

Existem vários conceitos que se confundem com a ideia de regime político. O regime de governo,
por exemplo, refere-se a como se vinculam os diversos poderes do Estado (regime
presidencialista, regime parlamentar, etc.). A forma de Estado, por sua vez, indica como se
articulam o poder, a população e o território (alexandrino, 2008)

Ainda, é importante mencionar aqui que a definição de regime político acontece mesmo que um
governo seja considerado ilegítimo.

Com o regime político produz-se uma situação paradóxica. O regime emana da vontade das
pessoas, que determina as características do regime político. Mas, pela em simultâneo, a própria
estrutura deste regime acaba por condicionar a vontade da população.

É importante que não haja confusão entre regime político e sistema político. O sistema político
trata-se do sistema pelo qual o poder político se organiza e, assim, o poder é exercido, alguns
exemplos são: o presidencialismo e o parlamentarismo. Já o regime de governo é o modo como
distribui-se o poder entre os elementos do Estado (como o governo se comporta estando no

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poder), esses podem ser: um regime de governo totalitário, autoritário ou democrático
(Albuquerque, 2012).

Existem diversos tipos de regimes políticos. Muitos teóricos fazem a distinção entre a
democracia, a monarquia e a aristocracia. Outra qualificação possível diferencia os regimes com
um único partido dos regimes pluralistas.

Há quem crê que um regime político se pode corromper e derivar nalgo diferente, mesmo no que
toca a instituições e formas. A democracia, neste sentido, poderá derivar em demagogia,
enquanto a monarquia se poderia constituir como uma tirania.

2.2. Tipos de regimes políticos

Segundo Oliveira (2015), os regimes políticos podem ser apontados da seguinte maneira:

2.2.1. Regime democrático

O estabelecimento de um parlamento e a transitoriedade do poder classificam um regime político


como democrático.

De acordo com Oliveira (2015), reconhecendo que há uma soberania popular e que um governo
só pode ser justo e atender as demandas da vontade geral se a maioria puder participar do
processo, os regimes democráticos elegem um corpo de cidadãos que participa da tomada de
decisões directa ou indirectamente. Temos, como exemplos, as democracias antigas e
contemporâneas, representativas ou participativas.

Nas democracias representativas, o corpo de cidadãos elege representantes que cumprem o papel
de legislar ou governar. Nas democracias participativas directas, é o próprio povo quem toma as
decisões políticas, enquanto nas democracias semi-directas, o povo elege representantes e
participa da tomada de decisões deles (Pasquinho, 2002).

Portanto a democracia caracteriza-se pela existência das eleições livres (onde o povo escolhe
quem serão seus governantes), onde a imprensa é livre, onde há a possibilidade de oposição e
liberdade para expressão de pensamentos políticos e também onde há respeito aos direitos civis.

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2.2.2. Regime autoritário

Autoritarismo como forma de governo assume o lugar de destaque quando um governante ou um


grupo de pessoas que participam do governo assumem o poder e não reconhecem aos cidadãos
(aqueles que participam da cidade) o seu direito de tomada de decisão política.

Os regimes autoritários, muitas vezes, actuam à revelia das leis constitucionais, tomando medidas
arbitrárias que, de algum modo, alteram a vida política e pública das pessoas. São regimes
autoritários as ditaduras e o despotismo na Modernidade. O Estado, nesse caso, é tomado por um
governo opressor que despreza os direitos da população (Oliveira, 2015).

Do acima exposto entendemos que a autoritarismo é um regime político que resume-se em


concentrar o poder nas mãos de uma pessoa ou de poucas pessoas. Nesse tipo de regime não
existiam as garantias individuais e as normas são manipuladas segundo o que é de interesse do
grupo ou pessoa que está no poder.

2.2.3. Regime totalitário

Muitas pessoas pensam que o totalitarismo e o autoritarismo são a mesma coisa. Essa confusão
dá-se porque o totalitarismo também apresenta características autoritárias. A diferença entre os
dois regimes centra-se no fato de que o totalitarismo elevou à máxima potência as características
do regime autoritário. Enquanto um regime autoritário controla a vida pública e política dos
cidadãos, um regime totalitário controla todos os aspectos da vida pública e particular das pessoas
(Oliveira, 2015).

De acordo com Oliveira (2015), no totalitarismo, pelo crescimento do Estado, os cidadãos são
levados a viver do modo como o líder totalitário quer, o que garante uma adesão uniforme das
massas ao governo. Essa foi a forma que os líderes do nazismo, do estalinismo e do fascismo
encontraram para manter toda a população sob controlo e conseguir manipular as massas de
maneira a defenderem o Estado nacional acima de qualquer coisa.

Assim, entendemos que o regime político totalitário se caracteriza pela entrega do poder nas
mãos de apenas uma única pessoa. E aqui não existe nenhuma instituição que demonstre alguma
ideia de democracia. Exemplos de movimentos políticos enquadrados nesse regime são: o
nazismo, o fascismo e o estalinismo, movimentos ocorridos entre 1920 a 1945.
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2.3. Enquadramento e análise crítica do regime político em Moçambique

Para o portal do governo de Moçambique


(https://www.wikiwand.com/pt/Pol%C3%ADtica_de_Mo%C3%A7ambique), A Frelimo, Frente
de Libertação de Moçambique, foi o movimento que dirigiu a luta de libertação nacional que
culminou com a independência nacional em 25 de Junho de 1975. Desde então que esse
movimento político ou os seus sucessores dirigem a política nacional. Em 1978, a Frente tornou-
se num partido político marxista-leninista, denominado Partido Frelimo, e Samora Machel
ocupou a presidência do país, num regime de partido único, desde a independência até à sua
morte em 1986.

Em 1990, foi aprovada uma nova constituição que transformou o estado numa democracia multi-
partidária. O Partido Frelimo permaneceu no poder, tendo ganho por cinco vezes as eleições
legislativas e presidenciais realizadas em 1994, 1999, 2004, 2009 e 2014. A Renamo é o principal
partido da oposição.

De acordo com a constituição em vigor, o regime político em Moçambique é presidencialista: o


chefe de Estado é igualmente chefe do governo. No entanto, existe desde 1985 o cargo de
Primeiro-ministro, que tem o papel de coordenador e pode dirigir as sessões do Conselho de
Ministros na ausência do presidente.

O parlamento tem a designação de Assembleia da República e é constituído por 250 assentos.

Para além do Presidente da República e dos membros do parlamento, os presidentes e os


membros das assembleias dos municípios e das províncias (desde 2009) são igualmente eleitos
democraticamente, para mandatos de cinco anos.

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3. Conclusão

Terminado o presente estudo percebemos que a categoria dos regimes políticos consubstancia
um lugar central, porventura, o lugar central da evolução da Política enquanto teoria ou ciência.
Nessa medida, o seu significado não se deixa encerrar numa fórmula, apenas se podendo
capturar com referência aos diferentes estratos dessa evolução.

A definição de “regime político” dependeu, na verdade, do modo como, em cada um deles, se


concebeu o fenómeno político. Na impossibilidade de registar cabalmente todos os passos dessa
evolução, optamos aqui por sintetizar começando por verificar que, na linha de Aristóteles, a
Política concebeu-se como ciência dos regimes políticos, tendose destes uma determinada
acepção conexa com a concepção do homem como “animal político”

De acordo com a constituição em vigor, o regime político em Moçambique é presidencialista: o


chefe de Estado é igualmente chefe do governo. No entanto, existe desde 1985 o cargo de
Primeiro-ministro, que tem o papel de coordenador e pode dirigir as sessões do Conselho de
Ministros na ausência do presidente.

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4. Referências bibliográficas

ALBUQUERQUE, M. de (2012), O Poder Político no Renascimento Português, 2ª ed., Verbo,


Lisboa.

ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 15 ed.


Niterói: Impetus, 2008, p. 13.

ARISTÓTELES (1998), Política, trad António Campelo Amaral e Carlos de Carvalho Gomes,
Veja, Lisboa

OLIVEIRA, J. F. A Manutenção da Ordem Pública em Democracia. ISCPSI-Lisboa. 2015.

PASQUINO, G. (2002), Curso de Ciência Política, Principia, Lisboa.

https://www.wikiwand.com/pt/Pol%C3%ADtica_de_Mo%C3%A7ambique

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